O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem se revelado uma condição complexa do
neurodesenvolvimento, cujos primeiros sinais costumam surgir ainda na primeira infância,
exigindo ações rápidas e coordenadas por parte dos serviços de saúde. A pergunta norteadora deste
estudo é: como apoiar os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na identificação precoce de sinais
do TEA em crianças, considerando sua inserção nas comunidades e sua atuação nas visitas
domiciliares?
Este projeto tem como objetivo principal desenvolver e validar estratégias formativas e
materiais didáticos acessíveis, com base em evidências científicas e nas necessidades práticas dos
ACS. A pesquisa será qualitativa, com caráter exploratório e abordagem participativa, sendo
realizada no município de Colinas, Maranhão. Os procedimentos metodológicos incluem três
etapas articuladas: (1) escuta dos ACS por meio de entrevistas semiestruturadas; (2) elaboração de
uma cartilha educativa sobre sinais precoces do TEA; e (3) validação do material com especialistas
das áreas da saúde, educação e infância.
A análise das entrevistas será conduzida conforme a técnica de análise de conteúdo temática
(Bardin, 2016), permitindo identificar percepções, barreiras e lacunas de conhecimento. Os
resultados esperados incluem a produção de um material educativo sensível ao contexto local e a
ampliação do conhecimento dos ACS sobre o TEA, fortalecendo sua atuação junto às famílias e
contribuindo para intervenções mais oportunas.
Espera-se que a proposta reforce o papel estratégico da Atenção Primária à Saúde na
identificação precoce do TEA, promova maior inclusão das crianças com suspeita do transtorno
nas redes de cuidado e, sobretudo, qualifique os encontros entre ACS, famílias e comunidade,
fortalecendo a política de saúde da família em territórios com alta vulnerabilidade.