Esta pesquisa tem como objetivo compreender a relevância, os limites e as contribuições de Rousseau para a educação, a partir da obra Emílio ou Da Educação, analisando de que modo suas propostas influenciam a formação humana e os processos de ensino e aprendizagem na atualidade. Ao abordar a filosofia de Rousseau, é fundamental reconhecê-lo como um dos pensadores que mais contribuiu para articular política e educação conjuntamente, o que confere à sua obra um caráter atemporal. No presente, quando se busca uma compreensão mais consistente sobre projetos filosóficos, políticos e educacionais em inter-relação, suas ideias ainda se mostram necessárias e pertinentes. A construção de uma perspectiva educacional em Rousseau permite discutir concepções de natureza e sociedade, ao mesmo tempo, apresenta outros propósitos e ideais para o ser humano moderno, explorando as condições e os efeitos desse ousado projeto para a coletividade. Em Emílio ou Da Educação, observa-se fortemente sua tendência à filosofia naturalista. Para Rousseau, a formação do homem e sua educação deveriam respeitar a liberdade, mas uma liberdade regulada, com o objetivo de estabelecer igualdade. Assim, a educação não é vista somente como um processo de transmissão de conhecimento, mas como uma formação integral do indivíduo, unindo aspectos éticos, sociais e intelectuais. Essa concepção ainda influencia o ensino de filosofia na contemporaneidade, incentivando os alunos a refletirem sobre si mesmos e sobre seu papel no mundo de maneira crítica e consciente. Portanto, o projeto educacional de Rousseau, com foco em uma educação natural, crítica e centrada na formação do indivíduo, continua sendo uma referência importante no ensino de filosofia. Suas ideias influenciam abordagens pedagógicas que priorizam a autonomia, a reflexão crítica e o desenvolvimento integral dos estudantes. Em Emílio ou Da Educação, Rousseau propõe uma distinção clara entre a educação de meninos e meninas, refletindo tanto as diferenças naturais entre os sexos quanto as expectativas sociais e de gênero de sua época. O personagem Emílio representa o modelo ideal de educação masculina, enquanto Sofia simboliza o ideal feminino, com ênfase nas virtudes consideradas adequadas às mulheres. A distinção entre a educação masculina e feminina foi alvo de intensos debates. Rousseau acreditava que os meninos, como futuros cidadãos, deveriam receber uma formação voltada para a vida pública, a autonomia e o desenvolvimento das faculdades intelectuais e morais. Para ele, os meninos deveriam ser independentes, críticos e guiados pela própria razão, dada sua função na esfera pública e política. Este estudo trata-se de uma revisão de literatura, composta principalmente por livros e artigos de periódicos voltados à filosofia de Rousseau. O aporte teórico utilizado incluiu autores como Cerizara (1990), Corrêa (2012), Lazarini (1998), Nascimento (1998), Pissarra (2003), Starobinski (2011), Soëtard (2010), Souza (2017), Paiva (2007), Rousseau (1973), entre outros. A partir desta pesquisa, compreende-se que, na contemporaneidade, é necessário promover, em sala de aula, um ensino de filosofia livre de distinções de gênero e desigualdades.