O presente trabalho pretende investigar a razão de ser do silenciamento acerca do conceito de cidadania vigente no ensino de filosofia da educação básica. Predominantemente, no ensino de filosofia, o conceito de cidadania é assumido como horizonte da educação básica. Nesta direção, há praticamente a ausência de problematização deste conceito na sociabilidade do capital, o que nos instigou a indagar: por que, de forma predominante, o ensino de filosofia isenta-se de problematizar o conceito de cidadania vigente em uma sociedade de classes? É espantoso como o supracitado conceito que, sempre foi tão caro à formação filosófica, tornou-se tão usual, repetitivo e naturalizado a ponto de ser pouco problematizado. A partir disso, parece que o próprio ensino de filosofia, predominantemente, fossilizou o conceito de cidadania, assumindo uma postura antifilosófica, uma vez que se silencia diante de um conceito assumido como horizonte formativo dos estudantes. Para tanto, é necessário compreender o modo como o conceito de cidadania é abordado e desenvolvido a partir dos documentos oficiais da educação escolar brasileira, analisar como, ao longo da história do ensino de filosofia, certos autores, com suas obras, abordaram o conceito de cidadania no ensino da disciplina de filosofia e discutir, com base no conceito de filosofia da práxis, de Antônio Gramsci e no método materialista histórico, uma nova concepção de cidadania, em contraposição ao mesmo conceito circunscrito na perspectiva neoliberal, que foi naturalizado ao longo da história do ensino de filosofia.