O presente estudo tem como objetivo geral: Compreender de que maneira o discurso sobre a identidade da Martinica está presente no livro Texaco (1994), através da contribuição de passagens bíblicas. A perspectiva metodológica será pautada na revisão bibliográfica e na Literatura Comparada, com vistas a confrontar a obra Texaco e trechos da Bíblia Sagrada do Velho Testamento, Gênesis e Êxodo, e do Novo Testamento, os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas, João e Atos dos Apóstolos. Para nortear a pesquisa na compreensão sobre a identidade, memória e Mitos, têm-se os teóricos: Eurídice Figueiredo (1998; 2010); Édouard Glissant (2005); Jacques Le Goff (2003); Caldas (2005); Stuart Hall (2003); Homi Bhabha (1998), Roland Walter (2013), Eliade Micea (1978), Alcione Alves (2012), entre outros que fundamentam as discussões propostas. Defende-se as hipóteses de que os trechos bíblicos são: 1) uma maneira de questionar a identidade a partir da perspectiva do colonizado; 2) a identidade é recomposta através de traços e vestígios do mito fundador, 3) os termos Oiseau de Cham e Cristo são metáforas vivas por reapropriar os termos bíblicos. A proposta deste trabalho justifica-se porque a discussão da identidade, perpassada pela presença de mitos dos textos bíblicos, ainda não foram suficientemente discutidas na possibilidade de apropriação dos textos bíblicos como discurso identitário desviante e transgressor.