As transfigurações sociais refletem no processo criativo do ser humano, esse que se vê diante de novos cenários e se permite experimentar novas possibilidades. O pós-modernismo manifesta-se na segunda metade do século XX e traz consigo novos meios de experimentalismos, especialmente com o uso das mídias digitais que se desenvolvem de maneira veloz. É nos anos noventa que observa-se uma forma de narrativa inovadora: a transmídia. Esse novo modo de narrar divide uma única história em diversas mídias, fazendo com que o seu público acesse todas elas para compreender a narrativa diante dele. Posto isso, esse estudo objetiva analisar a obra Grau 26: a origem – considerado o primeiro romance transmidiático já feito -, de Anthony E. Zuiker e Duane Swierynski e, com isso, perscrutar se o romance transmidiático é uma evolução do romance ao compará-lo ao gênero de cavalaria. O estudo acerca da evolução dos artefatos técnicos desabrocha como uma maneira de compreender melhor as transformações de produções engendradas pelo ser humano. Por isso, dentro dessa linha de entendimento, é possível uma forma de narrativa tão recente valer-se de elementos narrativos característicos das novelas de cavalaria durante a Idade Média. Para alcançamos nosso objetivo, contamos com a contribuição de estudiosos das áreas, tal como Jenkins (2009), Lopes (2011), Moisés (2010) e Bakhtin (2010).