As interações em contextos institucionais constituem-se numa dinâmica própria mediante a ritualização das atividades inclusive comunicativas, envolvendo os sujeitos participantes por meio do emprego de construções linguísticas específicas, apropriadas àquilo que se passa no momento da interação. A partir dessa compreensão, este trabalho tem como objeto de estudo as interações linguísticas nas sessões ordinárias que se efetivam na Câmara Municipal de Piripiri – PI, com ênfase nas estratégias de polidez desenvolvidas pelos participantes. O objetivo é investigar a dinâmica interacional verificada nas sessões ordinárias da Câmara Municipal de Piripiri enquanto contexto institucional, com ênfase nas estratégias de polidez. Para isso, como objetivos específicos: descrever o evento comunicativo enquanto processo ritualizado a partir do qual se efetivam as interações no contexto institucional específico das sessões ordinárias da Câmara Municipal; identificar as pistas de contextualização empregadas na interação para marcar os enquadres; e analisar as estratégias de polidez mobilizadas pelos participantes nas sessões ordinárias da Câmara Municipal de Piripiri para a manutenção/ameaça de faces nesse contexto. O alicerce teórico do estudo são os postulados da Sociolinguística Interacional proposta por Gumperz (1982) e seguidores, buscando, ainda, apoio em Levinson (1989), Brown e Levinson (1987), Goffman (1980), em alguns conceitos, ainda, de Hymes (1964). A coleta de dados corresponde aos meses de maio e junho de 2022 no qual foram empregados instrumentos da pesquisa qualitativa com viés etnográfico a seguir, a observação, anotações de campo e gravações das sessões. A análise foi guiada por três categorias interrelacionadas: as pistas de contextualização, a fala-em-interação em contextos institucionais e o uso das estratégias de polidez. Os resultados, ainda parciais, apontam para o emprego das estratégias de polidez de forma a construir narrativas que suavizam enquadres de confrontos para além de caracterizar esses cenários como contextos institucionais ritualizados.