A presente pesquisa tem como objeto de estudo as narrativas autobiográficas relativas às práticas de leitura e escrita de idosos que participam da Universidade Aberta da Terceira Idade – UNATI da Universidade Estadual do Piauí. Atualmente, observamos o grande aumento populacional dos idosos e sua relação com o analfabetismo no Brasil e, embora vivam em uma sociedade letrada, têm dificuldades nas práticas de leitura e escrita, pela carência de programas voltados para esse grupo. Dessa forma, a presente pesquisa pretende como objetivo geral: analisar as narrativas autobiográficas relativas às práticas de leitura e escrita de idosos que participam da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI/UESPI). A pesquisa é de campo, descritiva, com abordagem qualitativa e de cunho narrativo autobiográfico. A amostra foi composta por 14 idosas, na faixa etária de 64 a 82 anos. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: questionários semiestruturados, entrevistas e narrativas escritas. Utilizamos a análise de Bardin, por meio da análise de conteúdo. A teoria que utilizamos foi do Letramento enquanto práticas sociais (Street 1984; Kato, 1986; Cagliari, 1998; Tfouni, 2010; Mortatti, 2004; Soares, 2009; Kleiman, 1995) . Os resultados apontam que as idosas veem a leitura e a escrita como atividades essenciais ao ser humano e que o fato de serem idosas não as impede de aprenderem a fazer usos de várias possibilidades de interação, incluindo-se nas mídias digitais e nas mais diversas práticas de letramentos. Nesse contexto, pode se dizer que o processo de leitura e, consequentemente da escrita, na perspectiva do letramento, para as idosas mostra um conjunto de práticas que foram se modificando ao longo do tempo, mas que dão novos significados aos modos de adquirir conhecimentos cheios de significações para sua vivência. O que evidencia que é possível e necessário promover para a população idosa possibilidades de novas aprendizagens através da ação de ler e escrever.