Efeitos antinociceptivo e anti-inflamatório da Riparina B, um alcalóide obtido da Aniba riparia (Nees) Mez (Lauraceae) em Camundongos.
Riparina B. Inflamação. Analgesia.
Isolada a partir do fruto-verde de Aniba riparia, a Riparina B (N-[2-(3,4-dimetóxi-fenil)-etil]-benzamida) é um alcaloide do ciclo não-heterocíclico, mais especificamente, uma alcamida natural. Na literatura há poucos relatos acerca do efeito direto da Riparina B sobre o processo inflamatório e nociceptivo em diferentes modelos animais. Com isso, o objetivo deste estudo foi avaliar o potencial farmacológico desta alcamida natural através da investigação das possíveis respostas anti-inflamatória, antioxidante e analgésica da riparina B. A atividade anti-inflamatória e antioxidante foi avaliada utilizando vários mediadores que induzem o edema de pata, o modelo de peritonite, atividade da mieloperoxidase (MPO), os níveis de citocinas pró-inflamatórias, o consumo de glutationa (GSH) e a produção de malondialdeído (MDA) em camundongos. O pré-tratamento com 10 mg/kg de Rip B reduziu significativamente o edema de pata induzido por carragenina e dextrana. Além disso, também reduziu o edema de pata induzido pelos agentes flogísticos: histamina, serotonina, bradicinina, composto 48/80 e PGE2. No modelo de peritonite induzida por carragenina, a Rip B reduziu significativamente a contagem total e diferencial, reduziu os níveis de MPO no tecido plantar e as concentrações de IL-1 β e TNF-α no exsudato peritoneal. A mesma dose de Rip B também foi capaz de reduzir a concentração de MDA e o aumento dos níveis de GSH no fluido peritoneal. Já a atividade analgésica foi avaliada através dos modelos de contorções abdominais, teste da formalina e placa quente, onde verificou-se a redução do número de contorções e do número de lambidas de pata nos grupos onde foi administrada a Rip B. Os animais pré-tratados com Rip B não apresentaram um aumento na latência no modelo da placa quente, sugerindo que a ação desta alcamida é dependente de eventos inflamatórios periféricos, em vez de um mecanismo de ação central. Estes achados levantam a possibilidade de que a Rip B poderia ser utilizada para melhorar a resistência do tecido aos danos ocasionados durante o processo inflamatório, bem como durante os processos álgicos.