Platonia insignis Mart. ATIVIDADE ANTILEISHMANIA E ANTIBACTERIANA DO EXTRATO ETANÓLICO E FRAÇÕES OBTIDAS DA CASCA DO CAULE.
Leishmania amazonensis. Platonia insignis Mart. Citotoxicidade. Antileishmania. Antibacteriano.
As leishmanioses são doenças parasitárias causadas por protozoários do gênero Leishmania. Amplamente distribuída em todo mundo, as leishmanioses afetam o homem e os animais, sendo no homem caracterizada por quatro formas clínicas principais: cutânea, mucocutânea, difusa e visceral. A quimioterapia das leishmanioses tem sido baseada no uso dos antimoniais pentavalentes como fármacos de primeira escolha, Pentamidina e Anfotericina B, são segunda escolha no tratamento, importantes na terapia de pacientes com coinfecções ou em casos de tratamento resistente aos antimoniais. O tratamento farmacológico apresenta potencial de desenvolver resistência, são limitados, caros, com administração parenteral dolorosa, de longa duração e alta toxicidade. Paralelamente a esse cenário temos, no campo da microbiologia, um aumento progressivo do desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos por diversos patógenos. Esse fenômeno impõe sérias limitações às opções para o tratamento de infecções bacterianas, representando uma ameaça para a saúde pública. Substâncias obtidas de espécies nativas do Brasil, que apresentem atividade antileishmania e/ou antibacteriana e que tenham baixa toxicidade, podem vir a ser uma alternativa para o tratamento de tais afecções. Diante do exposto esse trabalho tem como objetivo avaliar a atividade antileishmania e imunomoduladora do extrato etanólico (Ext-EtOH) e das frações hexânica (F-Hex), etérica (F-Eté) e acetato de etila (F-AcOEt) de Platonia insignis Mart. sobre Leishmania amazonensis, citotoxicidade sobre macrófagos e atividade bacteriostática e bactericida sobre bactérias gram-positivas e gram-negativas. O Ext-EtOH, F-Hex e F-Eté inibiu o crescimento de formas promastigotas de L. Amazonensis gerando uma IC50 de 174,24; 45,23 e 53,68 µg/mL, respectivamente, e sobre amastigotas IC50 de 40,58; 35,87 e 46,71 µg/mL, a F-AcOEt obteve IC para amastigotas de 1766,08 µg/mL e não apresentou ação sobre promastigotas. Os valores de CC50 para macrófagos ficaram em 341,95; 71,65; 232,29 e >800 µg/mL, respectivamente, superando os valores de CI50 para amastigotas. O Ext-EtOH, F-Hex e F-AcOEt, não estimularam a atividade lisossomal, fagocítica e não incrementaram a produção de óxido nítrico. A F-Eté, entretanto estimulou a atividade lisossomal sem, no entanto, alterar a produção de oxido nítrico. Sobre bactérias, a única fração que mostrou efetividade foi a F-Hex, que apresentou ação bactericida como CBM de 50 µg/mL. Conclui-se que o Ext-EtOH, F-Hex e F-Eté tem atividade contra leishmania, com citotoxicidade aceitável para macrófagos murinos, podendo a F-Eté atuar através da ativação de macrófagos. A F-Hex apresentou ação bactericida.