O diabetes mellitus (DM), distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia crônica, necessita de um tratamento complexo, custoso e desafiador. A Platonia insignis Mart. tem sido apontada como anti-inflamatória, neuroprotetora e vasorelaxante. Estudos in vitro têm demonstrado tratar-se uma importante fonte de compostos antioxidantes. Este trabalho avaliou o efeito de 4 semanas de administração de uma manteiga da semente do bacuri (MSB) em modelo experimental de DM tipo 1. Ratas Wistar (180-250 g), fêmeas, após jejum de 12 h receberam 45 mg/kg (IP) de Estreptozotocina (STZ) em tampão citrato pH 4,5 para indução de DM. O grupo controle normal (G1) recebeu apenas tampão. Três dias após, em jejum de 12 h, mediu-se a glicemia capilar (Gli) dos animais e os com Gli >250 mg/dL foram considerados diabéticos e divididos em G2 (controle diabético, que assim como G1, recebeu veículo Tween 80 em água destilada), G3 (25 mg/kg, VO de MSB), G4 (50 mg/kg, VO de MSB), G5 (100mg/kg, VO de MSB) e G6 (insulina NPH 6 UI/animal/dia, SC). Foram determinadas a ingestão alimentar (IA), ganho de peso (GP) e glicemia semanal e final, hemoglobina glicada (HbA1c), concentrações plasmáticas de alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), albumina (Alb), uréia (Ur), creatinina (Crea), glicose (Gli), malondialdeído (MDA-p) e mieloperoxidase (MPO-p), superóxido dismutase eritrocitária (SOD). No fígado foram realizados MDA-h, MPO-h e concentração de grupos sufidrílicos não proteicos (NP-SH). A comparação entre grupos foi realizada por análise de variância e teste de Tukey e Teste t. A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA/UFPI 513/18). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os tratamentos G3-25, G4-50 e G5-100 com o G2 em relação a GP, IA, Gli semanal e final. Sobre a dosagem de HbA1c (%), o tratamento G5 (MSB 100 mg/kg) apresentou redução significativa (8,31±0,35) em relação ao G2 (10,41±0,24). Para ALT (U/L), o G3-25 (229,3±17,26), G4-50 (195,3±17,68), G5-100 (137,6±21,65) e G6-INS (161,2±45,89) apresentaram taxas menores que o G2 (325,2±26,99). Para AST (U/L), G3-25 (329,3±59,06), G4-50 (287,5±32,82), G5-100 (192,6±20,36) e G6-INS (161,2±45,89) apresentaram taxas menores que G2 (678,3±64,62) e G4-50 e G5-100 não possuíram diferenças com o G1 (111,1±5,35). Quanto MDA-p e SOD não houve diferença entre G2 e os tratamentos. Não foram observadas diferenças entre os grupos experimentais em relação à: MDA-h e MPO-p. Já no MPO-h (U/µL) o G5(26,33±6,77) e G6 (12,92±3,89) apresentaram valores estatisticamente iguais ao G1 (6,29±1,60). Já a análise de NP-SH (µmol/mg), G3-25 (195,7±11,87), G4-50 (207,4 ±11,81), G5-100 (247,9±15,47) apresentaram aumento em relação ao G2 (133,3±12,10). Em conclusão, o estudo demonstrou que a MSB apresenta repercussões positivas sobre o perfil hepático em ratas DM1, por meio da elevação nos teores de NP-SH e redução de marcadores de lesão hepática. A dose de 100 mg/kg produziu redução na HbA1c, sugerindo efeito na redução da glicemia média estimada.