Investigação do efeito vasorelaxante do nerol em aorta isolada
de rato.
nerol; relaxamento; aorta; canais de cálcio do tipo
No presente estudo investigou-se o efeito vasorelaxante do nerol em anéis de artéria
aorta isolada de rato. Foram usados ratos Wistar (250-300 g), oriundos do Biotério do
NPPM/UFPI, mantidos em temperatura de 24 ± 1°C e ciclo claro-escuro de 12 horas,
com livre acesso a água e ração. Os protocolos (n=5-6/protocolo) foram aprovados pelo
Comitê de Ética em Experimentação com Animais (CEEA/UFPI 008/2012). Os ratos
foram anestesiados e após eutanásia a aorta foi retirada e os anéis (2-3 mm) foram
suspensos por alças de aço inoxidável, em cubas de vidros de 6 mL contendo solução
de Krebs Normal (pH 7,4), aerada com carbogênio (95% de O2 e 5% de CO2), mantidos
a 37oC, e fixados individualmente por linhas de algodão a um transdutor de força
acoplado a um sistema de aquisição (AECAD/AQCAD/AVS Projetos, SP/Brasil) para o
registro das tensões isométricas. Após estabilização de 60 minutos sob tensão de 1 gf,
verificou-se a presença ou ausência do endotélio vascular nos anéis de aorta por
adição de acetilcolina (ACh,1μM) sobre o componente tônico da contração gerada pela
adição de fenilefrina (FEN,1μM). Anéis com relaxamento maior que 50%, eram
considerados com endotélio (E+) e anéis com relaxamento menor que 10%, sem
endotélio funcional (E-). Durante a fase tônica de uma segunda contração induzida por
FEN ou 80 mM de KCl, em preparações diferentes, com e sem endotélio funcional, nerol
(0,1-750 μg/mL), foi adicionado às cubas cumulativamente. Anéis sem endotélio foram
contraídos com concentrações cumulativas de KCl (10-100 mM), e a inibição da
contração avaliada na presença de concentrações individuais de nerol (9, 27,81, 243 e
750 μg/mL). Em outro momento, anéis sem endotélio foram pré-incubados com 5 mM
de KCl e contraídos com Bay K8644 (10-7
(CaV-L) e na fase tônica da contração administrou-se nerol de maneira cumulativa. A
potência vasorelaxante do nerol foi avaliada através da comparação dos valores de pD2
e Emáx obtidos nas preparações individuais. Para avaliar a participação da proteína
cinase C (PKC) na resposta vasorelaxante do nerol, anéis de aorta sem endotélio foram
pré-incubados com bisindolilmaleimida I (BIS-1, 10-7
contraídos com FEN. Na fase tônica da contração, nerol foi adicionado cumulativamente
à cuba. Os resultados foram expressos como média ± EPM. Para comparação entre as
medias, foi usado o Teste t de student não pareado, com significância para valores de
*p<0.05. Valores de pD2 foram obtidos por regressão não linear (GraphPad PrismTM). Os
resultados mostram que nerol foi capaz de relaxar os anéis de aorta pré-contraidos com
FEN dependente de concentração e equipotentes quando na presença (E+: pD2 = 1.78
± 0.02) e na ausência do endotélio (E-: pD2 = 1,74 ± 0,07). Nerol também promoveu
efeito vasorelaxante dependente de concentração em anéis de aorta contraídos com 80
mM (E-: pD2 = 1:46 ± 0.01), sem diferença estatística comparado com FEN sugerindo
que o mesmo age pela mesma via de sinalização dos dois agentes contráteis. Nerol
inibiu de maneira significativa a contração em anéis de aorta pela adição cumulativa de
KCl, reduzindo o efeito máximo nas concentrações de 27 μg/mL: Emáx (%) =
59,9±10,3*; 243 μg/mL, Emáx (%)= 11,8±2.60*; 750 μg/mL: Emáx (%) = 6.0±3.28*,
comparados ao controle: Emax (%) = 91,8±8,16. Na presença do inibidor da PKC, nerol
não foi diferente do controle. Conclui-se que nerol apresenta efeito relaxante
dependente de concentração e independente do endotélio vascular em anéis de aorta, e
esse efeito é sugestivo de bloqueio do influxo de Ca2+
M), um ativador de canais de Ca2+
do tipo L
M), durante 20 minutos e
pelos CaV-L, e independe da PKC.