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Banca de QUALIFICAÇÃO: MÁRCIO LUCIANO PEREIRA BATISTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MÁRCIO LUCIANO PEREIRA BATISTA
DATA: 28/01/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Auditóro TROPEN
TÍTULO: Etnobotânica de plantas medicinais e alimentícias como condicionantes a difusão do empreendedorismo e do desenvolvimento local sustentável no rural piauiense
PALAVRAS-CHAVES: Etnobiologia, Conhecimento Endógeno, Gestão Sustentável, Inovação, Swot.
PÁGINAS: 122
GRANDE ÁREA: Outra(s)
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

A biodiversidade da flora brasileira denota um potencial significativo para os estudos científicos e para o beneficiamento de plantas, sobretudo, medicinais e alimentícias, passando a ofertar produtos com valor agregado, mas que tem sido historicamente ameaçada com desmatamentos desenfreados, provocando alterações nas paisagens, extinção de espécies e prejuízos econômicos. Piauí apresenta distintas unidades de paisagens com exponencial riqueza florística distribuídas em inúmeras comunidades rurais. As questões norteadoras desta investigação conformam-se em saber como o etnoconhecimento sobre plantas medicinais e alimentícias praticado pela comunidade rural José Gomes em Cabeceiras do Piauí tem interferido positivamente ou negativamente na conservação ambiental e na manutenção da cultura local? O etnoconhecimento pode conduzir a comunidade para o empreendedorismo, repercutindo no desenvolvimento local sustentável? Para responder o problema apresentado tem-se a hipótese que o conhecimento sobre plantas na comunidade mostra-se como um importante instrumento de empoderamento social e valorização cultural, cuja conservação dos estoques de recursos naturais aliada ao patrimônio cultural de saberes e práticas amplia os horizontes do empreendedorismo manifestar-se como meio para o desenvolvimento local sustentável. Nesse sentido, esta pesquisa tem o objetivo de compreender a influência da etnobotânica no empreendedorismo e no desenvolvimento local sustentável em José Gomes. A metodologia qualiquantitativa sustentou-se em critérios descritivos e exploratórios, além da etnografia; empregou-se também a técnica da observação direta, o diário de campo e turnê-guiada, além da matriz de SWOT. Aplicou-se 82 formulários semiestruturados entre os comunitários, cujas análises quantitativas embasaram-se no cálculo do Valor de Uso Geral das espécies, por meio da fórmula VU=Ui/n. Foram citadas 81 espécies, pertencentes a 40 famílias, sendo as mais representativas: Fabaceae (32,5%), Anacardiaceae (15%), Lamiaceae (12,5%) e Arecaceae / Cucurbitaceae / Poaceae  / Rutaceae (10%). Do total de famílias, 35% foram exclusivamente na categoria medicinal, 32,5% na alimentícia e 32,5% foram referidas nas duas categorias. Quanto à origem das espécies 60,5% eram exóticas e 39,5% nativas; as partes mais usadas foram as folhas (42,3%), seguidas dos frutos (21,5%). Os valores de uso real e potencial global apresentaram 76,51% (5.476 citações) e 23,49% (1.681), respectivamente, sendo que o valor de uso real 73,36% (2.558 citações) e potencial 26,64% (929) para a categoria medicinal e valor de uso real de 77,33% (2.058 citações) e potencial 22,67% (603) para a categoria alimentícia e para o uso das duas categorias valor de uso real 85,23% (860 citações) e potencial 14,77% (149). As espécies medicinais, alimentícias e/ou as duas que apresentaram maior valor de uso real foram: Oryza sativa L. (arroz – 1,70), Cucurbita pepo L./ Malpighia glabra L. – (jerimum e acerola - 1,24 cada), e Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. (malva-do-reino– 1,23). O diagnóstico socioeconômico e ambiental projetado pela matriz de SWOT apontou para a necessidade de subsídios especializados visando melhorias financeiras, econômicas e ambientais, posto que a comunidade se encontrava num estágio de latência quanto o desenvolvimento local. Por outro lado, as análises demonstraram a presença de potencialidades internas favoráveis com uma forte projeção ao conhecimento botânico, principalmente para as categorias medicinais e alimentícias, o que contribuiria para a implementação do empreendedorismo sustentável. Entendeu-se que o conhecimento etnobotânico das duas categorias, corroborada pelo conhecimento empírico e uso das etnoreferências, se forem incentivados a monetizar os produtos gerados (doce, suco, bolo, cajuína, farinha de mandioca, tapiocas, xaropes, lambedores, garrafadas) por meio dos vegetais, gerará valor social, econômico e ambiental para a comunidade e região, pois tais fatores são determinantes para promover o desenvolvimento local sustentável.

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1167785 - ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
Interno - 302.181.523-53 - FRANCISCO SOARES SANTOS FILHO - UESPI
Externo à Instituição - EDSON VICENTE DA SILVA - UFC
Externo à Instituição - ANA KEULY LUZ BEZERRA - IFPI
Notícia cadastrada em: 04/01/2021 19:55
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