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Banca de DEFESA: SARAH IZABELLY ALVES LEMOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SARAH IZABELLY ALVES LEMOS
DATA: 04/05/2016
HORA: 08:30
LOCAL: Sala da aula da Pós-graduação
TÍTULO:

Estudo de associação de polimorfismos dos genes GSTM1, GSTT1 e GSTP1 com suscetibilidade ao uso abusivo do álcool em uma população do nordeste brasileiro


PALAVRAS-CHAVES:

Alcoolismo, genes de metabolização de xenobióticos, polimorfismo genético, proteção


PÁGINAS: 87
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:

A dependência alcoólica (DA) é definida como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após frequente uso do álcool, culminando em forte desejo de consumo, dificuldade em controlar sua utilização, tolerância, entre outros. Fatores genéticos são responsáveis por uma proporção substancial da variação na dependência do álcool e em patologias associadas a seu consumo, onde, vários genes influenciam a iniciação ao uso e metabolismo, contribuindo assim para o aumento da suscetibilidade a propriedades tóxicas levando ao desenvolvimento de diversas doenças em órgãos específicos como fígado e pâncreas, câncer e dependência em alguns grupos e indivíduos vulneráveis. As Glutationas S-Transferases (GSTs) são um grupo de enzimas de fase II de metabolização que estão principalmente envolvidas na detoxificação de xenobióticos, entre eles o álcool. Polimorfismos em genes codificadores de enzimas GSTs, GSTT1*0GSTM1*0, e GSTP1 Ile105Val (rs 1695), estão associados com a diminuição ou perda de função enzimática, ocasionando a diminuição da capacidade de detoxificação, levando ao aumento da sensibilidade aos efeitos dessas genotoxinas. Essa sensibilidade é relacionada com a suscetibilidade à DA, pois leva a sintomas de aversão no indivíduo, inibindo a ingestão de álcool. Esse estudo buscou analisar a associação dos polimorfismos GSTT1*0, GSTM1*0 e GSTP1 Ile105Val (rs 1695), na suscetibilidade ao desenvolvimento de DA em uma população masculina do nordeste brasileiro, num estudo de caso-controle, onde se incluiu 138 alcoolistas e 145 controles. A detecção dos polimorfismos foi realizada pelas técnicas de PCR multiplex (GSTM1 e GSTT1) e PCR-RFLP (GSTP1), seguidas de eletroforese em gel de agarose. Após genotipadas, as frequências genotípicas e alélicas foram submetidas aos testes do qui-quadrado, exato de Fisher e Odds Ratio. A análise dos dados foi realizada no programa estatístico BioStat 5.0 (Instituto Mamirauá, Brasil) e IBM SPSS Statistics 20 (SPSS Inc, EUA), com significância estatística estabelecida em p<0,05. Na presente investigação houve uma associação positiva entre a baixa escolaridade e o uso nocivo de bebidas alcoólicas, visto que em nossa população há uma prevalência de bebedores com menor grau de instrução quando comparado com controles (p=0,05). Nossos achados evidenciaram que indivíduos com histórico familiar de uso abusivo do álcool apresentaram maior frequência no grupo de alcoolistas em relação ao controle com p<0,0001, sugerindo que exista uma transmissão herdável de transtornos de abuso de álcool em nossos indivíduos bebedores. Observou-se que o genótipo GSTM1*0 estava presente em 32,61% dos alcoolistas e em 40% dos controles, p=0,24. As frequências de GSTT1*0 para alcoolistas e controles foram de 31,88% e 40,69%, respectivamente (p=0,15). Verificou-se o genótipo GSTP1 Val/Val em 11,72% dos alcoolistas e em 15,22% dos controles (p=0,48), e a frequência do alelo Val esteve presente em 38,41% dos alcoolistas e 35,71% dos controles, p=0,47. Não houve significância estatística em nenhuma das associações dos polimorfismos isoladamente com DA. As frequências da combinação dos genótipos nulos GSTM1-/GSTT1- foram de 13,04% nos alcoolistas e 20% nos controles, revelando uma tendência à significância estatística, com p=0,09 e OR=0,52, ou seja, essa combinação pode conferir uma proteção contra a dependência ao álcool nestes indivíduos. Na análise do polimorfismo GSTT1*0 entre alcoolistas fumantes (31,65%) e controles fumantes (55,56%) houve significância estatística quando comparado os dois grupos (p=0,02), evidenciando que a presença do polimorfismo GSTT1*0 confere proteção ao desenvolvimento do uso abusivo do álcool em fumantes. A ausência de associação de risco ou proteção a DA dos polimorfismos isolados neste trabalho, não exclui totalmente a possibilidade de associação destes genes no desenvolvimento de dependência ao álcool. No entanto, se faz necessário um acréscimo no tamanho amostral, para alargar o poder de verificação estatística, e estudos envolvendo genes de outras famílias de GSTs devem ser realizados, com o intuito de se obter resultados mais satisfatórios no estudo de associação destes genes do biometabolismo com o desenvolvimento de dependência ao álcool.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1552610 - RENATA CANALLE
Interno - 1553556 - FABIO JOSE NASCIMENTO MOTTA
Externo ao Programa - 1788515 - CINTIA MARTINS PERINOTTO
Notícia cadastrada em: 26/04/2016 09:53
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