Este capítulo teórico é parte do meu projeto de tese cuja proposta é analisar como a neonarrativa de escravidão Copper Sun, escrito pela estadunidense Sharon Draper e publicado em 2006, apresenta a formação da identidade amefricana na contemporaneidade a partir do protagonismo de uma jovem mulher negra e escravizada, partindo do conceito de romance de formação. A principal hipótese a ser defendida é que o romance Copper Sun não segue a ideia de uma experiência redentora nem que leva à liberdade literal e de uma formação única para todas as personagens femininas, mesmo as negras. Foram pesquisados artigos, dissertações e teses publicados online entre os anos de 2021 e 2023, tanto em língua inglesa como no Brasil. Grande parte dos textos analisados aborda outros assuntos que serão mencionados na tese, mas não serão seu foco. Percebi que os textos analisados geralmente são os mesmos e que não há ênfase nas etapas de amadurecimento da jovem mulher negra escravizada, na sua identidade no viés amefricano, nem uso direto/ explícito de teorias “pessimistas” ao tratar de obras da neonarrativa de escravidão. É como se inevitavelmente o registro dessas histórias levasse à superação das violências sofridas, inclusive na sociedade contemporânea.