presente dissertação tem como objetivo geral investigar quais os possíveis efeitos que a obra Ciranda de pedra (1954; 2009), de Lygia Fagundes Telles, pode provocar no leitor, compreendendo em que medida a narrativa exerce algum tipo de reconfiguração na formação subjetiva, psicológica e política desses leitores. E, como objetivos específicos, analisar como a obra promove uma formação subjetiva, psicológica e política do indivíduo a partir dos preceitos estabelecidos pela Teoria do Efeito proposta por Iser (1996); propor caminhos de compreensão para entender como a “produção de presença” (Gumbrecht, 2010) ocorre a partir da leitura da obra Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles; verificar como o romance de formação impacta na formação do leitor, tendo como parâmetro a necessidade de pertencimento a um grupo específico presente tanto na narrativa quanto na sociedade contemporânea; e promover reflexões acerca da literatura como forma de repensar as relações sociais e subjetivas dos indivíduos. Assim, busca-se compreender como a literatura pode provocar uma formação e uma formatação das subjetividades do leitor a partir de elementos vinculados ao Efeito e à produção de presença, através do desenvolvimento da personagem Virgínia, personagem central de Ciranda de Pedra. Para tanto, valemo-nos de uma pesquisa bibliográfica sobre a teoria da presença (Gumbrecht, 2010); sobre a interpretação (Sontag, 2008;2020); sobre a experiência (Benjamin, 1994); sobre a recepção (Iser, 1996); sobre a herança dos sentidos (Heidegger, 2010;2015); sobre o romance de formação (Moretti, 2020; Bakhtin, 2003; Lukács, 2000; Pinto, 1992); sobre o espaço (Bachelard, 2008) e sobre a literatura brasileira contemporânea (Candido, 2015; Perrone-Moisés, 2016). Dessa forma, as análises foram pautadas não em um estabelecimento da presença, mas um convite à reflexão que se mostre para além dos efeitos de sentido produzidos pela narrativa em questão.