O presente estudo possui o intuito de analisar, a partir do corpus: AvóDezanove e o segredo soviético (2009), Bom dia, Camaradas (2014), e O livro do deslembramento (2020), de Ondjaki, estratégias narrativas contracoloniais como mecanismo de construção de pensar a infância, a memória, oralidade e ancestralidade angolana no período pós-independência. De forma mais específica, compreender como o autor articula passado e presente por meio da infância, oralidade e da ancestralidade, a fim de reconstituir a memória e o narrar angolano na busca de legitimar uma narrativa própria frente ao apagamento histórico promovido pelo colonialismo. Nesse sentido, compreender como a literatura angolana do pós-independência, a partir do recorte literário delimitado, dialoga com o contexto histórico do país, assim como analisar os personagens das narrativas, sobretudo, o narrador criança que evidencia a valoração da infância como estratégia narrativa na escrita do autor. Identificar a oralidade e ancestralidade como recursos narrativos de resistência e reafirmação da memória cultural da sociedade angolana. Com o propósito de alcançar os objetivos apresentados, será utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica, com uma abordagem qualitativa, para que por meio de conceitos e ideias seja possível chegar aos resultados esperados. Para tanto, a presente pesquisa utilizará como pressupostos teóricos perspectivas dos autores como: Bhabha (2013), Bakhtin (1997), Macedo (2007), Chaves (2007), Brugioni (2019) entre outros.