Hodiernamente está em curso uma reforma do Ensino Médio brasileiro que objetivou reorganizar o currículo dessa etapa por área de conhecimento e não mais por disciplinas. A escolha do tema desta pesquisa está ligada às minhas vivências e atuação nessa etapa da educação básica, o que despertou uma reflexão crítica em função das inquietações: De que maneira o processo de ensino aprendizagem em Geografia foi impactado pela reforma do Novo Ensino Médio na cidade de Esperantina, no Estado do Piauí? Além disso: De que forma ocorreu a abordagem interdisciplinar da Geografia com os demais componentes curriculares? Quais os desafios na elaboração dos novos currículos, adaptações dos materiais didáticos, a formação continuada e a prática pedagógica dos professores de Geografia nas escolas públicas de Esperantina/PI por meio da implantação novo Ensino Médio? Destarte, este estudo tem como objetivo principal analisar o documento normativo, a saber, a Base Nacional Comum Curricular e os desafios da implementação do novo ensino médio no município de Esperantina/PI no processo de ensino-aprendizagem em Geografia. Os objetivos específicos consistem em: a) Compreender como a estrutura curricular proposta pela BNCC referente ao ensino de Geografia no novo ensino médio; b) Identificar a situação da Geografia escolar no contexto do novo ensino médio, no tocante a carga horária, material didático e a organização de conteúdo; c) Verificar os impactos da reforma no novo ensino médio no processo de ensino-aprendizagem em Geografia e sua implantação no estado do Piauí. No que concerne à dimensão teórica, o trabalho tomou como aporte estudos críticos recentes que discutem os pressupostos, princípios norteadores e o caráter da reforma e implantação do novo ensino médio no Brasil nos últimos anos, associados a criação de um novo aparato legal e a proposição de um novo desenho para o ensino médio, buscamos assim, a fundamentação em referências do campo da educação, como Frigotto (2017), Girotto (2018), Ciavatta (2019), bem como de autores que investigam o assunto da ótica da Geografia tais como: Ferreti (2018), Ascenção (2023) e Straforini (2018). Em termos metodológicos, o trabalho adotou o modelo qualitativo de pesquisa, ancorada em estudos bibliográficos, documentais e empíricos (Gil, 2019; Minayo, 2013;). Para viabilizar o estudo na modalidade qualitativa foram selecionados procedimentos que nos parecem pertinentes para a abordagem do objeto de pesquisa, mais precisamente a pesquisa bibliográfica, a análise documental, a observação e a entrevista semiestruturada, tendo como referência autores tais como Bogdan e Biklen (1994), Triviños (2008), Freitas e Prodanov (2009). Como resultados parciais a partir das análises do cabedal teórico é possível constatar a ocorrência de impactos no ensino aprendizagem em Geografia, dada a implantação que vem ocorrendo paulatinamente na escola estudada, isso se dá pela compilação de vários fatores, entre os quais podemos aludir: a redução na carga do componente curricular, ausências de uma fonação profícua para os professores e a supressão de conteúdos característicos deste componente curricular.