O início de uma plantação, assim como o início de um trabalho, já parte de trabalhos anteriores, buscando oferecer no seu ápice, uma colheita de novos resultados, novos frutos. Para o presente estudo construiu-se uma pesquisa qualitativa em duas etapas, com objetivo de compreender os impactos sociais e científicos resultantes das pesquisas de mulheres camponesas do curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal do Piauí, em Picos, assim como a sequência (ou não) na qualificação profissional. A primeira etapa consistiu em análise de quinze trabalhos de conclusão de curso disponíveis na biblioteca do campus e a segunda etapa em sete entrevistas semiestruturadas com egressas. Justifica-se pela importância de avaliarem-se os impactos científicos das produções acadêmicas de mulheres camponesas a partir dos trabalhos de conclusão de curso e a continuidade na qualificação profissional ou não de mulheres camponesas egressas do curso, bem como pela proximidade da autora com movimentos campesinos e por vivenciar a realidade do território. O estudo suporta-se em teóricos como Cara (2019), Silva & Lopes (2023), Faleiro & Farias (2017), Durkheim (1975), entre outros. Como resultados, apontamos que foi possível identificar a partir dos trabalhos de conclusão de curso, que as mulheres atentam-se as questões que lhes são caras nos âmbitos pessoais e sociais. Através das entrevistas, identificou-se que as mulheres do curso buscam construir uma identidade singular e simbólica a partir da profissionalidade docente, principalmente pelo orgulho por serem oriundas do campo ou possuírem alguma relação com o campesinato. Concluímos assim, que a partir do nosso plantio, foi possível colher muitos frutos, onde alguns ainda precisam amadurecer no âmbito acadêmico devido à falta de referências conexas com nossa temática, sendo uma das nossas dificuldades. Sugere-se, que os objetos e sujeitas da pesquisa sejam mais estudados, para que seja possível enraizar de vez e de forma positiva, sem esquecer-se dos percalços, a ocupação produtiva do latifúndio educacional por mulheres camponesas.