Este trabalho tem como objetivo desvelar elementos de relação entre o passado escravagista brasileiro e a recorrência de casos de racismo no Brasil. Para tanto, partimos da hipótese de que as formas veladas de discriminação enfrentadas cotidianamente por indivíduos afrodescendentes e se relacionam com os efeitos da naturalização da servidão e do racismo no Brasil têm origem neste aspecto da formação social brasileira. Neste estudo também buscamos entender a contribuição da Indústria Cultural para a manutenção do status quo dos grupos sociais dominantes atuando como reforçadora de elementos que contribuem para estratificação no imaginário social de aspectos relacionados à subjugação dos povos afrodescendentes. A metodologia utilizada para a produção deste estudo é a da pesquisa qualitativa, com a coleta de dados sendo executada através de entrevistas semiestruturadas. O pressuposto teórico desta produção é fundamentado no pensamento Sueli Carneiro, Michel Foucault, Clóvis Moura, Abdias Nascimento Silvio Almeida, Frantz Fanon, Achille Mbembe, Lilia Schwarcz, Neusa Santos, dentre outros, sobre temas relacionados ao racismo, decolonialidade e desigualdades raciais, entremeados pelas contribuições teóricas de Adorno e Horkheimer acerca da Indústria Cultural e de Stuart Hall sobre cultura, identidade e representação.