Esta dissertação busca compreender as inter-relações entre as diferentes condições territoriais e o papel das lideranças na dinâmica de adoção, desenvolvimento e nos impactos socioambientais das práticas agroecológicas em duas comunidades quilombolas de Codó, Maranhão: Santo Antônio dos Pretos e Queimadas. A pesquisa adota um estudo de caso comparativo com abordagem qualitativa, fundamentado em uma epistemologia decolonial. A metodologia se baseia em entrevistas semiestruturadas com lideranças e agricultores, observação participante e análise de conteúdo. O referencial teórico discute a crítica sociológica aos modelos de desenvolvimento, a agroecologia como projeto social, o conceito de territorialidade quilombola e a racionalidade ambiental como ação coletiva. Espera-se que os resultados desvelem como a segurança fundiária influência a capacidade de agência e o protagonismo das lideranças na construção de sistemas agroecológicos resistentes e autônomos, bem como os impactos sociais e ambientais dessas práticas. Frente à crise socioambiental contemporânea, a pesquisa se insere no debate sobre modelos de desenvolvimento, destacando a agroecologia como uma alternativa paradigmática que se manifesta em territórios de resistência. O estudo visa contribuir para a compreensão das dinâmicas sociais em territórios quilombolas e oferecer subsídios para políticas públicas que fortaleçam o desenvolvimento rural sustentável e a autonomia comunitária.