Com o início do novo milênio, a conservação da natureza ocupa um lugar cada vez mais destacado nos debates sobre os destinos da sociedade. Em um momento onde as sensibilidades estéticas e políticas garantem aos discursos ambientais um lugar de indubitável notoriedade, a difusão da “Questão Ambiental”, seja nas lutas sociais, na prática educativa, ou ainda nas ações de organismos governamentais e internacionais, constitui grande problemática na esfera pública. Porém, as possibilidades de harmonização dos projetos sociais e estilos de vida com os limites da capacidade de suporte e regeneração do meio ambiente ainda estão entre os grandes desafios da contemporaneidade. Nesse sentido, entende-se que as Instituições de Ensino Superior-IES não podem e nem devem se esquivar de suas responsabilidades sociais e ambientais. E mais, as IES, conforme Fouto, 2002; Kraemer, 2004 (apud TAUCHEN; BRANDLI, 2006), devem não somente advertir, ou mesmo dar o alarme, mas também conceber soluções racionais para os problemas ambientais. Além disso, devem tomar iniciativas e indicar possíveis alternativas de solução, elaborando propostas coerentes com o presente e, se possível, projetando para o futuro. Conforme entendimento de De Conto (2010) as universidades, enquanto, instituições responsáveis pela produção e socialização do conhecimento e a formação de recursos humanos, têm um papel importante: dar o exemplo (produzir, socializar e formar respeitando o meio ambiente. É notório que a prática da gestão ambiental vem aumentando nas diversas camadas e setores da sociedade, seja em função das exigências legais e/ou da consciência ambiental. Contudo, segundo Freitas, Souza e Silva (2012), mesmo sabendo do importante papel de qualificar e conscientizar futuros cidadãos formadores de opinião e que é necessária a prática das IES quanto àquilo que ensinam, ainda são poucas as instituições em que se pode observar a aplicação de práticas de gestão ambiental.
O presente trabalho se centraliza na discussão da gestão ambiental no âmbito de uma IES, o Instituto Federal do Piauí, Campus Teresina Central, uma instituição pública federal que se destaca pela qualidade do ensino, pelas pesquisas desenvolvidas e pelos trabalhos de extensão que realiza com a comunidade teresinense. O Instituto Federal do Piauí (IFPI) já faz parte da história do Piauí, e principalmente de Teresina, desde 1909, embora ainda com outra denominação .
O problema de pesquisa tem como base a empiria da crise ambiental e se orienta pela seguinte questão: de que maneira se dá a abordagem da racionalidade ambiental no curso Superior de Gestão Ambiental do IFPI-Campus Teresina Central? Sendo esse o seu objetivo principal e tendo como objetivos específicos: Discorrer sobre a criação e implementação do curso de gestão Ambiental no IFPI; Discutir sobre a racionalidade ambiental no IFPI-Campus Teresina Central a partir de seus documentos e identificar os resultados e impactos da criação do curso no IFPI. Neste trabalho será desenvolvida uma pesquisa qualitativa e exploratória, já que a primeira proporciona ao pesquisador maior familiaridade com o fenômeno ou tema, permitindo explicar as questões de pesquisa e construir hipóteses, enquanto que a segunda torna mais explícito o problema e envolve levantamento bibliográfico, estudo de caso e análise documental (Projeto Pedagógico Curricular do Curso, Plano de Desenvolvimento Institucional do IFPI e Projeto de Criação do Curso de Gestão Ambiental).