A presente pesquisa analisa a relação entre território e desenvolvimento na Amazônia a partir do desenvolvimento socioespacial das comunidades agroecológicas de Tauari, Monte Alegre e Cearazinho, pertencentes à Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares dos Caetés (COOMAC), localizadas no município de Bragança (nordeste do estado do Pará) em face da exploração dos recursos naturais na Amazônia. A relevância desse tema encontra-se na possibilidade de desvendamento da forma contemporânea de inserção da Amazônia na nova divisão internacional do trabalho, como uma nova fronteira de recursos que transforma comunidades da região em fornecedoras de recursos para uma indústria altamente tecnológica e globalizada. Ressalta-se que a realização da pesquisa exigiu uma revisão bibliográfica acerca do desenvolvimento em suas diferentes perspectivas teóricas, bem como sobre o paradigma agroecológico e os processos de dominação e/ou apropriação da natureza. Fez-se uma análise documental junto a COOMAC por meio da consulta a atas de reuniões, registros da fundação da cooperativa, termos de parceria, termos de compromisso entre os cooperados e destes com as empresas etc.; e um trabalho de campo de natureza exploratória em que se procedeu a alguns registros fotográficos, observação sistemática da forma de produzir e de se relacionar com a natureza e confecção de um mapa das comunidades investigadas. Será ainda realizado mais um trabalho de campo com aplicação de questionário segundo a Escala Likert. Por fim, o principal resultado da pesquisa é o de que de fato a ação da COOMAC junto às comunidades trouxe, em certa medida, o desenvolvimento sócio-espacial uma vez que permitiu uma melhoria significativa da qualidade de vida, incentivou a busca de autonomia e luta por direitos, bem como introduziu uma nova forma de se relacionar com a natureza de forma sustentável, contrariando a tradição daquela região em que predominava a agricultura de corte e queima.