O cenário de capitalismo globalizado impõe um novo ritmo à Administração Pública,
demandando adequação às suas práticas sociais para atender à demanda de uma população cada vez
mais exigente e imediatista quanto aos serviços e produtos ofertados pelo Estado. A Gestão por
Competências (GPC) emerge desse cenário, tendo como premissa alinhar a gestão de pessoas ao
planejamento estratégico institucional, visando a agregar valores sociais e econômicos à organização,
por intermédio do desenvolvimento de competências individuais e coletivas que possibilitarão
incremento de agilidade e qualidade nas entregas. O estado do Piauí movimenta-se para implantar o
modelo, inclusive em órgãos que compõem a Administração Pública direta – caso da secretaria de
estado objeto desta análise. Porém, as experiências de GPC no setor público ainda suscitam desafios,
o que exige uma análise aprofundada para cada caso concreto, tendo em vista suas diferentes
abordagens – quantitativas e qualitativas –, inclusive sob a lente das práticas, dado o seu potencial de
explorar o campo em âmbito coletivo, situado e provisional. Em vista disso, o presente estudo tem
como objetivos específicos levantar o processo de desenvolvimento da GPC na organização sob
análise; identificar as práticas sociais do desenvolvimento da GPC na organização sob análise; e
compreender tais práticas, sugerindo desafios e oportunidades que delas emergem. Para tanto, o
pesquisador lançará mão de um instrumental metodológico inspirado pelos Estudos Baseados em
Prática (EBP), a partir da Etnometodologia (EM), desenhado conforme o modelo quadripolar de
Bruyne, Herman e Schoutheete (1977), em cujo polo técnico constará estudo de caso com análise
documental, observação direta e entrevistas semiestruturadas.