Problemas de saúde dos servidores podem determinar desequilíbrios na força de trabalho da Administração Pública Federal. A movimentação dos agentes públicos traz visibilidade ao processo de transformação do sofrimento em adoecimento no campo da gestão do trabalho. Desse modo, conhecer os fenômenos associados às remoções por motivo de saúde, bem como oportunizar possíveis resolutividades diante da perda de um servidor em uma unidade de trabalho, poderá contribuir para evitar o adoecimento e novas remoções. Mediante o exposto, o estudo teve como objetivo analisar como os servidores e gestores percebem tal fenômeno no Instituto Federal do Pará. Para tanto, apresenta-se uma abordagem de natureza qualitativa, descritiva e analítica. Para o início da pesquisa, utilizaram-se dados disponíveis sobre remoção por saúde no período de 2018 a junho de 2023, os quais estão relacionados à Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde e ao número de afastamentos por licença saúde. Os dados primários foram obtidos por meio de entrevistas, com a utilização de roteiro semiestruturado. Em sequência, a análise das informações levantadas considerou a triangulação entre os dados primários e secundários da pesquisa e as contribuições evidenciadas na literatura encontrada. Entre os resultados, destaca-se que a perda do servidor nas unidades acarreta sobrecarga, redução de desempenho dos servidores remanescentes, comprometimento das metas institucionais e da qualidade dos serviços, adoecimento e, consequentemente, novas remoções por saúde. A implementação de estratégias de gestão da força de trabalho na instituição torna-se necessária, de tal modo que a remoção pode ser um artifício positivo para a organização, considerando que a movimentação de pessoal é endêmica, porém observa-se a falta de mecanismos eficientes para lidar com a reposição de servidores de forma ágil, dificultando o planejamento organizacional. Recomenda-se estender a pesquisa para outras instituições federais de ensino, assim como incluir a perspectiva dos servidores que passaram pelo processo de remoção. Compreender o fenômeno poderá contribuir para a aplicação de boas práticas, além de direcionar possibilidades para revisão dos regimentos jurídicos dos servidores públicos federais e avanços teóricos no campo da Gestão Pública.