OS SETORES DE SERVIÇOS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO EM TERESINA:
EM BUSCA DE UMA CARTOGRAFIA DO ESPAÇO
Produção do espaço urbano. Serviços. Saúde. Educação superior. Teresina.
O período pós-industrial é marcado pela emergência de atividades não industriais que assumem um papel de destaque nas economias de diferentes dimensões e escalas espaciais. Trata-se das atividades do setor terciário, que sempre permearam as relações econômicas de mercado, mas que assumem um papel de destaque no conjunto das atividades produtivas a partir das últimas décadas do século XX. Mas é interessante ressaltar que a lógica produtiva mantem o seu elã capitalista, e assume uma nova dinâmica condizente com o novo conjunto de técnicas e as novas necessidades do mercado, e que esse momento marca o processo de reprodução do espaço urbano. A cidade de Teresina é um importante campo para se perceber o impacto das atividades terciárias na produção do espaço, pois esta cidade, desde sua fundação, tem sua economia fortemente voltada para este setor. Teresina tem seu processo de fundação e sua expansão urbana profundamente ligados ao setor terciário, e uma das atividades que se destacam nessa dinâmica econômica e socioespacial corresponde aos serviços de saúde e de educação. A capital do Piauí constitui atualmente um polo de saúde com alcance regional, o que desperta para os impactos desse serviço na produção do espaço urbano. Ademais, o processo de modernização das atividades de prestação de serviços a partir do final do século XX, também é observado no cenário teresinense no que se refere à saúde. No que se refere ao setor de educação, a cidade de Teresina tem apresentado nos últimos anos uma forte tendência à expansão de Instituições de Ensino Superior (IES), que também imprime importantes dinâmicas no espaço urbano. Adamais, nota-se atualmente uma articulação entre a expansão da dinâmica dos estabelecimentos de saúde e o crescente número de IES que oferecem cursos da área de saúde. Nesse sentido, esta pesquisa visa a analisar a produção do espaço urbano de Teresina a partir da dinâmica dos setores de serviços de saúde e educação superior, situando a discussão da evolução urbana da cidade no contexto das escalas regional e nacional, com foco nos agentes envolvidos nesses processos, em seus níveis de atuação e nas suas práticas territoriais. Toma-se por base aqui os estabelecimentos de saúde de média e alta complexidade e as IES que oferecem cursos na área de saúde, buscando entender sua lógica de atuação, seus impactos na produção do espaço urbano teresinense, bem como a articulação entre essas atividades. No atual estágio da pesquisa já se verifica uma forte dinâmica do espaço urbano teresinense, atrelada e esses serviços, onde é intensa participação da iniciativa privada, mas numa forte articulação com o setor público. Esta abordagem toma como base teórica as contribuições de Santos (1985, 1998, 2006, 2012), Bueno (2008), Araújo et al (2011), Façanha (1998, 2011), Carlos (2008, 2013), Corrêa (1989, 2011), Harvey (1980), Sassen (1998), Haesbaert (2002), Arantes et al (2002), Kon (2004), dentre outros.