PLANÍCIE COSTEIRA DO ESTADO DO PIAUÍ: MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE PAISAGEM, USO E COBERTURA DA TERRA E VULNERABILIDADE AMBIENTAL.
Unidade de Paisagem. Uso e cobertura. Vulnerabilidade Ambiental
O estado do Piauí apresenta uma linha de costa de apenas 66 km, que apesar de sua pequena extensão não a classifica como um ambiente de paisagens homogêneas, sendo atribuído a mesma uma diversidade natural de ecossistemas. A paisagem natural piauiense vem durante décadas sendo transformada como resultado da ocupação desordenada e por intensas atividades antrópicas, muitas vezes sem a preocupação com o estado ambiental dessas áreas. Essas modificações na estrutura física natural do ambiente causam efeitos irreversíveis na dinâmica da paisagem, o que necessita de elaboração de planos de manejo e uso, a fim de que se busque a exploração dos recursos de forma sustentável. Dessa forma a pesquisa tem por objetivo geral de analisar a dinâmica da paisagem natural e antrópica da planície costeira do estado do Piauí, bem como o mapeamento de sua vulnerabilidade ambiental, a fim de fornecer subsídios ao planejamento da região costeira piauiense. A pesquisa, foi dividida em três capítulos: O primeiro tratar-se-á acerca do mapeamento das unidades de paisagem da planície costeira piauiense, dessa forma procurou-se integrar os dados do meio físico, como o geológico, geomorfológico, pedológico, de cobertura vegetal e climático, buscando a síntese das informações, posterior identificação das unidades. Em seguida, foi realizado um mapeamento das formas de uso e cobertura da terra em duas datas distintas (1999 e 2013), e análise de sua dinâmica a partir da análise das datas mapeadas. E por fim, foi realizando um estudo acerca da vulnerabilidade ambiental, onde buscou-se fazer a relação das unidades de paisagem identificadas, frente as diversas pressões antrópicas sofridas. O estudo foi realizado mediante uso do software ArcGIS 10.1, e do ENVI 4.7, sendo por meio destes possível identificar as unidades de paisagem da planície costeira, bem como reconhecer os diferentes alvos a serem mapeados para o uso e cobertura da terra. Para o mapeamento do uso e cobertura da terra utilizou-se o método de processamento de imagens orbitais, fez-se uso das imagens LANDSAT- ETM7 e LANDSAT- OLI8, através do método de classificação supervisionada, sendo conferido em campo os alvos mapeados. Para o mapeamento da vulnerabilidade, foi feito o cruzamento de dados do meio físico (Geologia, Geomorfologia e Pedologia), com o mapeamento de uso e cobertura da terra para o ano de 2013. Como resultados foram identificadas 10 unidades de paisagem presentes na planície costeira piauiense, sendo eles: Cordão arenoso, Campo de dunas móveis, Carcinicultura, Planície e terraço fluvial, Planície Flúvio Marinha, Tabuleiros, Paleodunas, Terraço marinho, Planície e terraço Flúvio lacustre e Planície Eólica. No mapeamento de uso e cobertura foram identificadas 11 classes, sendo eles: área urbana, corpo d’agua, área úmida, cordão arenoso, dunas móveis, vegetação de mangue, pasto limpo, pasto sujo, vegetação de várzea associado a carnaúbas, vegetação arbustiva densa, vegetação de caatinga aberta. Quanto ao mapeamento da vulnerabilidade ambiental foi obtida 5 classes, assim identificadas Estável (1,3-1,4); Moderadamente Estável (1,4-1,7); Medianamente Estável/Vulnerável (1,7-2,1); Moderadamente Vulnerável (2,1-2,6) e Vulnerável (2,6-3,0), a classificação foi adaptada a partir da proposta de CREPANI (1996). A classe Vulnerável inclui os manguezais, as planícies flúvio marinhas, as dunas móveis e a linha de costa. Nas classes que apresentam vulnerabilidade ambiental de condição Estável estão incluídas as áreas correspondentes aos tabuleiros costeiros (Grupo Barreiras). Contudo, pode-se afirmar que o uso de produtos do sensoriamento remoto combinados as técnicas de sensoriamento remoto pode ajudar na caracterização dos sistemas deposicionais, possibilitando não só a distinção entre eles, mas também o reconhecimento de variações dentro de um mesmo sistema, como resposta da sua dinâmica de sedimentação e erosão. Além disso, estas ferramentas tornam-se cada vez mais imprescindível para o monitoramento da evolução da dinâmica costeira, por meio da comparação entre series de imagens temporais.