O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) tem se destacado como importante política habitacional implementada no Brasil. Sua criação insere-se em um contexto mundial marcado pela crise do capitalismo de 2008 e, em nível nacional, por políticas neoliberais que limitam ao segmento social de baixa renda (de 0 a 3 salários mínimos) no acesso à moradia. Tal política pública tem repercutido nas dimensões espaciais das cidades brasileiras e no planejamento urbano sem, contudo, resolver a problemática da moradia da população de baixa renda. Distingue-se, na implementação do referido programa habitacional, os agentes do Estado e do mercado imobiliário, que atuam de forma institucional e estratégica. Para este último, ao que parece, a política habitacional possibilita mobilizar fundos públicos (SALVADOR, 2010; SOUZA FILHO, 2016) que confluem para dinamizar setores do mercado imobiliário que influenciam a expansão urbana. Delimitou-se como objetivo geral da pesquisa analisar como o PMCMV, enquanto política pública, possibilita a acumulação de capital no mercado imobiliário e a expansão urbana na cidade de Teresina - PI. Para tanto, pretende-se compreender este processo urbano mediante a análise das ações dos agentes estatais e privados envolvidos na implementação do PMCMV (faixa-1) e explicar as consequências da relação do programa com o mercado imobiliário no município de Teresina, considerando que os agentes do mercado imobiliário, cada vez mais, assumem importância no processo de expansão urbana, especialmente entre 2009 e 2016. Metodologicamente, a pesquisa se apoia em uma abordagem qualitativa (BRUYNE, 1990; APPOLINÁRIO, 2008; JACCOUD E MAYER, 2008), de perspectiva sociológica reflexiva (BOURDIEU, 1997 e 2005; VASCONELOS, 2013). O método estudo de caso é utilizado como estratégia de investigação (CRESWELL, 2010; YIN, 2005), estruturando-se a partir da pesquisa documental (CELLARD, 1997; MAY, 2004) e da técnica de entrevista não-diretiva (MICHELAT, 1987; WHITAKER, 2002; GASKELL, 2004). A análise das informações será realizada a partir da perspectiva teoria da estruturação (GOTTDIENER, 1997; GIDDENS, 2009). A pesquisa ainda está em fase de desenvolvimento, portanto não apresenta resultados nessa etapa.