INTRODUÇÃO: Os distúrbios osteomusculares são disfunções que podem acometer músculos, tendões, nervos e demais componentes do aparelho locomotor. A natureza do trabalho docente torna esse grupo ocupacional especialmente sujeito à alta incidência de tais desordens. OBJETIVO: Analisar os fatores associados aos sintomas osteomusculares em docentes da educação infantil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal realizado com 192 docentes da rede municipal de educação infantil de Teresina - PI. As participantes responderam a versão em português do Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) e questões sociodemográficas, saúde e trabalho e estilo de vida. A variável dependente foi o relato de sintomas osteomusculares indicado em três segmentos corporais: coluna vertebral, membros superiores e membros inferiores. As variáveis independentes foram: aspectos gerais e profissionais, ambiente de trabalho, saúde e hábitos de vida. A análise foi desenvolvida por meio da Regressão Logística Múltipla (RLM). RESULTADOS: A coluna foi o segmento corporal responsável pelo maior percentual de sintomas, impedimentos funcionais e consultas a profissionais de saúde relatados nos períodos analisados. Relataram mais sintomas osteomusculares as docentes que consideraram o tempo de intervalo entre as aulas insuficiente para descanso (OR: 6,91; IC: 2,41-19,29) e aquelas com idade menor/igual a 35 anos (OR: 2,23; IC: 1,17-4,25). As melhores condições de ventilação da sala de aula, o menor tempo de trabalho como professor da Educação Infantil, o melhor conhecimento sobre a prevenção das LER/Dort e o menor esforço físico empregado na realização das atividades em sala mostraram-se fatores protetivos à ocorrência de sintomas osteomusculares. CONCLUSÃO: Conclui-se a ocorrência de sintomas osteomusculares em docentes do ensino infantil está relacionada a fatores pessoais, ambientais e aqueles relacionados ao ambiente e organização do trabalho. A prevalência de tais distúrbios é elevada e a intervenção precoce sobre eles deve ser considerada.