Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença com elevada prevalência em âmbito mundial e baixas taxas de controle tornando-se um problema de saúde pública. Inúmeros fatores, tais como, idade, sexo, raça/cor, escolaridade, renda, acesso aos serviços de saúde e hábitos de vida são descritos como influenciadores da prevalência da HAS e precisam ser investigados. Objetivo: Estimar a prevalência e os fatores associados à hipertensão arterial sistêmica em adultos e idosos residentes em Teresina, Piauí, Brasil. Métodos: Estudo transversal, do tipo inquérito de base populacional, com 898 indivíduos (adultos e idosos). A amostragem foi probabilística complexa por conglomerados. A coleta de dados ocorreu de outubro de 2018 a dezembro de 2019. Foi utilizada análise de regressão múltipla de Poisson, com abordagem hierarquizada, em que as variáveis do estudo foram organizadas em três blocos hierárquicos: características sóciodemográficas (Distais), características relativas ao acompanhamento da saúde (Intermediárias), características de estilo de vida (Proximais). A Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança de 95% foram calculados para verificar a força de associação entre as variáveis e as que apresentaram valor de p ≤ 0,20 na análise bivariada foram inseridas no modelo hierarquizado, pelo método Backward Stepwise Elimination. As variáveis com valor p ≤ 0,05 entraram no modelo final (modelo 3). Resultados: A prevalência da HAS autorreferida foi de 27,9%. A análise bivariada mostrou associação da HAS autorreferida com idade ≥ 60 anos (p < 0,001), sem escolaridade (p < 0,001), não trabalhar (p < 0,001), viuvez (p < 0,001), utilizar os serviços de saúde (p < 0,001), realizar consultas nos últimos 12 meses (p < 0,001), última aferição da PA no período < 6 meses (p < 0,001), consumo de sal baixo/muito baixo (p < 0,001), inatividade física (p < 0,001), não consumir bebida alcoólica (p < 0,001), não fumar (p < 0,001), obesidade (p < 0,001), CC alterada (p < 0,001) e PA alterada (p < 0,001). No modelo final da análise hierarquizada, os fatores associados à HAS autorreferida identificados foram: idade ≥ 60 anos (RP = 8,08; IC95%: 3,72; 17,52), sem escolaridade (RP = 1,73; IC95%: 1,18; 2,54), última aferição da PA no período < 6 meses (RP = 2,64; IC95%: 1,56; 4,47), consumo regular de sal (RP = 0,70; IC95%: 0,52; 0,93), CC alterada (RP = 1,56; IC95%: 1,29; 1,90) e PA alterada (RP = 1,64; IC95%: 1,35; 2,01). Conclusão: A prevalência da HAS autorreferida foi alta em comparação com os diferentes estudos nacionais e internacionais realizados nos últimos anos e apresentou crescimento linear, associado ao incremento da faixa etária. Os fatores associados identificados refletem os grupos vulneráveis para a HAS já conhecidos. Diante da elevada prevalência da HAS em Teresina, da sua alta carga de morbimortalidade e de ser a principal causa evitável de morte prematura torna-se necessário a intensificação das ações de promoção de saúde e prevenção de agravos no município.