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ANANDA VIEIRA DA SILVA
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A navegação do Parnaíba sob o olhar de Mano Velho: navegação fluvial e a vida de homens simples 1930 1940.
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Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
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Data: 31/08/2021
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A proposta do trabalho é analisar a navegação do rio Parnaíba, particularmente nas décadas de 1930 e 1940, e mais especificamente sob o viés do olhar dos marinheiros, de homens simples, rústicos, que davam vida à essa atividade. A motivação inicial para a realização do presente trabalho, foi o encontro com uma entrevista concedida por Antônio Pereira, o Mano Velho, homem simples, homem do povo, que atuou como marinheiro embarcado nos vapores que trafegavam no Rio Parnaíba, aos pesquisadores do Núcleo de História Oral da Fundação CEPRO, em meados dos anos 1980. O contato com os relatos de memória, nos levaram a tomar conhecimento do universo da navegação do Rio Parnaíba nos anos 1930 e 1940, sob a ótica dos homens simples, que se aventuravam por suas águas, e a bordo dos navios ou na beira dos cais dos portos, encontravam os meios de auferir os ganhos necessários para a subsistência, ou ainda davam vasão ao espírito aventureiro, a saírem sem destino certo, a viver afetos em cada porto, a buscar o consolo na bebida, e nas sociabilidades masculinas nos bares e cabarets das cidades beiras. Na busca de entender a vida dos homens simples, tratamos também do trabalho, dos perigos que rondavam a atividade e finalmente, abordamos os conflitos em que alguns desses homens ligados direta ou indiretamente à vida de marinheiro se envolveram nos conflitos político-ideológicos dos anos 1930 – 1940.
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EUGÊNIO BRITO ROCHA
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A FABRICAÇÃO DE UM CARBONÁRIO: Sebastião Bráz e a experiência de militância no Brasil (1952-1970)
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Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
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Data: 30/08/2021
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Este trabalho propõe analisar as experiências de militância de Sebastião Bráz Filho entre meados da década de 1950 e meados da década de 1970. Nascido em Valença (PI), Sebastião se desloca para o Rio de Janeiro em 1952, onde se integra nas vivências do Partido Comunista Brasileiro, vivendo os momentos que envolvem sua colocação na clandestinidade, quando ocorre o golpe civil-militar de 1964. Tomando Sebastião Bráz como um ponto de partida para a compreensão de uma época, o texto aborda os eventos constitutivos da política brasileira no recorte estudado, problematizando de que forma as experiências históricas de um tempo configuraram essa dada subjetividade e sua relação, em especial, com a emergência e a efetivação da Ditadura Civil-Militar no Brasil. Nesse sentido, o personagem central da pesquisa se relaciona com outros sujeitos do período, tais como Stuart Angel, Carlos Lamarca e Cid Benjamin. Realizando uma leitura de documentos oficiais, material hemerográfico, fontes orais e demais registros de memórias de Sebastião Bráz, bem como de outros escritos da militância de esquerda brasileira, a pesquisa busca perceber de que forma foram produzidos, em torno dele, agenciamentos na sua forma de pensar a si e sua experiência nos tempos de ditadura. Para tanto, se vale da reflexão em torno da historiografia produzida, dentre outros, por Dulce Chaves Pandolfi, Edwar de Alencar Castelo Branco, Jacob Gorender, Daniel Aarão Reis Filho, Marcos Napolitano, Fernando Gabeira e Zuenir Ventura; bem como da teoria construída a partir de Gilles Deleuze, Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Jorge Larrosa e das possibilidades metodológicas oferecidas por Sônia Maria de Freitas e Verena Alberti, a respeito da metodologia da história oral, e Helena Brandão, no tocante à análise dos discursos.
Palavras-Chave: História. Brasil. Subjetividade. Ditadura. Revolução.
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DAVI BENVINDO DE OLIVEIRA
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A Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão (1892-1950): A memória como fio condutor da história fabril codoense
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Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
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Data: 26/08/2021
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OLIVEIRA, Davi Benvindo de. A Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão (1900-1950): A memória como fio condutor da história fabril codoense.2020.87f. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) - Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Petrônio Portella.
A proposta é analisar a vila de Codó, Vila/cidade do Maranhão, que até o final do século XIX, tinha a economia lastreada nas atividades produtivas agrícolas, particularmente com a produção de algodão. No cenário histórico da transição do Império para a República, a referida localidade, foi impactada com a instalação de uma fábrica de tecidos. A novidade abria novas oportunidades de ocupação para a população da região, ao tempo em que era apontada como um caminho viável para solucionar o momento de crise econômica que se abatera na região provocada, entre outros fatores, pelo fim da escravidão em 1888. Assim, a pesquisa tem como problema norteador, entender o impacto que as referidas mudanças no setor produtivo, provocaram na vila/cidade de Codó e na vida das pessoas, de homens, mais principalmente de mulheres, que se viram, no momento, alçadas à condição de operárias, de trabalhadoras em espaços fabris. A analise aborda o espaço da fábrica, seu funcionamento, procuramos entender as práticas, as sociabilidades, em síntese, o impacto que o novo espaço de produção teve nas vidas cotidianas de mulheres e de homens na vila/cidade de Codó entre os anos 1893 e 1950. Na construção do argumento utilizamos relatos de memórias escritas, mas também relatos de memória na forma de depoimentos orais, concedidos por pessoas que direta ou indiretamente conviveram nos espaços fabris no período em análise, outrossim, trabalhamos com jornais que nos possibilitaram construir uma narrativa sobre a fábrica, a vida operaria e sobre a vila/cidade de Codó. Na construção teórico conceitual alguns autores como: E. P. Thompson (1987), Michel Foucault (1987), Saffioti (1981), Halbachs (2006), Certeau (2011), Margareth Rago (2014); foram importantes para pensarmos alguns conceitos como: cidade, trabalho e memória que operacionalizamos na pesquisa.
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NATÁLIA FERREIRA DE SOUSA
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O. G. REGO DE CARVALHO E A ESCRITA DOS RESSENTIMENTOS: uma história de sensibilidades
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Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
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Data: 25/08/2021
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O presente trabalho analisa as sensibilidades e os ressentimentos de O. G. Rego de Carvalho, tanto como individuo quanto como escritor, que transfere para a escrita suas experiências pessoais. O cruzamento entre obra e vida deixa entrever as sensibilidades que permeiam o universo de homens letrados e perceber a importância que eles davam ao cenário literário de Teresina da segunda metade do século XX, descortinando embates, rancores e diferenças literárias presentes no meio intelectual. A participação do escritor em revistas, como O Cruzeiro, A Cigarra e Cadernos de Letras Meridiano, dentro e fora do estado, apontam para sua vontade de fazer-se conhecido e amado como escritor, num esforço constante para atingir a perfeição em seus escritos. Desse modo, o estudo investiga o contexto histórico e cultural da atuação literária de O. G. Rego, bem como as cidades onde ele morou, aspectos da sua vida que, representados em suas obras, configuram práticas e costumes sociais piauienses, além de mágoas do autor com relação à terra natal e aos seus pares, em função das polêmicas que protagonizou na imprensa local. Por fim, o estudo problematiza a relação das obras com o sensível, com as subjetividades do autor e mesmo com sua percepção acerca do meio em que se encontrava inserido. O recorte temporal centra-se na segunda metade do século XX, entre as décadas de 1950 e 1970, período da escrita e lançamento dos livros do autor, efetuando-se a análise das décadas de 1930 e 1940, por ser o período de infância e adolescência de O. G., que se impõe como indispensável para entender o ambiente de sua formação humana e literária. Para a análise das questões acima, o estudo contou com uma gama variada de fontes, entre elas, fotos, artigos de jornais, literatura local e entrevistas concedidas pelo autor aos meios impressos.
PALAVRAS-CHAVE: O. G. Rego de Carvalho. Sensibilidades. Ressentimentos. Literatura.
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NINO CESAR DOURADO BARROS
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AMÉLIA DE FREITAS BEVILÁQUA E A IMPRENSA FEMININA DO NORTE DO BRASIL (1860-1909)
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Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
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Data: 24/08/2021
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Este trabalho analisa a atuação da escritora piauiense Amélia de Freitas Bevilaqua (1860-1946), destacando sua educação por meio do ingresso na Escola Infantil em 1867 e pelas aulas que recebeu em casa, enfatiza a importância do incentivo familiar. O recorte temporal desta pesquisa corresponde ao período de 1860 a 1909, ou seja, abarca a atuação da autora no Maranhão e em Pernambuco. O estudo identifica suas contribuições na imprensa nacional, por volta dos anos de 1897, dando seguimento a sua carreira como redatora-chefe da revista pernambucana O Lírio, que circulou entre os anos de 1902 a 1904. Esse periódico era redigido e dedicado exclusivamente ao sexo feminino. Evidencia-se, a partir da atuação de Amélia Bevilaqua na revista, seu nome se tornou reconhecido nacionalmente, sua participação na redação da revista constituiu a base para compreender as relações femininas dentro de O Lírio e a luta pelos direitos das mulheres, apresentamos também o estudo sobre o jornal Borboleta, publicado em Teresina-PI entre os anos de 1904 a 1906, que surgiu influenciado pela revista O Lírio. Durante a sua vida, Amélia de Freitas Beviláqua buscou dar visibilidade à escrita da mulher brasileira, sendo redatora e colaboradora de importantes periódicos femininos. Compreendemos Amélia Beviláqua no plural, pois durante a sua vida esteve cercada de outras mulheres que lutavam por objetivos semelhantes aos seus, como o direito à instrução e à liberdade de expressão. O texto é construído com base em fontes hemerográficas, biografias , memórias, inventários, estatutos, fontes governamentais e fotográficas que dialogam com autores que discutem sobre o tema. Destacamos a interlocução com ARIÈS (2011); DUARTE (2016); HAHNER (1981); LE GOFF (2003); PERROT (2016), QUEIROZ (2011).
Palavras-Chave: Amélia de Freitas Beviláqua. Mulheres. Imprensa feminina.
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ALEISA DE SOUSA CARVALHO ROCHA
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A ASSISTÊNCIA À SAÚDE E À POBREZA: UM ESTUDO SOBRE A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PARNAÍBA ENTRE 1915 A 1930
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Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
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Data: 02/07/2021
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Esta dissertação teve como objetivo analisar como a Santa Casa de Misericórdia prestou
assistência à saúde e à pobreza na cidade de Parnaíba durante o período de 1915 a 1930.
Para tanto, focamos na relação da elite local com a Santa Casa, com o perfil dos sujeitos
que buscavam a instituição, com o nível de procura por esse órgão e, também, com as
doenças e as terapêuticas realizadas no recorte histórico ao qual nos propomos analisar.
Consideramos, ainda, o processo de reabertura da Santa Casa em 1917, bem como o seu
novo fechamento em 1931, momento em que o antigo prédio foi demolido. Essa
demolição se deu em face de uma nova roupagem da Casa, uma vez que o que se pretendia
era construir um espaço com um maior número dependências. Diante desse cenário,
surgiu a nossa inquietude em tentar entender os motivos pelos quais a Santa Casa
interrompeu os serviços hospitalares em 1915 e o que mudou na sua atuação após a sua
reabertura. O período compreende, também, a reorganização da saúde pública ocorrida
na Primeira República no Brasil. Os problemas de saúde da cidade de Parnaíba, e em
outros espaços urbanos da região no Piauí e fora dele, bem como as questões de
higienização da cidade influenciaram diretamente na criação do hospital da Santa Casa
de Misericórdia de Parnaíba e, também, para o seu funcionamento no século XX. O
discurso dos médicos e da elite relatados nos documentos analisados concedem indícios
que permitem inferir que a Instituição surgiu como meio de controle social, com o
propósito de prestar assistência aos pobres doentes. As fontes utilizadas para a realização
desse trabalho foram as‘Atas das Sessões Administrativas’, os registros de entrada e saída
dos pacientes, os jornais da época, o Código de Postura da Cidade e o Almanaque da
Parnaíba. A pesquisa se fundamenta no que diz respeito aos pressupostos teóricos e
metodológicos, principalmente, nos estudos de Foucault (2015), Lopes (2000) e Sanglard
(2006).
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ISMAEL SOUSA DE JESUS
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ECOS DA PIÇARRA: História e memória de migrantes rurais na formação do bairro Piçarra em Teresina (1945-1970)
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Data: 29/04/2021
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Esta pesquisa analisa a história e a memória do bairro Piçarra, em Teresina-PI, na perspectiva dos migrantes rurais, entre 1945 e 1970. Toma-se como objeto o bairro Piçarra, este que se constituiu em uma região de acolhimento expressivo de migrantes rurais. Nesse recorte espacial, analisou-se a pujança comercial, as representações sobre as redes de sociabilidades
inseridas nessas áreas, a exemplo do Morro do Querosene. Como fontes analisadas, adotaram- se periódicos da época, dentre eles os jornais O Piauí, Jornal do Piauí, A cidade, Folha da
Manhã e O Dia, e as fontes orais, sendo estas últimas operacionalizadas por meio da metodologia da História Oral. A discussão dos temas desenvolve-se em compasso com a literatura dedicada aos estudos sobre cidade, baseada em Calvino (1990) Carlos (2003, 2001), Resende (1997) e, sobre Teresina, pode ser citada a obra de Nascimento (2015), que contém um estudo sobre a modernização da cidade de Teresina na década de 1940. Somam-se ainda as contribuições de Certeau (2008, 2011), Rolnik (1995), Mayol (2013), Fontineles e Sousa Neto (2017), Velho (2002) e Chartier (2002). Algumas concepções profícuas sobre a memória subsidiam-se na produção de Bosi (1994), Halbwachs (2003), Le Goff (1990), Seixas (2004), Amado (1995), Pollack (1992) e outros. A pesquisa aponta que as ocupações irregulares coincidiam com as áreas de promiscuidades, assim classificadas à época, e o bairro Piçarra era alvo de intensa discriminação. Todavia, observou-se que a vida dos migrantes, mesmo com suas divergências nesses espaços periféricos, manteve-se presente na “memória coletiva” da cidade, através das suas práticas cotidianas, sentimentos de pertencimento e de identidade.
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WANDERSON RAMONN PIMENTEL DANTAS
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Toda história guarda em si muitas histórias: Contribuição a História da Historiografia da Força expedicionária brasileira (1945-2019)
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Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
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Data: 28/04/2021
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A presente pesquisa analisa a historiografia escrita sobre a Força Expedicionária Brasileira, através do recorte de 1945 a 2019. O objetivo geral da pesquisa tem como embasamento fornecer subsídios para a História da Histografia febiana procurando entender como ela se constituiu ao longo do tempo. Assim, o trabalho traz à baila a historiografia produzida por cinco grupos: os veteranos, os correspondentes, os escritores militares, os jornalistas e escritores civis; e por fim, os acadêmicos. Na primeira parte da pesquisa, por meio de um ensaio bibliográfico, foi feito o levantamento de 269 livros sobre a FEB analisados no tempo. Em virtude dos grupos arrolados na primeira parte da pesquisa, os capítulos subsequentes consistirão em investigar a matriz historiográfica que os autores lançam mão para historicizar a experiência febiana de acordo com cada uma das perspectivas. O segundo capítulo então analisa pela historiografia produzida pelos veteranos. Ela foi responsável por lançar as bases da matriz historiográfica para as experiências históricas posteriores. No terceiro capítulo, agregamos os três grupos não acadêmicos, os correspondentes, militares, jornalistas e escritores civis e fizemos uma análise a respeito do fazer historiográfico definindo uma tendência geral sinalizada por cada uma das reflexões. Por último, a reflexão se desdobra sobre o fazer historiográfico dos acadêmicos, as dificuldades que tiveram de ser superadas para o estabelecimento dos estudos na acadêmica e s tendências que os historiadores acadêmicos lançaram matrizes. Palavras-chave: História, Força Expedicionária Brasileira, Memória, Historiografia
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FRANCIMARY ALZIRA CAVALCANTE
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EU NÃO SOU UM CANTOR DE SONHOS: Embates estéticos, crônica social e censura nas músicas de Odair José (Década de 1970)
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Orientador : FREDERICO OSANAN AMORIM LIMA
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Data: 28/04/2021
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Trata-se de um estudo acerca de como se deu a construção da figura de Odair José no interior do cenário nacional com ênfase na década de 1970, momento após a consolidação da identidade da MPB, onde artistas de determinados gêneros musicais eram deixados à margem, como o próprio Odair, considerando que o mesmo fazia uma “submúsica”. Este estudo é realizado principalmente através das entrevistas concedidas por Odair José aos mais diferentes meios, como jornais da década de 1970 e a canais do YouTube já nos anos 2000; por meio também das letras do próprio compositor, onde ele, autodenominado cronista social, traça uma abordagem de como a sociedade estava, trazendo assuntos considerados tabus e temas que não eram muito usuais nas músicas, como prostitutas, pílula anticoncepcional e empregadas domésticas. Sendo assim, no decorrer deste trabalho, tentaremos responder a indagações como: como se deu o processo de estigmatização de Odair José enquanto cantor “brega”? Para isso, tomaremos como base textos de autores como: Paulo César de Araújo, Emília Saraiva Nery, Ivan Luis Cavalcanti, Marcos Napolitano, Edwar de Alencar Castelo Branco, Erving Goffman, Adorno e Horkheimer.
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DEAN SOARES RODRIGUES
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CAPITANIA DE SÃO JOSÉ DO PIAUÍ: A COMPOSIÇÃO DOS CORPOS MILITARES NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII (1759-1799)
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Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
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Data: 26/04/2021
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Este trabalho procura compreender a composição, distribuição e atuação dos corpos militares – Tropa regular, corpos Auxiliar e Ordenanças – estabelecidos na capitania de São José do Piauí no período de 1759 a 1799, época em que a capitania esteve, num primeiro momento, vinculado ao Estado do Grão-Pará e Maranhão (1751-1772/1774), dando especial atenção ao governo de João Pereira Caldas (1759-1769) e Gonçalo Lourenço Botelho de Castro (1769-1775), e as reformas militares empreendidas na capitania do Piauí durante a segunda metade do século XVIII. Além de, analisar as relações estabelecidas entre os corpos militares e a sociedade na capitania no período em que vigorou o Estado do Maranhão e Piauí (1772/1744-1811). Por fim, buscamos perscrutar os meios de manutenção das referidas forças e de que maneira a composição dos corpos militares influenciaram no modo de governar da capitania e as disputas de poder numa capitania subordinada. Portanto, analisar a influência dos corpos militares na constituição da sociedade piauiense do período colonial.
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RAMONE MARIA DE SOUSA SILVA
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NAS QUATRO ESTAÇÕES EU ERA UM LOBISOMEM JUVENIL: A musicalidade da Legião Urbana como instrumento de conhecimento do Brasil Contemporâneo
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Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
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Data: 26/04/2021
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As condições históricas que medeiam os anos 1980 e 1990 assistiram, no Brasil, à emergência do Rock nacional, com o surgimento de diversas bandas musicais que rapidamente caíram no gosto da juventude brasileira de classe média. Entre tais bandas, destaca-se a brasiliense Legião Urbana, que eclodiu, nesse contexto, tendo como expoentes o vocalista e compositor Renato Russo e os músicos Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha. As subjetividades juvenis articuladas em torno dessa novidade musical acabaram por expressar uma existencialidade, marcada notadamente por técnicas de subjetivação que colocavam as experiências caóticas do presente e as aspirações pelo futuro no centro das formas de existir. A Legião Urbana, através dos signos da arte, conseguia trazer, para o centro da experiência jovem, práticas micrológicas que, a um só tempo, tematizam as modulações em torno da política nacional, do amor romântico, da amizade, dos vícios, da homoafetividade, da distopia existencial e da morte. Por intermédio da análise de um arsenal de fontes, a exemplo de letras de músicas, biografias, diários, capas e encartes dos discos, imagens, entrevistas e documentários, pretende-se, no presente estudo, discutir de que maneira a tematização das canções, a estética e as linguagens adotadas pela Legião Urbana e por seus consumidores atuaram na produção de sentidos às múltiplas formas de subjetivação da chamada geração Coca-Cola no Brasil. Trata-se, pois, de um trabalho que concebe a linguagem como um dos lugares de acontecimentos da história e os sujeitos históricos como resultados de complexos processos de subjetivação e de sujeição.
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WILIANE BARBOSA GONÇALVES DE MOURA
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AMÉRICA EM LIÇÕES: Olhares sobre os discursos de Formação da América Latina a partir do Compêndio Elemental de História da América de Diego Barros Arana (1865) e do Compêndio de História da América de José Francisco da Rocha Pombo (1900).
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Orientador : JOSE PETRUCIO DE FARIAS JUNIOR
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Data: 23/04/2021
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A presente pesquisa tem por objetivo analisar os discursos que foram constituídos no
Compêndio Elemental de História da América, de autoria de Diego Barros Arana no Chile (1865) e no Compêndio de História da América, de autoria de José Francisco da Rocha Pombo no Brasil (1900) sobre a Formação da América Latina. Para tanto, esses manuais foram produzidos dentro de cenários que estavam em transformações político-educacionais, isto é, no Chile, em 1860 fora instituída a Ley de Instrucción Primária e no Brasil, a Reforma Benjamin Constant, cujo intuito eram formar símbolos nacionalistas que pudessem ser identificados como caracterizadores identitários. Para atingir tal ideia, os governos nacionalistas passam a utilizar três cenários a fim de atingir seus objetivos, isto é, o político, associados às influências e a construção de decretos como forma de moldar os manuais; o educacional, ao qual essas obras seriam destinadas; e o social, que estariam associados aos processos de circulação. A partir dessa ótica, observamos de que maneira os autores abordaram as questões de identidade, nacionalismo e pertencimento social, cuja base é a formação da América Latina e cujo contexto histórico estava imbricado na ideia do pan-americanismo. Por isso, nosso aporte teórico encontra-se centrado na Nova História Cultural, tendo como base Chartier (2014), Darnton (1990), Foucault (1999) et al; e na História da Educação, com Bittencourt (1993), Labarca (1939) et al. Nessa perspectiva, mergulhamos em um arsenal de fontes, como forma de embasar a pesquisa, tais como os referidos compêndios, decretos constitucionais, currículos escolares, biografias, jornais e revistas acadêmicas, fontes virtuais, dentre outros.
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CAMILA CARVALHO MOURA FÉ
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A FÁBRICA DOS CAMPOS: HISTÓRIA E MEMÓRIA DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM CAMPINAS DO PIAUÍ (1923-1947)
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Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
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Data: 23/04/2021
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O presente estudo versa sobre a história e a memória da indústria de laticínios no município de Campinas do Piauí entre as décadas de 1923 a 1947. Tem como ponto de partida fazer um escorço da trajetória do engenheiro piauiense Antônio José de Sampaio enquanto arrendatário das Fazendas Nacionais do Piauí e sua relação com a sociedade agrária no século XIX para, assim, chegarmos à luz da problemática central que este trabalho perscruta que é a análise sobre a construção da memória coletiva acerca da indústria de laticínios através de sujeitos que tiveram suas experiências ligadas a vida na indústria ou em torno dela. Construída em 9 de abril de 1897, nos sertões de dentro, a Fábrica dos Campos demarcou a transformação
do espaço modificando o cenário rural, fazendo nascer, anos mais tarde, a cidade de Campinas- PI, trouxe mudanças nas relações socioeconômicas, foi signo de conflitos políticos
configurando o cenário das elites agrárias. Por fim, estabeleceu por excelência a constituição de um lugar de memória para os grupos demandam significados e simbologias ao prédio. Dessa forma, as questões que nortearam essa pesquisa estão circunscritas às impressões e sensações causadas com a implantação da fábrica no sertão piauiense. A história oral se impõe como instrumento metodológico fundamental para a discussão das fontes orais. Também se utilizou fontes hemerográficas, dossiê, petições, relatórios, material iconográfico e outros. A discussão é fundamentada sobre as teorias de Maurice Halbwachs (1990), Michel Pollak (1992), Paul Ricoeur (2007), Pierre Nora (1993) e Jacy Seixas (2004).
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JOSÉ EDUARDO OLIVEIRA NASCIMENTO
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Fanzines: História e subjetividade em punkzines e heavyzines
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Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
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Data: 23/04/2021
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Este trabalho tem por objetivo analisar e suscitar um debate teórico e, especialmente, metodológico sobre as categorias sujeito, espaço/lugar e tempo tomando os fanzines (especificamente punkzines e heavyzines) como pretexto para produzir novas possiblidades de pesquisa sobre temas considerados marginais ou pouco usais no âmbito da pesquisa historiográfica. Além disso, estudo os processos de subjetivação dos punks e headbangers que arregimentaram esse circuito alternativo de comunicação. Para tal, averiguo como nas duas últimas décadas do século XX e nas duas primeiras décadas do século XXI as categorias elencadas acima, centrais para o fazer historiográfico, foram transformadas e subvertidas nas fontes históricas investigadas dificultando, assim, o seu enquadramento na pesquisa historiográfica. No primeiro capítulo (Colagem 1), realizo uma revisão bibliográfica para identificar como os historiadores, ao longo do século XX, geralmente utilizaram as categorias aqui explicitadas. No segundo capítulo (Colagem 2), analiso como tais categorias são dissolvidas na linguagem zineira, isto é, uma comunicação aberta e fragmentada que foi fomentada pela cultura zineira a partir da década de 1970. No último capítulo (Colagem 3), averiguo especificamente as formas de subjetivação de punks e headbangers e apresento como os conflitos e negociações entre ambas subculturas foram importantes para a consolidação de determinadas identidades. Ao longo da pesquisa os principais autores trabalhados são: Castelo Branco, Henrique Magalhães, Michel Foucault, Peter Burker, José Carlos Reis, Michel de Certeau e Stuart Hall. Em suma, o uso de fontes históricas tão singulares aliadas a conceitos teóricos flexíveis possibilitou a constituição de uma metodologia baseada na própria linguagem zineira que, por consequência, abriu um novo leque de possibilidades para as categorias aqui problematizadas. PALAVRAS-CHAVE: História. Subjetividades. Linguagem zineira.
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ANA KAROLINE DE FREITAS NERY
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Políticas públicas de saúde, doenças e medicamentos em Teresina nas décadas de 1930 e 1940
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Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
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Data: 23/04/2021
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Esta pesquisa aborda a atuação do Estado a partir de políticas de saúde, visando uma organização da saúde pública e o combate das doenças que se alastravam em Teresina, durante as décadas de 1930 e 1940. Essas ações eram materializadas nas instituições, na procura por sanear a cidade, nas relações médicos/estado, nas ações do governo, fundamentadas em uma política nacional de saúde, que, durante esse período, procurou centralizar ações referentes à saúde, inspecionando, criando e especializando agentes, órgãos e instituições. A pesquisa também teve por objetivo discutir a terapêutica farmacêutica, com o intuito de analisar a produção e a circulação de medicamentos e verificar como ocorriam os tratamentos e a prevenção de doenças, em Teresina. Para a realização desta dissertação, recorreu-se a estudos bibliográficos de autores como Foucault (2008; 2014; 2019), Certeau (2007), Elias (2011), Chartier (1990), à pesquisa documental, com a utilização dos jornais: Diário Oficial, Gazeta, Imprensa, bem como à relatórios de governo, Códices de Saúde, revistas da Associação Piauiense de Medicina, memórias, biografias, autobiografias e almanaques. A partir do estudo produzido identificou-se como o projeto de institucionalização da saúde pública em Teresina durante as décadas de 1930 e 1940, envolveu questões de ordem nacional a partir da atuação de políticas públicas de saúde, amparadas pelo Estado, voltadas para o cuidado de doenças. Nesse momento foram intensificadas campanhas que envolviam o corpo médico e governantes, voltadas principalmente para o melhoramento das condições sanitárias da capital e da oferta de especialistas em instituições de saúde e clínicas instaladas na cidade. Verifica-se, ainda, a atuação de farmacêuticos e a circulação de propagandas de medicamentos em jornais e almanaques, que auxiliavam no combate das doenças e no projeto de melhoramento da saúde em Teresina.
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ANTONIO JEFERSON DE SOUSA
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O jornal A luta e as representações da cidade de Campo Maior ( 1967 - 1979)
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Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
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Data: 20/04/2021
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O presente estudo analisa a trajetória do jornal A Luta e suas representações da cidade de Campo Maior durante os anos de 1967 a 1979. O jornal se envolveu em inúmeros debates, contando com a participação de políticos, estudantes e escritores. Nesse sentido, o jornal A Luta permite entender as maneiras como determinados grupos construíam as leituras sobre a sociedade campo-maiorense e como isso está articulado com as relações entre imprensa e poder. Desta forma, analisamos as principais intervenções urbanas realizadas pelos prefeitos e governo do Estado, que, ganharam bastante destaque no periódico, como por exemplo, a construção do Mercado Municipal, Terminal Rodoviário e Monumento aos Heróis do Jenipapo. Pode-se observar, ao longo da pesquisa, a representação da cidade “desejada” com as construções arquitetônicas. Também evidenciamos a relação do grupo com suas memórias, uma vez que as construções conferiam as afetividades e até mesmo as identidades, como pode ser visto com a construção do monumento. Assim, analisamos a modernização da cidade de Campo Maior a partir das reportagens e propagandas, que tratam sobre as práticas cotidianas, questionando em que medida o periódico dava ênfase à energia elétrica e à água encanada. Como fontes históricas, utilizamos reportagens, colunas de opinião, propagandas e textos memorialísticos publicados no jornal A Luta, bem como fotografias produzidas no recorte estudado. O estudo toma como aporte teórico-metodológico a perspectiva da História Cultural e História da Imprensa a partir da interlocução com Chartier (1998), Pesavento (2004), Abreu (2008), Luca (2018), Barbosa (2007), Ribeiro (2003), Capelato (2015). Para analisar a relação entre memória e identidade recorremos os estudos de Le Goff (2003), Seixas (2004), Benjamin (2012) e Pollak (1992). Para estudar o contexto de modernização da cidade e o espaço urbano recorreu-se aos estudos de Rezende (2016), Berman (2007), Fontineles (2015), Nascimento (2007), Castilho (2010), Corrêa (2003) e Carlos (2001). Palavras-Chave: História. Imprensa. Representação. Campo Maior (PI).
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VALDERLANY MENDES DANTAS
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VOZES DE RESISTÊNCIA: HISTÓRIAS DE VIOLÊNCIAS CONTRA A MULHER NO SERTÃO DO PIAUÍ - 2006-2015
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Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
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Data: 19/04/2021
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O tema proposto para a realização da presente pesquisa é um estudo sobre experiências de mulheres que viveram situações de violências na cidade de Oeiras, Piauí, no período de 2006 a 2015, tendo como objetivo perceber as resistências das mulheres que viveram nessas circunstâncias, as conquistas por políticas em defesa dos direitos das mulheres e a promoção do protagonismo social feminino. Os pressupostos metodológicos adotados na pesquisa para responder aos questionamentos/inquietações foram os seguintes: digitalização e análises dos Boletins de Ocorrência da Delegacia Regional de Polícia Civil de Oeiras/PI (DRPC-O), referente as denúncias de violências contra as mulheres. E, segundo realização de quatro entrevistas com mulheres que sofreram violência doméstica. Tal metodologia consistiu no emprego do método da história oral. Na primeira parte procuramos analisar as narrativas das mulheres que vivenciaram experiências de violências. Em um segundo momento, buscamos perceber os motivos e justificativas usadas pelas denunciantes para dar sentido as agressões, bem como porque algumas denunciantes permaneceram tanto tempo em situações de violências e como a suspensão da denúncia pode ser usada pelas mulheres como estratégia de resistência, e, em último, buscamos compreender como a violência doméstica era percebida, além de uma análise detalhada das formas mais extremas da violência contra as mulheres como os crimes sexuais e feminicídios que foram denunciadas na DRPC-Oeiras.
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WELLINGTON DOS SANTOS PEREIRA
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Quando a Literatura vai ao encontro do rés-do-chão: o espaço tipográfico folhetinesco nos periódicos teresinenses ( 1871 - 1903)
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Data: 15/04/2021
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A Dissertação buscou compreender a trajetória dos folhetins nos periódicos teresinenses e suas representações socioculturais entre 1871 a 1903. O suporte desenvolvido no interior do jornal encontrou, no final do século XVIII, período de florescimento, tonando-se um fenômeno no século posterior, modificando as relações entre o mercado, a arte e o consumo. Nesse sentido, eleger o recorte temporal da pesquisa se justifica por dois aspectos. Primeiro, por observar uma maior recorrência de publicações folhetinescas nos periódicos impressos da capital piauiense do período. Segundo, por perceber as transmutações ocorridas na fórmula, sobretudo nos primeiros anos dos novecentos. Nem sempre eles se apresentaram no rodapé dos jornais, lócus que originalmente ocuparam. Ao longo do tempo, eles se verticalizaram, invadindo, por vezes, o espaço das colunas dos jornais. Esse fato é observável, por exemplo, nos folhetins dos periódicos teresinenses. Analisar como tais dinâmicas se processavam no recorte proposto se constitui também como esforço desta Dissertação. Aqui, os folhetins foram analisados em sua multiplicidade, por meio da publicação de romances, crônicas, poesias e até da sua própria recepção, no sentido das instâncias de produção, consumo e apropriação. Para analisar o referido escopo documental, utilizamos as discussões desenvolvidas por Meyer (1996), Nadaf (2002), Dumasy-Queffeléc (2011) e Trizzotti (2016), significando os folhetins como espaço tipográfico e gênero; as ideias de representação e apropriação de Chartier (1989; 2001); bem como as aproximações entre os campos da História e Literatura, propostas por Cândido (2000) e Lima (2006). Partindo das referidas problematizações como norte, analisamos os usos e as imagens das produções folhetinescas nos periódicos teresinenses, suas intencionalidades, ao revelar uma escrita de caráter instrutivo e moralizador, e os sentidos políticos que podemos apreender por meio das polêmicas publicadas no suporte. Metodologicamente, foram analisados 55 folhetins, à luz do referencial teórico e historiográfico, quanto ao conteúdo e à forma, com o intuito de entender como eles são significados, ao tempo em que seus produtores ajudam a significá-los. O estudo considerou que os folhetins leem, produzem e imprimem as visões de mundo no qual estão inseridos. São narrativas e representações que (re)constroem histórias e memórias imersas em práticas que denotam os múltiplos conflitos do cenário teresinense daquele momento.
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CARLOS ALBERTO DE MELO SILVA MOTA
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POR DENTRO DA PAUTA: História política e cultura na imprensa escrita de Teresina (1971-1975)
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Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
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Data: 13/04/2021
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A presente dissertação tem por objetivo analisar a atuação da imprensa escrita de ampla circulação em Teresina, durante a primeira metade da década de 1970. Buscamos compreender como jornalistas e empresas jornalísticas agiram diante das legislações burocráticas do Estado, entender a dinâmica duma relação marcada pela coerção e a colaboração. O período em estudo carrega marcas de um regime discricionário, caracterizado pela aplicação de limitações autoritárias como a “censura prévia” aos meios de comunicação. Concomitante a isso, observa-se a proliferação de discursos otimistas e enaltecedores do contexto político em diversos desses meios. O contato imediato com essa informação faz essa posição parecer ilógica, como se as vítimas apoiassem o próprio algoz. Busca-se, então, compreender os traçados que contornavam os discursos políticos na imprensa desse período. A pesquisa toma como suporte três suplementos informativos teresinenses: Estado do Piauí, O Estado e O Dia, analisando aspectos transitórios entre a coerção e persuasão nas páginas desses periódicos. Ressalta que, nesse momento, o Piauí encontrava-se governado pelo engenheiro Alberto Tavares Silva, sujeito cuja trajetória política perpassa todo o texto. O presente estudo constitui-se de uma pesquisa de caráter empírico, com dimensões metodológicas balizadas pelas discussões de História e Imprensa, a partir de documentos oficiais e de matérias jornalísticas do período, que são analisados a partir da interlocução com os estudos de Robert Darnton (2016), Anne-Marie Smith (2000), Beatriz Kushnir (2012), Carlos Fico (2008) e Cláudia Fontineles (2015).
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FRANCISCO ADRIANO LEAL MACÊDO
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SEDUÇÕES TROPICAIS: Júlio de Mesquita Filho entre projetistas e ideólogos do Brasil
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Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
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Data: 05/04/2021
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Este trabalho constitui um esforço de estudar historicamente, a pretexto do jornalista e intelectual paulista Júlio de Mesquita Filho, parcela dos projetos de Brasil e esforços de consolidação de ideologias da Cultura brasileira elaborados entre a década de 1920 e a década de 1960. Nesses termos, objetivamos analisar as condições históricas de existência que possibilitaram diferentes projeções discursivas sobre o país, bem como a frequência de inserção dos ditos e escritos do referido personagem, dirigente do jornal O Estado de São Paulo, no sentido de contribuir para a definição dos moldes de tais projetos. Ao lado da análise das práticas discursivas, os engajamentos bélicos e exílios do sujeito-signo central são abordados para fazer inteligível algumas das suas posições a partir do estudo de experiências subjetivas individuais e compartilhadas. Além disso, pretende-se problematizar os exercícios de autobiografia, ou a “aventura de contar-se” de Mesquita Filho, e seus notáveis diálogos com outras figuras do cenário político e intelectual brasileiro no período vigente, a exemplo de Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, Jorge Amado, Darcy Ribeiro, Paulo Duarte, Assis Chateaubriand e Oliveira Vianna. Por fim, se dedica a observar as diferentes estratégias de evasão e fabricação do tempo empreendidas pelo personagem, como desejo de estabelecer uma cristalização da imagem de Brasil ao mesmo tempo que vivenciava fraturas severas em sua ontologia. São fontes centrais para a escrita: correspondências, depoimentos obtidos em arquivos, livros escritos por ou sobre os personagens envolvidos, além de documentos pessoais. Como fontes hemerográficas, trazemos algumas edições do jornal O Estado de São Paulo, da Revista do Brasil e a Revista Klaxon. Funcionando como referências bibliográficas, se destacam os historiadores Carlos Guilherme Mota e Nicolau Sevcenko, bem como os filósofos Gilles Deleuze e Felix Guattari, que ajudam a estruturar a espinha teórico-metodológico da dissertação.
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DÉBORA JORDANA RODRIGUES SILVA
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ENTRE O TRADICIONAL E O CONTEMPORÂNEO: O REISADO DO PIAUÍ E SUA INFLUÊNCIA PARA A CULTURA POPULAR EM TERESINA
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Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
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Data: 08/01/2021
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RESUMO:
A presente pesquisa tem o objetivo de reconstruir a história do Reisado do Piauí através das memórias de Severo de Sousa Barros, mestre do grupo de Reisado do Piauí. Desde o ano de 1973, ele lidera o grupo na cidade de Teresina. Procuramos entender quais são os fatores que propiciaram a manutenção do Reisado do Piauí por longos anos, as relações entre Severo Barros, as instituições culturais e os governantes. Alberto Silva, desde o início da sua gestão, procurou modernizar o estado do Piauí, fomentar e propagar a cultura do estado do Piauí com a criação de leis e órgãos da cultura. O recorte espacial dessa pesquisa ambienta-se na cidade de Teresina. Sem recorte temporal específico, procuramos destacar algumas décadas específicas, como os anos de 1936, 1970, até os dias atuais. Nosso aporte teórico se encontra embasado na História Cultural, de Chartier (1988), com conceitos de “Práticas e representações”, “Memória coletiva e individual” em Halbwachs (1989), “Identidade cultural” em Hall (2015),” Memória” em Pollak (1992), “Festa” em Brandão (2010), “Inculturação” em Miranda (2016), “Lugar de memória” em Nora (1933). As fontes utilizadas são dissertações, teses, artigos, além de fontes hemerográficas, jornais (O Dia, O Estado, Diário Oficial), mensagens para Assembleia Legislativa do governo de Alberto Silva (1971-1975), fontes do site do IBGE, leis e decretos e outros documentos oficiais encontrado na Casa Anísio Brito, arquivo público de Teresina.
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