Dissertações/Teses

2024
Descrição
  • DAYANE SAMPAIO DOS SANTOS
  • “VIVA O GOVERNO REPUBLICANO, ÚNICO QUE PODE FAZER A FELICIDADE DA NAÇÃO!”: DAVID MOREIRA CALDAS E AS NARRATIVAS SOBRE O IDEÁRIO REPUBLICANO NA IMPRENSA PIAUIENSE (1868-1875)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 29/03/2024
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  • A presente pesquisa tem como principal objetivo analisar as narrativas acerca do ideário republicano na imprensa piauiense oitocentista, mais especificamente no recorte temporal que abrange os anos de 1868 a 1875, nos quais circularam os periódicos republicanos O Amigo do Povo e Oitenta e Nove, ambos pertencentes ao professor, político e jornalista David Moreira Caldas, o qual torna-se fundamental para o entendimento da defesa e difusão do ideário republicano no Piauí. Logo, David Caldas constituiu-se como um dos sujeitos históricos centrais neste trabalho, haja vista que por meio da análise da sua vida e atuação na imprensa, foi possível uma melhor compreensão sobre como o republicanismo foi difundido no Piauí na temporalidade estudada. Além dos jornais republicanos O Amigo do Povo e Oitenta e Nove, esta pesquisa também analisou periódicos representantes dos partidos políticos que fizeram-se presentes no Piauí neste mesmo recorte temporal, sendo eles o Partido Liberal, tendo suas ideias difundidas por meio do periódico A Imprensa, baluarte das ideias liberais no Piauí, e o Partido Conservador, representado pelos periódicos O Piauí e A Pátria buscando compreender como esses periódicos construíram narrativas em torno do ideário republicano. Dessa forma, a imprensa também se apresenta como um dos focos fundamentais dessa pesquisa, uma vez que a mesma constitui-se como um dos principais palcos em que as narrativas foram produzidas e difundidas nesta sociedade, um espaço em que os debates mais inflamados foram desenvolveram-se. A pesquisa abrange conceitos fundamentais como discurso, cultural e política, logo, foi imprescindível o diálogo com teóricos como Michel Foucault, Roger Chartier e René Rémond, os quais alicerçaram a teoria do texto.

  • EDUARDO AUGUSTO LIMA DIAS
  • A resposta do réu: práticas e desafios na defesa dos réus durante a primeira visita do Tribunal do Santo Ofício ao Brasil (1591-1595)
  • Data: 28/03/2024
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  • A pesquisa buscou investigar uma possibilidade jurídica existente para os réus durante a primeira visitação do Tribunal do Santo Ofício português ao Brasil. Trata-se da defesa dos réus, ou melhor, da resposta que os réus apresentavam perante a mesa inquisitorial na América Portuguesa, que geralmente funcionava nos colégios da Companhia de Jesus. Ao observar essas respostas, foi possível compreender como ocorria a prática processual da defesa no processo inquisitorial e perceber os desafios que esses homens e mulheres enfrentavam nesse contexto, no qual a presunção de inocência não imperava. No final do século XVI, as vilas de Salvador e Olinda foram os principais pontos nos quais a jurisdição da Inquisição portuguesa atuou de forma mais enérgica. Apesar de não existir no Brasil um tribunal fixo como ocorreu no reino e em outros lugares, como na América espanhola, a atuação da Inquisição no Brasil teve início oficialmente através de um aspecto itinerante, que recebia o apoio tanto da Igreja quanto da Coroa para julgar crimes contra a fé e moral católica. Acompanhando as atividades precursoras que antecediam o início do processo inquisitorial na Colônia, foi possível construir um panorama a partir dos casos analisados durante a pesquisa, conforme o regimento vigente do Santo Ofício português. Os historiadores Anita Novinsky, Bruno Feitler, Sonia Siqueira, Ronaldo Vainfas, Alécio Nunes Fernandes, entre outros, serão referências imprescindíveis para nortear a pesquisa nesse contexto histórico inquisitorial. Após uma investigação sobre o rito do processo que os réus vivenciavam, foram analisados mais de vinte processos ocorridos na mesa inquisitorial do Brasil, observando como as petições utilizadas pelos advogados dos réus formavam o contraditório no processo inquisitorial.

  • ANGELA MARIA MACÊDO DE OLIVEIRA
  • ENTRE EXPERIÊNCIAS INDIVIDUAIS E EXPERIÊNCIAS JURÍDICAS: DESCONTINUIDADES HISTÓRICAS PROVOCADAS PELA LEI MARIA DA PENHA NA COMARCA DE OEIRAS/PI
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 28/03/2024
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  • Esta tese analisa as descontinuidades históricas que a Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha (LMP), provocou nas experiências de mulheres envolvidas em situações de violência doméstica e familiar e nas experiências jurídicas na Comarca de Oeiras. Para isso, faz-se necessário conhecer em que momento da história do Brasil emerge a noção de violência contra as mulheres, delineando quais acontecimentos históricos, desde a década de 1970, configuraram essa categoria, o ordenamento jurídico que reverberou esse conceito até a emergência da LMP, além de descrever as experiências femininas e os sentidos que homens e mulheres deram à violência doméstica e abordar as experiências jurídicas e os seus paradoxos na aplicação da lei na Comarca de Oeiras. No âmbito teórico, dialoga-se com as noções de experiência e descontinuidade inspirada nas obras de Michel Foucault. Para a construção desta pesquisa também foi fundamental a interlocução com as seguintes autoras: Cláudia Maia, Cláudia Nichnig, Isis de Jesus Garcia, Maria Beatriz Nader, Mariza Corrêa, Marta Rovai, Verônica Acioly Vasconcelos e Wânia Pasinato. O corpus documental é constituído por fontes judiciais, em conexão com jornais, legislações e entrevistas com homens e mulheres envolvidos em situações de violência doméstica contra mulheres. As análises empreendidas evidenciam que a LMP trouxe rupturas no sentido de ser uma conquista histórica na afirmação dos direitos humanos das mulheres, constituindo um ponto de inflexão importante, uma descontinuidade histórica, tanto do ponto de vista das experiências individuais femininas – pois trouxe mudanças para alguns relacionamentos –, quanto para as experiências jurídicas – uma vez que trouxe uma ruptura de paradigmas e uma série de inovações no campo jurídico para os casos de violência doméstica e familiar contra as mulheres. Em relação especificamente à Comarca de Oeiras, verifica-se que existem distintos entendimentos quanto à aplicação da LMP, alternando-se entre práticas resistentes, moderadas e engajadas.

  • ANTONIO MOREIRA DE CARVALHO NETO
  • Antônio Coelho Rodrigues: sobre o Elemento Servil ou Fim da Escravidão no Brasil no final do período Imperial
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 27/03/2024
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  • O objetivo desta dissertação é compreender a contribuição de Antônio Coelho Rodrigues para a história política do Brasil no século XIX, além do destaque que deu ao Estado do Piauí nesse período. Assim, a presente pesquisa pretende fazer um estudo sobre parte de Antônio Coelho Rodrigues como conselheiro do Imperador, para dessa forma, entender os processos ocorridos nas mudanças do Império para a República com o fim do trabalho escravo. Para isso, o presente estudo visa apresentar as obras, a visão e o papel de Antônio Coelho Rodrigues na transição política dos regimes, bem como discorrer a respeito das críticas ao Imperador feitas sobre o elemento servil, apresentando-lhes a ótica de Coelho Rodrigues sobre esse fato. Através da metodologia da análise de conteúdo por intermédio da descrição e análise do Manual do Subdito fiel, ou, Cartas de um lavrador a sua Majestade o Imperador sobre a questão do elemento servil, publicadas em 1884 nos jornais Commercio e Brazil e Trabalhos do Congresso Agrícola do Recife para a compreensão do elemento servil ou do fim da escravidão no país entre o fim do período monárquico e início do período republicano através dos discursos e posicionamentos de sociopolíticos de Antônio Coelho Rodrigues.

  • IRISNETE SANTOS DE MELO
  • NESSAS MILHAS CHEIAS DE DISTÂNCIA: Fronteiras, fronteiras e mobilidades no Maranhão Amazônico entre as décadas de 1960-1970.
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 27/03/2024
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  • O estudo propõe abordar o processo de ocupação recente do oeste do Maranhão, parte integrante da chamada Amazônia Legal, entre as décadas de 1960-1970.  A ênfase recai no aparelho de Estado e nas políticas públicas empreendidas pelos governos militares (1964-1985), nas quais fixava-se como meta a ocupação e controle dos espaços amazônicos, considerados, segundo as falas oficiais, uma área de “vazio demográfico”, a fim de desenvolvê-los economicamente e conectá-los aos grandes centros econômicos do país e do mundo. Ao longo desse recorte temporal o Maranhão ganha espaço no cenário nacional, assumindo protagonismo na disputa por política dos grandes projetos de desenvolvimento do Estado e da expansão da fronteira agrícola (empreendimentos agrícolas, construção de infraestrutura e projetos de colonização). Nessa configuração espacial, a dimensão política dos espaços constitui-se em tema nuclear. O que implica pensar como a Amazônia surge como fruto das disputas de poder, de estratégias e táticas que atuam na construção dos recortes espaciais. Ademais, tenta-se apreender algumas linhas de direcionamentos voltadas para a problematização das fronteiras e das identidades espaciais, com o intuito de investigar o tecido sobre o qual se forjou o denominado Maranhão Amazônico, através da análise dos regimes de verdade, que reinventam a natureza, que orientam e direcionam os deslocamentos sociais, que estimulam as políticas governamentais e, também, nas diferentes territorialidades constituídas nas relações entre os diversos grupos. Dentre as muitas narrativas que instituem essa metáfora espacial, proponho pensá-la através de sua feição mais errante, observando o projeto de modernização imposto pelo aparelho de Estado, que entre as décadas de 1950 a 1980 demarcou fronteiras, criou políticas governamentais, direcionou fluxos populacionais e atuou com todas as engrenagens dominantes da violência na configuração espacial desse território. Para atingir os objetivos aqui propostos utilizo como corpus documental uma diversidade de registros oficiais (relatórios, pronunciamentos, planos, programas, leis, decretos e medidas administrativas), fontes jornalísticas de periódicos como O Imparcial, Jornal do Dia e O Estado do Maranhão de São Luís e O Progresso de Imperatriz e algumas obras de cunho memorialístico.

     

  • JOSÉ DE ARIMATÉA FREITAS AGUIAR JÚNIOR
  • AS SEDUÇÕES DA MODERNIZAÇÃO E OS MECANISMOS NORMATIZADORES: política, instrução, propaganda e os embates no Piauí varguista (1930-1945)
  • Data: 27/03/2024
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  • Nesta Tese, analisa-se o processo de modernização pelo qual passou o Piauí no período de 1930 a 1945, especialmente nas áreas da instrução, imprensa e nas transformações no espaço urbano local, refletiu-se como os governos piauienses estiveram imbuídos na construção da imagem de um “Piauí Novo” e que nutria fortes vínculos com o projeto político varguista. Neste cenário de modernização, percebe-se que foram utilizados diversos mecanismos normatizadores para a construção do poder político em território piauiense, que passavam pela divulgação de uma cultura política nacionalista, pela propaganda política do regime e na elaboração de estratégias que visavam despertar sentimentos de adesão as prescrições do governo de Getúlio Vargas e das interventorias piauienses. Para a realização da pesquisa, utilizou-se uma variedade de fontes, como os jornais Diário Oficial, Gazeta, O Piauí, Vanguarda, jornais escolares, como A Escola, A Luz, Piauí Novo, entre outras fontes, compostas por Mensagens Governamentais, Relatórios da Prefeitura de Teresina, Leis, Decretos, almanaques, telegramas, fotografias e entrevistas com piauienses que vivenciaram o processo de modernização na Era Vargas. As categorias teórico-metodológicas e historiográficas utilizadas foram as proposições de Marshall Berman (2007), Claude Rivière (1989), Georges Balandier (1982), Serge Berstein (1998), Dominique Julia (2001), Maria Helena Capelato (2009), Antônio Paulo Rezende (1997), Alcides Nascimento (2015), Cláudia Fontineles (2015), entre outros, que auxiliaram nas reflexões sobre modernização, liturgias políticas, construção dos símbolos do poder, cultura política, cultura escolar e a propaganda política no período getulista. Nesse sentido, percebe-se que o Piauí passou por um processo de modernização em que carregava fortes elementos persuasivos para construção da ordem e que buscava o fortalecimento do poder varguista e dos governos locais. Entretanto, nota-se que os piauienses se manifestaram de diferentes formas perante as normatizações da época, demonstrando sentimentos de sedução, medo, angústias e de confrontos com os ditames do regime Vargas. 

  • MATEUS BEVILAQUA BARROS
  • AS NOÇÕES DE “TEMPO HISTÓRICO” EM REINHART KOSELLECK E EM FRANÇOIS HARTOG E SEUS IMPACTOS NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA: REFLEXÕES ACERCA DA POLÍTICA NA CONTEMPORANEIDADE (2019-2022)
  • Orientador : JOSE PETRUCIO DE FARIAS JUNIOR
  • Data: 27/03/2024
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  • Este trabalho trata da influência das reflexões de Reinhart Koselleck e François Hartog a respeito do “tempo histórico” na historiografia brasileira, com objetivo de compreender suas particularidades e de que maneira tal conceito foi apropriado por historiadores brasileiros empenhados em interpretar a política contemporânea, o que nos oportunizará compreender contribuições da historiografia brasileira a partir de diálogos interdiscursivos estabelecidos por dois historiadores europeus influentes no campo das discussões acerca da teoria da história no Brasil. O recorte temporal compreende os anos 2019 a 2022, por se tratar de um período em que vários autores de diversos campos das ciências humanas analisaram a ascensão da extrema direita na política contemporânea brasileira tendo em vista as múltiplas formas de experiência do tempo inerentes ao conceito de 'tempo histórico'. Com isso, foram escolhidos três historiadores brasileiros a serem analisados de forma mais pormenorizada, Valdei Lopes de Araújo, Mateus Henrique de Faria Pereira e Rodrigo Turin, com enfoque em suas reflexões sobre temporalidades e a política contemporânea brasileira à luz da noção de “tempo histórico”. A análise de tais reflexões se fundamenta metodologicamente na teoria da recepção de Quentin Skinner (2017) para traçar as influências de Koselleck e Hartog nas obras de tais autores brasileiros, além dos aportes metodológicos da história comparada, conforme Barros (2014) e Detienne (2004).

  • LÍVIA SUELEN SOUSA MORAES MENESES
  • “Num misto de medicina e coração”: caridade, filantropia, gênero e política pública na saúde materno-infantil, em Parnaíba (PI), na primeira metade do século XX.
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 26/03/2024
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  • Este trabalho aborda a constituição de uma rede de assistência à saúde materno-infantil em Parnaíba (PI) em interface às relações entre caridade, filantropia, política pública e gênero, na primeira metade do século XX. Mostra-se que a institucionalização deste campo, experiência pioneira no Piauí, em grande parte é associada às iniciativas particulares, frutos de ações caritativas/filantrópicas da sociedade civil, auxiliadas por associações, cuja mobilização, na base, centra-se no trabalho feminino voluntário e institucional. Destaca-se a dedicação de homens e de mulheres com a questão social, em especial, à pobreza, em virtude da inserção pioneira da cidade na dinâmica capitalista e do agravamento das questões sociais decorrentes deste processo. Ressalta-se que essa assistência, caritativa e/ou filantrópica, aliou-se às tentativas de implantação de políticas públicas de saúde materno-infantil pelo Estado e ao aumento da demanda de oferta de atendimento médico para crianças e mulheres/mães, em parte promovida pela ação de médicos no campo institucional. Aborda-se, ainda, que o gênero foi operado no interior da implantação do sistema de assistência materno-infantil, destacando-se a presença feminina. Mulheres e médicos comungavam um objetivo comum: assegurar a saúde das crianças.Verifica-se que na constituição de uma rede de assistência à saúde materno-infantil, o processo de institucionalização, a legitimação da prática médica e a organização de políticas públicas materno-infantis, no período, articula-se com o protagonismo das sensibilidades, das emoções, dos sentimentos humanitários e da preocupação com o outro. Utiliza-se enquanto fontes documentais jornais, almanaques e revistas, que circularam em Parnaíba e outras cidades do Piauí no período em estudo, documentos oficiais/institucionais, dados censitários, memórias, biografias, autobiografias e romances.

  • MARIA DE LOURDES ANDRADE DOS SANTOS
  • DE RETIRANTES A CASSACOS: Os trabalhadores e as frentes de serviço nas obras do DNOCS no Piauí (1940-1950)
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 26/03/2024
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  • Esta pesquisa tem como objetivo analisar o cotidiano dos trabalhadores-retirantes nas frentes de serviços do DNOCS (Departamento Nacional de Obras contra as Secas) no Piauí, nas décadas de 1940 a 1950. Deste modo, evidenciaremos as obras públicas nos períodos de secas, assim como também os acordos com as autoridades políticas instituídas na região. Diante disso procuraremos estabelecer um debate historiográfico em torno da memória do DNOCS, em vista das mudanças e desenvolvimento ao longo do tempo. O órgão foi criado com a intenção de adotar procedimentos para o armazenamento e distribuição de água e outras medidas cabíveis para atender a necessidade da população durante os ciclos da estiagem. Buscaremos esquadrinhar quais foram as suas principais ações e os seus impactos sociais e econômicos. Para tanto, usaremos como fontes os relatórios técnicos, folhas de pagamentos, jornais e os boletins do acervo do DNOCS- PI.

  • HÉVERTON ARAUJO MACHADO
  • HISTÓRIA E MEMÓRIA DA AVIAÇÃO CIVIL NO BRASIL: TRANSPORTE AÉREO E OBJETOS POSTAIS PARA O NORDESTE NAS DÉCADAS DE 1910 A 1930.
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 26/03/2024
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  • Este trabalho investiga a historiografia da aviação, utilizando como base as obras de Aguiar Pinto (Os Precursores Brasileiros da Aeronáutica), Roberto Pereira de Andrade (Construção Aeronáutica no Brasil), e Alberto Santos Dumont (Os Meus Balões), além de arquivos da Aviação Militar da Primeira Guerra Mundial da França, documentos de jornais, arquivos públicos e privados, entre outros. O estudo reflete sobre o processo da História da Aviação no Brasil nas décadas de 1910 a 1930, destacando o impacto da Escola de Aviação Brasileira e a reestruturação da Escola de Aviação Militar com a Missão Francesa. O trabalho aborda a formação dos primeiros aviadores militares, responsáveis pela criação dos Correios Aéreos Militares e pela integração de pilotos brasileiros na aviação comercial. Além disso, destaca o processo de regulamentação dos serviços civis de navegação aérea no Brasil em 1925, que atraiu empresas estrangeiras para o mercado de aviação comercial, como a Condor Syndikat, que fundou as primeiras companhias de aviação no Brasil – Varig e Syndicato Condor. Por fim, o estudo ressalta a importância da aviação civil no Piauí, destacando seu papel crucial no transporte de pessoas e objetos postais nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

  • LAURA LENE LIMA BRANDAO
  • “Era necessário falar com o corpo, tão gastas ficaram as palavras”: políticas do corpo sexuado durante a ditadura civil-militar no Brasil.
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 25/03/2024
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  • Este trabalho estuda as políticas dos corpos sexuados no Brasil durante a ditadura civil-militar, demonstrando sua centralidade na arena política e cultural, entre as décadas de 1960 e 1980. Os corpos sexuados emergem como força política, promovendo rupturas na articulação entre sexo, gênero e desejo. Na tentativa de conter as mudanças que envolvem os corpos sexuados, em sua interface com a juventude, a sexualidade e o gênero, alavanca-se uma série de empreendimentos que articulam o Estado e setores da sociedade civil. A sociedade civil demanda do Estado a censura de produtos culturais que publicitavam corpos que infringiam as fronteiras da sexualidade contida no interior do matrimônio e das normas de gênero em uma época de ampliação da cultura de consumo entre a juventude, do avanço da contracultura e da revolução sexual. Através dessa ação da sociedade civil, afirma-se uma identidade como os governos militares, na esperança da manutenção da moral e dos bons costumes. Paradoxalmente, a medicina intervém na manufatura dos corpos sexuados, ora reafirmando o naturalizado binarismo de gênero, ora subvertendo-o por meio da profusão de biotecnologias. O Estado ditatorial, por sua vez, identificando-se com o ideal de homem heterossexual, age para afastar corpos homossexuais e transexuais dos grandes centros urbanos e dos quadros da administração pública, articulando uma espraiada rede de vigilância com essa finalidade. Todos esses vieses analíticos convergem para um lugar: demonstrar a tentativa de controle dos corpos sexuados, que se constituíam como espaço privilegiado de construção política e subjetiva. A despeito dessas tentativas de controle, no processo de redemocratização do país, os corpos sexuados, além de ponto nevrálgico do debate público, estão na base de políticas de identidade que demandam do Estado uma redefinição, para reconhecer e assegurar direitos a corpos sexuados na esfera da política institucional. Para desenvolver este trabalho, o corpus documental foi constituído de uma variedade de fontes: jornais de ampla circulação, jornais alternativos, revistas, boletins, documentos dos órgãos de vigilância do Estado, leis, decretos, fichas de detenção, estudos criminalísticos, teses médicas, cartas, documentos episcopais, livros, fotografias, autobiografias, atas, panfletos e cartazes.

  • MARIA CLARA LIMA DE OLIVEIRA
  • COTIDIANO, TRABALHO E MEMÓRIA: Maria Hilda Policarpo de Melo e a participação das enfermeiras na Força Expedicionária Brasileira (1942-1945)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 25/03/2024
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  • Este estudo analisa a participação das enfermeiras na Força Expedicionária Brasileira (FEB), em especial de Maria Hilda Policarpo de Melo, enfermeira piauiense que atuou no serviço de saúde da FEB nos hospitais de campanha no front italiano durante a Segunda Guerra Mundial. Escrever sobre as atividades de mulheres em conflitos armados, neste caso no serviço de saúde como enfermeiras, tem sua relevância ao colocá-las em uma perspectiva central na narrativa histórica. Sobretudo, tendo como foco uma personagem praticamente desconhecida na historiografia piauiense. Objetivamos, portanto, analisar a memória, o trabalho e aspectos do cotidiano por meio de jornais periódicos e livros de memória sobre a atuação das enfermeiras e da piauiense na FEB como enfermeira de guerra. Desvendando as nuances que as envolvem e tendo como base as discussões sobre sistemas simbólicos e a noção de habitus em Pierre Bourdieu (1998), as práticas cotidianas em Michel de Certeau (1998), a coordenação de discursos em Michel Foucault (1971), além de uma reflexão sobre a memória como suporte nos processos de identidade e como modalidade de representação social em Michael Pollak (1998) e Ângela de Castro Gomes (2004). Para alcançar esse objetivo, conduziremos uma pesquisa qualitativa documental centrada em fontes históricas que se incidem no problema de pesquisa do objeto de estudo a fim de proporcionar uma maior compreensão das ações de Hilda Policarpo e das enfermeiras da FEB no tempo e no espaço. A partir disso, utilizaremos diferentes camadas de interpretação e percepções que se sobrepõem às fontes. Através dessa abordagem, exploraremos múltiplas camadas de interpretação e perspectivas que se entrelaçam nas fontes documentais disponíveis, proporcionando uma visão diversificada das experiências e atuações dessas mulheres durante o contexto histórico da década de 1940.

  • BRUNA MARIA BATISTA PEREIRA
  • PODER EM DISPUTA: O Movimento Armorial e as Políticas Culturais no Brasil (1960-1979).
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 25/03/2024
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  • O principal objetivo deste estudo é apropriar-se historicamente das articulações entre o Movimento Armorial e as políticas culturais desenvolvidas pelo estado brasileiro na década de 1970 no Brasil. O trabalho procura analisar como o armorialismo – movimento intelectual liderado por Ariano Suassuna – consolidou-se no Brasil no momento de maior recrudescimento da ditadura militar, beneficiando-se da criação de órgãos públicos voltados para a cultura, tais como o Conselho Federal de Cultura. Especificamente o trabalho vem indagando sobre a relação entre o Movimento Armorial e a política de cultura da ditadura, procurando apresentar o armorialismo como o outro de movimentos contemporâneos tais como o tropicalismo.

  • GERMANA LEAL DE SOUSA
  • Memórias da Cidade Submersa: lembranças de homens e mulheres moradores da Guadalupe - PI.
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 22/03/2024
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  • Tem como objetivo geral pesquisar memórias do território ribeirinho em articulação com as demandas da comunidade atingida por barragem, assistidas pela COHEBE. Com base principalmente em levantamentos de documentos, fotografias e relatos orais, a pesquisa procurou revelar as memórias da antiga cidade de Guadalupe - PI, através de uma relação, de longa data estabelecida com famílias locais pelo pesquisador. Com maior ênfase, portanto, em metodologias qualitativas, em uma combinação de técnicas de entrevistas temáticas e de histórias de vida, análises de fotografias e biografias, o trabalho procura tratar das memórias locais em face da reconfiguração territorial causada pelo construção da Hidroelétrica de Boa Esperança, ao tempo em que analisa a implantação da barragem de Boa Esperança como parte da política de desenvolvimento do Nordeste, atrelada ao projeto de desenvolvimento nacional. Demonstra, por fim, após cerca de mais de vinte anos, persistem as dificuldades para a implementação de políticas públicas sociais no local, em meio às constatações de dispersão de famílias, restrições às atividades agrícolas, desmobilização da comunidade, entre outros vários efeitos provocados pelo deslocamento da cidade. O trabalho se desdobra em cinco capítulos, em que trabalhamos as memórias relacionadas ao povoamento, à formação econômica, a construção da Barragem de Boa Esperança e a submersão da cidade de Guadalupe. O diálogo com as fontes será mediada por autores como Pierre Nora, Maurice Halwacs, Paul Ricoeur, Alessandro Portelli, Verena Albrte, Paul Siger, Reis Veloso e Outros.

  • JAYRA BARROS MEDEIROS
  • NAS TERRAS DO “VELHO MONGE”: Agricultura e vida rural às margens do rio Parnaíba (1853-1929)
  • Data: 22/03/2024
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  • Na segunda metade do século XIX, a Vila de União, localizada às margens do rio Parnaíba, no Piauí, teve suas terras mescladas a outras fazendas da região. Essa junção constituiu o povoado, a freguesia do Estanhado, e nos anos de 1853, a Vila de União. Mais tarde, no ano de 1889, esse território passou à categoria de cidade. Esses acontecimentos foram e/ou são resultados de transformações administrativas, econômicas e sociais pelas quais passava o Piauí. A localização da nova capital, Teresina, tomava conta do ideário de alguns políticos que tinham a intenção de integrar o Piauí ao mercado nacional e internacional, com a exportação do extrativismo vegetal. Isso seria viável com o aproveitamento do rio Parnaíba, utilizado não apenas com o cultivo e a extração de produtos em suas margens, mas, também, como “estrada fluvial” pelos piauienses, no período em destaque, sendo que a cidade de União está situada entre a capital do Piauí, Teresina, e a cidade de Parnaíba, territórios que, em meados do século XIX, faziam parte da rota de navegação do rio Parnaíba. Dessa forma, tecemos a hipótese de que as terras em questão foram alvo de tentativas administrativas que tinham como um dos principais objetivos “melhorar” as condições da agricultura e das terras cultiváveis às margens do rio Parnaíba, da segunda metade do século XIX até as primeiras décadas do século XX. Para o período em questão, o comércio, no Piauí, tinha como uma de suas atividades a agricultura e as terras cultiváveis às margens do rio Parnaíba, destacando-se o extrativismo vegetal e as lavouras. Nesse sentido, concluímos que a instalação das Colônias Agrícolas de Nacionais, do Centro Agrícola Federal e da Fábrica União nas terras mencionadas responde prontamente nossa hipótese sobre as tentativas de “melhoramentos” agrícolas nas terras do “Velho Monge”. Em consonância com a documentação apontada, utilizamos os conceitos de “modernização da agricultura”, “próprios nacionais”, “ruralismos” e “núcleos coloniais”. Por nosso marco temporal contemplar dois momentos distintos da historiografia – o Império e a República –, utilizamos, ainda, dois conceitos: o de “Província”, quando nos referimos ao aparato administrativo imperial, e o de “Estado”, quando apontamos para o arcabouço burocrático da República. No que se refere à pesquisa documental, tivemos acesso a várias fontes documentais e hemerográficas importantes. Dentre as quais, destacamos: manuscritos do arquivo público do Estado do Piauí: leis, decretos e resoluções; Relatórios, falas e exposições dos administradores locais (Piauí) da Biblioteca Nacional Digital; Jornal a Imprensa; Jornal O Vim-vim; Jornal O Propagador; Jornal Oitenta e Nove; Jornal O Estado; O Diário do Piauí; A Opinião Conservadora; e Revista Agrícola do Império.

  • NATHIELY DE ARAÚJO SILVA
  • O IMPEACHMENT É UM ESPETÁCULO DIGNO DE NOTA: A COBERTURA DO PROCESSO DE DEPOSIÇÃO DA PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF NOS JORNAIS O DIA E MEIO NORTE DE TERESINA - PI (2015 – 2016).
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 21/03/2024
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  • Em dezembro de 2015, a presidenta Dilma Rousseff – após ser eleita e reeleita democraticamente, foi acusada de crimes de responsabilidade fiscal pelos juristas Miguel Reale Júnior, Janaína Pascoal e pelo advogado Hélio Pereira Bicudo. No documento apresentado ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha; os autores do arquivo, argumentavam que o governo havia pedido ao Banco do Brasil e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que aditassem os pagamentos do Plano Safra e do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e que tais ações eram consideradas como um ato ilícito pela legislação brasileira. Ao receber o documento, Eduardo Cunha acatou com o pedido de impeachment e partir daquele momento o processo de deposição começou a tramitar pelas casas legislativas; primeiro pela Câmara Federal e em seguida, pelo Senado. Diante desse cenário, esta pesquisa busca analisar como os jornais O Dia e Meio Norte, da cidade de Teresina no Piauí, abordaram o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no período de dezembro de 2015 a agosto de 2016, analisando as suas semelhanças e diferenças na forma de representação desse acontecimento. O recorte temporal proposto pela pesquisa se justifica pela necessidade de compreendermos a abordagem dos referidos jornais desde a apresentação do pedido de deposição (em dezembro de 2015) até o afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff, em 31 agosto de 2016. No que diz respeito aos jornais, a escolha dos mesmos se justifica por serem os dois periódicos, de Teresina, com maior circulação diária. Metodologicamente, a dissertação possui um caráter empírico  demarcado pelas discussões de História e Imprensa a partir da análise dos jornais mencionados que são tanto objeto como fonte de pesquisa. Assim, para a compreensão da relação entre a História e Imprensa, a análise do discurso e análise imagética propostas por Capelato (2015), Barbosa (2007) e De Luca (2019) foram de fundamental importância. No que concerne à História Política, as discussões de Fontineles (2019), Motta (2009), Bernstein (1998), Dias e Segurado (2018) contribuíram substantivamente para o alcance dos objetivos da pesquisa. A partir das fontes analisadas, tais como Folha de São Paulo, G1, Terra, Uol, Agência Brasil, site  do Senado e Câmara Federal, revista da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), institutos de opinião como EXAME/IDEIA, Manchetômetro, DataFolha, jornais O Dia e  Meio Norte e das interlocuções com os autores supracitados, foi compreendido que os jornais O Dia e Meio Norte abordaram de maneira distinta o processo de deposição da presidenta Dilma Rousseff, entre o final de 2015 e agosto de 2016. Apesar dessas distinções se darem no campo do sútil, seja por uma palavra, pelo uso de cores variadas, pela reiteração e omissão de temas e personagens, bem como pela disposição da temática em suas capas, essa diferença é dotada de simbologia e de interesses políticos locais. Dessa forma, a pesquisa contribui com a historiografia do tempo presente acerca do golpe de 2016 para além dos eixos de discussões sul e sudeste, ao abordar o processo de deposição de impeachment nos jornais teresinenses.

  • LUCAS ANDRE DA LUZ SILVA DIAS
  • ENTRE A TERRA E O RIO: HISTÓRIA E MEMÓRIA DE PESCADORES ATINGIDOS PELA USINA HIDRELÉTRICA DE ESTREITO EM BABAÇULÂNDIA- T0 (2004- 2023).
  • Data: 21/03/2024
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  • Este trabalho possui a intenção de verificar os aspectos formativos da memória acerca da construção da Usina Hidrelétrica de Estreito entre os pescadores da cidade de Babaçulândia, no interior do Tocantins. Os depoimentos colhidos, com o aporte teórico-metodológico da História Oral, evidenciam que as consequências do empreendimento estão sendo incessantemente atualizadas e corroboram na formação de uma memória constantemente em disputa entre os membros da Colônia-Z15. Identificamos que o processo indenizatório e o tratamento oferecido pelo Consórcio Estreito Energia (CESTE) aos pescadores atingidos, no período em que a obra se iniciava, são alguns dos fatores decisivos para a conformação de uma memória alinhada à história oficial da obra ou para o cultivo de uma memória subterrânea. Para compreendermos esses processos de tessitura dessa disputa pela memória da obra, procuramos investigar as contradições contidas nos depoimentos dos pescadores que estão mais alinhados narrativamente ao empreendimento e as dores daqueles que rejeitam com bastante ênfase um legado positivo da construção. Entendemos, assim como Montenegro (1992), que parte desses conflitos se deve ao fato de que a história é um campo de batalhas, sendo o estabelecimento de uma narrativa homogênea o principal artífice para estabelecer os “vencedores” e os “vencidos” dessa história.

  • FRANCILENE FERREIRA GOMES
  • A DONZELA DE FERRO: a revista Boa Forma e a produção e recepção do discurso publicitário sobre a beleza feminina em Teresina na década de 1990
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 21/03/2024
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  • O trabalho tem como objetivo estudar historicamente as maneiras com as quais se deu a influência da produção discursiva da revista Boa Forma, na década de 1990, na cidade de Teresina, enquanto periódico dedicado a atuar na construção de padrões de beleza e consumo juntos a essas mulheres das classes médias urbanas. Nesse interstício, procuramos compreender como esse discurso publicitário externado através das capas da revista e dos editoriais foi recepcionado e apropriado pelas leitoras teresenses. O trabalho é amparado nos estudos da História Cultural e da História das Mulheres e, tendo como fonte a própria revista em estudo, ampara também as noções de moda, publicidade, corpo e beleza.

  • JOÃO VITOR ARAÚJO SALES
  • SURSUM CORDA: INTERIORIZAÇÃO DO ULTRAMONTANISMO NO PIAUÍ (1851-1910)
  • Data: 19/03/2024
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  • A presente tese, propõe-se analisar o Ultramontanismo no Piauí, entre 1851 e 1910. No Brasil, foi a partir de meados do século XIX que as ideias reformistas de caráter Ultramontano emergiram, espraiando-se através, principalmente, dos bispos. O bispado de São Luís, que jurisdicionava sobre os territórios político-administrativos independentes do Maranhão e do Piauí (1811), teve como primeiro representante desta vertente Dom Manoel Joaquim da Silveira, que aplicou a lógica ultramontana na diocese ludovica, que foi seguida por seus sucessores. No Piauí, interior do bispado, as reformas foram sentidas letargicamente, de modo que, a problematização das fontes documentais, hemerográficas e bibliográficas indica a determinância do Ultramontanismo para criação do bispado do Piauí e das medidas implantadas por seu primeiro bispo.

  • MARIA PAULA APARECIDA MENDES DE LIMA
  • ALÉM DO SER E DO VESTIR: HISTÓRIA, CORPO E IDENTIDADES DA MODA PIAUIENSE (2009 – 2023)
  • Data: 18/03/2024
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  • O presente estudo tem por objetivo compreender a história e a memória da moda piauiense, por meio das expressões de identidade e do(s) corpo (s) no seio das práticas socioculturais. Para tanto, analisou-se os desfiles ocorridos de 2009 a 2023 nos eventos Piauí Fashion Week e Piauí Moda House, ocorridos em Teresina-PI. Em virtude da necessidade de aprofundar a historiografia sobre moda piauiense, recuos temporais e espaciais foram necessários a fim de aprofundar o entendimento sobre o objeto estudado. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi realizado levantamento bibliográfico acerca de moda, identidade, corpo, gênero e memória, por meio de autores como Gilles Lipovetsky (2009), Stuart Hall (2006), Le Breton (2003), Judith Buther (2003) e Beatriz Sarlo (2007) e de coleta de dados em jornais e portais (Meio Norte.com, colunabrunacarvalho.com, meionorte.com, cidadeverde.com, oitomeia.com, clubenoticias.com, e 180 graus), cinco entrevistas com indivíduos envolvidos na produção do evento e, por fim, em mídias sociais e digitais oficiais dos eventos no Instagram e no YouTube, nos quais há o registro das edições, dos envolvidos no processo de organização, produção e criação do evento. Verificou-se que esses eventos tentaram (re)construir uma identidade que inserisse o Piauí internacionalmente no ramo da moda. A partir desses resultados, foi possível concluir que esses eventos foram importantes por divulgarem o estado e para divulgar a moda, pois ao longo das edições percebeu-se uma maior abertura para diferentes corpos e gêneros, tornando os desfiles e a moda piauiense mais autoral e diversificada.

  • JARBAS GOMES MACHADO AVELINO
  • ANTÔNIO COELHO RODRIGUES: os primórdios da codificação civil no Brasil
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 13/03/2024
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  • A tese estuda os primórdios da codificação civil no Brasil a partir de uma releitura da vida e da obra de Coelho Rodrigues, notadamente a partir da sua atuação como político, acadêmico e jurista na segunda metade do século XIX. Analisa o tempo em que viveu o autor e o lugar que o mesmo ocupou no movimento histórico e jurídico de confirmação do Direito Privado No Brasil no século XIX, tendo o seu projeto de codificação presentificado um universo de questões que eram então centrais ao país, sendo a obra e as suas disputas políticas sintomas relevantes de sua época. O trabalho analisa também a constituição das identidades de Coelho Rodrigues enquanto monarquista, espiritualista, romanista, jusnaturalista e um jurista escolástico, que se afirmou como um outro em relação à nebulosa da Escola do Recife e a influência de tais identidades sobre sua escrita política e jurídica. Discute o realinhamento identitário de Coelho Rodrigues com a ascensão da República que, somado ao seu investimento na carreira jurídica, com participação em várias comissões de exame de projetos de codificação civil na fase imperial, contribuíram para que assumisse, no começo do regime republicano, duas importantes tarefas no âmbito do Direito Civil: a elaboração do texto da lei do casamento civil e a elaboração de um projeto de Código Civil. Analisa o descarte do projeto de Coelho Rodrigues, as críticas que recebeu e a construção, por ele, de uma estratégia de defesa, pela escrita do seu projeto e da sua reputação como jurista. Discorre sobre a posição de Coelho Rodrigues quanto a temas como família, casamento, divórcio e trabalho. A tese procura mostrar que Rodrigues assumiu uma postura transitiva quanto a estes temas, conciliando o sentido de mudanças reclamado pelo tempo vivido e seu repertório de referências políticas, jurídicas, morais. Versa sobre o eclipsamento da figura luminosa de Coelho Rodrigues, creditando tal eclipsamento a fatores como o sentido transitivo de sua posição, um amplo repertório de textos constituídos por seus adversários destinados a atacar a sua reputação política, moral e intelectual e à posição destes de maior projeção na cena literária e intelectual entre o final do século XIX e começo do século XX.

  • LILIA MARIA DA SILVA SANTOS
  • “VIVENDO NUM PAÍS SEDENTO, UM MOMENTO DE EMBRIAGUEZ”: Sensibilidades, representações e experiências juvenis nas obras da banda Engenheiros do Hawaii (1980-1990).
  • Orientador : FREDERICO OSANAN AMORIM LIMA
  • Data: 07/03/2024
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  • Esta pesquisa tem como objetivo analisar as canções da banda de rock Engenheiros do Hawaii para compreender a nova condição de uma parcela da juventude urbana brasileira dos anos de 1980/90, que foi profundamente marcada pelos processos de mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais da sua época. Essas alterações resultaram em uma transformação comportamental, uma nova forma de existir dentro das possibilidades do cenário em que se estava inserido. Buscamos perceber essa nova condição de parte da juventude urbana brasileira através das canções, considerando que as músicas podem conter representações dos processos históricos de uma época. Como suporte teórico, utilizamos alguns autores que nos auxiliaram ao longo da pesquisa, destacando-se Helena Wendel Abramo (1993/1997), Alberto Melucci (1997), Luís Antonio Groppo (2016), Rafael José dos Santos (1992), José Machado Pais (1990), Joh Savage (2009), Mike Featherstone (1995), Gilles Lipovetsky (2007), Zygmunt Bauman (1999/2003/2008), Stuart Hall (2006), Anthony Giddens (2007), Pierre Bourdieu (1989), entre outros.

  • IAGO TALLYS SILVA LUZ
  • “CONTRA A TRISTEZA MONOCROMÁTICA DOS CARETAS”: Jomard Muniz de Britto e a invenção da Pernambucália
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 29/01/2024
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  • Este trabalho apropria-se historicamente do ativista cultural Jomard Muniz de Britto, tomando-o como sujeito-signo a partir do qual se analisa a invenção do tropicalismo pernambucano, nomeado a posteriori como Pernambucália. Ao observar a trajetória desse personagem, o estudo propõe, incialmente, enxergar sua inserção no espaço recifense para em seguida, discutir suas contribuições para a emergência de diferentes iniciativas culturais na capital de Pernambuco nas décadas de 1960 e 1970. Nesse contexto, a ênfase da discussão se encontra nos manifestos tropicalistas assinados naquela cidade no ano de 1968, na filmografia produzida em super-8 por Jomard Muniz de Britto nos anos 1970, nas entrevistas e nos “atentados poéticos” lançados pelo autor naquela década e em anos posteriores. Por fim, o trabalho observa as movimentações estéticas, políticas e comportamentais do personagem por debates relativos às dimensões do corpo, do gênero e da sexualidade, percebendo de que modo essas vivências externam os modos com os quais a experiência tropicalista incidia nas vivências de uma fração da juventude brasileira do período.

  • WILLIANS ALVES DA SILVA
  • HERÁLDICA DA CULTURA POPULAR: Ariano Suassuna e a fabricação do Movimento Armorial
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 27/01/2024
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  • O trabalho se propõe a estudar historicamente a constituição do Movimento Armorial em Pernambuco por meio do seu principal fundador e organizador, Ariano Suassuna, entre os anos de 1950 e 1970. Lançado em 18 de outubro de 1970, em Recife, o Movimento com expressões na arte, literatura, poesia e música, tentou realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares. Com isso, a organização cultural propôs criar um alto padrão de literatura e arte, buscando uma beleza plena e de sentido nacional. Com amparo na História Cultural e em conceitos como lugar social, práticas e representações e invenção, dos autores Michel de Certeau, Roger Chartier e Durval Muniz, respectivamente, objetiva-se entender, a partir da trajetória político-artístico-cultural de Ariano Suassuna, como tal movimento emergiu historicamente e quais as condições históricas que possibilitaram a sua fabricação.

  • LENILSON ROCHA PORTELA
  • CALINS PIAUIENSES: Identidade, condições de existência e trabalho de mulheres em comunidades ciganas Calons do Norte do Piauí (1970 – 2023)
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 15/01/2024
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  • O presente trabalho versa sobre as condições de existência e trabalho de mulheres ciganas do Norte do Piauí entre 1970 – 2023. A priori, estabelece-se a conclusão do precário estado de vida e ocupação trabalhista das mulheres historicizadas. Posto isso, empreende-se a tentativa de compreensão dos processos históricos, sociais e políticos que levaram a consolidação de um modelo de subsistência baseado em expropriação cultural, violação de garantias legais, exploração de mão de obra, perseguição étnica e ausência de políticas públicas efetivas voltadas para a manutenção da identidade dos povos ciganos, não só do Piauí. Indo além disso, buscou-se uma leitura transversal sobre como esses processos são vivenciados sob a perspectiva de gênero, em interseção com questões de classe e etnia. Para tanto, a proposta busca dialogar com fontes hemerográficas, como o jornal O Dia, o Estado do Piauhy, BBC News Brasil e noticiários das localidades referenciadas ao longo do texto. Ampliando o escopo documental, recorre-se aos registros fotográficos como forma de leitura ampliada dos contextos e processos. Buscando mapear a presença dessas pessoas que não são percebidas pelos instrumentos oficiais de Estado – como o censo demográfico – a pesquisa alicerça-se em amplos depoimentos colhidos por meio de entrevistas semiestruturadas que versam sobre experiências pessoais e coletivas dos sujeitos aqui estudados e, como essas vidas são ordenadas por agentes exteriores em função dos interesses de natureza cultural, social, econômica e de classe. Em profícua conversação com o aparato jurídico nacional e internacional – leis, decretos, tratados e jurisdição – efetiva-se uma análise das falhas contidas na estrutura de proteção dos direitos dos povos ciganos, especificamente, das mulheres dessa etnia. Para tanto, recorre-se a autores como Saffioti (2013), Antunes (2009), Del Roio (2017), Furtado (1998), Gomes (2002), Butler (2022) e Perrot (2019) para articulação dos elementos constituintes dessa investigação e para dela aferir conclusões que sirvam para desnaturalizar posições, situações e contextos percebidos como inalteráveis.

2023
Descrição
  • DANIEL SOUZA BRAGA
  • COTIDIANO, TRABALHO E MEMÓRIA: histórias de vida de trabalhadoras(es) ribeirinhas(os) dos povoados da Ilha Grande (1960 - 1990)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 22/12/2023
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  • Essa pesquisa dialoga com memórias de velhas(os) trabalhadoras(es) ribeirinhas(os) de uma parte do litoral do Piauí, em uma época que a Ilha Grande de Santa Isabel era constituída por uma rede de povoados que pertenciam à cidade de Parnaíba. Através das fontes orais e da metodologia da história oral, explorou-se as singularidades, as trajetórias e sobretudo experiências, estruturadas em narrativas que visam compor uma vida, detendo-se em uma rede de sentidos que vai desde a infância, a vida adulta, o labor, o imaginário, os delírios e silêncios, mesmo sabendo que o narrar é o esforço de se ordenar memórias difusas. O fio que une os “poemas/vida” é a ideia da sobrevivência, pois o labor enquanto sentido da existência das classes populares, torna-se o centro das preocupações, visando por ganhar o pão de cada dia. A vida insular é marcada por modos de existir à margem da cidade circunscrita, ou seja, um modo de morar, trabalhar, curar nas fimbrias do sistema, obrigando os sujeitos a viverem o cotidiano “jogando com a ocasião”, criando e recriando uma série de táticas para vencer as duras condições do dia a dia, improvisando modos de morar, parir, curar, amar, festejar, trabalhar. A tese reflete também sobre a forma como as lembranças são evocadas, sendo a memória uma forma de compor a vida, uma reconstrução, um fluxo capaz de saltar e explorar tempos diversos, enveredando por subjetividades ímpares que se dobram e se desdobram no espaço e tempo cercado por rios, matas e lama. As entrevistas de histórias de vida são nervos do trabalho, mas utilizamos outras fontes que permitiram penetrar no tempo estudado, como obras memorialística, crônicas, reportagens dos jornais Inovação, Diário do Povo, Jornal do Piauí, Folha do Litoral. Para alargar nossa compressão dos problemas, questões e temáticas que surgiam ao longo da pesquisa, servimo-nos dos ensinamentos dos autores como Halbwachs (2003), Pierre Nora (1993), Verena Alberti (2004), Ecléa Bosi (2009), Portelli (2007), José Carlos Sebe Meihy (2005), Michel de Certeau (2003) e outros.

  • MÁRCIO DE ARAÚJO PONTES
  • Tesouros Vivos da Cultura Cearense: entre narrativas, tempos e memórias.
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 08/12/2023
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  • Investigamos narrativas, tempos e memórias, tomando como referência os mestres e mestras da cultura cearense, com objetivo de analisar permanências, repetições, inovações e negociações relacionadas a atuação dos sujeitos, que representam o Tesouro Vivo da Cultura Cearense, tomando como ponto de partida agosto de 2003, ano em que a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-Ce) foi autorizada, pela Lei nº 13.351, a registrar em livro próprio, sob a nomenclatura de Mestre da Cultura Tradicional Popular Cearense, indivíduos que praticam os mais variados ofícios ligados aos fazeres culturais, como representantes do patrimônio imaterial do Estado, selecionados por meio de edital e aptos a receber um auxílio financeiro vitalício, no valor de um salário mínimo, pago pelo Estado. Em contrapartida devem transmitir seus conhecimentos através de programas e projetos de ensino e aprendizagem desenvolvidos e acompanhados pela Secult-Ce. É fato que o avanço da urbanização e o acesso a novos objetos e tecnologias possibilitaram a inclusão ou exclusão de elementos nas práticas dos mestres e mestras da cultura, avaliamos as intervenções governamentais, feitas através de políticas públicas culturais, nesse percurso de mudanças.

  • RONYERE FERREIRA DA SILVA
  • A POLÍCIA DOS PALCOS: TEATRO, CENSURA E TENSÕES CULTURAIS NO RIO DE JANEIRO (1907-1930)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 01/09/2023
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  • Esta tese analisa a censura ao teatro no Rio de Janeiro entre 1907 e 1930, período marcado pelo processo de remodelação urbana da cidade, por maior intervenção oficial na tentativa de controlar as práticas culturais e pelo enrijecimento da atuação das autoridades policiais nas atividades teatrais. Analisamos os mecanismos de atuação da censura e os procedimentos de resistência ao controle, praticados por integrantes da dinâmica teatral, como dramaturgos, empresários e artistas. A partir do diálogo entre a historiografia e o conjunto das fontes, formado por documentos hemerográficos, literários, iconográficos, legislativos e jurisprudenciais, argumentamos que a censura teatral das primeiras décadas do século XX se caracterizou pela coexistência de aspectos morais, religiosos, diplomáticos e políticos, sendo instrumentalizada pelas elites dirigentes como um mecanismo de imposição de uma disciplina, associada ao processo de modernização forçada da cidade e de controle das práticas culturas, e de interdição de interpretações alternativas das relações sociais, afetivas e políticas. No âmbito teórico, dialogamos com as noções de estratégias e táticas (CERTEAU, 2014), processo civilizador (ELIAS, 2011), teatro político (PARANHOS, 2012; CHARLE, 2012) e fração de classe (WILLIAMS, 1992).

  • SARAH ROCHA RIOS
  • TIMON SOB A TECITURA DOS ESPAÇOS: POLÍTICAS PÚBLICAS E TRANSFORMAÇÕES URBANO-SOCIAIS (2000 – 2015)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 01/09/2023
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  • O presente trabalho objetiva analisar, sob a perspectiva histórica, o desenvolvimento socioeconômico e a expansão urbana do município de Timon (MA) entre os anos 2000 e 2015, com foco em políticas públicas de desenvolvimento social, visando compreender em que medida a população local foi afetada pelas transformações ocorridas no período em questão, propondo-se uma análise do Plano Estratégico e Sustentável de Timon – Agenda 21, (2002) em que se estabeleceram metas e estratégias para o desenvolvimento do município em diversos setores sociais, a serem alcançadas até o ano de 2015, justificando assim o recorte temporal proposto. A pesquisa debruça-se sobre a análise voltada para a emergência de políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento das cidades brasileiras e a ampliação de programas sociais voltados para as camadas sociais economicamente vulneráveis. Além de perceber a relação que se estabelece entre o uso da terra e os demais aspectos sociais como: habitação, saúde, educação, meio ambiente, dentre outros. Para tanto, realizaremos análise documental voltada para relatórios da Prefeitura Municipal de Timon e dos Governos Federal e Estadual disponibilizados por portais eletrônicos oficias, além da metodologia de História Oral temática. Estabelecendo diálogo com os
    autores Ana Fani Carlos (2015), Erminia Maricato (2013; 2014), Jacques Le Goff (1998), Michel de Certeau (2000; 2014), Marcelo de Souza (2006), Raquel Rolnik (2004), Roberto Lobato Corrêa (2004), Janaína Amado e Marieta Ferreira (2006), entre outros

  • GRACIVALDA MATOS ALBANO LIMA
  • “DA NOSSA FIRMEZA DE CARACTER E DA RESIGNAÇÃO COM Q’ SUSTENTAMOS O JURAMENTO DA INDEPENDÊNCIA OU MORTE”: A construção do Exército Libertador no Piauí para a Guerra da Independência – 1823.
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 31/08/2023
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  • O presente trabalho tem como objetivo entender o contexto histórico em que foi construído o processo de Independência do Brasil, através da historiografia nacional e piauiense com o entrelaçamento de cartas pessoais, com o intuito de perceber o enraizamento das ideias emancipacionistas que estremeceram as bases do império lusitano no Brasil, compreender as práticas de transformações e continuidades que levaram a um esgotamento de forças culminando com a ruptura, identificando as ações para a construção das bases definidoras para a vitória sobre o poder português na Província do Piauí, investigando as formas de constituição das fileiras armadas edificadas no período em destaque. As cartas, utilizadas como fontes, são em número de trinta e cinco e pertencem ao acervo documental do Museu Ozildo Albano situado na cidade de Picos – PI e dispõem das impressões deixadas pelos que contribuíram na escrita de um capítulo da nossa história. 

     

  • BIANCA MOURA DA SILVA
  • O Bispado de D. Joaquim Antônio de Almeida e a imprensa católica: um projeto ultramontano no Piauí.
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 30/08/2023
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  • A Igreja Católica no Piauí ganha sua emancipação ao se desanexar da Diocese maranhense, em 1906, como resultado de iniciativas das camadas sociais piauienses, assim como refletindo os interesses institucionais católicos envoltos em um movimento de reformas assistido pela Santa Sé. Embebido pelo Ultramontanismo, o século XIX brasileiro presenciou o aumento no número de Dioceses em seu território, tendo em visto as mudanças enfrentadas pela Igreja Católica e dificuldades em manter o status quó mediante a transição de regime político, aplicando, assim, uma série de reformas no eclesiástica no Brasil. Adentrando em um contexto de reforma nacional da Igreja, a Instituição Católica no Estado do Piauí – sob governança de seu primeiro bispo, Dom Joaquim Antônio de Almeida – viu o alvorecer de um novo projeto de catolicismo. Diante disso, abordamos em nossa pesquisa os seis anos de governo diocesano do bispo D. Joaquim Antônio de Almeida, que vigoraram do ano de 1906 a 1912 – ano de sua renúncia – onde o citado bispo atuou no Estado do Piauí. Compreender as práticas e estratégias institucionais católicas do referido bispo nas terras piauienses, com ênfase no uso da imprensa feito pelo bispo, entre os referidos anos é o que configura o objetivo central da presente pesquisa, cuja proposta encerra-se em uma análise histórica das fontes compiladas específicas da época, como as edições de jornais que abordam essas práticas, tal qual o jornal católico piauiense O Apóstolo, assim como cartas pastorais do bispo D. Joaquim Antônio, assim como de Dom Adauto Aurélio, que influenciou na formação eclesiástica de Dom Joaquim. Para a compreensão do cenário abordado utilizamo-nos de categorias conceituais embasadas principalmente nos conceitos de práticas e estratégias, assim como sua ideia de economia escriturística de Michel de Certau, poder simbólico e discurso do sociólogo Pierre Bourdieu, e dominação religiosa de Max Weber. Após o decorrer da pesquisa nos foi possibilitada a ideia de que o bispado piauiense, desde sua gênese, estaria alinhado – dentro do recorte abordado – às práticas de um catolicismo institucional geral e as ações implementadas por D. Joaquim Antônio de Almeida puderam ser entendidas como sinais de tal alinhamento.

  • NAYARA GONÇALVES DE SOUSA
  • “ENTRE AROMAS, FETIDEZES E MEMÓRIAS:” REPRESENTAÇÕES SENSÍVEIS DO VIVER CITADINO EM PICOS-PI, NAS DÉCADAS DE 1980 E 1990
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 25/08/2023
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  • A cidade de Picos-PI, localizada em uma área que cruza e interliga diferentes regiões brasileiras, alterou significativamente a sua estrutura populacional e territorial durante as décadas de 1980 e 1990, mesmo com o desmembramento dos diversos municípios que se tornaram cidades independentes. Entretanto, a referida urbe deixava a desejar no que concerne a execução de serviços essenciais de limpeza pública que deveriam ser garantidos à população. Tal fato contribuía não apenas para a construção de uma imagem negativa da cidade, mas também para o aparecimento de endemias que afetavam diretamente a saúde de seus habitantes. Por esta razão, a presente pesquisa discorre sobre o viver citadino em Picos-PI nas décadas supracitadas, através das memórias olfativas. Entendemos que este estudo se faz necessário pelo fato de que a cidade, além de simbólica e comunicativa, é também o espaço dos cheiros e odores, esses que sendo fáceis de serem identificados, se tornam marcadores da identidade urbana. O desenvolvimento da pesquisa foi baseado em diferentes tipos de fontes, que incluíram: entrevistas orais, jornais locais e estaduais (Macambira, Jornal de Picos, Tribuna de Picos, O Dia, O Liberal e O Estado), revistas (Foco e Momento Informativo), fotografias, charges, poesias e o código municipal de posturas. A análise destas fontes e as discussões presentes no trabalho contaram com o referencial teórico de diversos autores, entre eles: Raquel Rolnik (1995, Ana Fani Carlos (2007), Sandra Pesavento (2007), Michel de Certeau (2008) e Roberto Corrêa (2007) para as questões de cidades; Alain Corbin (1987), Milena Kanashiro (2003), Palmira Ribeiro e Nadja Santos (2018), Bettina Malnic (2008), Chandler Burr (2006) e João Scortecci (2019) para as questões das percepções sensoriais; Ecléa Bosi (2003), Peter Burke (2000), Michael Pollak (1989), Maurice Halbwachs (2006), Jacy Seixas (2004), Márcio Silva (2008) e Francisco Nascimento (2002) para as discussões de memória; Sônia Freitas (2006), Cléria Botelho da Costa (2014) e José Carlos Meihy (1996) para as compreensões acerca da história oral e Roger Chartier (1990) para o entendimento sobre as práticas de representações. O estudo identificou como se caracterizava o espaço urbano picoense deste período em seus aspectos físicos, sociais e políticos e, para isso discutiu-se acerca da pouca preocupação demonstrada pelos governantes municipais tanto para com a imagem olfativa que se construiria interna e externamente da cidade, quanto pelo bem-estar de sua gente. Também apontou as representações sensíveis e mapeou olfativamente determinados ambientes públicos e privados situados na zona urbana da cidade.

  • ISAAC GABRIEL DIAS GARCEZ
  • O progresso liberal: análise das atuações políticas de Deolindo Mendes da Silva Moura e de José Manoel de Freitas na Província do Piauí (1850 – 1860)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 11/08/2023
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar as atuações políticas de Deolindo Mendes da Silva Moura e de José Manoel de Freitas na província do Piauí durante as décadas de 1850 e 1860. Durante o período analisado ocorreram vários acontecimentos políticos no governo imperial brasileiro, sendo destaque para a nossa pesquisa a Conciliação na década de 1850 e a Liga Progressista na década de 1860. Investigamos como ocorreu a organização desses movimentos políticos no Rio de Janeiro e quais as consequências que projetaram para a comunidade política piauiense da época. Nossos estudos examinaram de forma específica a inserção de Deolindo Mendes da Silva Moura e de José Manoel de Freitas na vida política do Piauí ao fim da década de 1850, entendendo o impacto do governo central e a implicação de suas filiações partidárias no Partido Liberal local para a realização de suas atividades políticas. Desenvolvemos análise do percurso que esses políticos tiveram na província do Piauí durante a década de 1860. Dessa forma, examinamos a atuação na imprensa periódica e a execução de cargos da administração pública local.

  • MARCONE RODRIGUES DE SOUSA
  • DO RECATO AO PRAZER: modernização e prostituição em Teresina-PI, na década de 1970.
  • Data: 28/07/2023
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  • Teresina, em seu devir histórico - projetada e fundada sob o signo da modernidade desde 1852 – experienciou traços do processo de modernização durante o século XX, sobretudo na segunda metade. Como uma espécie de palimpsesto urbano, as intervenções urbanísticas a partir do Centro da Capital, promovidas nas gestões de Alberto Silva (1971-1975) e Dirceu Arcoverde (1975-1978) visavam não somente construir uma nova arquitetura, mas publicizar a imagem de um “Novo Piauí”. Entretanto, a utopia urbana de uma cidade moderna, recatada e ordeira se deparava com a heterotopia da cidade do atraso, do pecado e dos excluídos, cuja representação recaía sobre as favelas e os prostíbulos, que afrontavam os olhares disciplinadores de uma sociedade moralista e profilática. O presente estudo analisa os conflitos da prostituição feminina nos cabarés da capital piauiense, principalmente na zona da Paissandu, frente ao processo de modernização na década de 1970. Para tanto, buscou-se a princípio observar os aspectos modernizadores da urbe (seu aparato urbano e as práticas discursivas) que pendulavam Teresina entre o aceitável e o proibido. Nessa seara, verificou-se também as interdições do poder disciplinar sobre os corpos infames (prostitutas) nos territórios do prazer (cabarés), mediante o patrulhamento ostensivo das operações policiais. E por fim, investigou-se as circunstâncias que desestruturariam a principal zona de prostituição da capital – Rua Paissandu e adjacências – e ao surgimento incipiente dos motéis. Esse estudo percorreu o seguinte corpo documental: as mensagens governamentais, as cartas CEPRO e o noticiário dos principais jornais: O Dia, O Estado, Jornal do Piauí, o Liberal e a Hora, disponíveis nas instalações do Arquivo Público do Piauí. Já o acesso às leis municipais, como o código de postura ocorreu na Biblioteca da Câmara de Vereadores de Teresina e, por fim, as entrevistas com algumas prostitutas e frequentadores da zona do meretrício. Essas fontes permitiram registrar fragmentos importantes dessa experiência histórica de controle e marginalização na urbe teresinense, sob o véu da modernização da capital. Por orbitar no campo da história cultural, essa pesquisa qualitativa norteia-se por referenciais conceituais e bibliográficos de autores como Michel Foucault (1976), Michel de Certeau (1980), Marshall Berman (1986), Francisco Alcides Nascimento (1999), Sandra Pesavento (2007), Margareth Rago (2008), Cláudia Fontineles (2009), Bernardo Sá Filho (2017) e Pierre Nora (2012), que se debruçaram sobre discussões em torno do moderno, da modernização e das ressonâncias discursivas do fazer urbano nos espaços de poder e de infâmia, no controle das práticas sexuais, no usufruto dos corpos pérfidos, nas sociabilidades diversas e nos lugares de memória, respectivamente. Portanto, em termos conclusivos, o recato e o prazer manifestos no ideário modernizador de Teresina eram afrontados com “outros prazeres da noite”, em que a prostituição expõe a heterotopia de uma capital imersa no estigma da exclusão e do recalque.

  • GEISE CAROLINE DE SOUSA SANTOS
  • “LEIA O JORNAL, NÃO TENHA MEDO DE MIM”: TORQUATO NETO E A PRODUÇÃO JORNALÍSTICA NOS ANOS 1970
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 08/05/2023
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  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar a trajetória jornalística de Torquato Pereira de Araújo Neto, poeta piauiense que teve grande inserção nos acontecimentos que resultariam no chamado Movimento Tropicalista, com ênfase na sua coluna Geléia Geral que assinou entre os meses de agosto de 1971 a março de 1972, no jornal Última Hora na cidade do Rio de Janeiro. O trabalho se propõe a analisar os textos veiculados na coluna e como o jornalista se manteve no cenário do fazer jornalístico na década de 1970, uma vez que ao fazer esse esforço de compreender a linguagem em sua materialização nos leva ao fato de que os discursos e as práticas discursivas são capazes de criar, recriar e delinear trajetórias dos sujeitos do referido período histórico. A pesquisa tem como fontes primárias as produções de Torquato Neto e seus pares na Imprensa Alternativa como O Pasquim, Flor do Mal, Jornal de Amenidades, Presença, dentre outros. Esse estudo também se aporta bibliograficamente nos conceitos de Análise do Discurso e as Linguagens do autor Eni Orlandi (2006) para compreender como se deu a construção dessas notícias e seus discursos. Nos estudos de autores como: Beatriz Kushnir (1991), Bernardo Kucinski (2004), Carlos Fico (2001), Castelo Branco (2005), Giorgio Agamber (2009), Marcos Napolitano (2011), Gilles Deleuze (2003)

  • FLÁVIO FERNANDES CARVALHO
  • IMPRENSA, RESSENTIMENTO E PODER: a trajetória de Lívio Lopes Castelo Branco e Silva e a dinâmica política do Piauí Oitocentista (1839- 1852)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 11/04/2023
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  • No Brasil, entre os anos de 1824 a 1850, ocorreram inúmeras revoltas, levantes, insurreições e ajuntamentos, entre eles Balaiada e as Revoltas Liberais de 1842, ambas com características semelhantes, e participação de um conjunto de pessoas que ora ou outra figuravam como líderes nessas variadas revoltas. Fortemente influenciada por um consenso escriturístico do século XIX, foi se constituindo uma linha historiográfica partindo da visão do Estado, da Ordem e da legalidade, alicerçando a história e a memória dos vencedores como a oficial. Nessa dissertação, faz-se leitura e interpretação dos movimentos da Balaiada e Ajuntamento do Exú, a partir de uma análise que privilegia a voz do vencido. Assim, encontrou-se em Lívio Lopes Castelo Branco e Silva – fazendeiro de família importante do Piauí –, o objeto de estudo capaz de revelar em grande medida a dinâmica política do Piauí e do Norte, bem como um projeto político que se contrapunha ao modelo político vitorioso emanado da Corte. Nesse sentido, a partir do estudo desse sujeito, analisam-se a dinâmica político-social nortista, os conflitos no jornalismo partidário, bem como as tensões sociais causadas pelas revoltas, que eram consequência de insatisfação de elites políticas derrotadas nos processos de conquista do poder. A análise se fundamenta na documentação oficial, em parte partes hemerográficas, nos Anais do Parlamento Brasileiro, em cartas publicadas em um conjunto de jornais do século XIX, além de escritos oitocentistas como as Notas Diárias de Alencastre de 1872 e a memória de Domingos Magalhaes de 1858, e de variada bibliografia: CARVALHO, 2000; CARVALHO, 2010; CASTELO BRANCO, 2020; DIAS, 2014; DOLHNIKOFF, 2005.

  • MARCUS PIERRE DE CARVALHO BAPTISTA
  • Entre a Geografia, a História e a Literatura: João Gabriel Baptista (1920-2010) e sua constituição enquanto intelectual na segunda metade do século XX no Piauí
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 10/04/2023
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  • Este trabalho produziu uma narrativa sobre João Gabriel Baptista (1920-2010), com o objetivo de discutir as condições históricas que permitiram que o sujeito em tela se tornasse um intelectual na segunda metade do século XX no Piauí. A metodologia constou de pesquisa bibliográfica utilizando-se de autores como Bourdieu (2006), Gomes (2004), Sirinelli (1998; 2003), Loriga (2011), Arfuch (2010), Seligmann-Silva (2003), Halbwachs (2006), Pollak (1989), Hall (2006), Bauman (2005), Woodward (2014), Chartier (1991) e Alberti (2013) para operacionalização dos conceitos de Biografia, Escrita de Si, Identidade, Redes de Sociabilidade, Memória, a categoria de Intelectual e para a metodologia da História Oral. Quanto às fontes, trabalhamos com a pesquisa hemerográfica, utilizando jornais publicados no Maranhão e Piauí entre meados do século XIX até o início do século XXI, bem como documentos do poder executivo, especificamente relatórios de governo do Piauí publicados no início do século XX, livros de memória, entrevistas com sujeitos que conheceram e conviveram com o personagem em tela desta pesquisa no ambiente profissional ou familiar, além da própria produção acadêmica e literária de João Gabriel Baptista. Indicou-se a relevância que a atuação de sua família na política e sociedade piauiense entre o século XIX e XX teve para sua formação e, posteriormente, inserção nas redes de sociabilidade intelectuais do Piauí na segunda metade do século XX. Não obstante isto, a pesquisa permitiu compreender ainda não apenas de que modo João Gabriel Baptista constituiu-se enquanto intelectual, mas como se tornou um pioneiro no campo da Geografia, tendo em vista que foi o primeiro pesquisador piauiense da área a produzir um estudo sistemático a partir de um espaço acadêmico e intelectual. Inferiu-se ainda acerca de como seu imaginário esteve marcado por questões sensíveis de sua época, refletindo diretamente nas representações construídas em suas obras, tanto literárias, como acadêmicas. Por fim, o estudo tornou possível também refletir sobre as várias representações construídas sobre João Gabriel Baptista ao longo de sua trajetória, bem como depois de sua morte no ano de 2010 em Teresina (PI) em decorrência do mal de Alzheimer.

  • ANA ELISA NUNES PEREIRA
  • GETÚLIO VARGAS E OS PERCALÇOS DO ALINHAMENTO: ROMPENDO DISTÂNCIAS ENTRE NAÇÕES (1950-1953)
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 07/04/2023
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  • O presente trabalho analisa as conjunturas Políticas e sociais do segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954), período que corresponde o desenrolar da Guerra Fria e, principalmente, as questões de alinhamento político social, político e econômico entre Brasil e Estados Unidos da América. Partindo do princípio de dependência entre as nações, os Documentos Oficias, ou melhor, os Memorandos de Conversação estabelecidos entre as duas nações somados as obras de historiadores como, Eric Hobsbawm, Jord Friedrich, Hecht e Servent, Daniel Arão Reis, dentre outros, nos auxiliarão a perceber o alinhamento entre essas nações, bem como a repercussão do mesmo por meio dos jornais Folha da Manhã a nível nacional, e a nível local os jornais O Piauí (1950) e Jornal do Piauí (1952), nos anos que compreendem os quatro primeiros anos da década de 1950.

  • ANA ELISA NUNES PEREIRA
  • GETÚLIO VARGAS E OS PERCALÇOS DO ALINHAMENTO: ROMPENDO DISTÂNCIAS ENTRE NAÇÕES (1950-1953)
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 07/04/2023
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  • O presente trabalho analisa as conjunturas Políticas e sociais do segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954), período que corresponde o desenrolar da Guerra Fria e, principalmente, as questões de alinhamento político social, político e econômico entre Brasil e Estados Unidos da América. Partindo do princípio de dependência entre as nações, os Documentos Oficias, ou melhor, os Memorandos de Conversação estabelecidos entre as duas nações somados as obras de historiadores como, Eric Hobsbawm, Jord Friedrich, Hecht e Servent, Daniel Arão Reis, dentre outros, nos auxiliarão a perceber o alinhamento entre essas nações, bem como a repercussão do mesmo por meio dos jornais Folha da Manhã a nível nacional, e a nível local os jornais O Piauí (1950) e Jornal do Piauí (1952), nos anos que compreendem os quatro primeiros anos da década de 1950.

  • SABRINA THAYS BEZERRA SANTOS
  • COM A BOCA NO MUNDO: HISTÓRIA, MÚSICA E GÊNERO NA OBRA DE RITA LEE (1970-1980)
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 03/04/2023
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  • A música produzida e elaborada por Rita Lee está imersa, como todo produto humano, em um sistema de relações, dentre as quais as de gênero ganharam maior repercussão, não somente pelas suas músicas, mas por ser uma mulher que se destacou em um segmento musical com predominância da atuação masculina – o rock. Enfrentando esses paradigmas no meio musical e social essencialmente conservador, o presente estudo busca estudar os processos alternativos de subjetivação de Rita Lee e sua contribuição para o entendimento do ser mulher no Brasil nos anos de 1970 e 1980, revelando-se como uma figura feminina forte e de personalidade transgressora. Assim, o presente trabalho teve como objetivo principal compreender historicamente a vida e a obra da artista brasileira Rita Lee para, com esta compreensão, problematizar as condições históricas de existir no interior das quais a citada artista referenciou, para toda uma geração, as noções de corpo, gênero, sexualidade, juventude e família entre as décadas de 1970 e 1980 no Brasil. Além disso, tomar Rita Lee como um signo histórico, através do qual se procurará derivar a história da classe média brasileira no período em estudo, buscou-se indagar sobre o processo de recepção da arte de Rita Lee tanto pela crítica de música como pelo público em geral, desenvolver estudos teóricos sobre as categorias juventude, sexualidade, família, gênero e indagar sobre as condições de fazer e consumir arte no Brasil da ditadura militar. Dessa forma, buscando discutir as relações de corpo, gênero e sexualidade serão revisados os seguintes autores: Carla Bassanezi Pinsky (2012), Mary Del Priore (2011), Rachel Sohiet (1997) e Joan Scott (1992). Referentes às discussões de Biografia e Autobiografia, foram utilizados autores tais como Schmidt (2000), Ricouer (1994) e Bourdieu (1986). No tocante às discussões sobre História e Música, foram utilizadas as proposições de Marcos Napolitano (2006, 2005), Paulo Chacon (1982) e Tatit (2004). Além da revisão bibliográfica citada, foram levantadas análises de sua autobiografia, entrevistas disponíveis na internet, assim como leituras e interpretações de reportagens disponíveis em revistas digitais com o objetivo de analisar a trajetória musical e vida pessoal da cantora Rita Lee. Dessa forma, considera-se que sendo dotada de uma transgressão orientada, Rita Lee consegue, através de suas canções, elencar novas formas de ser mulher, o que se evidencia como uma forma de ligação na construção de novos padrões de corpo, gênero, sexualidade, família e juventude, tornando-se assim um símbolo de representatividade.


  • SABRINA THAYS BEZERRA SANTOS
  • COM A BOCA NO MUNDO: HISTÓRIA, MÚSICA E GÊNERO NA OBRA DE RITA LEE (1970-1980)
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 03/04/2023
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  • A música produzida e elaborada por Rita Lee está imersa, como todo produto humano, em um sistema de relações, dentre as quais as de gênero ganharam maior repercussão, não somente pelas suas músicas, mas por ser uma mulher que se destacou em um segmento musical com predominância da atuação masculina – o rock. Enfrentando esses paradigmas no meio musical e social essencialmente conservador, o presente estudo busca estudar os processos alternativos de subjetivação de Rita Lee e sua contribuição para o entendimento do ser mulher no Brasil nos anos de 1970 e 1980, revelando-se como uma figura feminina forte e de personalidade transgressora. Assim, o presente trabalho teve como objetivo principal compreender historicamente a vida e a obra da artista brasileira Rita Lee para, com esta compreensão, problematizar as condições históricas de existir no interior das quais a citada artista referenciou, para toda uma geração, as noções de corpo, gênero, sexualidade, juventude e família entre as décadas de 1970 e 1980 no Brasil. Além disso, tomar Rita Lee como um signo histórico, através do qual se procurará derivar a história da classe média brasileira no período em estudo, buscou-se indagar sobre o processo de recepção da arte de Rita Lee tanto pela crítica de música como pelo público em geral, desenvolver estudos teóricos sobre as categorias juventude, sexualidade, família, gênero e indagar sobre as condições de fazer e consumir arte no Brasil da ditadura militar. Dessa forma, buscando discutir as relações de corpo, gênero e sexualidade serão revisados os seguintes autores: Carla Bassanezi Pinsky (2012), Mary Del Priore (2011), Rachel Sohiet (1997) e Joan Scott (1992). Referentes às discussões de Biografia e Autobiografia, foram utilizados autores tais como Schmidt (2000), Ricouer (1994) e Bourdieu (1986). No tocante às discussões sobre História e Música, foram utilizadas as proposições de Marcos Napolitano (2006, 2005), Paulo Chacon (1982) e Tatit (2004). Além da revisão bibliográfica citada, foram levantadas análises de sua autobiografia, entrevistas disponíveis na internet, assim como leituras e interpretações de reportagens disponíveis em revistas digitais com o objetivo de analisar a trajetória musical e vida pessoal da cantora Rita Lee. Dessa forma, considera-se que sendo dotada de uma transgressão orientada, Rita Lee consegue, através de suas canções, elencar novas formas de ser mulher, o que se evidencia como uma forma de ligação na construção de novos padrões de corpo, gênero, sexualidade, família e juventude, tornando-se assim um símbolo de representatividade.

  • ISABELA SOUSA MOURA
  • “SE O DIA DISSE A NOTÍCIA EXISTE”: A ATUAÇÃO DA IMPRENSA ESCRITA TERESINENSE NA DITADURA CIVIL-MILITAR (ANOS 1960 e 1970).
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 31/03/2023
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  • O presente trabalho estuda a produção da imprensa escrita teresinense, sobretudo os jornais O Dia (PI) e O Estado (PI), no apoio ao Golpe de 1964 e manutenção na Ditadura Civil-Militar durante os anos de 1960 e 1970. Na análise destes periódicos a pesquisa privilegiou os textos dos editoriais, as manchetes e colunas de opinião, elementos que destacam a representação verbal dos jornais. O objetivo é compreender as ambiguidades nos discursos pautados nos polos opostos: democracia e autoritarismo, que cindidos pela argumentação em defesa da pátria e luta por liberdade, adotaram posturas de consentimentos e atritos com o Estado autoritário. Para tanto, foram analisados como fonte histórica os jornais impressos e digitalizados, que, através da interlocução teórica com Maria Helena Capelato (2015) houve a construção metodológica da pesquisa, tendo em vista a imprensa como fonte e objeto presente nas tramas que implicam os interesses discursivos dos proprietários e produtores dos jornais. Desta forma, a problematização das fontes apontou que a construção do discurso informativo é permeado pela Cultura Política que infere diretamente nas decisões políticas, onde os interlocutores são motivados por sentimentos, representações e medos, de certa, forma constroem mitos e heróis. Esta interlocução foi esmiuçada através dos historiadores Rodrigo Patto Sá Motta (2013), Serge Berstein (1998) e René Rémond (2003). Além disso, é importante ressaltar as reflexões de Patrick Charaudeau (2015) acerca da construção do discurso informativo, tendo em vista as instâncias de produção, recepção e interpretação da escrita jornalística. As reflexões sobre as tramas políticas piauienses das décadas de 1960 e 1970 permearam através das contribuições das autoras Cláudia Cristina da Silva Fontineles (2015) e Marylu de Oliveira (2009). Nesta pesquisa, constatou-se que a imprensa desempenha um papel fundamental na construção e formação da opinião pública, expandindo suas funções para além do mero ato de informar. Desta forma, a mesma afasta-se da neutralidade, evidenciando os interesses particulares de seus produtores, que por vezes são agente públicos envolvidos por aspirações político-partidárias e econômicas.

  • MARIA NATIELLY SOARES CAMPOS
  • O LITORAL PIAUIENSE E A PRATICAGEM DA BARRA DA TUTÓIA: (1901-1910)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 31/03/2023
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  • A presente dissertação objetiva analisar algumas discussões sobre o litoral piauiense, suas atividades portuárias e a emergência da barra da Tutóia, um dos braços do rio Parnaíba, evidenciado em algumas narrativas como território que compreendia antes ao Piauí, devido a sua praticagem portuária. O recorte temporal compreende-se de 1901 a 1910, mas que deságua em narrativas que reverberam até os tempos atuais. Tais debates, ao discutir questões territoriais, sinalizam temas atuais, como o litígio territorial piauiense, no caso, envolvendo contendas também entre piauienses e maranhenses, segundo a documentação analisada. Observaremos o Piauí desde as suas primeiras ocupações, as notícias sobre o litoral, bem como alguns dos primeiros mapas e cartas sobre o rio Parnaíba e suas bocas, as movimentações portuárias e a presença crescente do comércio marítimo. O objetivo se fundamenta na busca por observar como o Piauí movimentava seu comércio marítimo e como a barra da Tutóia, no estado do Maranhão, passou a ser reivindicada como pertencente ao território piauiense no passado. Utilizaremos a metodologia qualitativa. Como suporte informativo, nos debruçamos sobre fontes da época, como o jornal Nortista (1901), jornal Pátria (1902), Almanack da Parnahyba (1924, 1925, 1927). Das fontes de pesquisa temos Antonino Freire (1907) Odilon Nunes (2001, 2007 e 2014), Bugyja Britto (1976), Pe. Cláudio Melo (1985), entre outros estudos.

  • MARIA NATIELLY SOARES CAMPOS
  • O LITORAL PIAUIENSE E A PRATICAGEM DA BARRA DA TUTÓIA: (1901-1910)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 31/03/2023
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  • A presente dissertação objetiva analisar algumas discussões sobre o litoral piauiense, suas atividades portuárias e a emergência da barra da Tutóia, um dos braços do rio Parnaíba, evidenciado em algumas narrativas como território que compreendia antes ao Piauí, devido a sua praticagem portuária. O recorte temporal compreende-se de 1901 a 1910, mas que deságua em narrativas que reverberam até os tempos atuais. Tais debates, ao discutir questões territoriais, sinalizam temas atuais, como o litígio territorial piauiense, no caso, envolvendo contendas também entre piauienses e maranhenses, segundo a documentação analisada. Observaremos o Piauí desde as suas primeiras ocupações, as notícias sobre o litoral, bem como alguns dos primeiros mapas e cartas sobre o rio Parnaíba e suas bocas, as movimentações portuárias e a presença crescente do comércio marítimo. O objetivo se fundamenta na busca por observar como o Piauí movimentava seu comércio marítimo e como a barra da Tutóia, no estado do Maranhão, passou a ser reivindicada como pertencente ao território piauiense no passado. Utilizaremos a metodologia qualitativa. Como suporte informativo, nos debruçamos sobre fontes da época, como o jornal Nortista (1901), jornal Pátria (1902), Almanack da Parnahyba (1924, 1925, 1927). Das fontes de pesquisa temos Antonino Freire (1907) Odilon Nunes (2001, 2007 e 2014), Bugyja Britto (1976), Pe. Cláudio Melo (1985), entre outros estudos.

  • SERGIO LUIZ DA SILVA MENDES
  • FOMOS MAIS QUE UMA ALTERNATIVA: a prática escriturística do jornal Inovação em Parnaíba-PI (1977-1988)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 30/03/2023
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  • Em dezembro de 1977 foi lançado em Parnaíba um jornal mimeografado, em formato tabloide, alternativo, intitulado Inovação. Seus idealizadores, Reginaldo Costa e Francisco Ribeiro, tinham como intenção apresentar à cidade um veículo de informação que levasse aos parnaibanos notícias sobre questões culturais, políticas, econômicas, sociais e infra-estruturais tanto a nível local quanto nacional, para isso, se utilizavam de imagens, poesias, crônicas e artigos, muitos deles com linguagem escrachada. O jornal teria como meta despertar nos parnaibanos o desejo de lutar pela melhoria da cidade através do desenvolvimento de uma cultura política entre seus habitantes. Se auto afirmando como produto jornalístico diferente e inovador dentro da cidade, tinha em seu nome o próprio significado de seus propósitos: Inovação. Tomando este jornal como objeto de estudo, a presente tese, ambientada dentro das discussões teóricas de História e Mídia, teve como objetivos: investigar a prática escriturística deste periódico, atentando para linha editorial, projeto gráfico, colaboradores e projeto sócio-político contidos no mesmo; analisar o conceito de imprensa alternativa; compreender o contexto político, econômico e social nacional e local no qual esteve imerso. Nossa tese foi que o jornal Inovação apresentou particularidades e contradições, baseados sobretudo em sua prática escriturística, que o distinguiu do conceito de imprensa alternativa consagrado pela literatura especializada, o que o tornou singular se comparado aos jornais alternativos que emergiram no eixo Rio-São Paulo no tempo da ditadura civil-militar. O conceito de economia escriturística, do historiador Michel de Certeau, foi fundamental como categoria analítica nesta tese e, nos deu a base para gestarmos nosso próprio conceito acerca da prática escriturística do jornal Inovação. Neste sentido, identificamos que seus articulistas desenvolveram uma escrita bem articulada acerca de assuntos relacionados à política, sociedade, religião, comportamento e cultura que acabavam por ditar, aos seus consumidores, maneiras de pensar, sentir e agir. A esta prática escriturística, denominamos de jornalismo de prescrição comportamental. O recorte espacial desta pesquisa foi a cidade de Parnaíba-PI, lugar onde surgiu e foi veiculado. O recorte temporal levou em conta o próprio período de emergência, produção e circulação ininterrupta de nosso objeto de estudo, que foi de 1977, ano da sua primeira edição, a 1988, ano de sua última edição. Compõem nosso universo empírico as fontes hemerográficas, entrevistas orais, imagens e obras de cunho memorialístico. Para a abordagem das fontes históricas, foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: análise de conteúdo, análise de imagens, análise de fontes hemerográficas e história oral temática. Para a construção desta tese, foram fundamentais a interlocução com autores como Michel de Certeau, Sônia Meneses, Bernardo Kucinski, Claudia Fontineles, Sonia Mendonça.

  • JAKELINNE NAYADE DE SOUSA CAMPELO
  • “SENHOR E POSSUIDOR DE UM ESCRAVO”: manumissões e as relações escravistas em Teresina (1850-1888)"
  • Data: 29/03/2023
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  • O mote da pesquisa foi estudar as relações escravistas, a partir das justificativas empreendidas nas cartas de alforria da cidade de Teresina entre os anos de 1850 a 1888. Procuramos, como objetivo geral de estudo: compreender as relações escravistas entre senhores e escravizados, a partir da concessão das cartas de alforria; e como objetivos específicos buscamos analisar quais tipos de alforria predominavam na cidade de Teresina, qual o perfil do escravizado alforriado em Teresina e como foi o processo de emancipação e abolicionismo na cidade de Teresina. As alforrias emergem como uma espécie de acordo entre senhores e escravizados em que os cativos souberam, dentro das suas limitações negociar com os seus senhores. Assim, ao levantarmos os motivos que justificavam a libertação foi possível entender a complexa trama que marcou as relações entre senhores e escravizados. Dessa forma, utilizamos nesta investigação a pesquisa documental, desenvolvida no Arquivo Público do Estado do Piauí, onde encontramos cartas de alforria, escrituras de compra e venda, testamentos, relatórios de presidente de província, junta de classificação dos escravos e documentos da secretária de polícia. Como aporte bibliográfico foram utilizados autores como: Sidney Chalhoub (1990), João José Reis (2021), Miridan Falci (1995), Tanya Brandão (2015), Francisca Raquel (2017), Solimar Lima (2005), Monsenhor Chaves (2005), Odilon Nunes (2007), Michel Foucault (1979) e Pierre Nora (1993).

  • JAKELINNE NAYADE DE SOUSA CAMPELO
  • “SENHOR E POSSUIDOR DE UM ESCRAVO”: manumissões e as relações escravistas em Teresina (1850-1888)
  • Data: 29/03/2023
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  • O mote da pesquisa foi estudar as relações escravistas, a partir das justificativas empreendidas nas cartas de alforria da cidade de Teresina entre os anos de 1850 a 1888. Procuramos, como objetivo geral de estudo: compreender as relações escravistas entre senhores e escravizados, a partir da concessão das cartas de alforria; e como objetivos específicos buscamos analisar quais tipos de alforria predominavam na cidade de Teresina, qual o perfil do escravizado alforriado em Teresina e como foi o processo de emancipação e abolicionismo na cidade de Teresina. As alforrias emergem como uma espécie de acordo entre senhores e escravizados em que os cativos souberam, dentro das suas limitações negociar com os seus senhores. Assim, ao levantarmos os motivos que justificavam a libertação foi possível entender a complexa trama que marcou as relações entre senhores e escravizados. Dessa forma, utilizamos nesta investigação a pesquisa documental, desenvolvida no Arquivo Público do Estado do Piauí, onde encontramos cartas de alforria, escrituras de compra e venda, testamentos, relatórios de presidente de província, junta de classificação dos escravos e documentos da secretária de polícia. Como aporte bibliográfico foram utilizados autores como: Sidney Chalhoub (1990), João José Reis (2021), Miridan Falci (1995), Tanya Brandão (2015), Francisca Raquel (2017), Solimar Lima (2005), Monsenhor Chaves (2005), Odilon Nunes (2007), Michel Foucault (1979) e Pierre Nora (1993).

  • JOÃO PAULO RODRIGUES DE CARVALHO
  • O MOVIMENTO ESTUDANTIL EM TERESINA (1975-1980): RESISTÊNCIA E MILITÂNCIA
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 28/03/2023
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  • A pesquisa apresentada nesta dissertação tem como objetivo central estudar o movimento estudantil secundarista e universitário em Teresina durante os anos de 1975 a 1980. De forma específica, serão analisadas a ligação dessa experiência de militância com a UNE, bem como as representações jornalísiticas do movimento estudantil contidas nos jornais O Dia e O Estado. Para tal, a investigação se valerá da revisão bibliográfica sobre a temática escolhida e de um conjunto de relatórios obtidos através de pesquisa exploratória realizada nos arquivos do SIAN (Sistema de Informação do Arquivo Nacional), como documentos do Dops (Delegacia de Ordem Política e Social) e do SNI (Serviço Nacional de Informação), acionados como instrumentos que viabilizam a análise do movimento estudantil no recorte estudado.

  • JOÃO PAULO RODRIGUES DE CARVALHO
  • O MOVIMENTO ESTUDANTIL EM TERESINA (1975-1980): RESISTÊNCIA E MILITÂNCIA
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 28/03/2023
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  • A pesquisa apresentada nesta dissertação tem como objetivo central estudar o movimento estudantil secundarista e universitário em Teresina durante os anos de 1975 a 1980. De forma específica, serão analisadas a ligação dessa experiência de militância com a UNE, bem como as representações jornalísiticas do movimento estudantil contidas nos jornais O Dia e O Estado. Para tal, a investigação se valerá da revisão bibliográfica sobre a temática escolhida e de um conjunto de relatórios obtidos através de pesquisa exploratória realizada nos arquivos do SIAN (Sistema de Informação do Arquivo Nacional), como documentos do Dops (Delegacia de Ordem Política e Social) e do SNI (Serviço Nacional de Informação), acionados como instrumentos que viabilizam a análise do movimento estudantil no recorte estudado.

  • MARIA LENICE DE BARROS LIMA ARAÚJO
  • Nas trilhas de Padre Delfino: As disputas de poder na cidade de Timon (1940-1960)
  • Data: 27/03/2023
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  • A presente investigação teve como objeto de estudo o panorama político e social que permitiu a atuação política de Padre Delfino na Cidade de Timon (MA) nas décadas de 1940 a 1960. O município de Timon, localizado no Maranhão, é vizinho da capital piauiense, Teresina, e possui a memória viva de um ilustre sacerdote católico atuante na cidade, conhecido como Padre Delfino. A literatura historiográfica da cidade sempre menciona os feitos do pároco e até mesmo uma dissertação biográfica aprofunda muitas de suas facetas. Porém, não explora com profundidade a sua atuação política entrelaçada à sua atividade de pároco. Por isso, a presente pesquisa formulou a seguinte pergunta como problema de pesquisa: qual cenário político e social que permitiu a atuação política de Padre Delfino na Cidade de Timon nas décadas de 1940 a 1960? O objetivo da pesquisa foi compreender as relações sociais e políticas que permitiram a atuação de Padre Delfino em Timon nas décadas de 1940 a 1960. Os objetivos específicos foram: identificar as relações sociais e políticas de Padre Delfino com o governo estadual; apontar os seus adversários no município; identificar as estratégias utilizadas para travar o embate político; e perceber qual a memória que se estabeleceu do Padre Delfino no município de Timon. O recorte temporal deste estudo abrange as décadas de 1940 a 1960, período que se evidenciou a atuação política de Padre Delfino em Timon. No entanto, o presente estudo necessitará expor os anos de 1930 para melhor explicitar o período de reorganização da política nacional promovida pela revolução de 30 no Brasil, no estado do Maranhão e no município de Timon. A presente narrativa historiográfica não se pretendeu uma biografia, mas, através do suporte metodológico da micro-história (PRIORE, 2009) utilizou a figura de Padre Delfino para compreender o cenário político, econômico e social da cidade de Timon no período de 1940 a 1960. A presente investigação construiu seus dados de pesquisa através de fontes hemerográficas, literárias, relatórios governamentais do estado do Maranhão e fontes retiradas de trabalhos acadêmicos. As fontes hemerográficas utilizadas constituem-se de jornais físicos, digitalizados e foram consultadas, em sua maioria, na Biblioteca Benedito Leite, localizada em São Luís (MA) e nos arquivos públicos, também, localizados na capital maranhense. Porém, ainda foram utilizados jornais físicos da casa Anísio Brito, localizada em Teresina e outras fontes digitalizadas. Os jornais consultados como fontes foram: Correio de Timon, O Combate, O Maranhão, O Imparcial, Gazeta de Flores, Diário de São Luís, Diário Caxiense, Correspondente, O Cruzeiro e O Piauí. A obra literária utilizada na pesquisa foi a de H. Dobal “Roteiro sentimental e pitoresco de Teresina (1992)”. Os documentos governamentais que serviram de fontes foram: Relatório de serviço de saneamento e Prophylaxia Rural do Maranhão e Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (1959). As obras acadêmicas que serviram de suporte empírico para esse trabalho foram: Padre Delfino e Timon: Vida, missão e história (2016), de José Élcio Coelho, Timon, uma flor de cajazeira: do povoamento à vila (2007), de Raimundo Nonato Lima dos Santos, Vila Flores (1990”, de Venâncio Lula, Timon, sua História e sua gente (2005), autoria de Raimunda de Carvalho Sousa. A pesquisa demonstrou que as ações religiosas de Padre Delfino se confundem com suas atividades políticas e o ajudaram a projetar-se como importante líder político local no período entre 1940 a 1960. Grande parte dos elementos de desenvolvimento da cidade é fruto de suas ações políticas. Isso ajudou a sedimentar uma memória duradoura sobre o Padre em Timon.

  • MARIA LENICE DE BARROS LIMA ARAÚJO
  • Nas trilhas de Padre Delfino: As disputas de poder na cidade de Timon (1940-1960)
  • Data: 27/03/2023
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  • A presente investigação teve como objeto de estudo o panorama político e social que permitiu a atuação política de Padre Delfino na Cidade de Timon (MA) nas décadas de 1940 a 1960. O município de Timon, localizado no Maranhão, é vizinho da capital piauiense, Teresina, e possui a memória viva de um ilustre sacerdote católico atuante na cidade, conhecido como Padre Delfino. A literatura historiográfica da cidade sempre menciona os feitos do pároco e até mesmo uma dissertação biográfica aprofunda muitas de suas facetas. Porém, não explora com profundidade a sua atuação política entrelaçada à sua atividade de pároco. Por isso, a presente pesquisa formulou a seguinte pergunta como problema de pesquisa: qual cenário político e social que permitiu a atuação política de Padre Delfino na Cidade de Timon nas décadas de 1940 a 1960? O objetivo da pesquisa foi compreender as relações sociais e políticas que permitiram a atuação de Padre Delfino em Timon nas décadas de 1940 a 1960. Os objetivos específicos foram: identificar as relações sociais e políticas de Padre Delfino com o governo estadual; apontar os seus adversários no município; identificar as estratégias utilizadas para travar o embate político; e perceber qual a memória que se estabeleceu do Padre Delfino no município de Timon. O recorte temporal deste estudo abrange as décadas de 1940 a 1960, período que se evidenciou a atuação política de Padre Delfino em Timon. No entanto, o presente estudo necessitará expor os anos de 1930 para melhor explicitar o período de reorganização da política nacional promovida pela revolução de 30 no Brasil, no estado do Maranhão e no município de Timon. A presente narrativa historiográfica não se pretendeu uma biografia, mas, através do suporte metodológico da micro-história (PRIORE, 2009) utilizou a figura de Padre Delfino para compreender o cenário político, econômico e social da cidade de Timon no período de 1940 a 1960. A presente investigação construiu seus dados de pesquisa através de fontes hemerográficas, literárias, relatórios governamentais do estado do Maranhão e fontes retiradas de trabalhos acadêmicos. As fontes hemerográficas utilizadas constituem-se de jornais físicos, digitalizados e foram consultadas, em sua maioria, na Biblioteca Benedito Leite, localizada em São Luís (MA) e nos arquivos públicos, também, localizados na capital maranhense. Porém, ainda foram utilizados jornais físicos da casa Anísio Brito, localizada em Teresina e outras fontes digitalizadas. Os jornais consultados como fontes foram: Correio de Timon, O Combate, O Maranhão, O Imparcial, Gazeta de Flores, Diário de São Luís, Diário Caxiense, Correspondente, O Cruzeiro e O Piauí. A obra literária utilizada na pesquisa foi a de H. Dobal “Roteiro sentimental e pitoresco de Teresina (1992)”. Os documentos governamentais que serviram de fontes foram: Relatório de serviço de saneamento e Prophylaxia Rural do Maranhão e Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (1959). As obras acadêmicas que serviram de suporte empírico para esse trabalho foram: Padre Delfino e Timon: Vida, missão e história (2016), de José Élcio Coelho, Timon, uma flor de cajazeira: do povoamento à vila (2007), de Raimundo Nonato Lima dos Santos, Vila Flores (1990”, de Venâncio Lula, Timon, sua História e sua gente (2005), autoria de Raimunda de Carvalho Sousa. A pesquisa demonstrou que as ações religiosas de Padre Delfino se confundem com suas atividades políticas e o ajudaram a projetar-se como importante líder político local no período entre 1940 a 1960. Grande parte dos elementos de desenvolvimento da cidade é fruto de suas ações políticas. Isso ajudou a sedimentar uma memória duradoura sobre o Padre em Timon.

  • FERNANDO CASTRO DE MELO
  • A vida e a obra de Raul Seixas como instrumento de conhecimento de seu tempo
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 24/03/2023
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  • Este trabalho estuda a juventude brasileira entre os anos 1970-1980, tomando como pretexto a vida e a obra de Raul Seixas (1945-1989), artista cuja obra tem sido historicamente vinculada à contracultura brasileira. O principal objetivo do estudo foi apresentar aspectos específicos da vida e da obra do artista baiano, indagando como as suas músicas podem ajudar a conhecer a história da juventude brasileira no período. Como se trata de um período em que o Brasil se encontrava sob uma ditadura militar, período no qual as pessoas — especialmente os artistas — eram em geral definidas como engajadas ou alienadas, a vida e obra de Raul Seixas exclamam uma terceira via existencial, a qual já foi definida como “corpo-transbunde-libertário” (CASTELO BRANCO, 2005). Empiricamente, o trabalho foi suportado por publicações sobre a obra de Raul Seixas, bem como pelo que já se escreveu sobre esta obra. Conceitualmente, o trabalho operou com um variado conjunto de autores — de Theodore Roszak a Félix Guattari.

  • FERNANDO CASTRO DE MELO
  • A vida e a obra de Raul Seixas como instrumento de conhecimento de seu tempo
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 24/03/2023
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  • Este trabalho estuda a juventude brasileira entre os anos 1970-1980, tomando como pretexto a vida e a obra de Raul Seixas (1945-1989), artista cuja obra tem sido historicamente vinculada à contracultura brasileira. O principal objetivo do estudo foi apresentar aspectos específicos da vida e da obra do artista baiano, indagando como as suas músicas podem ajudar a conhecer a história da juventude brasileira no período. Como se trata de um período em que o Brasil se encontrava sob uma ditadura militar, período no qual as pessoas — especialmente os artistas — eram em geral definidas como engajadas ou alienadas, a vida e obra de Raul Seixas exclamam uma terceira via existencial, a qual já foi definida como “corpo-transbunde-libertário” (CASTELO BRANCO, 2005). Empiricamente, o trabalho foi suportado por publicações sobre a obra de Raul Seixas, bem como pelo que já se escreveu sobre esta obra. Conceitualmente, o trabalho operou com um variado conjunto de autores — de Theodore Roszak a Félix Guattari.

  • TATIANE CARVALHO DA SILVA
  • "E quando é noite a Lua nina teresina”: Políticas culturais e produção musical na capital piauiense na década de 1980.
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 17/03/2023
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  • Este trabalho estuda historicamente as políticas públicas de incentivo cultural voltado aos artistas da cidade de Teresina (PI), durante a década de 1980, tomando como pretexto fundamental dois projetos culturais que foram desenvolvidos na cidade: o Projeto Pixinguinha, de nível nacional, organizado pela Fundação Nacional da Arte, e o projeto Torquato Neto, viabilizado da Secretaria de Cultura do Estado do Piauí. Nesse sentido, o trabalho pretende analisar tais projetos e sua interlocução com os artistas piauienses, sobretudo aqueles atuantes no cenário musical da capital. Os sujeitos analisados e suas respectivas produções são aqueles que encontraram em tais políticas de incentivo oportunidades de divulgar-se na cena musical da cidade, tendo em vista, também, as dificuldades de se produzir no interior do Nordeste. Esse estudo tem como principal material empírico como fontes hemerográficas, tais como os jornais de circulação na cidade entre eles o Jornal da Manhã, Jornal O Estado, Jornal O Dia e o Jornal Diário do Povo, bem como aqueles jornais conhecidos como alternativos, entre eles Chapada do Corisco, Toco Cru Pegando Fogo, Sol e O Estado Interessante. Faremos uso de relatos orais, no total de quatro entrevistas, imagens que vão desde as capas dos discos, a cartazes e fotos dos artistas, letras de músicas, principalmente as que fazem parte dos discos vinculados aos projetos, entre elas Teresina, Quintal de Passarinhos, Num-se-pode, Zabelê, bem como se ampara bibliograficamente em produções oriundas tanto da historiografia piauiense, como de suportes teóricos que norteiam a produção dessa pesquisa, tais como Stuart Hall (2006), Nestor Garcia Canclini (1995), Michel de Certeau (2004), Fernando Muratori Costa (2019) e muitos outros. Assim por meio por meio do levantamento e análise dessas fontes pretende-se apresentar a importância que as políticas públicas de incentivo cultural refletiram tanto na música produzida na cidade de Teresina e na vida dos artistas por meio da representatividade de uma canção piauiense produzida a moldes não tão tradicionais assim.

  • TATIANE CARVALHO DA SILVA
  • "E quando é noite a Lua nina teresina”: Políticas culturais e produção musical na capital piauiense na década de 1980.
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 17/03/2023
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  • Este trabalho estuda historicamente as políticas públicas de incentivo cultural voltado aos artistas da cidade de Teresina (PI), durante a década de 1980, tomando como pretexto fundamental dois projetos culturais que foram desenvolvidos na cidade: o Projeto Pixinguinha, de nível nacional, organizado pela Fundação Nacional da Arte, e o projeto Torquato Neto, viabilizado da Secretaria de Cultura do Estado do Piauí. Nesse sentido, o trabalho pretende analisar tais projetos e sua interlocução com os artistas piauienses, sobretudo aqueles atuantes no cenário musical da capital. Os sujeitos analisados e suas respectivas produções são aqueles que encontraram em tais políticas de incentivo oportunidades de divulgar-se na cena musical da cidade, tendo em vista, também, as dificuldades de se produzir no interior do Nordeste. Esse estudo tem como principal material empírico como fontes hemerográficas, tais como os jornais de circulação na cidade entre eles o Jornal da Manhã, Jornal O Estado, Jornal O Dia e o Jornal Diário do Povo, bem como aqueles jornais conhecidos como alternativos, entre eles Chapada do Corisco, Toco Cru Pegando Fogo, Sol e O Estado Interessante. Faremos uso de relatos orais, no total de quatro entrevistas, imagens que vão desde as capas dos discos, a cartazes e fotos dos artistas, letras de músicas, principalmente as que fazem parte dos discos vinculados aos projetos, entre elas Teresina, Quintal de Passarinhos, Num-se-pode, Zabelê, bem como se ampara bibliograficamente em produções oriundas tanto da historiografia piauiense, como de suportes teóricos que norteiam a produção dessa pesquisa, tais como Stuart Hall (2006), Nestor Garcia Canclini (1995), Michel de Certeau (2004), Fernando Muratori Costa (2019) e muitos outros. Assim por meio por meio do levantamento e análise dessas fontes pretende-se apresentar a importância que as políticas públicas de incentivo cultural refletiram tanto na música produzida na cidade de Teresina e na vida dos artistas por meio da representatividade de uma canção piauiense produzida a moldes não tão tradicionais assim.

  • ANDERSON DA SILVA MACHADO
  • Quem o capturar e entregar ao abaixo assinado será bem recompensado”: Escravidão na imprensa piauiense (1848-1885)
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 09/03/2023
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  • A escravidão no Piauí foi um complexo sistema ocasionado de uma região agrária e pastoril, onde a criação de gado representava a principal economia da província. A escravidão foi símbolo de densas relações reforçadas pela violência num espaço em que o poder senhorial vigorava como o mais legítimo de autoridade e imposição. Este trabalho tem como proposta de pesquisa analisar noticiários, anúncios e propagandas sobre escravos em jornais que circularam no Piauí de 1848-1885. Tendo como fonte os principais jornais: A Imprensa: periódico político, A Opinião Conservadora, A Voz da Verdade: jornal político, literário e comercial, O Escholastico, O Governista, O Piauhy, A Epoca: órgão conservador, bem como, algumas bibliografias de época. Essa pesquisa propõe interpretar práticas escravistas, ações desenvolvidas visando a manutenção da escravidão, as relações de propriedade do senhor em relação ao escravo no espaço piauiense que muitas vezes desencadeavam conflitos, violência e fuga de escravos em fazendas e cidades. Nessa perspectiva, iremos tratar os anúncios jornalísticos como espaços da representação e construção imagética do escravo pelo seu senhor, o cotidiano do escravo e seus lugares de trabalho e sociabilidade. Também através das fontes bibliográficas de época perceberemos como alguns intelectuais vinculados ao IHGB se posicionavam em torno da temática escravidão e liberdade, dentre eles podemos destacar o coronel Antônio Coelho Rodrigues e seus discursos políticos sobre propostas abolicionistas tanto em jornal como em obra de sua autoria. Essa pesquisa busca nos anúncios de venda, compra, fuga, aluguel e noticiários jornalísticos o reflexo da relação muitas vezes conflituosa do escravo com seu senhor e mesmo com a sociedade escravista da época. Esses jornais estiveram atuantes na segunda metade do XIX em cidades como Teresina e Oeiras, e serão analisados como espaços planejados do senhor e muito embora do escravo, refletindo também as fugas e demais disposições do escravo como táticas e estratégias de resistência ao regime escravista.

  • TALYTA MARJORIE LIRA SOUSA
  • ESCRAVIDÃO E IMPRENSA: comércio, fuga e tensões sociais no Piauí oitocentista*
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 08/03/2023
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  • Partindo do referencial das fontes sobre escravidão no Brasil e no Piauí, analisamos os anúncios e noticiários sobre escravos, relativos à fuga, compra, venda e aluguel, para compreender historicamente a dinâmica da escravidão na província do Piauí durante o século XIX. Levantamos a tese que, no Piauí, durante o século XIX, houve a intensificação nos anúncios sobre escravos devido à mudança na ordem jurídica, política, econômica e social no panorama internacional, no que diz respeito ao fim do tráfico transatlântico de escravos e o incremento do tráfico interprovincial. Fizemos a pesquisa hemerográfica no acervo digital do Núcleo de Pesquisa em Jornalismo e Comunicação da Universidade Federal do Piauí, na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional e nos acervos dos jornais britânicos do The British Newspaper Archive. No Arquivo Público do Estado do Piauí, pesquisamos os documentos da Secretaria de Polícia, como passaportes, códices dos relatórios dos chefes de polícia e livro de bando, e os livros de escrituras de compra e venda. No acervo digital Center for Research Libraries, tivemos acesso aos relatórios de presidentes da província e, por meio do Projeto Resgate, consultamos a documentação do Arquivo Histórico Ultramarino referente ao Piauí colonial. A partir da análise das fontes, do referencial bibliográfico e teórico, escolhemos como recorte espacial a província do Piauí, e como recorte temporal, o século XIX, em virtude das transformações ocorridas nos panoramas nacional e internacional do alusivo período. No que concerne à metodologia do processo investigativo, adotamos a pesquisa histórica descritiva a partir da consulta e análise da base documental. Ensejamos que este trabalho ajude a preencher as lacunas da historiografia referente ao estudo da escravidão no Piauí, contribua, enriqueça e excite o interesse de novos pesquisadores.

  • GABRIEL ROCHA DA SILVA
  • Entre o impacto do estigma e a força da superação: a trajetória da hanseníase pós-isolamento compulsório em Teresina-Piauí (1976-2000)
  • Data: 27/02/2023
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  • Ao longo dos anos, a hanseníase apresentou-se como uma doença associada a fatores negativos,
    como o estigma. Dessa forma, este constitui-se como um fator que influencia para a
    permanência da enfermidade como uma questão de saúde pública. Diante disso, o objetivo geral
    foi analisar como o estigma, um elemento da permanência da hanseníase, tem contribuído para
    os resultados obtidos na execução das políticas públicas de combate à doença em Teresina, na
    fase pós-isolamento compulsório (1976-2000). Especificamente, a pesquisa teve como
    objetivos: Investigar como a cidade de Teresina insere-se no contexto de mudanças de políticas
    sanitárias nacionais e as modificações no sistema nacional de saúde durante o período em
    estudo; Identificar os desdobramentos históricos das políticas sanitárias que se redefinem após
    a abertura dos leprosários; Discutir como as políticas nacionais e locais de combate à hanseníase
    relacionam-se com o estigma; Examinar o papel do Movimento de Reintegração das Pessoas
    Atingidas por Hanseníase (Morhan) no fomento de políticas de controle da hanseníase e
    assistencialismo ao doente. O suporte bibliográfico visou ao aprofundamento teórico sobre as
    políticas públicas de saúde no país, bem como das políticas de identificação, controle e
    erradicação da hanseníase desenvolvida local e nacionalmente no recorte temporal da pesquisa.
    Para tanto, foram utilizados diversos autores, como as contribuições de Agnés Chauveau e
    Philippe Tétart (1998) que discutem sobre a História do Tempo Presente, outros que abordam
    a saúde e doença como problema político e sociocultural, como Valtéria Alvarenga (2013),
    Keila Carvalho (2012), Gilberto Hochman (1998), Laurinda Maciel (2007), Dilene Nascimento
    (2005), além das contribuições teóricas de Norbert Elias (1993) sobre como ocorre o processo
    civilizador e as características sociais dos indivíduos que vão sendo construídas no decorrer dos
    anos, e as contribuições de Erving Goffman (1988) sobre estigma. A pesquisa apresentou-se
    com uma abordagem que tem enfoque em como o estigma sobre a hanseníase afeta realidades
    locais como a teresinense. Assim, cabe mencionar também as discussões relacionadas às noções
    de espaço e lugar de Michel de Certeau (1990) e as contribuições sobre o estudo de cidade de

    Raquel Ronilk (1995) e Italo Calvino (1990), bem como as reflexões sobre memória utilizando-
    se autores clássicos, como Maurice Halbwachs (2006), Pierre Nora (1993) e Michael Pollak

    (1989). Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa, por ter ênfase em aspectos
    subjetivos, socioculturais e políticos relacionados à doença na cidade, ao buscar compreender
    os efeitos culturais nas políticas públicas e nas ações de movimentos sociais, como o Morhan.
    Com referência aos procedimentos, a pesquisa constituiu-se de natureza bibliográfica e
    documental, e ainda, com a utilização da metodologia de história oral. Assim, constatou-se que
    as mudanças no tratamento de combate à doença foram positivas para a redução da incidência.
    Porém, não o suficiente para o cumprimento da meta de eliminação da doença, uma vez que a
    hanseníase esteve fortemente ligada aos aspectos socioculturais que dificultam a concretização
    dessa meta, como o estigma.

2022
Descrição
  • VICTOR RODRIGUES DE ALMEIDA
  • A CONSTRUÇÃO DA “VILLA DE SÃO PEDRO DE IBIAPINA”: DE POVOADO À CONSTITUIÇÃO DO PODER POLÍTICO LOCAL (1869 - 1890)
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 28/11/2022
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  • Esta dissertação objetiva compreender o processo de composição político -administrativo do povoado de São Pedro de Ibiapina, em sua transição a condição de vila, escolhendo como recorte temporal os anos de 1869 - 1884, no contexto do Ceará Provincial. O trabalho reporta-se brevemente a temporalidade do Ceará colonial com fins de situar melhor a discussão. O texto procura fornecer definições das principais unidades político-territoriais (povoado, vilas, cidades e comarcas) que integravam o Império do Brasil, assim como suas finalidades. Promovemos também um debate em torno da proliferação da violência e assassinatos na povoação de S. Pedro, e o uso desses ilícitos como "excedente argumento " para que o estado imperial ali se faça presente. Discutimos a respeito dos debates ocorridos nas sessões da assembleia Provincial cearense no que tange o projeto n° 22, redigido pelo deputado provinciano Miguel Soares e Silva, filiado ao partido dos Chimangos (liberais). Tal projeto tratava-se uma petição de elevação do povoado em questão, apresentado entre seus pares, e precisando da aprovação de três sessões para torná-lo homologado pelo presidente da província. O trabalho, igualmente, debruça-se em analisar a condição e as transformações sociais perpassadas pelo povoado na conjuntura da seca de 1877-1879. Visamos também elucidar e compreender os efeitos humanitários em decorrência das estiagens no povoado de S. Pedro, tais como: retiradas, saques, fome, conflitos. Promovemos um debate ligado a uma "cadeia improvisada" construída de madeira, designada "O Tronco", que localizava-se na povoação, assim como mostramos a tona: um cotidiano de "cabras valentes"  e de conflitos diversos no território que hoje abrange o município de Ibiapina - CE. As fontes que dão subsídio para existência desse leque de acontecimentos históricos e de problemas pretéritos levantados, encontraremos na hemeroteca digital da biblioteca nacional (site); Documentos do arquivo público do Ceará (APEC); Livros de época (bibliografias raras); Obras de memorialistas diversos; E livros de historiografia local

  • VICTOR RODRIGUES DE ALMEIDA
  • A CONSTRUÇÃO DA “VILLA DE SÃO PEDRO DE IBIAPINA”: DE POVOADO À CONSTITUIÇÃO DO PODER POLÍTICO LOCAL (1869 - 1890)
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 28/11/2022
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  • Esta dissertação objetiva compreender o processo de composição político -administrativo do povoado de São Pedro de Ibiapina, em sua transição a condição de vila, escolhendo como recorte temporal os anos de 1869 - 1884, no contexto do Ceará Provincial. O trabalho reporta-se brevemente a temporalidade do Ceará colonial com fins de situar melhor a discussão. O texto procura fornecer definições das principais unidades político-territoriais (povoado, vilas, cidades e comarcas) que integravam o Império do Brasil, assim como suas finalidades. Promovemos também um debate em torno da proliferação da violência e assassinatos na povoação de S. Pedro, e o uso desses ilícitos como "excedente argumento " para que o estado imperial ali se faça presente. Discutimos a respeito dos debates ocorridos nas sessões da assembleia Provincial cearense no que tange o projeto n° 22, redigido pelo deputado provinciano Miguel Soares e Silva, filiado ao partido dos Chimangos (liberais). Tal projeto tratava-se uma petição de elevação do povoado em questão, apresentado entre seus pares, e precisando da aprovação de três sessões para torná-lo homologado pelo presidente da província. O trabalho, igualmente, debruça-se em analisar a condição e as transformações sociais perpassadas pelo povoado na conjuntura da seca de 1877-1879. Visamos também elucidar e compreender os efeitos humanitários em decorrência das estiagens no povoado de S. Pedro, tais como: retiradas, saques, fome, conflitos. Promovemos um debate ligado a uma "cadeia improvisada" construída de madeira, designada "O Tronco", que localizava-se na povoação, assim como mostramos a tona: um cotidiano de "cabras valentes"  e de conflitos diversos no território que hoje abrange o município de Ibiapina - CE. As fontes que dão subsídio para existência desse leque de acontecimentos históricos e de problemas pretéritos levantados, encontraremos na hemeroteca digital da biblioteca nacional (site); Documentos do arquivo público do Ceará (APEC); Livros de época (bibliografias raras); Obras de memorialistas diversos; E livros de historiografia local.

  • RÔNERY DANILO MONTE SOARES
  • DE CENTRO À FEDERAÇÃO: DA CHEGADA DAS IDEIAS À INSTITUCIONALIZAÇÃO DA RELIGIÃO ESPÍRITA NO PIAUÍ (1870- 1950)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 31/10/2022
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  • Este trabalho pretende estudar os processos que envolvem a formação e conformação da religião espírita no Brasil e no Piauí entre os anos de 1870 a 1950. Nesse intuito, observamos a formação e as estratégias que o conhecimento espírita utilizou em seus percursos desde a sua formação na Europa e a chegada dela no Brasil. Examinando os embates enfrentados e requeridos pelos grupos espíritas para sua consolidação, tais embates foram essenciais para o espiritismo se colocar no mercado religioso/científico brasileiro lutando com médicos e religiosos pelo seu lugar de fala, lugar esse que se consolida com determinadas escolhas estratégicas de inserção social e discursiva. Em olhar mais detalhado observamos a chegada, consolidação e nacionalização do espiritismo no Piauí, utilizando-nos de jornais de época, documentos de centros espíritas e sempre apoiando-se na historiografia consolidada da temática espírita, tais como Adriana Gomes, Emerson Giumbelli, Marcos Moreira Marques,Sandra Jaqueline Stoll, Bruno Cortês Scherer e Ângela Aparecida Silva de Almeida.Observamos a experiência piauiense e a inserimos no contexto nacional de consolidação do espiritismo ao longo do século XX, através de memorialistas/historiadores como Higino Cunha e Leopoldo Machado, bem como traçou-se por meio de jornais piauienses, maranhenses e cearenses os caminhos percorridos e debatidos por este ideal.

  • RÔNERY DANILO MONTE SOARES
  • DE CENTRO À FEDERAÇÃO: DA CHEGADA DAS IDEIAS À INSTITUCIONALIZAÇÃO DA RELIGIÃO ESPÍRITA NO PIAUÍ (1870- 1950)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 31/10/2022
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  • Este trabalho pretende estudar os processos que envolvem a formação e conformação da religião espírita no Brasil e no Piauí entre os anos de 1870 a 1950. Nesse intuito, observamos a formação e as estratégias que o conhecimento espírita utilizou em seus percursos desde a sua formação na Europa e a chegada dela no Brasil. Examinando os embates enfrentados e requeridos pelos grupos espíritas para sua consolidação, tais embates foram essenciais para o espiritismo se colocar no mercado religioso/científico brasileiro lutando com médicos e religiosos pelo seu lugar de fala, lugar esse que se consolida com determinadas escolhas estratégicas de inserção social e discursiva. Em olhar mais detalhado observamos a chegada, consolidação e nacionalização do espiritismo no Piauí, utilizando-nos de jornais de época, documentos de centros espíritas e sempre apoiando-se na historiografia consolidada da temática espírita, tais como Adriana Gomes, Emerson Giumbelli, Marcos Moreira Marques,Sandra Jaqueline Stoll, Bruno Cortês Scherer e Ângela Aparecida Silva de Almeida.Observamos a experiência piauiense e a inserimos no contexto nacional de consolidação do espiritismo ao longo do século XX, através de memorialistas/historiadores como Higino Cunha e Leopoldo Machado, bem como traçou-se por meio de jornais piauienses, maranhenses e cearenses os caminhos percorridos e debatidos por este ideal.

  • MARIA IZADORA RODRIGUES TEIXEIRA
  • A QUESTÃO SOCIAL E A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NA DIOCESE DE PICOS (1975-1994)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 19/10/2022
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    Esta dissertação tem por objetivo realizar um estudo sobre a preocupação da Igreja Católica de Picos-PI com a questão social. Para atingir esse fim, investiga a atenção dada pela Diocese de Picos às circunstâncias de pobreza e as práticas por ela orientadas no sentido de intervenção. A partir desta análise, busca-se também compreender as orientações que foram adotadas, dando ênfase à presença da corrente Teologia da Libertação, tendo em vista que essa tinha a proposta de uma suposta ação direta de libertação dos pobres. O presente estudo também se propõe a compreender uma dinâmica de Igreja que surge após o Concílio Vaticano II e que serve de fundamento para novas posturas. Ao focar no contexto local, a análise se volta para a fundação da Diocese; para o papel do bispo enquanto líder da hierarquia e encaminhador das ações; para alternativas de trabalho social feitas por outros membros da Igreja; para o contexto social; e para as principais ações. O recorte temporal abrange os anos de 1975 a 1994. Entre as fontes consultadas estão jornais, relatórios de assembleias diocesanas, relatórios de assembleias sinodais, dados de pesquisa socioeconômica, além de entrevistas. Alguns teóricos ajudam a pensar os temas abordados, dentre eles, Mainwaring Scoot, Euclides Marchi, Michel Lowy e Michael Pollak.

     

  • MARIA IZADORA RODRIGUES TEIXEIRA
  • A QUESTÃO SOCIAL E A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NA DIOCESE DE PICOS (1975-1994)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 19/10/2022
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  • Esta dissertação tem por objetivo realizar um estudo sobre a preocupação da Igreja Católica de Picos-PI com a questão social. Para atingir esse fim, investiga a atenção dada pela Diocese de Picos às circunstâncias de pobreza e as práticas por ela orientadas no sentido de intervenção. A partir desta análise, busca-se também compreender as orientações que foram adotadas, dando ênfase à presença da corrente Teologia da Libertação, tendo em vista que essa tinha a proposta de uma suposta ação direta de libertação dos pobres. O presente estudo também se propõe a compreender uma dinâmica de Igreja que surge após o Concílio Vaticano II e que serve de fundamento para novas posturas. Ao focar no contexto local, a análise se volta para a fundação da Diocese; para o papel do bispo enquanto líder da hierarquia e encaminhador das ações; para alternativas de trabalho social feitas por outros membros da Igreja; para o contexto social; e para as principais ações. O recorte temporal abrange os anos de 1975 a 1994. Entre as fontes consultadas estão jornais, relatórios de assembleias diocesanas, relatórios de assembleias sinodais, dados de pesquisa socioeconômica, além de entrevistas. Alguns teóricos ajudam a pensar os temas abordados, dentre eles, Mainwaring Scoot, Euclides Marchi, Michel Lowy e Michael Pollak.

     

  • RAIMUNDO WERMESON BERNARDINO DE SOUSA PEREIRA
  • “O CIO DA TERRA”: A COLÔNIA AGRÍCOLA DAVID CALDAS ENTRE O TRABALHO E A SECA (1912-1934)
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 31/08/2022
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    O decreto 8.072, de 20 de junho de 1910, marcou o início do Serviço de Proteção aos
    Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais (SPILTN). Durante a República
    Velha, tal decreto visou dois grupos de sujeitos; os índios e os trabalhadores
    nacionais. Para os índios, o serviço objetivou a construção do convívio e das relações
    sociais com os centros urbanos. Já o nacional, teria sua força trabalho braçal e aptidão
    aproveitadas na colonização e desenvolvimento dos centros agrícolas pelo país. Entre
    os vários centros agrícolas construídos a partir desse decreto, David Caldas, fundada
    no ano de 1912, se localizava no município de União, estado do Piauí e se tornou um
    dos locais escolhidos para destinar os trabalhadores nacionais e, durante os períodos
    de seca, abrigou, assistiu e foi ponto de passagem dos retirantes que vinham das
    zonas mais afetadas pela seca, buscando melhores condições de trabalho e
    sobrevivência. Objetivando analisar as experiências de controle da mão de obra de
    nacionais e retirantes, se iniciará uma discursão em torno das ideias de isolamento,
    qualificação e colonização agrícola, como um caminho para alcançar até as
    experiências em David Caldas, o recorte escolhido para esta análise, partirá do ano
    de 1910 até 1935, período da criação do SPILTN e de David Caldas, e de duas
    grandes secas, nos anos de 1915 e 1932, que modificaram em vários momentos as
    propostas para o espaço. A análise se dará de forma qualitativa através de jornais,
    relatórios ministeriais e mensagens governamentais. Assim, jornais como: Diario do
    Piauhy (PI), A imprensa (PI), O Tempo (PI), as Mensagens do Governador a
    Assembleia (PI), Relatórios do Ministérios da Agricultura, Ministério da Viação e Obras
    Públicas. Como principais referenciais para análise trazemos para discursão Sônia
    Regina de Mendonça (1997), com o conceito de “ruralismo brasileiro”, como sendo
    movimento rural institucionalizado, no plano civil e político que dar as bases para a
    criação do Centros Agrícolas; Edward Thompson (2001) no que tange as experiências
    de nacionais e retirantes; e James Scott (2002) para entender as formas de resistência
    cotidiana dos sujeitos.

     

  • ROSAMARIA DE SOUSA FÉ BARBOSA
  • “CAMARADAS NÓS VIMOS A NOSSOS AMORES”: idolatria e bigamia na capitania de São José do Piauí – Século XVIII"
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 05/08/2022
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  • O mote deste trabalho é estudar como a Igreja, o Estado e os Sujeitos – postas as relações
    intersubjetivas e sexuais destes últimos – interagiam e concorriam para forjar as
    masculinidades e feminilidades na capitania de São José do Piauí, durante o século XVIII.
    Para isso, teremos como Norte as documentações do Tribunal do Santo Ofício, cujo conteúdo
    trata sobre os supostos amores no supradito espaço-tempo, a saber, os delitos de Bigamia e
    Idolatria. Esses crimes contrafé demarcavam, pois, uma afronta às moralidades e
    normalidades pregadas pelas instituições que regiam a colônia. Casos que demarcavam as
    capilaridades dos poderes que aqui vigoravam. Iremos, pois, observar a vida daqueles que
    fugiam ao espectro de normalidade desejado aos fiéis católicos viventes naquele século,
    defronte àqueles que tentavam contê-la. A História do Atlântico e a História dos Gêneros
    serão os conceitos basilares da nossa pesquisa, posto as conexões entre os mares e as gentes,
    suas nuances e implicações, compondo o chão histórico no qual se desdobra a presente trama.
    Diante de tudo, buscaremos pensar o espaço colonial como um local conectado dentro e fora
    da colônia, e como as mulheres e homens setecentistas influíam e eram influídos pelas
    moralidades e relações de gênero de sua época. Nesse itinerário, faremos uma parada ao lado
    do riacho da Mocha e observaremos o processo de transformação daquelas terras habitadas
    por indígenas em uma urbe. Esboçadas as particularidades dessa civilização, apresentaremos
    personagens a ela pertencentes e conheceremos os espaços ocupados por esses, suas casas,
    fazendas e freguesias. Após isso, iremos imergir nos detalhes dos rituais de idolatria, tendo
    em vista as diversas possibilidades suscitadas por ele. As culturas, as sexualidades e
    sociabilidades por ele vicejadas. Por fim, adentraremos o universo das bigamias e
    conheceremos como as masculinidades estavam incrustradas nessa concepção de pecado-
    crime, desde a instituição que a tolhia, aos sujeitos que a abraçavam. Isso tudo nos foi tangível
    através do acesso as fontes inquisitoriais, ultramarinas e aos registros de batismo da paróquia
    de Oeiras, bem como do auxílio da historiografia referente ao Piauí Colonial.

  • ROSAMARIA DE SOUSA FÉ BARBOSA
  • “CAMARADAS NÓS VIMOS A NOSSOS AMORES”: idolatria e bigamia na capitania de São José do Piauí – Século XVIII
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 05/08/2022
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  • O mote deste trabalho é estudar como a Igreja, o Estado e os Sujeitos – postas as relações
    intersubjetivas e sexuais destes últimos – interagiam e concorriam para forjar as
    masculinidades e feminilidades na capitania de São José do Piauí, durante o século XVIII.
    Para isso, teremos como Norte as documentações do Tribunal do Santo Ofício, cujo conteúdo
    trata sobre os supostos amores no supradito espaço-tempo, a saber, os delitos de Bigamia e
    Idolatria. Esses crimes contrafé demarcavam, pois, uma afronta às moralidades e
    normalidades pregadas pelas instituições que regiam a colônia. Casos que demarcavam as
    capilaridades dos poderes que aqui vigoravam. Iremos, pois, observar a vida daqueles que
    fugiam ao espectro de normalidade desejado aos fiéis católicos viventes naquele século,
    defronte àqueles que tentavam contê-la. A História do Atlântico e a História dos Gêneros
    serão os conceitos basilares da nossa pesquisa, posto as conexões entre os mares e as gentes,
    suas nuances e implicações, compondo o chão histórico no qual se desdobra a presente trama.
    Diante de tudo, buscaremos pensar o espaço colonial como um local conectado dentro e fora
    da colônia, e como as mulheres e homens setecentistas influíam e eram influídos pelas
    moralidades e relações de gênero de sua época. Nesse itinerário, faremos uma parada ao lado
    do riacho da Mocha e observaremos o processo de transformação daquelas terras habitadas
    por indígenas em uma urbe. Esboçadas as particularidades dessa civilização, apresentaremos
    personagens a ela pertencentes e conheceremos os espaços ocupados por esses, suas casas,
    fazendas e freguesias. Após isso, iremos imergir nos detalhes dos rituais de idolatria, tendo
    em vista as diversas possibilidades suscitadas por ele. As culturas, as sexualidades e
    sociabilidades por ele vicejadas. Por fim, adentraremos o universo das bigamias e
    conheceremos como as masculinidades estavam incrustradas nessa concepção de pecado-
    crime, desde a instituição que a tolhia, aos sujeitos que a abraçavam. Isso tudo nos foi tangível
    através do acesso as fontes inquisitoriais, ultramarinas e aos registros de batismo da paróquia
    de Oeiras, bem como do auxílio da historiografia referente ao Piauí Colonial.

  • JOSÉ LINS DUARTE
  • A COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO A VAPOR NO RIO PARNAÍBA: O PIAUÍ NAS ÁGUAS DO PROGRESSO (1859-1900),
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 14/07/2022
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  • Esta tese apresenta a implantação de um moderno meio de transporte aquaviário, impulsionado a vapor, no Piauí, em 1859. O seu estabelecimento foi considerado um fator determinante para o desenvolvimento local, constituindo-se como o maior empreendimento no século XIX. Esse componente visava atender aos anseios da província, que buscava obter uma maior participação no contexto econômico nacional e observava nesse empreendimento o meio de incentivar a agricultura de exportação e melhorar o deslocamento entre sua capital e o litoral, separados por uma distância de pouco mais de 400 km, pela hidrovia. Para essa realização, seria utilizado o rio Parnaíba, a principal artéria de ligação entre essas localidades. Assim, as embarcações da Companhia de Navegação a Vapor no rio Parnaíba, preparadas para a condução de cargas e passageiros, promoveram uma nova dinâmica, ao fazer circular com maior rapidez, segurança e menores custos as mercadorias produzidas na província até o porto de Parnaíba. Igualmente, fazia-se o caminho inverso, ao trazer produtos importados para distribuição na região. Dessa maneira, foi habilitada a entrada piauiense nos rumos do progresso e da civilidade, ao compartilhar da inovação tecnológica representada pela mecanização e, assim, avançar na pretensão de deixar o prospecto de improdutiva e atrasada. Todavia, por mais importante que tenha sido esse evento histórico, este não pode ser visto como algo puramente tecnológico, mas como um elemento de transformação sob diferentes aspectos, sendo norteado pelo fator econômico-social. Sob uma conjuntura mais ampla, verifica-se, ainda, que o Piauí passava a vivenciar uma etapa que atendia a interesses capitalistas em curso. Cedia à entrada da modernização, que também atuava em outras províncias brasileiras. Tais influxos foram marcantes, vindo a disseminar um ambiente de prosperidade e progresso. Desse modo, certificava-se o empenho de grupos sociais que, contando com o apoio do governo local e imperial, investiram em um meio de condução compatível com as necessidades piauienses. Isso resultou em satisfatórias conquistas, inclusive, em um legado essencial para a atividade extrativista, que se tornou a maior fonte econômica do Piauí, ultrapassando a pecuária. Para atingir as proposições do estudo, utilizaram-se fontes diversas, como: série companhia de navegação a vapor, fundo sala do poder executivo, relatórios gerenciais, relatórios governamentais, relatórios e correspondências da companhia de navegação a vapor, relatórios da capitania dos portos, almanaque piauiense e jornais.

     

  • FERNANDA DA COSTA DE SOUSA SANTOS
  • “PRINCESA DOS SERTÕES PIAUIENSES”: HISTÓRIA E MEMÓRIA NA COMPOSIÇÃO DE UMA CAPITAL ECLESIÁSTICA.
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 07/06/2022
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  • RESUMO: O objetivo da pesquisa foi investigar historicamente a composição de uma Capital Eclesiástica em Oeiras-PI, entre os anos de 1940 a 1945, período que ocorreu a campanha pró-Diocese Oeirense. A ideia da criação de um Bispado em Oeiras, já era avaliado desde seu decurso como capital da província, no entanto, a urbe sofreu consideráveis mudanças devido a transferência da sede do governo para Teresina, impossibilitando que essa aspiração fosse alcançada. Na década de 1940, levando-se em consideração o período em que o espaço urbano estava atravessando uma fase de Renovação, foi empreendido um projeto que aspirava a construção de um Bispado. Nesse cenário, foi elaborado uma comissão central responsável pelo desenvolvimento da campanha, constituída por representantes religiosos, políticos e intelectuais. Buscou-se analisar como as memórias e narrativas instituídas em torno do passado da cidade, tornaram-se elementos essenciais para instituição de um desejo enunciado nos discursos e práticas desses sujeitos. Estas figuras objetivavam que fosse edificado uma sede de um Bispado, e dessa forma a cidade readquirisse o status de capital, se não de uma circunscrição política, mas desta feita eclesiástica. Este processo possibilitaria, na perspectiva destes reestabelecer um destaque entre os municípios piauienses e compensar a importância que acreditavam que havia sido perdida com a transferência da sede do governo para Teresina. Para o desenvolvimento dessa pesquisa nos cercamos de autores como Michael Pollak (1992), Ângela de Castro Gomes (2016), Joel Candau (2014), Paul Ricoeur (2010). As principais fontes utilizadas foram jornais como: Correio de Oeiras, Fanal, Gazeta, O Cometa; Memorial, livros de decretos, atas, relatórios e correspondências da Prefeitura Municipal de Oeiras e revistas do Instituto Histórico de Oeiras.


  • FERNANDA DA COSTA DE SOUSA SANTOS
  • “PRINCESA DOS SERTÕES PIAUIENSES”: HISTÓRIA E MEMÓRIA NA COMPOSIÇÃO DE UMA CAPITAL ECLESIÁSTICA EM OEIRAS –PI (1940-1945).
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 07/06/2022
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  • RESUMO: O objetivo da pesquisa foi investigar historicamente a composição de uma Capital Eclesiástica em Oeiras-PI, entre os anos de 1940 a 1945, período que ocorreu a campanha pró-Diocese Oeirense. A ideia da criação de um Bispado em Oeiras, já era avaliado desde seu decurso como capital da província, no entanto, a urbe sofreu consideráveis mudanças devido a transferência da sede do governo para Teresina, impossibilitando que essa aspiração fosse alcançada. Na década de 1940, levando-se em consideração o período em que o espaço urbano estava atravessando uma fase de Renovação, foi empreendido um projeto que aspirava a construção de um Bispado. Nesse cenário, foi elaborado uma comissão central responsável pelo desenvolvimento da campanha, constituída por representantes religiosos, políticos e intelectuais. Buscou-se analisar como as memórias e narrativas instituídas em torno do passado da cidade, tornaram-se elementos essenciais para instituição de um desejo enunciado nos discursos e práticas desses sujeitos. Estas figuras objetivavam que fosse edificado uma sede de um Bispado, e dessa forma a cidade readquirisse o status de capital, se não de uma circunscrição política, mas desta feita eclesiástica. Este processo possibilitaria, na perspectiva destes reestabelecer um destaque entre os municípios piauienses e compensar a importância que acreditavam que havia sido perdida com a transferência da sede do governo para Teresina. Para o desenvolvimento dessa pesquisa nos cercamos de autores como Michael Pollak (1992), Ângela de Castro Gomes (2016), Joel Candau (2014), Paul Ricoeur (2010). As principais fontes utilizadas foram jornais como: Correio de Oeiras, Fanal, Gazeta, O Cometa; Memorial, livros de decretos, atas, relatórios e correspondências da Prefeitura Municipal de Oeiras e revistas do Instituto Histórico de Oeiras.

  • VERÔNICA LIMA DE CARVALHO
  • A Construção das Narrativas Cristãs nos Livros Didáticos de História.
  • Orientador : JOSE PETRUCIO DE FARIAS JUNIOR
  • Data: 29/04/2022
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  • Neste trabalho, nos propomos a analisar as formas históricas que a história do
    Cristianismo assume na escrita escolar, particularmente nos LDs de História
    aprovados pelo PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), a fim de problematizar
    as intencionalidades e objetivos subjacentes a narrativa histórica escolar, como
    também, a relação entre as ressignificações de Jesus Cristo, e sua cristandade, com
    as estruturas de poder que as produziram enquanto discurso político-religioso. Nesse
    sentido, procuraremos compreender o modo como essa relação é tratada pelos LDs
    do Ensino de História, bem como diagnosticar os níveis de consciência histórica
    presentes nos conteúdos dessa importante fonte de produção e formação do
    conhecimento. Para tanto, analisaremos os LDs do Guia do PNLD de 2021, com
    enfoque no 6° ano do ensino fundamental, de acordo com a classificação dos
    conteúdos de nossa temática.

     

  • TANIA GEORGIA ALVES DE OLIVEIRA
  • PARA ALÉM DA TELA DA TV: política, sociedade e cultura brasileira na teledramaturgia de Gilberto Braga (1988-1995)
  • Data: 29/04/2022
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  • Este trabalho tem como objetivo principal compreender de que modo os processos macro e
    micropolíticos do Brasil recém-democratizado aparecem nas telenovelas do dramaturgo
    brasileiro Gilberto Braga, entre 1988 e 1995. Cabendo indagar, por exemplo, que valores
    macropolíticos (tais como inflação, desemprego, mudanças de moedas, eleições, etc.) e
    micropolíticos (valores éticos e corrupção, relações de gênero e sexualidade) se desdobram, de
    forma indissociada, nas tramas do autor. Nesse sentido, foram analisadas as obras Vale tudo
    (1988-1989), Dono do mundo (1991-1992), Anos Rebeldes (1992) e Pátria minha (1994-1995),
    buscando entender a representação do contexto político, social e cultural do Brasil no final dos
    anos 1980 e meados dos anos 1990, no intuito de analisar o contexto de produção de
    teledramaturgia brasileira, notadamente da Rede Globo de Televisão, inserida no interior das
    condições históricas de existência do Brasil entre o final dos anos 1980 e início dos anos 1990,
    e, no interior delas, as configurações das produções em questão, discutindo de que forma são

    apresentadas nos mesmos veículos. Para uma compreensão dessas questões, as bases teórico-
    metodológicas desse estudo foram fundamentadas em: Félix Guattari (2000), Suely Rolnik

    (2000), Eugênio Bucci (2005), Ulpiano T. Bezerra de Menezes (2003), Gilles Deleuze (1985),
    Mauricio Tintori Piqueira (2010), Jorge Ferreira (2018) e Angélica Müller (2018). Além disso,
    o estudo recorreu aos debates historiográficos levantados por Schwracz; Starling (2015), Mota;
    Lopez (2015), Caldeira (2008), e Linhares et al (1990), para pensar a trajetória brasileira. O
    estudo considerou que a teledramaturgia produzida por Gilberto Braga permite perceber as
    interconexões entre História e Arte, com as potencialidades de interpretação da realidade
    brasileira do interstício proposto.

  • WELLIGTON COSTA BORGES
  • “O LEVIATà CONTRA O POVO: uma história do Brasil escrita por João Ubaldo Ribeiro”
  • Orientador : FREDERICO OSANAN AMORIM LIMA
  • Data: 28/04/2022
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  • Este trabalho constitui um esforço de síntese da interpretação de Brasil partida de um dos mais proeminentes escritores da literatura brasileira na segunda metade do século XX. Segue os passos do literato baiano João Ubaldo Ribeiro, este que, a partir de sua obra, legou uma visão específica da história Brasil, onde haveria, como um conflito basilar e persistente, o choque violento entre o que ele concebeu como sendo o “Estado brasileiro” e o “povo brasileiro”. Partindo desse conflito básico, da sua obra e de sua atuação enquanto sujeito político, tenta-se compreender os matizes da sua interpretação e sua relação com uma certa tradição de dizer o Brasil. Compreendendo a literatura como uma forma de expressão que também tem o desejo de verdade, João Ubaldo Ribeiro é colocado numa leitura que busca ver o sentido missionário que imprimiu à sua escrita. Tal objetivo requereu forte uso, além de outros autores, da obra de Nicolau Sevcenko, onde a noção de literatura como uma missão, como uma forma efetiva de intervir na sociedade, é trabalhada como um signo que toca a escritores nos mais variados períodos da história do Brasil. As obras do escritor baiano sobre as quais se adensa o olhar nessas linhas tratam-se, sobretudo, de escritos entre o final da década de 1960 e meados da década de 1980, período em que escreveu sob a égide da ditadura militar brasileira, muito embora as discussões ultrapassem-nas, abarcando em certo sentido as experiências históricas da segunda metade do século XX.

  • CAIO VINICIUS SILVA TEIXEIRA
  • A “Terra dos Carnaubais” em tempos de autoritarismo: a construção de representações legitimadoras da Ditadura Civil-Militar em Campo Maior-PI (1964-1979)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 27/04/2022
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  • A “Terra dos Carnaubais” em tempos de autoritarismo: a construção de representações legitimadoras da Ditadura Civil-Militar em Campo Maior-PI (1964-1979)

    A presente dissertação de mestrado tem como objetivo analisar a construção de
    representações e memórias legitimadoras da Ditadura Civil-Militar em Campo Maior para
    compreender em que medida a produção desses elementos foi fundamental para a construção
    de um consentimento social sobre o regime autoritário nessa cidade piauiense, entre os anos
    de 1964 e 1979, esboçando as relações constituídas entre a política local e a nacional.
    Utilizamos como chave analítica para entender a problemática da pesquisa a cultura política
    campomaiorense, entendida nas perspectivas de Motta (2009; 2018) e Bersteisn (1997)
    percebendo-a como um elemento que proporcionou a construção de representações
    glorificadoras do regime militar na cidade. Nesta empreitada, analisamos alguns agentes
    legitimadores da ditadura em Campo Maior, tais como a própria política municipal, o jornal A
    Luta (semanário local) e o civismo e o patriotismo, fortemente expressados na cidade no
    período. Inserido no campo da Nova História Política, o objeto em estudo articula discussões
    entre História e Imprensa, a partir de Capelato (1988), Peixoto e Cruz (2007), relacionando-o
    com o contexto da Ditatura militar em que estava inserido o semanário, tendo como suporte
    os estudos de Kushnir (2001) e Fico (2019), Rezende (2013), Reis (2014) entre outros, a partir
    do uso da metodologia da análise de conteúdo das matérias do jornal, sendo que este se
    configura em um elemento imprescindível para a análise em questão. Diante das análises
    empreendidas, observamos que o discurso legitimador do regime militar foi intensamente
    produzido e divulgado na cidade campomaiorense, fazendo com que a ditadura fosse
    representada em Campo Maior como um importante capítulo da história nacional que seria
    digno de lhe serem entoados louvores, reverberando na imagem construída sobre o regime no
    presente em que tal texto é produzido.

  • CIBELE DA SILVA ANDRADE
  • “Se isso não for feito, pobre Constituinte”: A participação dos piauienses na Assembleia Nacional Constituinte por meio do envio cartas formulário (1986-1987)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 27/04/2022
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  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar as interpretações atribuídas pelos piauienses à
    Constituição de 1988 durante o processo de sua construir. Para tanto, utilizamos como fontes

    cartas-formulário enviadas durante os anos de 1987 e 1987 por meio do projeto Diga Gente-
    Projeto Constituição, desse modo, também analisamos as relações entre sociedade e Estado,

    visto que, a abertura de canais de comunicação entre as duas esferas foi anulada durante a
    ditadura militar. O recorte temporal, 1976 e 1987 justifica-se por ser um período em que a
    participação popular na Constituinte ganhou espaço na sociedade civil, além de serem os anos
    em que funcionou a campanha de e envio de cartas. Já o recorte temporal o Piauí, foi escolhido
    em detrimento de percebermos de que maneira os piauienses integraram um movimento político
    que ocorreu em âmbito nacional. No que se refere à fundamentação teórica utilizamos as
    seguintes categorias: opinião pública, com base nos estudos de Jean Jacques Becker (2003);
    cultura política, de Serge Berstein (2003); a de participação popular com base nos estudos de
    Vincent Valla (1998). Pontuamos mais duas categorias empregados na problematização dos
    documentos analisados, ambos cunhadas por Reinhart Koselleck (2006), espaço de experiência,
    tendo em vista que os missivistas mobilizaram discursivamente suas vivências durante a escrita
    dos textos e horizonte de expectativas, pois os autores também construíram prognósticos acerca
    do que consideravam necessário ser incorporado à Constituinte. A metodologia de análise foi
    qualitativa e realizada a partir do entrecruzamento com outras fontes que nos permitiram
    apresentar que a busca por influenciar a Constituinte não foi um movimento isolado, mas parte
    de uma dinâmica de participação popular construída em ocasiões diversificadas. Analisamos
    cada mensagem de maneira individual durante a fase de catalogação e, posteriormente,
    identificamos aspectos comuns nos textos a fim de demonstrar que apesar da diversificação de
    pedidos, o movimento de participação se conjugou em torno de aspectos comuns, entre eles, a
    de que melhores condições de vida política, social e econômica dependia da redemocratização
    do país. As principais fontes complementares são o Jornal O Dia e Alternativa, fotografias, o
    documentário Céu Aberto, além de documentos oficiais e da própria Constituição de 1988.

  • CIBELE DA SILVA ANDRADE
  • “Se isso não for feito, pobre Constituinte”: A participação dos piauienses na Assembleia Nacional Constituinte por meio do envio cartas formulário (1986-1987).
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 27/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar as interpretações atribuídas pelos piauienses à
    Constituição de 1988 durante o processo de sua construir. Para tanto, utilizamos como fontes

    cartas-formulário enviadas durante os anos de 1987 e 1987 por meio do projeto Diga Gente-
    Projeto Constituição, desse modo, também analisamos as relações entre sociedade e Estado,

    visto que, a abertura de canais de comunicação entre as duas esferas foi anulada durante a
    ditadura militar. O recorte temporal, 1976 e 1987 justifica-se por ser um período em que a
    participação popular na Constituinte ganhou espaço na sociedade civil, além de serem os anos
    em que funcionou a campanha de e envio de cartas. Já o recorte temporal o Piauí, foi escolhido
    em detrimento de percebermos de que maneira os piauienses integraram um movimento político
    que ocorreu em âmbito nacional. No que se refere à fundamentação teórica utilizamos as
    seguintes categorias: opinião pública, com base nos estudos de Jean Jacques Becker (2003);
    cultura política, de Serge Berstein (2003); a de participação popular com base nos estudos de
    Vincent Valla (1998). Pontuamos mais duas categorias empregados na problematização dos
    documentos analisados, ambos cunhadas por Reinhart Koselleck (2006), espaço de experiência,
    tendo em vista que os missivistas mobilizaram discursivamente suas vivências durante a escrita
    dos textos e horizonte de expectativas, pois os autores também construíram prognósticos acerca
    do que consideravam necessário ser incorporado à Constituinte. A metodologia de análise foi
    qualitativa e realizada a partir do entrecruzamento com outras fontes que nos permitiram
    apresentar que a busca por influenciar a Constituinte não foi um movimento isolado, mas parte
    de uma dinâmica de participação popular construída em ocasiões diversificadas. Analisamos
    cada mensagem de maneira individual durante a fase de catalogação e, posteriormente,
    identificamos aspectos comuns nos textos a fim de demonstrar que apesar da diversificação de
    pedidos, o movimento de participação se conjugou em torno de aspectos comuns, entre eles, a
    de que melhores condições de vida política, social e econômica dependia da redemocratização
    do país. As principais fontes complementares são o Jornal O Dia e Alternativa, fotografias, o
    documentário Céu Aberto, além de documentos oficiais e da própria Constituição de 1988.

  • NARA VIVIANY MOURA DE OLIVEIRA
  • Saber Médico, Doenças e cura em Teresina: 1870-1889
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 27/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • No século XIX, o Brasil passou por transformações motivadas pelo desejo de progresso e
    modernidade. Os avanços científicos conquistados nesse período impactaram o cotidiano da
    população. O surgimento e a consolidação do saber médico propagado pelas Escolas de
    Medicina, fundadas no Rio de Janeiro e na Bahia, modificaram as diversas práticas de curar,
    antes amparadas no saber tradicional e popular. O presente trabalho aborda as transformações
    dos saberes médicos e farmacêuticos e seu impacto no tratamento de doenças na sociedade de
    Teresina entre os anos de 1870 e 1889. Neste sentido, são analisados os combates entre os
    diferentes campos de saberes, considerando a presença de médicos, farmacêuticos e curandeiros
    na disputa pelo poder da cura. Além disso, a Santa Casa de Misericórdia e sua importância no
    tratamento de doenças também são avaliadas. Para isso, recorre-se a fontes bibliográficas, aos
    códices de saúde do período, a jornais, relatórios de presidentes da província, atestados de
    óbitos, ofícios, teses médicas, mapas de entrada e saída da Santa Casa de Misericórdia. Alguns
    autores são relevantes para a construção desta pesquisa: Michel de Certeau colabora na análise
    de dados quantitativos e sua relação com o cotidiano da população; Michel Foucault e Roy
    Porter colaboram para o entendimento da consolidação e aceitação dos saberes médicos; Maria
    Mafalda Baldoino Araújo, Rafaela Martins Silva, Clodoaldo Freitas e Mariana Antão
    contribuem para a análise da sociedade teresinense no período.

  • NARA VIVIANY MOURA DE OLIVEIRA
  • Saber Médico, Doenças e cura em Teresina: 1870-1889
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 27/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • No século XIX, o Brasil passou por transformações motivadas pelo desejo de progresso e
    modernidade. Os avanços científicos conquistados nesse período impactaram o cotidiano da
    população. O surgimento e a consolidação do saber médico propagado pelas Escolas de
    Medicina, fundadas no Rio de Janeiro e na Bahia, modificaram as diversas práticas de curar,
    antes amparadas no saber tradicional e popular. O presente trabalho aborda as transformações
    dos saberes médicos e farmacêuticos e seu impacto no tratamento de doenças na sociedade de
    Teresina entre os anos de 1870 e 1889. Neste sentido, são analisados os combates entre os
    diferentes campos de saberes, considerando a presença de médicos, farmacêuticos e curandeiros
    na disputa pelo poder da cura. Além disso, a Santa Casa de Misericórdia e sua importância no
    tratamento de doenças também são avaliadas. Para isso, recorre-se a fontes bibliográficas, aos
    códices de saúde do período, a jornais, relatórios de presidentes da província, atestados de
    óbitos, ofícios, teses médicas, mapas de entrada e saída da Santa Casa de Misericórdia. Alguns
    autores são relevantes para a construção desta pesquisa: Michel de Certeau colabora na análise
    de dados quantitativos e sua relação com o cotidiano da população; Michel Foucault e Roy
    Porter colaboram para o entendimento da consolidação e aceitação dos saberes médicos; Maria
    Mafalda Baldoino Araújo, Rafaela Martins Silva, Clodoaldo Freitas e Mariana Antão
    contribuem para a análise da sociedade teresinense no período.

     

     

  • MARIA DA CONCEIÇÃO DE MORAIS MACHADO NETA
  • AS DUAS FACES DE EVA: Rita Lee e o ser mulher no Brasil na segunda metade do século XX
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 25/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • Os acontecimentos que marcaram os anos entre 1968 e 1988, no Brasil, indicam a eclosão de
    variados movimentos estéticos, trata-se, portanto, de um momento histórico em que
    aconteciam, das artes plásticas à música, uma crescente participação de mulheres no cenário
    cultural do país. Tomando Rita Lee como personagem conceitual, este trabalho pretende
    abordar as vivências femininas que se processavam desde as obras visuais de Lygia Clark,
    passando pelas transgressões das atrizes Leila Diniz e Norma Bengell, até a inserção musical
    de mulheres como Nara Leão, Wanderléa, Celly Campello, Gal Costa, Maria Bethânia e a
    própria Rita Lee. Com isso, ganha destaque as composições da cantora que viveu durante os
    anos de regime militar no Brasil, tanto em sua atuação nas bandas Os Mutantes e Tutti Frutti
    quanto em suas incursões com o marido Roberto de Carvalho ou nos trabalhos solo. Através de
    suas composições e trajetória, Rita Lee inscrevia-se como uma figura ordinária da antidisciplina
    ao tematizar, sobretudo, a sexualidade e o prazer feminino. A partir da análise de diferentes
    linguagens de fontes como letras de músicas, capas de discos, entrevistas, documentários,
    material hemerográfico como jornais digitalizados, exames censórios, biografias e
    autobiografias, o presente trabalho, trata-se, pois, da compreensão e análise das vivências
    femininas, no tocante a sexualidade e aos papéis impostos ao gênero, por meio de práticas
    micropolíticas das atuações de artistas que viveram os anos aqui mencionados.

  • CAIO LEONARDO DA SILVA SOUSA
  • A REPERCUSSÃO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ATRAVÉS DOS JORNAIS PIAUIENSES (1914-1918).
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 22/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem como objetivo propor um estudo sobre a Repercussão da
    Primeira Guerra Mundial nos jornais Piauienses, entre os anos de 1914 a 1918, que foram os
    anos que perdurou o conflito no cenário global. O Piauí, apesar de ser um lugar longínquo do
    continente europeu em que incidia o front de guerra, foi bastante afetado pelo conflito, tendo
    detrimentos e mudanças em diversos setores da sociedade, como no aspecto econômico,
    estrutural, político e social, buscando, dentro do contexto mundial, mostrar as mudanças e
    transformações ocorridas no local decorrentes da guerra. Comumente pouco estudada,
    sobretudo, na historiografia piauiense, a Primeira Guerra Mundial, digna de uma pesquisa, nos
    possibilita visualizar que os prejuízos e modificações provocadas pelo conflito não ficaram
    restritas apenas ao continente europeu, alastrando-se por todo o mundo, chegando assim ao
    Piauí, que teve suas economia bastante afetada à medida que viu suas exportações diminuírem
    com o bloqueio naval imposto pela Alemanha, provocando a queda da venda da borracha de
    maniçoba e a cera de carnaúba, principais produtos de exportação da economia piauiense nos
    primeiros anos de guerra. Sendo assim, buscaremos mostrar o Piauí como local de
    transformações provocadas pela guerra, fazendo assim parte do círculo dos acontecimentos e
    mudanças. Os nossos intelectuais desde o início do conflito, logo debruçaram-se no debate à
    cerca das causas, perigos e mudanças da eminente guerra, usando os jornais para produzir e
    reproduzir matérias, expressar suas opiniões, análises e incluir o Piauí no debate sobre o conflito
    assim como nas principais capitais e cidades do Brasil. Essa prática levaria esse mesmo seleto
    grupo de intelectuais locais a criar no ano de 1917 a Academia Piauiense de Letras (APL),
    órgão máximo das letras no Piauí, de extrema importância para o desenvolvimento da
    intelectualidade piauiense, sendo fruto das diversas mudanças ocorridas nesse período. As
    principais fontes utilizadas foram jornais de ampla circulação local, como: Diário do Piauí (PI),
    Aviso (PI), A Cruz (PI), Chapada do Corisco (PI), O Tempo (PI), Alto Longá (PI); as mensagens
    governamentais enviadas a Assembleia Legislativa e Conferências ministradas por intelectuais
    locais.

  • HELISSANDRO ROCHA DA SILVA
  • TRAVESSIAS PELOS SERTÕES DO NORDESTE: UMA GUERRA CHAMADA CANGAÇO ENTREMENTES A COLUNA PRESTES (1920-1928)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 22/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem por objetivo demonstrar o cangaço de Lampião e as articulações
    que culminaram na incorporação deste cangaceiro pelo governo federal como legalista nos
    chamados batalhões patróticos para combater a Coluna Prestes, por ocasião de sua passagem
    pelos sertões nordestinos, na década de 1920. A pesquisa utilizou o repertório consolidado pela
    historiografia ao referenciar autores que já se dedicaram, embora de forma distinta, sobre a
    mesma realidade que esta dissertação pretendeu examinar levando em conta a sua historicidade.
    O manuseio dos jornais como fontes históricas foi realizado com criticidade e atento aos locais
    de produção de discursos, inerente aos textos literários, o estudo utilizou uma abordagem com
    a noção de que eles sempre trazem algo da sociedade que a viu florescer. Teve como resultado
    a identificação de modalidades de cangaço, a construção de relações de poder entre parcelas da
    elite local, os ditos coronéis e o cangaceiro Lampião, este ingressou nas forças legalistas a
    serviço da República para combater a Coluna Prestes, que por sua vez, não foi aceita pela
    sociedade pastoril sertaneja. Lampião representou o esplendor do cangaço, enquanto a Coluna
    Prestes inaugurou o auge de contestação à Primeira República. O movimento tenentista não foi
    derrotado, nem aceitou a anistia, resolvendo marchar para o exílio, já o cangaceiro Lampião
    continuou na lucrativa atividade chefiando grupo de cangaço.

  • KERCIA ANDRESSA VITORIANO GONÇALVES
  • DEGREDADOS DA SECA: políticas intervencionistas em Teresina (1877 – 1879)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 18/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem como objetivo analisar o período de seca na cidade de Teresina, nos
    anos de 1877 a 1879, a partir das instituições de auxílio aos migrantes. Abordando a seca, não
    somente como um fenômeno climático, mas social, político e econômico, problematizando os
    adventos que fizeram desses anos consecutivos tão efervescentes nas políticas
    intervencionistas governamentais. O período de seca reflete o deslocamento das populações
    das províncias no norte do País, na tentativa de assentar-se em locais que garantissem
    subsídios básicos a sobrevivência. Além disso, durante o trabalho será dado ênfase aos
    principais sujeitos atingidos: os pobres que flagelados passaram a migrar constantemente.
    Com isso em mente, será analisado como esses sujeitos foram retratados nas fontes
    consideradas oficiais, como, os requerimentos, ofícios e súplicas. Ainda será discutido como
    esses pobres eram vistos sob a ótica de alguns jornais que circulavam naquele momento como
    “A época” e “A imprensa”. Além disso, analisando sobre os meios de assistência voltados aos
    pobres migrantes durante aquele momento, se propôs também perceber as mudanças em
    relação ao ato da caridade e o da assistência propriamente dita. Para resolver isso, foi
    necessário falar sobre algumas instituições que foram criadas para ajudar os migrantes que
    adentravam na província, e os que internamente circulavam, como, por exemplo, a comissão
    de socorros públicos, importante medida assistencialista.
    Palavras-chave: Assistencialismo. Migrantes. Seca. Teresina.

  • KERCIA ANDRESSA VITORIANO GONÇALVES
  • DEGREDADOS DA SECA: políticas intervencionistas em Teresina (1877 – 1879)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 18/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem como objetivo analisar o período de seca na cidade de Teresina, nos
    anos de 1877 a 1879, a partir das instituições de auxílio aos migrantes. Abordando a seca, não
    somente como um fenômeno climático, mas social, político e econômico, problematizando os
    adventos que fizeram desses anos consecutivos tão efervescentes nas políticas
    intervencionistas governamentais. O período de seca reflete o deslocamento das populações
    das províncias no norte do País, na tentativa de assentar-se em locais que garantissem
    subsídios básicos a sobrevivência. Além disso, durante o trabalho será dado ênfase aos
    principais sujeitos atingidos: os pobres que flagelados passaram a migrar constantemente.
    Com isso em mente, será analisado como esses sujeitos foram retratados nas fontes
    consideradas oficiais, como, os requerimentos, ofícios e súplicas. Ainda será discutido como
    esses pobres eram vistos sob a ótica de alguns jornais que circulavam naquele momento como
    “A época” e “A imprensa”. Além disso, analisando sobre os meios de assistência voltados aos
    pobres migrantes durante aquele momento, se propôs também perceber as mudanças em
    relação ao ato da caridade e o da assistência propriamente dita. Para resolver isso, foi
    necessário falar sobre algumas instituições que foram criadas para ajudar os migrantes que
    adentravam na província, e os que internamente circulavam, como, por exemplo, a comissão
    de socorros públicos, importante medida assistencialista.

  • CLAUDIO BARROS ARAUJO
  • TERESINA EM DILATAÇÃO: POLÍTICAS PÚBLICAS E EXPANSÃO DA CIDADE (1965-1975)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 12/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • Neste estudo, apresentamos uma narrativa histórica que tem como escopo a cidade de Teresina em dilatação: políticas públicas e expansão da cidade (1965-1975), a partir de um olhar sobre a primeira iniciativa de planejamento urbano da cidade, através do Plano de Desenvolvimento Local Integrado – PDLI. Muito em razão do uso do PDLI no estudo, as fontes utilizadas foram, principalmente, oficiais, leis, além de meios impressos (jornais, sobretudo) e bibliografia, cruzando-as para melhor apresentar uma narrativa histórica a partir do seguinte problema de pesquisa:  quais percepções de muitas Teresinas contidas em uma só cidade, alterando-se sob o aspecto de uma dilatação urbana, de transformações calcadas PDLI entre 1965 e 1975? O objetivo geral, então, foi analisar, a partir de uma narrativa histórica, como a cidade em seu desenho urbano antes e depois da implantação do PDLI. Seguem-se os seguintes objetivos específicos: apresentar a malha urbana da cidade de Teresina na segunda metade da década de 1960; refletir o cenário em que se desenvolveu a implantação do PDLI e analisar o espaço urbano da capital do Piauí, antes e depois, tendo o PDLI como parâmetro. A pesquisa evidenciou que os resultados do inaugural planejamento urbano foram aquém dos projetados, com negativo impacto sobre os mais pobres e ganhos para a parcela mais rica da população, dentro de um processo menos de urbanização e mais de desenvolvimento cosmético.

     

  • CLAUDIO BARROS ARAUJO
  • TERESINA EM DILATAÇÃO: POLÍTICAS PÚBLICAS E EXPANSÃO DA CIDADE (1965-1975)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 12/04/2022
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  • Neste estudo, apresentamos uma narrativa histórica que tem como escopo a cidade de Teresina em dilatação: políticas públicas e expansão da cidade (1965-1975), a partir de um olhar sobre a primeira iniciativa de planejamento urbano da cidade, através do Plano de Desenvolvimento Local Integrado – PDLI. Muito em razão do uso do PDLI no estudo, as fontes utilizadas foram, principalmente, oficiais, leis, além de meios impressos (jornais, sobretudo) e bibliografia, cruzando-as para melhor apresentar uma narrativa histórica a partir do seguinte problema de pesquisa:  quais percepções de muitas Teresinas contidas em uma só cidade, alterando-se sob o aspecto de uma dilatação urbana, de transformações calcadas PDLI entre 1965 e 1975? O objetivo geral, então, foi analisar, a partir de uma narrativa histórica, como a cidade em seu desenho urbano antes e depois da implantação do PDLI. Seguem-se os seguintes objetivos específicos: apresentar a malha urbana da cidade de Teresina na segunda metade da década de 1960; refletir o cenário em que se desenvolveu a implantação do PDLI e analisar o espaço urbano da capital do Piauí, antes e depois, tendo o PDLI como parâmetro. A pesquisa evidenciou que os resultados do inaugural planejamento urbano foram aquém dos projetados, com negativo impacto sobre os mais pobres e ganhos para a parcela mais rica da população, dentro de um processo menos de urbanização e mais de desenvolvimento cosmético.

  • ÍTALO BRUNO ARAÚJO DAMASCENO
  • ANTÔNIO COELHO RODRIGUES NA TRANSIÇÃO ENTRE A MONARQUIA E A REPÚBLICA: MOVIMENTAÇÕES POLÍTICAS E JURÍDICAS DE UM SUJEITO HISTÓRICO CONTRADITÓRIO.
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 11/04/2022
  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho desenvolveu estudo sobre Antônio Coelho Rodrigues, político e
    jurisconsulto brasileiro, que viveu de 1846 a 1912. Coelho Rodrigues foi um dos principais
    representantes políticos do Piauí como deputado e senador, tanto no Império como na
    República brasileira. Sua representatividade no cenário nacional da política e a afamada
    carreira como professor de direito, sobretudo direito civil, proporcionaram ao mesmo, quando
    instalado o novo regime, que fosse contratado para a redação do primeiro projeto de código
    civil da República, no ano de 1890. O problema da nossa pesquisa gira em torno de um
    suposto silenciamento e relativo esquecimento histórico de Coelho Rodrigues, o qual abre a
    possibilidade de discussão historiográfica, como sujeito signo da pesquisa, pela ampliação do
    conhecimento sobre as disputas políticas nacionais, e como no período de transformações
    pelas quais passava a sociedade brasileira, Coelho Rodrigues vai ser importante, sobretudo
    enquanto intelectual na condução de um trabalho de época reclamado pelo tempo, o código
    civil, onde a renovação do aparato legislativo de direito privado tornava-se necessidade
    urgente como elemento material e simbólico fundamental para a construção da nação que se
    pretendia criar. Suas movimentações políticas e jurídicas favorecem um pouco a compreensão
    quanto à transição da Monarquia a República, e nesse meio revelam as contradições de um
    tempo que empurraram Coelho Rodrigues à condição de fracassado dentro do seu espaço de
    atuação e, consequentemente, na historiografia.

  • ROMÁRIO DE MOURA ROCHA
  • “JORJAMADO NO CINEMA”: representações da “grande nação mestiça” e apropriações da literatura amadiana no discurso racial assumido pelo cinema brasileiro (1962-1977).
  • Data: 30/03/2022
  • Mostrar Resumo
  • Esse trabalho busca se debruçar sobre as apropriações que o cinema brasileiro fez da literatura de Jorge Amado, principalmente do ano de 1962-1977, período que as relações entre literatura e cinema se deram de forma ainda mais intensa. Um fator em comum entre a literatura amadiana e o cinema nacional está no impacto que o pensamento sobre a identidade nacional manteve fortes relações com a leitura de Gilberto Freyre. A partir de 1965 o ideal de uma nação mestiça se torna parte do próprio pensamento oficial da Ditadura militar, tornando-se elemento da proposta de cultura oficial do regime. Essa dissertação tem por objetivo escrutinar as apropriações que os cineastas brasileiros fizeram da produção literária de Amado na tematização dos filmes envolvendo a representação do negro e sua cultura que acabou desencadeando a inserção de topos como “raça” e etnia na cinematografia nacional. Estabelecemos particular centralidade no romance Tenda dos Milagres (1969) e sua adaptação para o cinema pelas lentes de Nelson Pereira dos Santos em 1977, uma vez que foi nesse período que a adesão por parte do cinema ao modelo miscigenado proposto por Amado recebeu contornos cada vez mais nítidos. A princípio, nossa discussão parte da hipótese de que os começos do contato de Jorge Amado com o cinema já se davam pela centralidade que seus romances empregavam na politização do personagem negro, em que esse representava o signo do “povo brasileiro explorado”, compreensão cara aos projetos cinematográficos de meados dos anos 1950 e idos de 1960. Chegado os anos 1970, as proposições de um “cinema popular” tomam sentidos diferentes, onde a celebração da cultura negra passa a se associar ao processo de uma identidade mestiça, fato que concorreu para a constituição de uma crítica negativa advinda das novas leituras raciais e representações propostas, principalmente, pelo movimento negro contemporâneo.

2021
Descrição
  • ANANDA VIEIRA DA SILVA
  • A navegação do Parnaíba sob o olhar de Mano Velho: navegação fluvial e a vida de homens simples – 1930 – 1940.
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 31/08/2021
  • Mostrar Resumo
  • A proposta do trabalho é analisar a navegação do rio Parnaíba, particularmente nas décadas de 1930 e 1940, e mais especificamente sob o viés do olhar dos marinheiros, de homens simples, rústicos, que davam vida à essa atividade. A motivação inicial para a realização do presente trabalho, foi o encontro com uma entrevista concedida por Antônio Pereira, o Mano Velho, homem simples, homem do povo, que atuou como marinheiro embarcado nos vapores que trafegavam no Rio Parnaíba, aos pesquisadores do Núcleo de História Oral da Fundação CEPRO, em meados dos anos 1980. O contato com os relatos de memória, nos levaram a tomar conhecimento do universo da navegação do Rio Parnaíba nos anos 1930 e 1940,  sob a ótica dos homens simples, que se aventuravam por suas águas, e a bordo dos navios ou na beira dos cais dos portos, encontravam os meios de auferir os ganhos necessários para a subsistência, ou ainda davam vasão ao espírito aventureiro, a saírem sem destino certo, a viver afetos em cada porto, a buscar o consolo na bebida, e nas sociabilidades masculinas nos bares e cabarets das cidades beiras. Na busca de entender a vida dos homens simples, tratamos também do trabalho, dos perigos que rondavam a atividade e finalmente, abordamos os conflitos em que alguns desses homens ligados direta ou indiretamente à vida de marinheiro se envolveram nos conflitos político-ideológicos dos anos 1930 – 1940.

     

  • EUGÊNIO BRITO ROCHA
  • A FABRICAÇÃO DE UM CARBONÁRIO: Sebastião Bráz e a experiência de militância no Brasil (1952-1970)
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 30/08/2021
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  • Este trabalho propõe analisar as experiências de militância de Sebastião Bráz Filho entre meados da década de 1950 e meados da década de 1970. Nascido em Valença (PI), Sebastião se desloca para o Rio de Janeiro em 1952, onde se integra nas vivências do Partido Comunista Brasileiro, vivendo os momentos que envolvem sua colocação na clandestinidade, quando ocorre o golpe civil-militar de 1964. Tomando Sebastião Bráz como um ponto de partida para a compreensão de uma época, o texto aborda os eventos constitutivos da política brasileira no recorte estudado, problematizando de que forma as experiências históricas de um tempo configuraram essa dada subjetividade e sua relação, em especial, com a emergência e a efetivação da Ditadura Civil-Militar no Brasil. Nesse sentido, o personagem central da pesquisa se relaciona com outros sujeitos do período, tais como Stuart Angel, Carlos Lamarca e Cid Benjamin. Realizando uma leitura de documentos oficiais, material hemerográfico, fontes orais e demais registros de memórias de Sebastião Bráz, bem como de outros escritos da militância de esquerda brasileira, a pesquisa busca perceber de que forma foram produzidos, em torno dele, agenciamentos na sua forma de pensar a si e sua experiência nos tempos de ditadura. Para tanto, se vale da reflexão em torno da historiografia produzida, dentre outros, por Dulce Chaves Pandolfi, Edwar de Alencar Castelo Branco, Jacob Gorender, Daniel Aarão Reis Filho, Marcos Napolitano, Fernando Gabeira e Zuenir Ventura; bem como da teoria construída a partir de Gilles Deleuze, Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Jorge Larrosa e das possibilidades metodológicas oferecidas por Sônia Maria de Freitas e Verena Alberti, a respeito da metodologia da história oral, e Helena Brandão, no tocante à análise dos discursos. 

     

    Palavras-Chave: História. Brasil. Subjetividade. Ditadura. Revolução. 

  • DAVI BENVINDO DE OLIVEIRA
  • A Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão (1892-1950): A memória como fio condutor da história fabril codoense
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 26/08/2021
  • Mostrar Resumo
  • OLIVEIRA, Davi Benvindo de. A Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão
    (1900-1950): A memória como fio condutor da história fabril codoense.2020.87f. Dissertação
    (Mestrado em História do Brasil) - Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Petrônio
    Portella.

    A proposta é analisar a vila de Codó, Vila/cidade do Maranhão, que até o final do século XIX,
    tinha a economia lastreada nas atividades produtivas agrícolas, particularmente com a produção
    de algodão. No cenário histórico da transição do Império para a República, a referida localidade,
    foi impactada com a instalação de uma fábrica de tecidos. A novidade abria novas
    oportunidades de ocupação para a população da região, ao tempo em que era apontada como
    um caminho viável para solucionar o momento de crise econômica que se abatera na região
    provocada, entre outros fatores, pelo fim da escravidão em 1888. Assim, a pesquisa tem como
    problema norteador, entender o impacto que as referidas mudanças no setor produtivo,
    provocaram na vila/cidade de Codó e na vida das pessoas, de homens, mais principalmente de
    mulheres, que se viram, no momento, alçadas à condição de operárias, de trabalhadoras em
    espaços fabris. A analise aborda o espaço da fábrica, seu funcionamento, procuramos entender
    as práticas, as sociabilidades, em síntese, o impacto que o novo espaço de produção teve nas
    vidas cotidianas de mulheres e de homens na vila/cidade de Codó entre os anos 1893 e 1950.
    Na construção do argumento utilizamos relatos de memórias escritas, mas também relatos de
    memória na forma de depoimentos orais, concedidos por pessoas que direta ou indiretamente
    conviveram nos espaços fabris no período em análise, outrossim, trabalhamos com jornais que
    nos possibilitaram construir uma narrativa sobre a fábrica, a vida operaria e sobre a vila/cidade
    de Codó. Na construção teórico conceitual alguns autores como: E. P. Thompson (1987),
    Michel Foucault (1987), Saffioti (1981), Halbachs (2006), Certeau (2011), Margareth Rago
    (2014); foram importantes para pensarmos alguns conceitos como: cidade, trabalho e memória
    que operacionalizamos na pesquisa.

  • NATÁLIA FERREIRA DE SOUSA
  • O. G. REGO DE CARVALHO E A ESCRITA DOS RESSENTIMENTOS: uma história de sensibilidades
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 25/08/2021
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  • O presente trabalho analisa as sensibilidades e os ressentimentos de O. G. Rego de Carvalho, tanto como individuo quanto como escritor, que transfere para a escrita suas experiências pessoais. O cruzamento entre obra e vida deixa entrever as sensibilidades que permeiam o universo de homens letrados e perceber a importância que eles davam ao cenário literário de Teresina da segunda metade do século XX, descortinando embates, rancores e diferenças literárias presentes no meio intelectual. A participação do escritor em revistas, como O Cruzeiro, A Cigarra e Cadernos de Letras Meridiano, dentro e fora do estado, apontam para sua vontade de fazer-se conhecido e amado como escritor, num esforço constante para atingir a perfeição em seus escritos. Desse modo, o estudo investiga o contexto histórico e cultural da atuação literária de O. G. Rego, bem como as cidades onde ele morou, aspectos da sua vida que, representados em suas obras, configuram práticas e costumes sociais piauienses, além de mágoas do autor com relação à terra natal e aos seus pares, em função das polêmicas que protagonizou na imprensa local. Por fim, o estudo problematiza a relação das obras com o sensível, com as subjetividades do autor e mesmo com sua percepção acerca do meio em que se encontrava inserido. O recorte temporal centra-se na segunda metade do século XX, entre as décadas de 1950 e 1970, período da escrita e lançamento dos livros do autor, efetuando-se a análise das décadas de 1930 e 1940, por ser o período de infância e adolescência de O. G., que se impõe como indispensável para entender o ambiente de sua formação humana e literária. Para a análise das questões acima, o estudo contou com uma gama variada de fontes, entre elas, fotos, artigos de jornais, literatura local e entrevistas concedidas pelo autor aos meios impressos.

     

    PALAVRAS-CHAVE: O. G. Rego de Carvalho. Sensibilidades. Ressentimentos. Literatura.

     

  • NINO CESAR DOURADO BARROS
  • AMÉLIA DE FREITAS BEVILÁQUA E A IMPRENSA FEMININA DO NORTE DO BRASIL (1860-1909)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 24/08/2021
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  •  Este trabalho analisa a atuação da escritora piauiense Amélia de Freitas Bevilaqua (1860-1946), destacando sua educação por meio do ingresso na Escola Infantil em 1867 e pelas aulas que recebeu em casa, enfatiza a importância do incentivo familiar. O recorte temporal desta pesquisa corresponde ao período de 1860 a 1909, ou seja, abarca a atuação da autora no Maranhão e em Pernambuco. O estudo identifica suas contribuições na imprensa nacional, por volta dos anos de 1897, dando seguimento a sua carreira como redatora-chefe da revista pernambucana O Lírio, que circulou entre os anos de 1902 a 1904. Esse periódico era redigido e dedicado exclusivamente ao sexo feminino. Evidencia-se, a partir da atuação de Amélia Bevilaqua na revista, seu nome se tornou reconhecido nacionalmente, sua participação na redação da revista constituiu a base para compreender as relações femininas dentro de O Lírio e a luta pelos direitos das mulheres, apresentamos também o estudo sobre o jornal Borboleta, publicado em Teresina-PI entre os anos de 1904 a 1906, que surgiu influenciado pela revista O Lírio. Durante a sua vida, Amélia de Freitas Beviláqua buscou dar visibilidade à escrita da mulher brasileira, sendo redatora e colaboradora de importantes periódicos femininos. Compreendemos Amélia Beviláqua no plural, pois durante a sua vida esteve cercada de outras mulheres que lutavam por objetivos semelhantes aos seus, como o direito à instrução e à liberdade de expressão. O texto é construído com base em fontes hemerográficas, biografias , memórias, inventários, estatutos, fontes governamentais e fotográficas que dialogam com autores que discutem sobre o tema. Destacamos a interlocução com ARIÈS (2011); DUARTE (2016); HAHNER (1981); LE GOFF (2003); PERROT (2016), QUEIROZ (2011).

     

    Palavras-Chave: Amélia de Freitas Beviláqua. Mulheres. Imprensa feminina.

     

  • ALEISA DE SOUSA CARVALHO ROCHA
  • A ASSISTÊNCIA À SAÚDE E À POBREZA: UM ESTUDO SOBRE A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PARNAÍBA ENTRE 1915 A 1930
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 02/07/2021
  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação teve como objetivo analisar como a Santa Casa de Misericórdia prestou

    assistência à saúde e à pobreza na cidade de Parnaíba durante o período de 1915 a 1930.

    Para tanto, focamos na relação da elite local com a Santa Casa, com o perfil dos sujeitos

    que buscavam a instituição, com o nível de procura por esse órgão e, também, com as

    doenças e as terapêuticas realizadas no recorte histórico ao qual nos propomos analisar.

    Consideramos, ainda, o processo de reabertura da Santa Casa em 1917, bem como o seu

    novo fechamento em 1931, momento em que o antigo prédio foi demolido. Essa

    demolição se deu em face de uma nova roupagem da Casa, uma vez que o que se pretendia

    era construir um espaço com um maior número dependências. Diante desse cenário,

    surgiu a nossa inquietude em tentar entender os motivos pelos quais a Santa Casa

    interrompeu os serviços hospitalares em 1915 e o que mudou na sua atuação após a sua

    reabertura. O período compreende, também, a reorganização da saúde pública ocorrida

    na Primeira República no Brasil. Os problemas de saúde da cidade de Parnaíba, e em

    outros espaços urbanos da região no Piauí e fora dele, bem como as questões de

    higienização da cidade influenciaram diretamente na criação do hospital da Santa Casa

    de Misericórdia de Parnaíba e, também, para o seu funcionamento no século XX. O

    discurso dos médicos e da elite relatados nos documentos analisados concedem indícios

    que permitem inferir que a Instituição surgiu como meio de controle social, com o

    propósito de prestar assistência aos pobres doentes. As fontes utilizadas para a realização

    desse trabalho foram as‘Atas das Sessões Administrativas’, os registros de entrada e saída

    dos pacientes, os jornais da época, o Código de Postura da Cidade e o Almanaque da

    Parnaíba. A pesquisa se fundamenta no que diz respeito aos pressupostos teóricos e

    metodológicos, principalmente, nos estudos de Foucault (2015), Lopes (2000) e Sanglard

    (2006).

  • ISMAEL SOUSA DE JESUS
  • ECOS DA PIÇARRA: História e memória de migrantes rurais na formação do bairro Piçarra em Teresina (1945-1970)
  • Data: 29/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa analisa a história e a memória do bairro Piçarra, em Teresina-PI, na perspectiva
    dos migrantes rurais, entre 1945 e 1970. Toma-se como objeto o bairro Piçarra, este que se
    constituiu em uma região de acolhimento expressivo de migrantes rurais. Nesse recorte
    espacial, analisou-se a pujança comercial, as representações sobre as redes de sociabilidades

    inseridas nessas áreas, a exemplo do Morro do Querosene. Como fontes analisadas, adotaram-
    se periódicos da época, dentre eles os jornais O Piauí, Jornal do Piauí, A cidade, Folha da

    Manhã e O Dia, e as fontes orais, sendo estas últimas operacionalizadas por meio da
    metodologia da História Oral. A discussão dos temas desenvolve-se em compasso com a
    literatura dedicada aos estudos sobre cidade, baseada em Calvino (1990) Carlos (2003, 2001),
    Resende (1997) e, sobre Teresina, pode ser citada a obra de Nascimento (2015), que contém
    um estudo sobre a modernização da cidade de Teresina na década de 1940. Somam-se ainda
    as contribuições de Certeau (2008, 2011), Rolnik (1995), Mayol (2013), Fontineles e Sousa
    Neto (2017), Velho (2002) e Chartier (2002). Algumas concepções profícuas sobre a memória
    subsidiam-se na produção de Bosi (1994), Halbwachs (2003), Le Goff (1990), Seixas (2004),
    Amado (1995), Pollack (1992) e outros. A pesquisa aponta que as ocupações irregulares
    coincidiam com as áreas de promiscuidades, assim classificadas à época, e o bairro Piçarra era
    alvo de intensa discriminação. Todavia, observou-se que a vida dos migrantes, mesmo com
    suas divergências nesses espaços periféricos, manteve-se presente na “memória coletiva” da
    cidade, através das suas práticas cotidianas, sentimentos de pertencimento e de identidade.

  • WANDERSON RAMONN PIMENTEL DANTAS
  • Toda história guarda em si muitas histórias: Contribuição a História da Historiografia da Força expedicionária brasileira (1945-2019)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 28/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa analisa a historiografia escrita sobre a Força Expedicionária Brasileira,
    através do recorte de 1945 a 2019. O objetivo geral da pesquisa tem como embasamento
    fornecer subsídios para a História da Histografia febiana procurando entender como ela se
    constituiu ao longo do tempo. Assim, o trabalho traz à baila a historiografia produzida por cinco
    grupos: os veteranos, os correspondentes, os escritores militares, os jornalistas e escritores civis;
    e por fim, os acadêmicos. Na primeira parte da pesquisa, por meio de um ensaio bibliográfico,
    foi feito o levantamento de 269 livros sobre a FEB analisados no tempo. Em virtude dos grupos
    arrolados na primeira parte da pesquisa, os capítulos subsequentes consistirão em investigar a
    matriz historiográfica que os autores lançam mão para historicizar a experiência febiana de
    acordo com cada uma das perspectivas. O segundo capítulo então analisa pela historiografia
    produzida pelos veteranos. Ela foi responsável por lançar as bases da matriz historiográfica para
    as experiências históricas posteriores. No terceiro capítulo, agregamos os três grupos não
    acadêmicos, os correspondentes, militares, jornalistas e escritores civis e fizemos uma análise
    a respeito do fazer historiográfico definindo uma tendência geral sinalizada por cada uma das
    reflexões. Por último, a reflexão se desdobra sobre o fazer historiográfico dos acadêmicos, as
    dificuldades que tiveram de ser superadas para o estabelecimento dos estudos na acadêmica e s
    tendências que os historiadores acadêmicos lançaram matrizes.
    Palavras-chave: História, Força Expedicionária Brasileira, Memória, Historiografia

  • FRANCIMARY ALZIRA CAVALCANTE
  • “EU NÃO SOU UM CANTOR DE SONHOS”: Embates estéticos, crônica social e censura nas músicas de Odair José (Década de 1970).
  • Orientador : FREDERICO OSANAN AMORIM LIMA
  • Data: 28/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • Trata-se de um estudo acerca de como se deu a construção da figura de Odair José no interior do cenário nacional com ênfase na década de 1970, momento após a consolidação da identidade da MPB, onde artistas de determinados gêneros musicais eram deixados à margem, como o próprio Odair, considerando que o mesmo fazia uma “submúsica”. Este estudo é realizado principalmente através das entrevistas concedidas por Odair José aos mais diferentes meios, como jornais da década de 1970 e a canais do YouTube já nos anos 2000; por meio também das letras do próprio compositor, onde ele, autodenominado cronista social, traça uma abordagem de como a sociedade estava, trazendo assuntos considerados tabus e temas que não eram muito usuais nas músicas, como prostitutas, pílula anticoncepcional e empregadas domésticas. Sendo assim, no decorrer deste trabalho, tentaremos responder a indagações como: como se deu o processo de estigmatização de Odair José enquanto cantor “brega”?  Para isso, tomaremos como base textos de autores como: Paulo César de Araújo, Emília Saraiva Nery, Ivan Luis Cavalcanti, Marcos Napolitano, Edwar de Alencar Castelo Branco, Erving Goffman, Adorno e Horkheimer.

  • DEAN SOARES RODRIGUES
  • CAPITANIA DE SÃO JOSÉ DO PIAUÍ: A COMPOSIÇÃO DOS CORPOS MILITARES NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII (1759-1799)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 26/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho procura compreender a composição, distribuição e atuação dos corpos militares –
    Tropa regular, corpos Auxiliar e Ordenanças – estabelecidos na capitania de São José do Piauí
    no período de 1759 a 1799, época em que a capitania esteve, num primeiro momento, vinculado
    ao Estado do Grão-Pará e Maranhão (1751-1772/1774), dando especial atenção ao governo de
    João Pereira Caldas (1759-1769) e Gonçalo Lourenço Botelho de Castro (1769-1775), e as
    reformas militares empreendidas na capitania do Piauí durante a segunda metade do século
    XVIII. Além de, analisar as relações estabelecidas entre os corpos militares e a sociedade na
    capitania no período em que vigorou o Estado do Maranhão e Piauí (1772/1744-1811). Por fim,
    buscamos perscrutar os meios de manutenção das referidas forças e de que maneira a
    composição dos corpos militares influenciaram no modo de governar da capitania e as disputas
    de poder numa capitania subordinada. Portanto, analisar a influência dos corpos militares na
    constituição da sociedade piauiense do período colonial.

  • RAMONE MARIA DE SOUSA SILVA
  • NAS QUATRO ESTAÇÕES EU ERA UM LOBISOMEM JUVENIL: A musicalidade da Legião Urbana como instrumento de conhecimento do Brasil Contemporâneo
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 26/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • As condições históricas que medeiam os anos 1980 e 1990 assistiram, no Brasil, à emergência do Rock nacional, com o surgimento de diversas bandas musicais que rapidamente caíram no gosto da juventude brasileira de classe média. Entre tais bandas, destaca-se a brasiliense Legião Urbana, que eclodiu, nesse contexto, tendo como expoentes o vocalista e compositor Renato Russo e os músicos Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha. As subjetividades juvenis articuladas em torno dessa novidade musical acabaram por expressar uma existencialidade, marcada notadamente por técnicas de subjetivação que colocavam as experiências caóticas do presente e as aspirações pelo futuro no centro das formas de existir. A Legião Urbana, através dos signos da arte, conseguia trazer, para o centro da experiência jovem, práticas micrológicas que, a um só tempo, tematizam as modulações em torno da política nacional, do amor romântico, da amizade, dos vícios, da homoafetividade, da distopia existencial e da morte. Por intermédio da análise de um arsenal de fontes, a exemplo de letras de músicas, biografias, diários, capas e encartes dos discos, imagens, entrevistas e documentários, pretende-se, no presente estudo, discutir de que maneira a tematização das canções, a estética e as linguagens adotadas pela Legião Urbana e por seus consumidores atuaram na produção de sentidos às múltiplas formas de subjetivação da chamada geração Coca-Cola no Brasil. Trata-se, pois, de um trabalho que concebe a linguagem como um dos lugares de acontecimentos da história e os sujeitos históricos como resultados de complexos processos de subjetivação e de sujeição.

  • WILIANE BARBOSA GONÇALVES DE MOURA
  • AMÉRICA EM LIÇÕES: Olhares sobre os discursos de Formação da América Latina a partir do Compêndio Elemental de História da América de Diego Barros Arana (1865) e do Compêndio de História da América de José Francisco da Rocha Pombo (1900).
  • Orientador : JOSE PETRUCIO DE FARIAS JUNIOR
  • Data: 23/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • A  presente  pesquisa  tem  por  objetivo  analisar  os  discursos  que  foram  constituídos  no

     

    Compêndio Elemental de História da América, de autoria de Diego Barros Arana no Chile (1865) e no Compêndio de História da América, de autoria de José Francisco da Rocha Pombo no Brasil (1900) sobre a Formação da América Latina. Para tanto, esses manuais foram produzidos dentro de cenários que estavam em transformações político-educacionais, isto é, no Chile, em 1860 fora instituída a Ley de Instrucción Primária e no Brasil, a Reforma Benjamin Constant, cujo intuito eram formar símbolos nacionalistas que pudessem ser identificados como caracterizadores identitários. Para atingir tal ideia, os governos nacionalistas passam a utilizar três cenários a fim de atingir seus objetivos, isto é, o político, associados às influências e a construção de decretos como forma de moldar os manuais; o educacional, ao qual essas obras seriam destinadas; e o social, que estariam associados aos processos de circulação. A partir dessa ótica, observamos de que maneira os autores abordaram as questões de identidade, nacionalismo e pertencimento social, cuja base é a formação da América Latina e cujo contexto histórico estava imbricado na ideia do pan-americanismo. Por isso, nosso aporte teórico encontra-se centrado na Nova História Cultural, tendo como base Chartier (2014), Darnton (1990), Foucault (1999) et al; e na História da Educação, com Bittencourt (1993), Labarca (1939) et al. Nessa perspectiva, mergulhamos em um arsenal de fontes, como forma de embasar a pesquisa, tais como os referidos compêndios, decretos constitucionais, currículos escolares, biografias, jornais e revistas acadêmicas, fontes virtuais, dentre outros.

  • CAMILA CARVALHO MOURA FÉ
  • A FÁBRICA DOS CAMPOS: HISTÓRIA E MEMÓRIA DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM CAMPINAS DO PIAUÍ (1923-1947)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 23/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo versa sobre a história e a memória da indústria de laticínios no
    município de Campinas do Piauí entre as décadas de 1923 a 1947. Tem como ponto de partida
    fazer um escorço da trajetória do engenheiro piauiense Antônio José de Sampaio enquanto
    arrendatário das Fazendas Nacionais do Piauí e sua relação com a sociedade agrária no século
    XIX para, assim, chegarmos à luz da problemática central que este trabalho perscruta que é a
    análise sobre a construção da memória coletiva acerca da indústria de laticínios através de
    sujeitos que tiveram suas experiências ligadas a vida na indústria ou em torno dela. Construída
    em 9 de abril de 1897, nos sertões de dentro, a Fábrica dos Campos demarcou a transformação

    do espaço modificando o cenário rural, fazendo nascer, anos mais tarde, a cidade de Campinas-
    PI, trouxe mudanças nas relações socioeconômicas, foi signo de conflitos políticos

    configurando o cenário das elites agrárias. Por fim, estabeleceu por excelência a constituição
    de um lugar de memória para os grupos demandam significados e simbologias ao prédio. Dessa
    forma, as questões que nortearam essa pesquisa estão circunscritas às impressões e sensações
    causadas com a implantação da fábrica no sertão piauiense. A história oral se impõe como
    instrumento metodológico fundamental para a discussão das fontes orais. Também se utilizou
    fontes hemerográficas, dossiê, petições, relatórios, material iconográfico e outros. A discussão
    é fundamentada sobre as teorias de Maurice Halbwachs (1990), Michel Pollak (1992), Paul
    Ricoeur (2007), Pierre Nora (1993) e Jacy Seixas (2004).

  • CAMILA CARVALHO MOURA FÉ
  • A FÁBRICA DOS CAMPOS: HISTÓRIA E MEMÓRIA DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM CAMPINAS DO PIAUÍ (1923-1947)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 23/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo versa sobre a história e a memória da indústria de laticínios no
    município de Campinas do Piauí entre as décadas de 1923 a 1947. Tem como ponto de partida
    fazer um escorço da trajetória do engenheiro piauiense Antônio José de Sampaio enquanto
    arrendatário das Fazendas Nacionais do Piauí e sua relação com a sociedade agrária no século
    XIX para, assim, chegarmos à luz da problemática central que este trabalho perscruta que é a
    análise sobre a construção da memória coletiva acerca da indústria de laticínios através de
    sujeitos que tiveram suas experiências ligadas a vida na indústria ou em torno dela. Construída
    em 9 de abril de 1897, nos sertões de dentro, a Fábrica dos Campos demarcou a transformação

    do espaço modificando o cenário rural, fazendo nascer, anos mais tarde, a cidade de Campinas-
    PI, trouxe mudanças nas relações socioeconômicas, foi signo de conflitos políticos

    configurando o cenário das elites agrárias. Por fim, estabeleceu por excelência a constituição
    de um lugar de memória para os grupos demandam significados e simbologias ao prédio. Dessa
    forma, as questões que nortearam essa pesquisa estão circunscritas às impressões e sensações
    causadas com a implantação da fábrica no sertão piauiense. A história oral se impõe como
    instrumento metodológico fundamental para a discussão das fontes orais. Também se utilizou
    fontes hemerográficas, dossiê, petições, relatórios, material iconográfico e outros. A discussão
    é fundamentada sobre as teorias de Maurice Halbwachs (1990), Michel Pollak (1992), Paul
    Ricoeur (2007), Pierre Nora (1993) e Jacy Seixas (2004).

  • JOSÉ EDUARDO OLIVEIRA NASCIMENTO
  • Fanzines: História e subjetividade em punkzines e heavyzines
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 23/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem por objetivo analisar e suscitar um debate teórico e, especialmente, metodológico sobre as categorias sujeito, espaço/lugar e tempo tomando os fanzines (especificamente punkzines e heavyzines) como pretexto para produzir novas possiblidades de pesquisa sobre temas considerados marginais ou pouco usais no âmbito da pesquisa historiográfica. Além disso, estudo os processos de subjetivação dos punks e headbangers que arregimentaram esse circuito alternativo de comunicação. Para tal, averiguo como nas duas últimas décadas do século XX e nas duas primeiras décadas do século XXI as categorias elencadas acima, centrais para o fazer historiográfico, foram transformadas e subvertidas nas fontes históricas investigadas dificultando, assim, o seu enquadramento na pesquisa historiográfica. No primeiro capítulo (Colagem 1), realizo uma revisão bibliográfica para identificar como os historiadores, ao longo do século XX, geralmente utilizaram as categorias aqui explicitadas. No segundo capítulo (Colagem 2), analiso como tais categorias são dissolvidas na linguagem zineira, isto é, uma comunicação aberta e fragmentada que foi fomentada pela cultura zineira a partir da década de 1970. No último capítulo (Colagem 3), averiguo especificamente as formas de subjetivação de punks e headbangers e apresento como os conflitos e negociações entre ambas subculturas foram importantes para a consolidação de determinadas identidades. Ao longo da pesquisa os principais autores trabalhados são: Castelo Branco, Henrique Magalhães, Michel Foucault, Peter Burker, José Carlos Reis, Michel de Certeau e Stuart Hall. Em suma, o uso de fontes históricas tão singulares aliadas a conceitos teóricos flexíveis possibilitou a constituição de uma metodologia baseada na própria linguagem zineira que, por consequência, abriu um novo leque de possibilidades para as categorias aqui problematizadas. PALAVRAS-CHAVE: História. Subjetividades. Linguagem zineira.

  • ANA KAROLINE DE FREITAS NERY
  • Políticas públicas de saúde, doenças e medicamentos em Teresina nas décadas de 1930 e 1940
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 23/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa aborda a atuação do Estado a partir de políticas de saúde, visando uma organização da saúde pública e o combate das doenças que se alastravam em Teresina, durante as décadas de 1930 e 1940. Essas ações eram materializadas nas instituições, na procura por sanear a cidade, nas relações médicos/estado, nas ações do governo, fundamentadas em uma política nacional de saúde, que, durante esse período, procurou centralizar ações referentes à saúde, inspecionando, criando e especializando agentes, órgãos e instituições. A pesquisa também teve por objetivo discutir a terapêutica farmacêutica, com o intuito de analisar a produção e a circulação de medicamentos e verificar como ocorriam os tratamentos e a prevenção de doenças, em Teresina. Para a realização desta dissertação, recorreu-se a estudos bibliográficos de autores como Foucault (2008; 2014; 2019), Certeau (2007), Elias (2011), Chartier (1990), à pesquisa documental, com a utilização dos jornais: Diário Oficial, Gazeta, Imprensa, bem como à relatórios de governo, Códices de Saúde, revistas da Associação Piauiense de Medicina, memórias, biografias, autobiografias e almanaques. A partir do estudo produzido identificou-se como o projeto de institucionalização da saúde pública em Teresina durante as décadas de 1930 e 1940, envolveu questões de ordem nacional a partir da atuação de políticas públicas de saúde, amparadas pelo Estado, voltadas para o cuidado de doenças. Nesse momento foram intensificadas campanhas que envolviam o corpo médico e governantes, voltadas principalmente para o melhoramento das condições sanitárias da capital e da oferta de especialistas em instituições de saúde e clínicas instaladas na cidade. Verifica-se, ainda, a atuação de farmacêuticos e a circulação de propagandas de medicamentos em jornais e almanaques, que auxiliavam no combate das doenças e no projeto de melhoramento da saúde em Teresina.


  • ANTONIO JEFERSON DE SOUSA
  • O jornal A luta e as representações da cidade de Campo Maior ( 1967 - 1979)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 20/04/2021
  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo analisa a trajetória do jornal A Luta e suas representações da cidade de
    Campo Maior durante os anos de 1967 a 1979. O jornal se envolveu em inúmeros debates,
    contando com a participação de políticos, estudantes e escritores. Nesse sentido, o jornal A
    Luta permite entender as maneiras como determinados grupos construíam as leituras sobre a
    sociedade campo-maiorense e como isso está articulado com as relações entre imprensa e
    poder. Desta forma, analisamos as principais intervenções urbanas realizadas pelos prefeitos e
    governo do Estado, que, ganharam bastante destaque no periódico, como por exemplo, a
    construção do Mercado Municipal, Terminal Rodoviário e Monumento aos Heróis do
    Jenipapo. Pode-se observar, ao longo da pesquisa, a representação da cidade “desejada” com
    as construções arquitetônicas. Também evidenciamos a relação do grupo com suas memórias,
    uma vez que as construções conferiam as afetividades e até mesmo as identidades, como pode
    ser visto com a construção do monumento. Assim, analisamos a modernização da cidade de
    Campo Maior a partir das reportagens e propagandas, que tratam sobre as práticas cotidianas,
    questionando em que medida o periódico dava ênfase à energia elétrica e à água encanada.
    Como fontes históricas, utilizamos reportagens, colunas de opinião, propagandas e textos
    memorialísticos publicados no jornal A Luta, bem como fotografias produzidas no recorte
    estudado. O estudo toma como aporte teórico-metodológico a perspectiva da História Cultural
    e História da Imprensa a partir da interlocução com Chartier (1998), Pesavento (2004), Abreu
    (2008), Luca (2018), Barbosa (2007), Ribeiro (2003), Capelato (2015). Para analisar a relação
    entre memória e identidade recorremos os estudos de Le Goff (2003), Seixas (2004),
    Benjamin (2012) e Pollak (1992). Para estudar o contexto de modernização da cidade e o
    espaço urbano recorreu-se aos estudos de Rezende (2016), Berman (2007), Fontineles (2015),
    Nascimento (2007), Castilho (2010), Corrêa (2003) e Carlos (2001).
    Palavras-Chave: História. Imprensa. Representação. Campo Maior (PI).

     

  • VALDERLANY MENDES DANTAS
  • VOZES DE RESISTÊNCIA: HISTÓRIAS DE VIOLÊNCIAS CONTRA A MULHER NO SERTÃO DO PIAUÍ - 2006-2015
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 19/04/2021
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  • O tema proposto para a realização da presente pesquisa é um estudo sobre experiências de mulheres que viveram situações de violências na cidade de Oeiras, Piauí, no período de 2006 a 2015, tendo como objetivo perceber as resistências das mulheres que viveram nessas circunstâncias, as conquistas por políticas em defesa dos direitos das mulheres e a promoção do protagonismo social feminino. Os pressupostos metodológicos adotados na pesquisa para responder aos questionamentos/inquietações foram os seguintes: digitalização e análises dos Boletins de Ocorrência da Delegacia Regional de Polícia Civil de Oeiras/PI (DRPC-O), referente as denúncias de violências contra as mulheres. E, segundo realização de quatro entrevistas com mulheres que sofreram violência doméstica. Tal metodologia consistiu no emprego do método da história oral. Na primeira parte procuramos analisar as narrativas das mulheres que vivenciaram experiências de violências. Em um segundo momento, buscamos perceber os motivos e justificativas usadas pelas denunciantes para dar sentido as agressões, bem como porque algumas denunciantes permaneceram tanto tempo em situações de violências e como a suspensão da denúncia pode ser usada pelas mulheres como estratégia de resistência, e, em último, buscamos compreender como a violência doméstica era percebida, além de uma análise detalhada das formas mais extremas da violência contra as mulheres como os crimes sexuais e feminicídios que foram denunciadas na DRPC-Oeiras.

     

     

  • WELLINGTON DOS SANTOS PEREIRA
  • Quando a Literatura vai ao encontro do rés-do-chão: o espaço tipográfico folhetinesco nos periódicos teresinenses ( 1871 - 1903)
  • Data: 15/04/2021
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  • A Dissertação buscou compreender a trajetória dos folhetins nos periódicos teresinenses e
    suas representações socioculturais entre 1871 a 1903. O suporte desenvolvido no interior do
    jornal encontrou, no final do século XVIII, período de florescimento, tonando-se um
    fenômeno no século posterior, modificando as relações entre o mercado, a arte e o consumo.
    Nesse sentido, eleger o recorte temporal da pesquisa se justifica por dois aspectos. Primeiro,
    por observar uma maior recorrência de publicações folhetinescas nos periódicos impressos da
    capital piauiense do período. Segundo, por perceber as transmutações ocorridas na fórmula,
    sobretudo nos primeiros anos dos novecentos. Nem sempre eles se apresentaram no rodapé
    dos jornais, lócus que originalmente ocuparam. Ao longo do tempo, eles se verticalizaram,
    invadindo, por vezes, o espaço das colunas dos jornais. Esse fato é observável, por exemplo,
    nos folhetins dos periódicos teresinenses. Analisar como tais dinâmicas se processavam no
    recorte proposto se constitui também como esforço desta Dissertação. Aqui, os folhetins
    foram analisados em sua multiplicidade, por meio da publicação de romances, crônicas,
    poesias e até da sua própria recepção, no sentido das instâncias de produção, consumo e
    apropriação. Para analisar o referido escopo documental, utilizamos as discussões
    desenvolvidas por Meyer (1996), Nadaf (2002), Dumasy-Queffeléc (2011) e Trizzotti (2016),
    significando os folhetins como espaço tipográfico e gênero; as ideias de representação e
    apropriação de Chartier (1989; 2001); bem como as aproximações entre os campos da
    História e Literatura, propostas por Cândido (2000) e Lima (2006). Partindo das referidas
    problematizações como norte, analisamos os usos e as imagens das produções folhetinescas
    nos periódicos teresinenses, suas intencionalidades, ao revelar uma escrita de caráter
    instrutivo e moralizador, e os sentidos políticos que podemos apreender por meio das
    polêmicas publicadas no suporte. Metodologicamente, foram analisados 55 folhetins, à luz do
    referencial teórico e historiográfico, quanto ao conteúdo e à forma, com o intuito de entender
    como eles são significados, ao tempo em que seus produtores ajudam a significá-los. O estudo
    considerou que os folhetins leem, produzem e imprimem as visões de mundo no qual estão
    inseridos. São narrativas e representações que (re)constroem histórias e memórias imersas em
    práticas que denotam os múltiplos conflitos do cenário teresinense daquele momento.

  • CARLOS ALBERTO DE MELO SILVA MOTA
  • POR DENTRO DA PAUTA: História política e cultura na imprensa escrita de Teresina (1971-1975)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 13/04/2021
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  • A presente dissertação tem por objetivo analisar a atuação da imprensa escrita de ampla circulação em Teresina, durante a primeira metade da década de 1970. Buscamos compreender como jornalistas e empresas jornalísticas agiram diante das legislações burocráticas do Estado, entender a dinâmica duma relação marcada pela coerção e a colaboração. O período em estudo carrega marcas de um regime discricionário, caracterizado pela aplicação de limitações autoritárias como a “censura prévia” aos meios de comunicação. Concomitante a isso, observa-se a proliferação de discursos otimistas e enaltecedores do contexto político em diversos desses meios. O contato imediato com essa informação faz essa posição parecer ilógica, como se as vítimas apoiassem o próprio algoz. Busca-se, então, compreender os traçados que contornavam os discursos políticos na imprensa desse período. A pesquisa toma como suporte três suplementos informativos teresinenses: Estado do Piauí, O Estado e O Dia, analisando aspectos transitórios entre a coerção e persuasão nas páginas desses periódicos. Ressalta que, nesse momento, o Piauí encontrava-se governado pelo engenheiro Alberto Tavares Silva, sujeito cuja trajetória política perpassa todo o texto. O presente estudo constitui-se de uma pesquisa de caráter empírico, com dimensões metodológicas balizadas pelas discussões de História e Imprensa, a partir de documentos oficiais e de matérias jornalísticas do período, que são analisados a partir da interlocução com os estudos de Robert Darnton (2016), Anne-Marie Smith (2000), Beatriz Kushnir (2012), Carlos Fico (2008) e Cláudia Fontineles (2015). 

  • FRANCISCO ADRIANO LEAL MACÊDO
  • SEDUÇÕES TROPICAIS: Júlio de Mesquita Filho entre projetistas e ideólogos do Brasil
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 05/04/2021
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  • Este trabalho constitui um esforço de estudar historicamente, a pretexto do jornalista e intelectual paulista Júlio de Mesquita Filho, parcela dos projetos de Brasil e esforços de consolidação de ideologias da Cultura brasileira elaborados entre a década de 1920 e a década de 1960. Nesses termos, objetivamos analisar as condições históricas de existência que possibilitaram diferentes projeções discursivas sobre o país, bem como a frequência de inserção dos ditos e escritos do referido personagem, dirigente do jornal O Estado de São Paulo, no sentido de contribuir para a definição dos moldes de tais projetos. Ao lado da análise das práticas discursivas, os engajamentos bélicos e exílios do sujeito-signo central são abordados para fazer inteligível algumas das suas posições a partir do estudo de experiências subjetivas individuais e compartilhadas. Além disso, pretende-se problematizar os exercícios de autobiografia, ou a “aventura de contar-se” de Mesquita Filho, e seus notáveis diálogos com outras figuras do cenário político e intelectual brasileiro no período vigente, a exemplo de Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, Jorge Amado, Darcy Ribeiro, Paulo Duarte, Assis Chateaubriand e Oliveira Vianna. Por fim, se dedica a observar as diferentes estratégias de evasão e fabricação do tempo empreendidas pelo personagem, como desejo de estabelecer uma cristalização da imagem de Brasil ao mesmo tempo que vivenciava fraturas severas em sua ontologia. São fontes centrais para a escrita: correspondências, depoimentos obtidos em arquivos, livros escritos por ou sobre os personagens envolvidos, além de documentos pessoais. Como fontes hemerográficas, trazemos algumas edições do jornal O Estado de São Paulo, da Revista do Brasil e a Revista Klaxon. Funcionando como referências bibliográficas, se destacam os historiadores Carlos Guilherme Mota e Nicolau Sevcenko, bem como os filósofos Gilles Deleuze e Felix Guattari, que ajudam a estruturar a espinha teórico-metodológico da dissertação.

  • DÉBORA JORDANA RODRIGUES SILVA
  • ENTRE O TRADICIONAL E O CONTEMPORÂNEO: O REISADO DO PIAUÍ E SUA INFLUÊNCIA PARA A CULTURA POPULAR EM TERESINA
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 08/01/2021
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    RESUMO: 

    A presente pesquisa tem o objetivo de reconstruir a história do Reisado do Piauí através das memórias de Severo de Sousa Barros, mestre do grupo de Reisado do Piauí. Desde o ano de 1973, ele lidera o grupo na cidade de Teresina. Procuramos entender quais são os fatores que propiciaram a manutenção do Reisado do Piauí por longos anos, as relações entre Severo Barros, as instituições culturais e os governantes. Alberto Silva, desde o início da sua gestão, procurou modernizar o estado do Piauí, fomentar e propagar a cultura do estado do Piauí com a criação de leis e órgãos da cultura. O recorte espacial dessa pesquisa ambienta-se na cidade de Teresina. Sem recorte temporal específico, procuramos destacar algumas décadas específicas, como os anos de 1936, 1970, até os dias atuais. Nosso aporte teórico se encontra embasado na História Cultural, de Chartier (1988), com conceitos de “Práticas e representações”, “Memória coletiva e individual” em Halbwachs (1989), “Identidade cultural” em Hall (2015),” Memória” em Pollak (1992), “Festa” em Brandão (2010), “Inculturação” em Miranda (2016), “Lugar de memória” em Nora (1933). As fontes utilizadas são dissertações, teses, artigos, além de fontes hemerográficas, jornais (O Dia, O Estado, Diário Oficial), mensagens para Assembleia Legislativa do governo de Alberto Silva (1971-1975), fontes do site do IBGE, leis e decretos e outros documentos oficiais encontrado na Casa Anísio Brito, arquivo público de Teresina.

2020
Descrição
  • LANNA KAREN LIMA ARAUJO
  • Práticas católicas e vivências femininas em Picos-PI ( 1944-1970)
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 16/10/2020
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  • A presente pesquisa analisa a relação entre os engajamentos de mulheres religiosas no que se refere às práticas católicas na cidade de Picos, Piauí, entre os anos 1944 e 1970, buscando compreender de quais maneiras essas personagens colaboraram na formação da tessitura do catolicismo na urbe, mediante um contexto onde a Igreja católica brasileira buscava se consolidar socialmente através do catolicismo de caráter romanizado, fazendo uso da contribuição feminina para alcance de tal objetivo. Guiados pela perspectiva da história cultural, discutiremos as representações que a Igreja católica desempenhava a nível local no que tange as relações sociais, evidenciando os mecanismos utilizados para a formação e a sustentação de identidades religiosas femininas, bem como as significações que as vivências de práticas católicas acarretavam para as experiências femininas. Utilizaremos de um corpus documental, formado por fotografias, jornais locais, dados censitários, revistas, documentos eclesiásticos e relatos de memórias de religiosas através da metodologia da História Oral, somado ao suporte teórico de autores que permeiam as temáticas abordadas na proposta desse trabalho, pelo meio do qual busca-se construir uma produção que venha a somar na historiografia e se inserir em possibilidade de compreensão das representações de experiências cotidianas de mulheres que eram despertadas pelo sentimento de pertencimento religioso e que, a partir disso, reconstruíam os seus ordinários, obtendo, muitas vezes, benefícios  proporcionados por essa vinculação, nos possibilitando compreender que analisar o relacionamento de mulheres com a  religião unicamente a partir da perspectiva normativa seria desconsiderar a dialética das relações sociais.

  • JOAQUIM KAYK BRENO CONRADO
  • DISCUTE-SE FUTEBOL, SIM: Futebol, política e torcidas (1970 – 1980)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 28/08/2020
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  • Este trabalho analisa as relações desenvolvidas entre o futebol, a política e os torcedores, no contexto local e nacional durante as décadas de 1970 e 1980. Os anos de 1970 marcam uma maior aproximação do regime ditatorial com o esporte mais popular do Brasil, utilizando-o como mecanismo de promoção governamental. Teresina, nesse mesmo período, também se inseriu nesse contexto, contudo, mantendo algumas particularidades locais. Nesse sentido, procurou-se investigar as maneiras que sujeitos se inseriram ou se mantiveram na política local através do uso dos times de futebol, como o Flamengo, River e o Tiradentes. Ao mesmo tempo procurou-se verificar a formação e a atuação dos grupos de torcedores dentro dessas complexas relações, estabelecendo também uma relação entre os cenários local e nacional. Tomou-se como base uma perspectiva teórica na qual a História do Esporte compõe um campo de investigação próprio da história. A História Oral ao dialogar com conceitos de memória e identidade estabelecidos por autores como Maurice Halbwachs e Stuart Hall, se tornou um método de compreensão das múltiplas relações estabelecidas no período estudado. O trabalho mostra que as disputas dentro da política local refletiram nos embates travados entre os clubes dentro e fora de campo, onde muitas vezes as alianças políticas se sobrepuseram aos resultados conquistados nos gramados. Os torcedores, longe de serem meros espectadores desse período conturbado, se mostraram como agentes com interesses próprios, adentrando, dessa forma na conturbada relação entre futebol e política no período.

     

  • THIAGO RODRIGUES FROTA
  • SOB AS ASAS DA CORUJA”: A FACULDADE CATÓLICA DE FILOSOFIA DO PIAUÍ E A FORMAÇÃO DOCENTE NO ESTADO (1958- 1971)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 28/08/2020
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  • O presente trabalho discute o início da formação de professores em nível superior para o ensino secundário
    no Estado do Piauí, mais especificamente em Teresina, no período de 1958 até 1971. A escolha do recorte
    temporal desta pesquisa se encontra diretamente associada aos doze anos de funcionamento da Faculdade
    Católica de Filosofia do Piauí (FAFI). Assim, a FAFI atravessa os caminhos que aqui foram trilhados por
    esta, se apresentar como a primeira instituição de ensino superior do Piauí responsável por habilitar docentes
    para lecionarem nas escolas secundárias do Estado. A criação da FAFI acontece em um contexto
    caracterizado por uma emergência histórica de reorganização do ensino secundário e alteração do trabalho
    docente no sistema de educação do Piauí, bem como, da expansão do ensino superior em todo o território
    brasileiro. Diante desse cenário, a Faculdade – antes de sua instituição, durante a sua existência e no
    processo de encerramento de suas atividades – se apresentou como ponto de articulação entre os discursos da
    Igreja Católica, do governo estadual e dos interesses de alguns intelectuais que se propuseram a pensar o
    desenvolvimento do Piauí. Essa articulação dos discursos acontece, principalmente, porque o período em
    questão é marcado por ideias de modernidade em diferentes áreas de atuação, inclusive no ensino,
    mobilizando políticos, religiosos e parte da cultura letrada a se envolverem em projetos que proporcionassem
    esse status em relação a outros pontos do país. A partir da análise de fontes hemerográficas pesquisadas no
    Arquivo Público do Piauí, – jornal “O Dia”, “Jornal do Piauí”, “O Dominical” e o jornal “O Piauí” –
    documentos disponibilizados pelo o site do Senado Federal, tais como, os Decretos que regulamentaram o
    ensino secundário e a formação de professores no Piauí e no cenário nacional em períodos que antecederam e
    sucederam a criação e consolidação da FAFI e narrativas publicadas nos Anais do Seminário “Presente do
    Passado: A Faculdade Católica de Filosofia na História da Educação no Piauí” a pesquisa pretende contribuir
    para os estudos que versam sobre o ensino de História e da educação brasileira dos domínios historiográficos
    já consolidados no grande “arquipélago do conhecimento”.

  • RAFAELA DA COSTA SOUSA SAMPAIO
  • ESCOLA E FÉ: A ação educacional dos Jesuítas no Piauí (1960-1974)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 27/08/2020
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  • O presente trabalho é uma pesquisa sobre a História da Educação Piauiense, apontando, especificamente, a História da Educação da Companhia de Jesus no Colégio São Francisco de Sales – mais conhecido como Colégio Diocesano, tendo como objetivo mostrar o processo de escolarização dos jovens piauienses que optaram por essa educação e o cotidiano nessa instituição de ensino. Partindo dessa perspectiva, o recorte temporal adotado neste estudo tomou como referência, para o início da pesquisa, o ano da chegada da Companhia de Jesus no Colégio São Francisco de Sales – Colégio Diocesano, em 1960, e o marco final do período a ser estudado nesse trabalho, em 1974, visto que nesse ano, durante a gestão do Pe. Luciano Ciman, houve a aceitação da matricula de mulheres em todas as séries do colégio. Como metodologia, utilizamos a fonte documental e oral, analisamos jornais, revistas, documentos oficiais do Colégio Diocesano, diário pessoal do Pe. Florêncio, entrevistas e questionários. Os autores sobre a educação no Piauí analisados foram: Nunes, Queiroz, Brito, Filho, Pinheiro, Chaves, Castelo Branco. Nesta pesquisa buscamos mostrar a estruturação do colégio e sua atuação na formação educacional para a sociedade piauiense, estimulando os alunos na formação intelectual, juntamente a moral religiosa católica.

  • MARYELLE FERNANDA RODRIGUES DOS SANTOS
  • “BATOM E COTURNO”: A MULHER NA POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ (1985-1998)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 18/08/2020
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  • O presente estudo objetiva compreender, historicamente, a inserção feminina na Polícia Militar do Piauí, examinando os percalços enfrentados pelas policiais na realização de seu trabalho na corporação militar e registrar se elas sentem que seu trabalho é valorizado no meio institucional. O recorte temporal inicia-se em 1985, tendo como ponto de partida a entrada das duas primeiras oficiais femininas na organização, até o ano de 1998, quando é sancionada a Lei de Unificação dos Efetivos. O corpo feminino da tropa compôs a Companhia Feminina a partir de 1993 existindo até o processo de junção dos quadros, onde se estabelecia como um lugar de contradições, fornecia espaço para as agentes, porem deixaram-nas aquarteladas e separadas do masculino e obtendo postos menores. Tensões internas, bem como a necessidade de galgar outros postos hierárquicos, fomentaram a criação de um projeto de lei que visava a união e assim possibilitasse a ascensão das policiais. Para contar essa história, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, com vistas a compor arcabouço teórico capaz de fornecer suporte às discussões propostas na pesquisa. A coleta de dados junto a Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP) facilitou a percepção do panorama institucional. Através dos Boletins do Comando Geral verifica-se parte da dinâmica corporativa, o quantitativo e os locais de trabalho dos policiais como forma de possibilitar o entendimento dos espaços de atuação que a organização designa para os gêneros e onde são constituídos também espaços de poder. A análise do estatuto e dos regulamentos apontam para as prerrogativas normativas as quais os militares são submetidos. A entrevista em história oral permite tornar as agentes protagonistas e narradoras de uma história que está sendo escrita cotidianamente. Para fundamentação teórica, trazem primorosas contribuições autores como Scott (1990) Cappelle e Melo (2007), Souza (2009), Silva (2018) dentre outros.

  • DANIELA FONTENELE ROCHA
  • EUCLIDES DA CUNHA (1866-1909): HISTORIADOR, CIENTISTA E CONSERVADOR DA NATUREZA NO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO XX
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 18/08/2020
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  • Para essa dissertação buscou-se compreender o contexto social e intelectual do autor Euclides da Cunha (1866-1909), no final do século XIX para o XX. Natural de Cantagalo no Rio de Janeiro, a escrita de Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, a partir da obra Os sertões (1902), produzida no final do século XIX e publicada pela editora Laemmert, representou diferentes interpretações, principalmente, os discursos sobre a caracterização da identidade nacional. Procurando ampliar esses discursos e das possibilidades que poderíamos problematizar nessa dissertação foi sintomático percebermos que o estudo etnográfico cercou de modo singular os escritos do autor; além disso, a ciência presente em Euclides da Cunha proporcionou um profícuo debate acerca do tema ambiental em sua escrita. Desta feita, o que observamos foi o cientificismo e o positivismo como campos fecundos e relevantes para um estudo que tratasse o ambiente natural de forma personificada. A partir dessas questões, constatou-se que a escrita euclidiana apresenta críticas ambientalistas sobre conservação da natureza e a utilização de técnicas sobre a terra amparadas com o contato do autor com intelectuais onde possibilitou um pensamento ecológico no historiador ao tratar de como o homem se relacionou com a natureza ao longo do tempo. Portanto, ao enveredarmos pelas questões apontadas acima, podemos indicar como fontes, para ampliarmos esses debates, as obras Os sertõesÀ margem da História; além destas bibliografias também aparecem jornais, correspondências do autor, dentre outros escritos que sintetizam a produção de Euclides da Cunha como resenhas como a de Albert Löfgren sobre a vegetação do Estado de São Paulo e também artigos de jornais que foram reunidos em Contrastes e Confrontos, além de referências que apontam seu contato com a literatura dos viajantes, como as de Alexander Von Humboldt. Também nos ajudam a interpretar essa visão do pensamento ecológico em Cunha, autores clássicos da historiografia como Roquetti-Pinto e Gilberto Freyre ao apresentarem Cunha como naturalista e o critério ecológico que estabelece em sua escrita na passagem do século XIX para o XX

  • JULIO CESAR ALVES PEREIRA NUNES
  • LUTAS E MEMÓRIAS DO “REVOLUCIONÁRIO” DELSO MENDES DA FONSECA (1922-1932)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 17/08/2020
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  • Na presente pesquisa refletimos sobre um aspecto da trajetória militar de Delso Mendes da Fonseca, piauiense e um dos líderes do movimento tenentista. As balizas temporais tomam como fato o início do tenentismo, com o levante de 1922 – no qual se destaca a sublevação do Forte de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro – e o inicio do seu processo de “declínio”, com o levante Constitucionalista de 1932, em São Paulo. No que tange à perspectiva teórica, versa sobre os campos da memória e das trajetórias individuais, sendo os substratos de pesquisa sua entrevista concedida ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Oral (CPDOC), fontes hemerográficas (jornais), cartas, telegramas, bem como a produção historiográfica que trata sobre a temática. Nessa vertente discutiremos: o processo de modernização e profissionalização do Exército, bem como suas influências no movimento tenentista; O levante do Forte de Copacabana, em 1922 e seus desdobramentos no cerne revolucionário; O assalto ao 3º Regimento de Infantaria na Praia Vermelha, Rio de Janeiro, em 1925; A atuação de Delso da Fonseca na Coluna Leonel Rocha, no Sul do Brasil; Os momentos que antecederam a Revolução de 1930 e os embates em Minas Gerais; A posteriori da Revolução de 1930 no Piauí, analisando o contexto político local e o articulando com a Delegacia Militar do Norte e o levante do cabo Amador, em 1931, na cidade de Teresina; A Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo e as lutas travadas no Túnel da Mantiqueira. Os principais autores com os quais dialogaremos são: Jacques LeGoff, Pierre Bourdieu, Maurice Halbwachs, Aspásia Camargo, Frank McCann, José Augustro Drummond e Francisco Alcides do Nascimento.

  • KELYEL FORTES DE RESENDE MELO
  • Tensões homoeróticas no Brasil da abertura: masculinidades, corpo e desejo à meia luz do Lampião (1978-1981)
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 03/08/2020
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    Este trabalho trata das relações homoeróticas estabelecidas em torno do periódico alternativo Lampião da Esquina, construído por sujeitos inseridos em diferentes áreas da arte e da academia, surgido no eixo Rio-São Paulo e que pretendeu ser de circulação nacional, marcando o período com o nascimento do movimento homossexual brasileiro (MHB). Sua circulação perdurou os anos 1978 a 1981, momento marcado por uma gradativa abertura democrática no cenário do país, caracterizado por uma revolução sexual e tecnológica que modificava o cotidiano ao confrontar padrões tradicionais de masculinidades, corpo e desejo. Este trabalho parte da questão acerca das formas de perceber a identidade masculina divergente e as práticas cabíveis para esse movimento, ao passo que possibilitou aos seus leitores pensar uma imagem homossexual descentrada da articulação com a devassidão, a desordem e o pecado. São abordadas diferenças e hierarquias na vivência de certas práticas homoeróticas, perpassando o sigilo da casa, o submundo ambíguo de diversão entre homens nas ruas do gueto e a emergência do mercado sexual voltado também para o público gay, formado por diferentes demandas. Deste modo, objetiva-se analisar como se configurou a redefinição de saber/poder pretendida pelos editores do periódico da Esquina em torno da visibilidade dos sujeitos considerados homossexuais, a partir dos diálogos estabelecidos em suas páginas, mediante colunas como Tendências, Biblioteca Universal Guei, Troca-troca, Roteiro Gay, Bicharada, Bofarada, Cartas na Mesa, bem como enfatizar a dinâmica de inteligibilidade hierárquica construída em torno da identidade homossexual que surgia no período, através dos perfis diferenciados de sujeitos, como bofes, bichas, entendidos, michês, mariconas, entre outros. Argumenta-se a pluralidade das formas de existência em múltiplas esferas da vida, demonstrando a fragilidade da construção da categoria universal masculina organizada em torno do sexo, do gênero e do desejo normativo, bem como a construção de uma identidade homossexual plural dentro da proposta de um periódico considerado democrático.

     

     

     

     

  • THAÍSE DE SOUSA ARAUJO
  • O Piauí republicano: política e administração no Governo de Gregório Taumaturgo de Azevedo (1889-1890).
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 31/07/2020
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    O presente trabalho se propõe a estudar o governo do Major Gregório Taumaturgo de Azevedo. O militar foi o primeiro governador republicano do estado do Piauí e teve um mandato de aproximadamente seis meses, isto é, de 26 de dezembro de 1889 a 4 de junho de 1890. Seu governo foi marcado pela reestruturação administrativa e pela reorganização da política piauiense. Durante sua gestão, Taumaturgo buscou realizar reformas em diversas áreas do estado. Ele também foi desafiado a tratar com a política local, cuja rivalidade entre seus elementos atravessara as fronteiras da Monarquia para a República. Os velhos partidos imperiais, Liberal e Conservador, se dissolveram e novas agremiações foram formadas, o Partido Republicano Federal e o Partido Democrata. Assim, velhos inimigos tornaram-se aliados e correligionários passaram a ser adversários. Os confrontos de ideias era algo perene, o que levou a queda do então governador. Desta maneira, procuramos compreender como aconteceu a instalação da República no Piauí. Analisamos ainda, qual o impacto da chegada de um novo regime nos municípios piauienses. Também buscou-se depreender como deu-se a nomeação de Taumaturgo de Azevedo para o cargo de governador; como ocorreu a formação partidária no Piauí; como sucedeu a crise política no Estado e a retirada do referido major do poder. Igualmente, tratou-se acerca da defesa que se levanta em torno de Taumaturgo. Para a realização do referido trabalho, usou-se fontes hemerográficas, tais como: Atualidade-PI (1889); A Época-PI (1878-1885); A Imprensa-PI (1865-1889); A Opinião Conservadora-PI (1874-1876) Jornal do Comércio-RJ (1889-1890); Cearense-CE (1890); Correio PaulistanoSP (1890); Democracia-RJ (1890) A Democracia-PI (1890); Estado do Piauí-PI (1890) Gazeta do Norte-CE (1889).

     
     
  • JARDIANE LUCENA NASCIMENTO
  • PALAVRAS EM GUERRILHA: maquinações desejantes e gerações em transe na imprensa juvenil teresinense na década de 1970.
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 23/07/2020
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    O presente trabalho objetiva tratar da história da imprensa juvenil, em Teresina, na década de 1970. Através das subjetividades que iam para além da produção dos jornais, os jovens teresinenses de classe média, além de romperem com o modo de fazer jornalismo da imprensa de grande circulação, também pretendiam romper com a cultura dominante fazendo isso através da negação da literatura de Academia, como a Academia Piauiense de Letras. A capital piauiense apresentava valores tradicionais ainda muito fortes, mas novas formas de habitar e consumir a cidade, de se comportar, de pensar e de viver eram insinuadas por uma parcela da juventude ao mesmo tempo em que a cidade passava por um processo de modernização propiciado pelo discurso de “milagre econômico”, espalhado por todo país pelo governo autoritário, na pessoa do governador Alberto Tavares Silva, principalmente. As novidades tanto na maneira de fazer jornalismo, como de se portar frente ao mundo tem como nome importante no estado, principalmente para Teresina, Torquato Araújo Neto. Poeta, letrista, jornalista e cabeludo, iniciou sua carreira como jornalista no jornal O Dia, em 1964, onde sua escrita é considerada reacionária, após ter ido morar no Rio de Janeiro, começou abertura de espaços na grande imprensa, escreveu colunas como Música Popular (1967), no Jornal dos Sports e Geléia Geral (1971), em Última Hora, em uma de sua vindas temporárias a capital é apresentado ao grupo que produziria o experimental Gramma (1972). Logo em seguida, a imprensa independente será o nosso objeto de estudo, o surgimento do grupo Gramma como um movimento que dará luz ao jornal experimental Gramma, que foi um reflexo das mudanças na sociedade, através dos comportamentos, da reapropriação dos espaços da cidade e da escrita, pontuando a relação desse com outros jornais da imprensa juvenil, surgidos a posteriori, como de jornais oficiais. Além de destacarmos também a atuação do jornal Boquitas Rouge (1973), nome em homenagem a performance artística de Arnaldo Albuquerque de passar o batom nos lábios e beijar as pessoas nas ruas. O estudo, através do método arqueogenealógico de Foucault em que fala de serialização de fontes,  num primeiro momento, dar-se-á por meio dessa abertura de espaço na grande imprensa com a coluna Comunicação (1971), no jornal Opinião, e os suplementos do jornal O Estado, O Estado Interessante (1972) e do jornal A Hora, A Hora Fa-tal (1972), depois no segundo capítulo trataremos dos jornais independentes Grama(1971) e Boquitas Rouge (1972) e finalizaremos falando da imprensa que emerge dentro da Universidade Federal do Piaui, especificamente os jornais Toco Cru Pegando Fogo (1973) e Sol (1979).

     

     

     

     

     

  • JACKSON DANTAS DE MACEDO
  • A NECESSIDADE FAZ A LEI: Cidadania e política no Piauí do final do Estado Novo (1944-1945)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 22/07/2020
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  • Este estudo tem como objetivo central analisar o processo eleitoral de 1945 no Piauí, no intuito de compreender a atuação do governo na organização do pleito e a relação do eleitorado com os políticos e as políticas governamentais em defesa dos seus interesses. As fontes analisadas para alcançar tal intento foram dados estatísticos colhidos junto ao IBGE, documentos relacionados ao alistamento e apuração disponíveis no TRE-PI, jornais de circulação nacional e local durante o período, livros de memórias e verbetes colhidos no site do CPDOC. O recorte temporal foi situado entre o ano de 1944 e 1945, por compreendermos ser necessário entender a movimentação do eleitorado e a conjuntura política e social antes do período eleitoral. Embora houvesse uma intensa movimentação popular pedindo a permanência de Getúlio Vargas no Poder, ele acabou não se candidatando, e desse modo, durante a campanha de redemocratização ao fim do Estado Novo, dois candidatos insurgiram como favoritos: o General Erico Gaspar Dutra e o Brigadeiro Eduardo Gomes, sendo o primeiro apoiado por Getúlio Vargas. Embora o resultado geral do pleito tenha dado ao General a vitória, no Piauí, o vencedor foi Eduardo Gomes, tido como o candidato das elites. No entanto, o alistamento eleitoral e o resultado oficial no Estado são problemáticos e apresentam divergências, quando postos em confronto, e quando são vistos sob a ótica da legislação eleitoral daquele período. Para darmos inteligibilidade às fontes, nos amparamos em algumas produções historiográficas que versaram sobre o tema, tanto em âmbito nacional, como voltadas ao Estado do Piauí. As reflexões teóricas que guiaram esse trabalho tiveram por base os estudos de Renê Rémond (2003), Pierre Bourdieu (2005), Michel de Certeau (1998) e Roger Chartier (2002).

     
  • JOÃO DE DEUS SANTOS RIBEIRO
  • NOSSA CIDADE É MUITO GRANDE E TÃO PEQUENA: sociabilidades juvenis e consumo musical em Altos (1980 e 1990)
  • Orientador : FREDERICO OSANAN AMORIM LIMA
  • Data: 10/07/2020
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  • Esta dissertação traz uma reflexão sobre a influência das músicas nos espaços de lazer e sua repercussão nos comportamentos juvenis na cidade de Altos (PI) nos anos 1980 e 1990. Tomamos como premissa a ideia de que as produções culturais são obras dos homens inseridos em um determinado tempo e espaço, portanto, como produções humanas de uma determinada condição histórica e que, por essa razão, carregam subjetividades e elementos memorialísticos da coletividade. Entre as perguntas que nortearam todo constructo textual que se segue, ressalto: Como a música influenciou os comportamentos juvenis na cidade de Altos durante as décadas de 1980 e 1990? Houve alguma contribuição para a promoção de rupturas ou permanências de padrões sociais e culturais? Quais os lugares de lazer dessa juventude e como ela se expressava em termos comportamentais? Nesse contexto de análise, a cidade de Altos, próxima à capital do Piauí, Teresina, resguardava-se das transformações vividas em tempos de redemocratização do Brasil, guardando suas peculiaridades interioranas, mas com uma juventude ativa, que ensaiava manifestações de insatisfação contra determinados conservadorismos. Essa juventude ouvia, assim como parte significativa da sociedade altoense, a Rádio São José, o principal meio de comunicação local e ansiava pelo Show da Rádio São José. Além disso, consumia as produções de várias bandas nacionais de pop rock. Aqui refletimos e relacionamos todos esses elementos e suas imbricações por meio de entrevistas e à luz de pesquisadores como Verena Albertini, Pierre Nora, Halbwachs, Edwar de Alencar Castelo Branco entre outros que trabalharam temáticas semelhantes e corroboram nossa pesquisa.

     
  • JULIO EDUARDO SOARES DE SÁ ALVARENGA
  • Histórias que nossos pais não contavam: lazer teresinense com enfoque no consumo de cinema (1976-1982)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 08/07/2020
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  • O presente trabalho tem como objetivos analisar as opções de lazer disponíveis ao público da cidade de Teresina, com ênfase no consumo de cinema e em como elas reconfiguraram comportamentos, padrões de masculinidades e a sexualidade. O recorte temporal escolhido (1976-1982) corresponde ao período de profissionalização das Pornochanchadas, filmes exibidos nos cines Rex e Royal, que exploravam comédia e temáticas sexuais, mas também se estuda alguns anos anteriores, a conhecer o contexto. Para realização da dissertação, optou-se pelas fontes hemerográficas, correspondidas pelos jornais O Dia, O Estado e A Hora, além de análise dos gêneros fílmicos exibidos e uso da História Oral. Como aporte teórico, utilizou-se interlocutores como Pierre Bourdieu, Pedro Paulo de Oliveira e Elisabeth Badinter.
  • JÔNATAS LINCOLN ROCHA FRANCO
  • "O LADO AMARGO DO DOCE PROGRESSO": desenvolvimentismo, modernização e sanitarismo no Piauí (1968-1975)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 02/04/2020
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  • A presente dissertação analisou as tentativas de inserção do Piauí nos projetos desenvolvimentistas idealizados por sujeitos ligados ao governo federal, com intuito de integrar a nação e promover modificações nas malhas urbanas em diferentes regiões. O recorte cronológico relaciona-se com o início da expansão dos indicadores da economia brasileira, possibilitada por um conjunto de fatores internacionais e nacionais, denominado como “Milagre Econômico Brasileiro”. E estendeu-se até o último ano de mandato do governador piauiense Alberto Tavares Silva, 1975. Paralelamente, objetivouse compreender como as elites políticas, econômicas e intelectuais piauienses se beneficiaram da favorável conjuntura econômica e da intervenção federal que viabilizou a chegada de recursos financeiros para diferentes setores do Estado, para implementar suas agendas. Concomitantemente, se buscou entender de que forma as propostas de alterações nos cenários urbanos do Piauí, com certa ênfase para a capital, geraram consequências no cotidiano dos piauienses. Portanto, pensando nesses aspectos, investigou-se os planos desenvolvimentistas e a inserção desses projetos no Piauí, e a relação entre as medidas sanitárias e desenvolvimentismo. As principais fontes utilizadas foram periódicos de ampla circulação, como: Jornal do Brasil (RJ), Correio da Manhã (RJ), O Estado de São Paulo (SP), bem como jornais de circulação local: O Dia (PI), O Estado (PI), Jornal do Piauí (PI); as mensagens governamentais a Assembleia Legislativa; relatos biográficos e verbetes disponíveis no CPDOC.

  • GIZELI DA CONCEIÇÃO LIMA
  • A ESCRITA DA DEMOCRACIA ATENIENSE NOS COMPÊNDIOS DE HISTÓRIA UNIVERSAL DO BRASIL DE 1854 A 1878.
  • Orientador : JOSE PETRUCIO DE FARIAS JUNIOR
  • Data: 01/04/2020
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  • O estudo se insere no âmbito de investigações sobre os usos do passado clássico, na condição de dispositivo discursivo útil à reflexão de questões contemporâneas. No caso em apreço, preocupamo-nos em compreender em que medida as escolhas feitas por pensadores contemporâneos contribui para forjar projetos de nação e de sociedade ao longo da História. Esse trabalho faz parte da pesquisa, ainda em curso, desenvolvida no mestrado em História. Ao longo dessa primeira fase de escrita pretendemos, em sentido geral, averiguar as apropriações da antiguidade por pensadores contemporâneos, em que examino os usos do passado como aporte teórico para pensar o presente. Em nossa investigação, buscaremos entender porque a Grécia Antiga instiga os pensadores oitocentistas a fazerem uma releitura dos grandes clássicos com a intenção de adequá-los aos interesses do projeto de nação, que estava sendo planejado para o Brasil no período Imperial brasileiro. Dessa maneira, a pesquisa justifica-se pela necessidade de aprofundarmos a discussão sobre os usos do passado clássico pela historiografia contemporânea. A partir dessa perspectiva, faz-se necessário, ao longo de nossas reflexões, pontuar a relevância de nossa pesquisa na construção de um olhar sobre a concepção de democracia entre os atenienses, que permita indagar o cenário político na qual estavam inseridos os autores dos compêndios de História Universal, objetos no desenvolvimento da nossa narrativa. As fontes analisadas são os compêndios de História Universal escritos por Justiniano Jose da Rocha (1860), Pedro Parley (1869) e Victor Duruy (1865). No que se refere aos resultados convém pontuar que a pesquisa e a escrita da dissertação estão em fase de desenvolvimento. Nesse sentido, o que será apresentado é as quatro primeiras seções escritas para essa etapa.

  • ELISNAURO ARAÚJO BARROS
  • SONHOS, SUOR E DETERMINAÇÃO: o Conjunto Dirceu Arcoverde e a política de moradia popular em Teresina (1976-1982)
  • Data: 26/03/2020
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  • Durante a década de 1970, Teresina refletiu as políticas de urbanização promovidas pelo Estado brasileiro com a ampliação de sua malha urbana, culminando com a construção de vários Conjuntos Habitacionais. De modo específico, trataremos do Dirceu Arcoverde, que nasceu, em 1976, com a designação de “Projeto Itararé”. O contexto vivido estava sob a influência do regime militar após o Golpe de Estado no Brasil de 1964, onde existia uma política habitacional direcionada ao atendimento a famílias carentes, ficando a cargo do Banco Nacional de Habitação (BNH), criado com a Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, e, ao mesmo tempo, um apoio à indústria da construção para gerar empregos para os imigrantes que chegaram à cidade. Assim, com esse trabalho, pretendemos entender o surgimento deste Conjunto numa condição de segregação social dos seus moradores, com a precariedade estrutural que se estende desde a falta de calçamento, transporte público, saúde pública etc. Enfim, a problemática do atendimento a estes indivíduos diante de uma região inóspita que, aos poucos, ganhou importância por seu contingente populacional, conseguindo se desenvolver através da ação individual e coletiva, fazendo com que os gestores voltassem seu olhar para a região, reconhecimento que fez a moradora, Irmani Veloso, fosse eleita vereadora de Teresina em 1982. Por isso, para contar este processo, utilizamos a metodologia da História Oral, apoiados essencialmente em Alessandro Portelli (2016), Verena Alberti (2007/2010), Marieta Ferreira; Janaina Amado (2006), dentre outros. Sendo necessário trabalhar a questão da memória com Joel Candau (2018), Maurice Halbwachs (2003), Michel Pollak (1989/1992), e diversos autores que abordam diferentes questões e o cotidiano com Michel de Certeau (1998/2013); e ainda recorrendo aos periódicos locais, O Dia e O Estado, para que pudéssemos ter uma “visão” do dia a dia do Conjunto Habitacional Dirceu Arcoverde.

  • KÉZIA ZELINDA NERY ALMEIDA
  • CULTURA EM QUADROS E RABISCOS: um estudo da produção de arte sequencial no Piauí de 1977 a 1994
  • Data: 25/03/2020
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  • Este trabalho tem como proposta estudar as histórias em quadrinhos como aspecto singular de uma produção em Teresina de 1977 a 1994. Dentre os propósitos desta pesquisa está a ideia da formação de uma linguagem particular associada ao conceito de identidade piauiense – uma “piauiensidade” – múltipla e contraditória. Para isso, são utilizadas como fontes as revistas Presença e Cadernos de Teresina, as edições do jornal O Dia do período estudado, além da revista Humor Sangrento e Hipocampo: Membrana citoplasmática invisível a olho nu – Fórmula mais provável Hp2Cp3. Os quadrinistas Arnaldo Albuquerque, Albert Nunes de Carvalho, mais conhecido como Albert Piauhy e Antônio de Pádua Amaral são explorados como principais nomes dos quadrinhos piauienses pelo caráter pioneiro de seus trabalhos, além de serem essenciais para a construção desta linguagem. Para conceituar as histórias em quadrinhos utilizo teóricos essenciais para o estabelecimento dessa linguagem como fonte do estudo acadêmico. Esta é uma pesquisa interdisciplinar, entre historiografia e visualidades, que permite conhecer uma parte da cultura piauiense que não aparece na maioria das pesquisas históricas, sendo assim utilizados teóricos de diferentes áreas do conhecimento que possam ajudar a compreender essas características.

  • VÍVIAM CATHALINE DE SOUSA FERREIRA
  • DE SOCIEDADE EMPREENDEDORA A BAIRRO: o SOCOPO e a expansão urbana de Teresina no sentido Leste durante a segunda metade do século XX
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 25/03/2020
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  • A presente pesquisa aborda o crescimento urbano de Teresina em direção à sua zona Leste e destaca os processos políticos, econômicos e sociais que levaram o povoado Socopo a elevar-se a categoria de bairro pertencente a esta zona da cidade. O recorte entre as décadas de 1950 e 1980 se justifica por neste período se verificar efetivas mudanças na ocupação do lugar em análise. Metodologicamente se adotou a pesquisa de campo guiada pelos preceitos defendidos pela metodologia da história oral, que se voltam à investigação das memórias de sujeitos que vivenciaram o passado e que, por meio da oralidade, elaboram fontes orais  a respeito do tema em estudo, bem como se utilizou também a pesquisa e análise documental, que foi realizada  a partir de um cabedal de diferentes tipos de fontes, a citar: os jornais O Dia, Jornal do Piauí, Diário de Notícias e Correio do Nordeste, as revistas O Cruzeiro, A Noite Ilustrada e Almanaque do Cariri, os censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as fotografias temáticas que registraram o cotidiano dos moradores do bairro e as leis instituídas a nível nacional (Lei nº 4 380/64, Lei 5.107/67) e municipal (Lei nº 1932/88, Lei nº 1933/88, Lei nº 1934/88) no que tange a legislação urbana e a regulamentação do solo no Brasil e em Teresina. Para realização deste estudo, lançamos mão da análise das categorias história e memória, desenvolvidas por Marc Bloch (2001), Pierre Nora (1984), Paul Ricceur (2007) e os conceitos de cidade, urbanização e bairro, defendidos por Ana Fani Alessandri Carlos (2001 e 2018), Antônio Risério (2013), Kingsley Davis (1972), Milton Santos (2018) e Pierre Mayol (1996). Em virtude disso, o estudo revela histórias e memórias do bairro Socopo a partir dos diferentes discursos construídos pelas fontes oficiais e pelos relatos orais. O bairro, então, é apresentado em suas particularidades históricas, o que o coloca em lugar de destaque perante os demais bairros que se formaram em seus arredores na zona leste de Teresina.

  • YASMINN ESCÓRCIO MENESES DA SILVA
  • “LAVAR ROUPA TODO DIA, QUE AGONIA...”: história e cotidiano das lavadeiras de roupa em Teresina (1971-1975)
  • Data: 24/03/2020
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  • Esta pesquisa analisa o trabalho das lavadeiras de roupas nos rios Poti e Parnaíba, na cidade de Teresina, quando se deu a transferência destas para o Centro Materno-Infantil Nutricional e Lavanderia, criado em 1972. Para isso, foi preciso apontar as características sociais e econômicas que marcaram a capital a partir desse período, para além das transformações estruturais e físicas, auxiliando a compreensão sobre o aumento da atividade das lavadeiras no período que estava diretamente atrelada com o crescimento do meio urbano e o progresso, a migração e a inserção de mulheres pobres no mercado de trabalho através de atividades informais. Além disso, discutimos os fatores que caracterizaram a ressignificação e construção de memórias a partir da transferência das lavadeiras de roupas dos rios para a lavanderia comunitária do Centro Materno e suas implicações. Isto porque este mesmo processo beneficiou de modo limitado a grande parcela de lavadeiras que precisavam deste novo espaço para trabalhar. Essa questão demonstrou que o projeto não atingiu um considerável alcance na capital, deixando ainda inúmeras mulheres lavando nas margens dos rios. Nessa pesquisa, as fontes utilizadas foram jornais, entrevistas baseadas na metodologia da História Oral, e mensagens governamentais. Os jornais publicados durante o período do estudo, e que ajudaram a embasar a pesquisa são: O Dia (PI), Correio do Povo (PI), A Hora (PI), O Estado (PI), Jornal do Piauí (PI), O Cruzeiro (RJ) e Tribuna da Imprensa (RJ). Compreender, de modo geral, a história das mulheres lavadeiras de roupas contribui não somente para a historiografia e para o meio acadêmico, mas também oferece representatividade para as inúmeras e desconhecidas mulheres que construíram uma cidade cheia de peculiaridades com seus modos de viver e de trabalhar.

  • SIMONI PORTELA LEAL
  • “JÁ CONHECI COM ESSA NAÇÃO, O CHAMADO NEGRO”: etnicidade, territorialidade e educação nas Comunidades Quilombolas de Barro Vermelho e Contente em Paulistana-PI (2000- 2019)
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 07/01/2020
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    Resumo: A pesquisa foi construída em diálogo com as Comunidades Quilombolas de Barro Vermelho e Contente, localizadas no município de Paulistana – Piauí. Apesar da memória/oralidade nos direcionar para registros históricos de 1785 da remanescência de organização territorial e social em torno de Elias Mariano como primeiro morador da Comunidade Contente, o recorte temporal se inicia a partir das duas primeiras décadas no ano 2000, momento de rediscussão da escravidão do negro na sociedade brasileira. Nesse período, o conceito e significados do ser quilombola começam a serem assumidos e reivindicados como forma de legitimar direitos e de reconhecimento social. Ocorrida também à ampliação das políticas públicas para populações indígenas e quilombolas e, por fim, uma larga expansão das políticas de titulação e regularização fundiária, subsidiadas, sobremodo, pela Fundação Palmares e INCRA. Nesse mesmo contexto, as comunidades Barro Vermelho e Contente iniciam o debate em torno das questões identitárias do ser negro no sertão do Piauí e passam a encarar as transformações locais, a exemplo dos processos de modernização, como a Transnordestina, bem como as políticas educativas do Estado, sobretudo aquelas aplicadas na Unidade Escolar Eusébio André de Carvalho, a partir de um forte viés étnico e de reconhecimento quilombola. É, portanto, na interseção entre história, modernização e práticas educativas voltadas à população quilombola que esta pesquisa se insere. Assim, com o objetivo de analisar a construção da etnicidade a partir da experiência como forma de desconstrução das subalternidades e que verse pelo autoreconhecimento quilombola, buscamos traçar as múltiplas experiências históricas silenciadas em torno das populações negras do Piauí. Desse modo e por meio da história oral, inicialmente entrevistando idosos, líderes das Comunidades acima citadas, além do uso de questionários destinados aos professores (as) e com o suporte teórico de autores pós-coloniais possamos nós compreender por meio deste trabalho que as lutas do presente não são apenas por uma visibilidade baseada na representação, mas de reconhecimento das experiências enquanto vozes ativas e altivas que constroem e consolidam um ser e fazer-se afrodescendente nas e das Comunidades.

     

     

2019
Descrição
  • FRANCIADNA EUFRAZINA PIMENTEL
  • RITOS FAMILIARES DE ELITE EM TERESINA (1900-1930)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 23/08/2019
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  • Este trabalho analisa os ritos e rituais da elite em Teresina (PI), tendo como foco a Família e a Igreja. Estudamos os momentos do nascimento, batismo, namoro, casamento e morte, focalizando em como se davam as sociabilidades dentro da comunidade familiar e cristã. Nosso recorte temporal são as três primeiras décadas do século XX (1900-1930), e nossa principal fonte de pesquisa são as matérias publicadas nas colunas sociais dos jornais assim como os necrológicos, também fazemos uso de propagandas veiculadas nos periódicos da capital do Piauí. Além dos citados, utilizamos como fonte imagens, crônicas, poemas, memórias e biografias que nos dão suporte para entender o contexto social no qual nossos sujeitos se inserem. Nosso argumento se baseia na afirmativa da influência contínua que os rituais sociais e principalmente cristãos exerciam sobre as famílias que estudamos, defendemos ainda que ao estudar estas práticas, podemos lançar olhar também sobre as mudanças e permanências que se davam no âmbito familiar e teresinense, após a virada do século e a chegada da República.

     

     

     

  • FRANCISCO SOARES CARDOSO NETO
  • MÃE NASI: Reminiscências de uma parteira e as políticas de institucionalização da saúde no Piauí nas décadas de 1930 e 1940.
  • Orientador : MARYLU ALVES DE OLIVEIRA
  • Data: 05/07/2019
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  • Esta dissertação analisou a atuação da parteira, historiadora e literata Raimunda Nonato de Castro, conhecida por seus conterrâneos como Mãe Nasi, na cidade de Amarante entre as décadas de 1930 e 1940, evidenciando seu lugar dentro de um panorama de institucionalização das políticas públicas de saúde no Piauí. Naquele período o país vivia um momento no qual o Estado intensificava sua intervenção no setor da saúde com homologação de leis, criação de instituições, disseminação dos discursos médicos e padronização dos aparatos de saúde. Entretanto milhares de brasileiros continuavam sendo apanhados por parteiras pelo interior do Brasil e até nas médias cidades, como no caso de Amarante. Autores como Foucault (1981), Bourdieu (1998), Elias (2007), Mott (2007), Ricoeur (2007), Pollack (1989), Nora (1993) entre outros foram utilizados como suporte teórico – metodológico. Foram utilizados como fontes documentais os acervos pessoais de Nasi Castro, tais como registros fotográficos, cadernos de partos, os livros publicados por ela, os depoimentos de indivíduos que conviveram com a parteira, bem como revisão de literatura acerca dos processos de institucionalização da saúde, documentos e discursos oficiais que comprovam esse processo.

     

  • JOSÉ DE JESUS REDUSINO
  • "NO CAMINHO DE O APÓSTOLO": IMPRENSA CATÓLICA, HISTÓRIA, IDENTIDADES E REPRESENTAÇÕES CULTURAIS DO CATOLICISMO NO PIAUÍ (1907-1912)"
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 04/07/2019
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  • A temática que permeia a problemática da pesquisa aqui proposta é uma análise do catolicismo piauiense a partir da História, das identidades e das representações culturais construídas desde a institucionalização do primeiro bispado no Piauí, tendo como fonte principal o jornal O Apóstolo no período correspondente à criação, circulação e término do periódico (1907-1912), intitulado órgão de divulgação da diocese do Piauí. Os objetivos desta pesquisa são: compreender como o hebdomadário se tornou um instrumento de romanizaç ão da Igreja Católica piauiense a partir da criação da Diocese; entender o papel do periódico nas reformas implementadas pelo primeiro bispo diocesano, Dom Joaquim Antônio de Almeida até o desfecho final do jornal em 1912; perceber como se deu o estabelecimento de um processo educacional dirigido aos jovens como forma de implementar um catolicismo ultramontano; investigar a criação e organização das associações e irmandades religiosas como fiéis colaboradoras das reformas; e analisar o envolvimento do jornal nas questões políticas e as “guerras” de palavras travadas no jornal entre os articulistas católicos e os livre pensadores desembocando para divergências anticlericais. Apropriamo-nos de 280 edições do jornalO Apóstolo digitalizadas na hemeroteca da Biblioteca Nacional, catalogando por número de edi&cc edil;ão, ano e data de publicação relacionando às temáticas relacionadas à pesquisa. Além do jornal O Apóstolocomo fonte primária, utilizamos livros tombos da Arquidiocese de Teresina, Cartas Pastorais do primeiro bispo do Piauí, o livro do centenário da Parnaíba e os jornais: A Cruz (1891), A Luz (1911), Amarante(1908), Gazeta (1908, 1910, 1911), O Monitor (1910, 1910), O Piauhy (1904, 1908, 1909, 1910, 1911), Pátria (1902, 1903) e República (1908). Como forma de possibilitar um diálogo teórico referencial, utilizamos, como base conceitual relativa ao recorte proposto, os textos de QUEIROZ (2011); PINHEIRO (2001); CERTEAU (1998) e CHARTIER (1991). Esta pesquisa está situada dentro do campo de estudo da história do catolicismo no Piauí, especificamente na província de Teresina, buscando entender como um meio de comunicação influenciou culturalmente a sociedade em busca de um projeto crist ão pós-república.

     

  • KARINA VIANA DA SILVA
  • A CIDADE, SUA TRAMA E SEUS DRAMAS: A Vila da Paz e suas histórias na luta por moradia (Teresina, 1980-1990).
  • Data: 30/04/2019
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  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar o contexto histórico da ocupação da
    Vila da Paz em meio ao crescimento e a urbanização de caráter intenso e concentrador
    da cidade de Teresina, durante a redemocratização, considerando como fio condutor o
    protagonismo dos primeiros moradores, aliado a atuação do padre suíço Pedro Balzi,
    personagem de relevo na história da Vila e de seus moradores na luta pelo direito à
    cidade, representado, sobretudo, pelo acesso à moradia. Dessa maneira, a pesquisa
    analisa os mecanismos utilizados pelos atores da configuração histórica da Vila, bem
    como as disputas que se deram entre os personagens; os ocupantes, o poder público e os
    sujeitos que se julgavam proprietários do terreno que se transformaria na comunidade
    que modificaria os modos de luta por moradia e resistência, posto que, se procura
    analisar as memórias dos primeiros moradores, por meio da história oral, visando
    observar como a subjetividade torna-se inerente ao processo de rememoração, tendo em
    vista que as memórias sobre os acontecimentos da construção da Vila da Paz,
    constituem-se como uma representação sobre o fato transcorrido, no entanto, busca-se
    apoio nas fontes oficiais para compor o rol de fonte. Localizada na zona sul de Teresina,
    o objeto insere-se no recorte de 1980 a 1990, tomando como ponto de partida das
    análises o contexto social da capital na década de oitenta, atentando para reverberação
    do processo migratório e como tal ação influenciou no crescimento da cidade
    reforçando com isso o processo de favelização que já ocorria no sítio urbano desde
    meados da década de setenta. Diante disso, na interseção do cenário do adensamento
    populacional e do acirramento da questão habitacional, nascia a Vila marcada pela falta
    de serviços e aparelhos urbanísticos básicos, estimulando a ação dos moradores e a
    mediação do sacerdote em sua busca, resultando na modificação da trama urbanística da
    Capital, com a transformação da “invasão” em lugar de morada, de modo que é válido
    destacar que o uso do referido termo foi postulado pelo discurso dominante contrário a
    essa forma de acesso à moradia, sobretudo, pelo suposto proprietário do terreno, bem
    como pela imprensa escrita. A partir desses pressupostos, buscou-se também analisar
    como o trabalho desenvolvido pelo clérigo, principalmente, na esfera social, se revestiu
    no agente mobilizador das primeiras ações de urbanização na Vila da Paz. De pronto
    concluiu-se que a partir da narrativa construída, a Vila da Paz emergiu como resultado
    de uma ocupação e não de uma invasão como procurava impor o discurso oficial, Nesse
    sentido, tanto a ação dos primeiros moradores como a de Pedro Balzi se revestiram de
    agentes produtores do espaço urbano da cidade de Teresina. Nesse percurso, procurou-
    se estabelecer interlocução teórica com os pesquisadores: Francisco Alcides do
    Nascimento, Regianny Lima Monte, Marcelo de Sousa Neto, Sandra Jatahy Pesavento,
    Cláudia Cristina da Silva Fontineles, Lucília Delgado, Antonio Torres Montenegro,
    Mauricio Halbwachs, entre outros. No que tange as fontes priorizou-se as bibliográficas,
    hemerográficas, correspondências, depoimentos e autos judiciais.

  • ABDON ERES DA SILVA NETO
  • “ASSIM COMO NASCIA O SOL, NASCIA TAMBÉM ÁGUA BRANCA”: O processo de emancipação política de Água Branca-PI (1954 – 1957).
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 29/04/2019
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  • Como aconteceu o processo de emancipação política de Água Branca e como repercutiu entre os moradores? Para responder a essa pergunta consideramos que a criação de municípios aconteceu dentro de uma realidade social específica a qual tivemos acesso considerando o conceito de representação de Roger Chartier, para assim entender como as unidades municipais eram vistas na década de 1950, as apropriações daí decorrentes e as práticas oriundas, nas quais a criação de municípios foram inseridas. Para a análise da construção desse espaço definido como cidade, usamos a proposição de Sandra Jatahy Pesavento: a cidade além de materialidade é também uma sociabilidade e uma sensibilidade. Água Branca que tentamos apresentar ao leitor perpassa as questões espaciais e materiais e, como já mencionado, penetra no universo do sensível, das formas de querer ser e estar no social. Como fontes utilizamos as atas da Assembleia Legislativa do ano de 1954, o Código de Posturas e as atas da Câmara Municipal de Água Branca de 1954 a 1957. Empregando a metodologia da História Oral, através da qual utilizamos a técnica da entrevista, construímos nossas fontes orais, atentos aos ensinamentos de Verena Alberti e Paul Thompson. As narrativas daí decorrentes foram analisadas com base em Maurice Halbwachs que afirma que recordamos a partir do ponto de vista da coletividade. Contudo, não deixamos de considerar que é o individuo que lembra e, neste ponto, as reflexões de Michael Pollak nos chamam a atenção por realçar a ação do indivíduo, cujo ato de lembrar é também uma “reconstrução de si”. O estudo de Ecléa Bosi sobre memórias de velhos também nos foi bastante significativo, ampliando nossa visão sobre esses sujeitos históricos que “já trabalharam por seus contemporâneos e por nós”. Dentro do recorte de 1954 a 1957, justificado pelo ano da emancipação (1954) e pela duração do primeiro mandato municipal (1955-1957), organizamos o trabalho em três capítulos: o primeiro compreende como aconteceu o trâmite legal e social que possibilitou a criação do município de Água Branca; o segundo discute como se deu organização do município nos primeiros anos após a emancipação política e o terceiro entende como a criação do município repercutiu na vida dos moradores

  • CAMILA DE MACÊDO NOGUEIRA E MARTINS OLIVEIRA
  • AS REPRESENTAÇÕES FEMININAS NA LITERATURA DE CLODOALDO FREITAS
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 29/04/2019
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  •  Entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX, os destinos das mulheres passaram a ser questionados devido às mudanças advindas do mundo moderno com o desenvolvimento do capitalismo. Tem-se, então, dessa época, uma representação abundante de figuras femininas nos textos literários, nas artes em geral, nos tratados médicos e religiosos, sejam eles de autoria masculina ou feminina. Partindo disso, esses autores buscaram compor uma taxonomia feminina com o intuito de definir o que era a mulher naquela sociedade, para, em última instância, manter a ordem do gênero. Com este objetivo, Clodoaldo Freitas (1855-1924), bacharel em direito, livre-pensador, jornalista e literato piauiense, escreveu sua prosa ficcional no início do século XX, centralizada, em grande medida, na figura feminina em aspectos concernentes ao amor, o casamento, a família burguesa, a maternidade e a religião. Esta pesquisa analisou como Clodoaldo Freitas representa as mulheres em parte de sua literatura. Para tanto, é necessário apresentar a trajetória de vida do literato a partir de sua família, sua formação educacional, sua atuação como bacharel, como jornalista, como literato, como marido e pai. Ao apresentar o literato e a sociedade de seu tempo, buscou-se compreender o que motivou sua escrita, para, após, deter-se por sobre as representações femininas na sua literatura. Para compor a análise dessas representações articuladas com a sociedade, foram criadas categorias de mulheres a partir das relações que essas exercem com as figuras masculinas dentro das narrativas, tais quais as de solteiras, amásias, casadas, adúlteras, entre outras, finalizando com uma reflexão a respeito da relação entre gênero, literatura e sociedade. O conjunto de fontes utilizadas nesta pesquisa foi composto por jornais, um processo de divórcio, textos literários de Clodoaldo Freitas, junto com bibliografia pertinente ao período e à temática. O referencial teórico que instrumentaliza a análise são os conceitos de representação (CHARTIER, 1991), gênero (JOAN SCOTT, 1990) e prática escriturística (CERTEAU, 1998).
  • ALLAN RICELLI RODRIGUES DE PINHO
  • TERESINA E SEUS DRAMAS: Transporte coletivo, tráfego e “trampo” (década de 1970)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 29/04/2019
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  • O transporte coletivo é um meio importante de entendimento da vida urbana, tendo em vista que o ônibus faz parte da vida de muitas pessoas que, cotidianamente, o utilizam para ter acesso ao trabalho, lazer, educação ou saúde. A presente pesquisa pretende estabelecer uma reflexão sobre este objeto que compõe a cidade, em Teresina, durante a década de 1970. Este é um momento relevante para os rumos que o transporte urbano assumiria nas principais capitais brasileiras, com mudanças importantes no eixo das políticas de transportes em nível federal e local. A cidade, durante os anos 70 do século XX, passou por um processo de expansão espacial que culminou em um conjunto de transformações no seu espaço urbano, ocasionada, em grande medida, pela esfera política nacional, durante o regime militar, que financiou uma série de intervenções no Estado e na capital, Teresina. Este processo de modernização também incluía a abertura de novas ruas e avenidas na capital, dotando-a de uma malha viária que possibilitasse, inclusive, a circulação dos transportes coletivos. Nesse sentido, a presente pesquisa visa compreender como ocorreram as transformações no transporte coletivo de Teresina, durante os anos 1970, e sua relação com o projeto de modernização implantado no período. O estudo procura, ainda, analisar os contrastes em torno do atendimento do transporte coletivo e entender os anseios e demandas do serviço, além dos conflitos e tensões envolvendo gestores, empresários, usuários e funcionários ligados ao serviço de coletivos urbanos. A pesquisa procurou investigar em que medida as políticas de melhorias para o transporte coletivo, apresentadas pelos gestores, satisfizeram ou não as necessidades e demandas dos usuários. Para isso, recorremos aos relatos orais que expressam as experiências e as memórias de sujeitos envolvidos com o objeto, através de entrevistas de História Temática, e fontes hemerográficas, por meio da análise dos jornais O Dia e O Estado, que circularam na capital piauiense na década de 1970. Empregamos, como aporte teórico, autores como Verena Alberti (2009), Janaína Amado (1995), Roberto Lobato Corrêa (2005), Cláudia Cristina da Silva Fontineles (2015), Francisco Alcides do Nascimento (2015), Antonio Paulo Rezende (1997), Sandra Jataí Pesavento (2007), Michel Pollack (1992), Paul Thompson (2002), Charles Leslie Wright (1988), e Waldemar Corrêa Stiel (2001), dentre outros.

     

  • JÉSSIKA MARIA LIMA
  • NOSSA VIDA, NOSSA LUTA: A Igreja Católica e o Movimento de Educação de Base no Piauí (1962-1968).
  • Orientador : JOSE PETRUCIO DE FARIAS JUNIOR
  • Data: 23/04/2019
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  • O Movimento de Educação de Base foi criado em 1961 por intermédio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na qual visava proporcionar uma educação de base para as regiões em desenvolvimento no Brasil, tais como: Nordeste, Norte e Centro-Oeste. A aprovação do Decreto nº 50.370, de 21 de março de 1961, pelo presidente Jânio Quadros simbolizou um elo entre Estado e Igreja. No Piauí, o Movimento fundou-se oficialmente em 1962 com a instalação da Rádio Pioneira do Piauí, estando à frente dessa empreitada Dom Avelar Brandão Vilela, Arcebispo metropolitano. No período ele era diretor nacional do Movimento, possuía destaque em âmbito nacional e local, esteve presente na direção de órgãos da Igreja tais como: CNBB, CELAM e era bastante engajado em lutas sociais. O presente trabalho objetiva pesquisar o desenvolvimento político cultural do MEB no Piauí. Dessa maneira, a pesquisa tem o empenho de investigar o papel do MEB na construção do saber escolar no que diz respeito à concepção de cidadão e na construção de uma identidade cristã com preceitos católicos; compreender o processo de funcionamento das escolas radiofônicas no Piauí e o seu poder de incentivo a transformação das comunidades. Como também, analisar o conteúdo impresso na cartilha Mutirão transmitido pelas ondas do rádio para as escolas radiofônicas. A escolha da temporalidade de 1962 a 1968 compreende o período de fundação do MEB-PI, o primeiro quinquênio do Movimento, o início do Regime Civil-Militar (1964) quando ocorreram as perseguições e redefinições ao Movimento para não entrar em conflito com a nova Ordem Vigente. O ano de 1968 representou um marco para história da Igreja com a realização da Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-americano (1968) em Medellín para o desenvolvimento de uma ação pastoral mais apropriada às necessidades do povo latino-americano. Outro acontecimento relevante na história do Brasil consistiu no endurecimento do Regime com a emissão do Ato Institucional nº 5. A metodologia deste trabalho se fundamentou na utilização da metodologia de História Oral, por meio da qual empregamos a técnica da entrevista, visando compreender, através de atores sociais, como este passado é, ainda hoje, construído no presente; na análise de fontes orais, fontes materiais, tais como: relatórios nacionais e locais do MEB, o Jornal O Dominical, da Arquidiocese de Teresina. Com base no desenvolvimento da pesquisa, podemos perceber que o Movimento fundamentou sua ação educacional em princípios apostólicos. Por meio do livro de leitura o Mutirão verificou-se a intenção de propiciar uma educação que dialogava com preceitos morais católicos. Identificou-se ainda um ensino que possuía propósitos que transcendia apenas a alfabetização. Nesse sentido o MEB possuía objetivos mais profundos que compreendia a promoção humana através da emancipação dos sujeitos.

     

  • ALESSANDRA LIMA DOS SANTOS
  • Controvérsias na Imprensa: embates políticos na escrita d’O Liberal (1969-1976)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 22/04/2019
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    A presente pesquisa analisa como o jornal O Liberal se posicionou frente aos embates políticos em Teresina (PI), durante os anos de 1969 a 1976. Assim, a pesquisa se aplica através das demandas da Nova História Política e da Historiografia da Mídia, compreendendo que a imprensa política escrita e distribuída pelo O Liberal é incerta, permeada de acontecimentos históricos e da existência individual de seus narradores, por meio de sua inserção no movimento da sociedade e de suas redes de interlocução social. Essa pesquisa tem como objetivo geral compreender como os embates políticos se difundiram e foram percebidos no jornal O Liberal, ao passo das reformulações e do posicionamento dos seus colaboradores e da sua proprietária. A metodologia utilizada foi composta de pesquisa documental, tomando o referido jornal como fonte e objeto de estudo, através da análise dos editoriais, colunas, assinadas ou não, que narravam sobre a política no período, de entrevista temática com ex-editor de O Liberal, e pesquisa bibliográfica acerca da temática. Verificou-se, ao longo do estudo, como a política nacional e regional foram retratadas nas páginas de O Liberal, através da produção de embates políticos de enaltecimento de entes políticos da época em meio a um diálogo direto com o público, bem como as ligações de O Liberal com determinados governos, ou a falta delas, temas permanentes em suas páginas, que criam determinadas memórias coletivas, enquanto outras foram silenciadas devido a essas relações políticas. Notou-se, também, uma ambiguidade do jornal em determinados posicionamentos, principalmente em relação as eleições de 1974 e 1976, e aos sentidos de democracia no recorte temporal aqui proposto.

     

  • MARIA FERNANDA FERNANDES
  • UM CINEASTA ENTRE O PASSADO E O FUTURO: CACÁ DIEGUES ATRAVÉS DAS ANÁLISES DOS FILMES XICA DA SILVA (1976) E BYE BYE, BRASIL (1979)
  • Data: 15/04/2019
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    Este trabalho tem como problemática: perceber como os filmes Xica da Silva (1976) e Bye Bye, Brasil (1979), ambos do diretor Carlos Diegues, se estabelecem no momento sócio-político da ressaca dos processos culturais da década de 1960 e a ansiedade pela abertura política, que só se configuraria na década de 1980? Operacionalizando os conceitos de Espaço de experiência, Horizonte de expectativas de Reinhart Koselleck, e de Representação, de Roger Chartier, buscamos analisar como o contexto histórico relacionado à época de produção dos filmes foi representado nas películas. Jacques Aumont e David Bordwell ofereceram suporte para o estudo das visualidades, a partir da articulação entre narrativa e imagens nos filmes. A metodologia desta pesquisa consistiu no estudo de fontes documentais e de base bibliográfica a respeito do cineasta Cacá Diegues, e de condições de historicidade referentes ao período de produção e lançamento dos longas-metragens, mediando o conteúdo fílmico ao seu contexto de produção, circulação e receptividade. Para nos ajudar a compor a relação dos filmes com seu enunciador e com o público também foram utilizadas críticas sobre as produções. As fontes traduzem-se em jornais das décadas de 1960, 1970 e início de 1980, revistas do período especializadas em cinema, como a Revista Filme e Cultura e os filmes propriamente ditos.

     

     

  • KAMILA ALBUQUERQUE DE ARAUJO
  • MULHERES EM MOVIMENTO: Profissionalização e experiências sindicais de bancárias no Piauí (1986- 2007)
  • Orientador : FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • Data: 09/04/2019
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  •  O presente trabalho tem como objetivo analisar a participação das trabalhadoras bancárias no Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários no Estado do Piauí-SEEBF-PI, a partir das trajetórias de vida, experiências profissionais e lutas que possibilitaram a inserção dessas mulheres no movimento sindical bancário no período compreendido entre 1986 e 2007. Percebendo o sindicato como um universo recorrentemente masculino, ou seja, resultado das relações de desigualdade entre classes e local de disparidades de poder entre homens e mulheres. Buscou-se compreender como as relações gênero se configuravam nessa instituição. Neste sentido, são abordadas as discussões sobre o processo de construção de uma identidade de classe bancária e o contexto de criação do Sindicato dos Bancários do Piauí. Igualmente, foram investigadas as condições históricas que permitiram o acesso das mulheres no mercado de trabalho bancário piauiense. Para tanto, o corpus documental utilizado no desenvolvimento desta pesquisa foram os documentos oficiais, os jornais e revistas produzidos pelo sindicato e os jornais de ampla circulação local. Além do uso de entrevistas orais temáticas, que nos aproximaram das memórias construídas em torno das experiências femininas no Sindicato dos Bancários do Piauí. Destacando-se as suas formas de atuação nas lutas da categoria e as estratégias de afirmação nesse espaço social.
  • LUCAS RAFAEL SANTOS COSTA
  • NAS TRILHAS DE CLIO E THOTH: História e Cultura Afro-Brasileira nos Cursos de História da UFPI e UESPI, em Teresina-PI (2003-2016)
  • Data: 08/04/2019
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  • Mesmo com o avanço dos debates, ainda é lugar comum o papel secundário dos povos africanos e indígenas nas narrativas históricas sobre a formação da História e da Cultura brasileiras. Todavia, a partir da atuação dos movimentos sociais, especialmente o Movimento Negro Unificado e o indígena, juntamente com lideranças políticas da esquerda brasileira, como os principais agentes da idealização e criação das Leis n° 10.639/2003, e 11.645/2008, que trazem a obrigatoriedade da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, respectivamente, para o ensino de História, foi possível rever o lugar social ocupado na História do Brasil por estes grupos. Isso, em certa medida, possibilitou rupturas com o paradigma narrativo da formação da nação e do povo brasileiro. O recorte temático deste estudo se atém às análises das reformulações curriculares dos Cursos de História na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), especificamente no que se refere à História e à Cultura afro-brasileiras, em relação às exigências das Leis em destaque. O recorte temporal vai de 2003, ano de criação da Lei 10.639, até as últimas reformulações dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) de História destas universidades, que foi o PPC de História de 2016 da UESPI, Campus Clóvis Moura. O objetivo geral consiste em compreender como os currículos dos Cursos de História da UFPI e da UESPI, na capital Teresina, Estado do Piauí, respondem às Leis e às diretrizes das relações étnico-raciais. O estudo analisou, ainda, as articulações entre as universidades, currículos e os núcleos de pesquisa de africanidades e afrodescendência como IFARADÁ e NEPA, que buscam oferecer respostas por meio de formação docente inicial e continuada em História. Metodologicamente, a pesquisa foi construída a partir de revisão de literatura da historiografia especializada; análise das referidas Leis e dos currículos de História da UFPI e UESPI, por meio dos PPC dos cursos de graduação e de pós-graduação Lato Sensu; e dos trabalhos desenvolvidos pelo IFARADÁ e NEPA; além dos jornais impressos como O DIA, Diário do Povo e Meio Norte, de 2003 a 2016, que serviram para compreender as repercussões dos debates acerca das Leis, na sociedade piauiense. Para tanto, o presente estudo buscou fundamentação teórica em autores e conceitos: Jörn Rüsen, com a noção de consciência histórica; e Pierre Bourdieu, com as noções de poder simbólico e Homo academicus. Também foram importantes as noções de memória, identidade e currículo, sobretudo aquelas debatidas por Michael Pollak, Stuart Hall, Ivor Goodson, Luís Fernando Cerri, José Carlos Reis. Considera-se, em larga medida, que há intrínseca relação entre a formação dos professores de História, a atuação em núcleos de pesquisa no sentido de responder às demandas de aplicações da Lei. Portanto, este estudo constitui-se uma oportunidade singular de (re)visitar a História e a cultura afro-brasileiras, que se fazem no cenário teresinense.
     
     
  • FRANCISCO DE ASSIS OLIVEIRA SILVA
  • A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR: Entre Tensões e Rupturas na Consolidação do Estado Imperial no Piauí, 1823-1825
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 05/04/2019
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    A construção do Estado Imperial brasileiro está imbricada em uma série de divergências políticas que perpassam as lutas pela independência do Brasil ao longo da primeira metade do século XIX. A dissertação reflete a contribuição do Piauí na formação e afirmação do Estado Imperial brasileiro nos anos de 1823-1825. Buscou-se compreender como as elites locais se articulam no poder nos primeiros anos pós-emancipação política e participam da consolidação do Estado. As fontes primárias utilizadas foram ofícios e correspondências de Manuel de Sousa Martins, então presidente temporário da província do Piauí, com a Corte situada no Rio de Janeiro. Utilizaram-se ainda documentos relacionados à Confederação do Equador na província piauiense disponíveis nas obras de Ulysses Brandão e Abdias Neves, além da Constituição de 1824 e algumas leis e decisões do império do Brasil analisados a luz da historiografia. A partir do movimento da Confederação do Equador, construiu-se um debate em torno das divergências e rupturas políticas dentro da província piauiense. Nesse intuito, inquiriram-se as ações e atitudes do presidente temporário Manuel de Sousa Martins, e como as mesmas colaboraram no fortalecimento do Estado Imperial brasileiro. O aporte teórico e metodológico utilizado na pesquisa ocorre com Araújo (2015), Dolhnikoff (2005) Rémond (2003), Certeau (1982), Winock (2003), Rosanvallon (2010), entre outros.

     

     

     

     

     

  • STÉFANY MARQUIS DE BARROS SILVA
  • VENHA PRA CURTIR: aventuras da Curtinália e usos do corpo nos experimentalismos artísticos de Teresina na década de 1970
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 05/04/2019
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  • Este trabalho estuda as condições históricas que tornaram possível a emergência da Curtinália teresinense, que consiste em um grupo de jovens que buscou se singularizar em relação a outras parcelas da juventude e da sociedade em geral, a partir da elaboração de experimentalismos artísticos no início da década de 1970. Objetivou-se evidenciar as formas de percepção acerca das relações existentes entre corpo, gênero e sexualidades, tanto a partir das regulações construídas pelos discursos normatizadores da sociedade, presentes nos jornais comerciais, que funcionaram como um dispositivo do Estado para assegurar a articulação entre as normas e a organização social, quanto nos discursos presentes nas produções artísticas experimentais teresinenses. A proposta foi evidenciar como as regulações construídas pela sociedade não são naturais e sim produto de construção cultural. Empiricamente, esse trabalho se sustenta a partir de exemplares de jornais de ampla circulação, tais como Jornal do Piauí, Estado do Piauí, e O Dia, que circularam no Piauí na época em estudo, e também por exemplares da imprensa alternativa produzida pela Curtinália como o jornal O Gramma, O Estado Interessante, A Hora Fa-tal e Boquitas Rouge, todos produzidos entre 1972 e 1973. Estudou-se também os experimentalismos fílmicos, a exemplo de o Terror da Vermelha (1972), O Guru da Sexy Cidade (1972), Davi Vai Guiar (1972) e Miss Dora (1974). Teoricamente o trabalho se beneficiou dos estudos de Michel de Certeau, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Suely Rolnik, Sócrates Nolasco, Joan Scott e Judith Butler.

     

     


  • CÁSSIO DE SOUSA BORGES
  • O processo de regularização fundiária no centro-sul da Província do Piauí (1850-1860)
  • Orientador : FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • Data: 04/04/2019
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    A dissertação objetiva analisar como se deu o processo de regularização fundiária no
    centro-sul da Província do Piauí entre os anos de 1850 e 1860, conforme pretendia a Lei
    Imperial nº 601/1850, popularmente conhecida como Lei de Terras. Apresentaremos,
    mediante debate historiográfico e jurídico, a Lei de Terras, o regulamento nº 1318 de
    1854 e o processo de ocupação das terras onde hoje se constitui o Piauí; analisaremos a
    atuação do Estado Imperial para a institucionalização de sua política de terras através da
    Repartição Geral de Terras Públicas e no diálogo com a Província do Piauí para
    execução do registro de terras possuídas e por meio da criação de uma Repartição
    Especial das Terras Públicas em Teresina, sendo esta responsável, em âmbito local, por
    encaminhar esta política; por fim, nos debruçamos sob os Registros Paroquiais de
    Terras produzidos pelo Padre José Dias de Freitas na Freguesia de Nossa Senhora dos
    Remédios dos Picos, procurando observar o trabalho de registro de posses, a sua
    distribuição pelas fazendas da freguesia e seus posseiros. Durante o trabalho de pesquisa
    pudemos escrutinar, além de uma vasta produção acadêmica sobre o tema, os relatórios
    dos Presidentes da Província do Piauí, os relatórios e avisos circulares da Repartição
    Geral de Terras Públicas, as comunicações da Repartição Especial de Terras Públicas
    em Teresina e o Registro Paroquial de Terras da Freguesia de Nossa Senhora dos
    Remédios dos Picos.

  • JOÃO VITOR ARAÚJO SALES
  • ECCLESIA UNA: O PROCESSO DE SEPARAÇÃO DO BISPADO DO PIAUÍ E MARANHÃO (1822-1903)
  • Data: 04/04/2019
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  • A presente pesquisa analisa o processo de separação dos governos religiosos do Piauí e Maranhão por meio da criação do bispado do Piauí. Durante o século XIX e início do século XX, Maranhão e Piauí disputavam por maior espaço de poder no âmbito nacional e regional. Neste contexto, Estado e Igreja foram instrumentos de consolidação e expansão de domínio, à medida que estas entidades detinham jurisdição sobre os indivíduos e as instituições de poder. Sob julgo de um Padroado originariamente regalista, mediante a contínua redução de investimentos do Governo Imperial face ao aumento de demanda civil-religiosa, os dirigentes da diocese do Maranhão resguardaram a manutenção de seus domínios, de modo a assegurar sua autossustentação e sua capacidade de investimento ao menos na Sede Episcopal. Desta sujeição eclesiástica, e parcialmente, comercial e jurídica, surgiu uma crescente articulação política das elites piauienses, especificamente entre 1822 e 1838, no intuito de erradicar ou minorar a tutela das estruturas que lhe cerceavam a autonomia, sobretudo, na sociedade, onde se constituem os laços patrimoniais, e as articulações políticas e burocráticas. Na conjuntura da separação entre Igreja e Estado, inaugurados com a República (1889), a dinâmica pastoral figura-se como centro da atuação eclesiástica, desafiada pela laicização do Estado e da secularização da sociedade. Neste sentido, a atuação do pe. Joaquim de Oliveira e de outras lideranças entre 1898 e 1903 consolidam o processo, com a criação de direito (1901), e de fato (1903) da diocese do Piauí. Para tal compreensão, analisaram-se atas e resoluções do Conselho de Presidência de Província e do Conselho Geral de Província do Piauí, além das discussões e projetos leis da Assembleia Legislativa Provincial. Também se verificaram as correspondências do bispado do Maranhão com as autoridades civis e eclesiásticas piauienses e vice-versa, além de outros registros pastorais. Concluiu- se que a separação dos governos religiosos do Piauí e Maranhão deu-se pela ação ultramontana da Igreja no Brasil e pela reestruturação pastoral em dioceses.

     

     

     

     

  • MARCUS PIERRE DE CARVALHO BAPTISTA
  • AMARRAS E DESAMARRAS: COTIDIANO E MODERNIZAÇÃO EM AMARRAÇÃO NO LITORAL DO PIAUÍ (1880 – 1930)
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 01/04/2019
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    Situada no litoral piauiense a Vila de Amarração no decorrer do período oitocentista e novecentista foi palco de diversos acontecimentos, principalmente a partir de sua incorporação definitiva ao território do Piauí em 1880. A Vila, neste momento, foi o centro de um dos projetos de modernização pensados para o desenvolvimento e progresso do Piauí dada a perspectiva de escoamento da produção piauiense a partir da possibilidade de construção de seu porto marítimo, em substituição ao ancoradouro existente. Assim, os navios que lá atracavam, eram mais do que meramente meios de transporte de carga ou passageiros, constituam-se enquanto sinônimo da experiência da modernidade que se manifestava ali, das transformações e conflitos que esta proporcionava aos espaços em que adentrava. Além disso, a construção da malha ferroviária até Amarração também fez parte deste projeto de modernização e, de forma similar, o porto e os vapores foram arautos de que a experiência da modernidade estava tomando forma. Deste modo, o objetivo geral desta pesquisa consistiu em compreender como a experiência da modernidade influenciou a Vila de Amarração no final do século XIX e início do século XX, particularmente dos anos de 1880 a 1930. A metodologia empregada constou, principalmente, de pesquisa bibliográfica e documental, através de fontes hemerográficas, especificamente os periódicos “A Época” (1878 – 1884), “A Imprensa” (1880 – 1889), “A Reforma” (1887 – 1888), “A Phalange” (1889), “Estado do Piauhy” (1890), “A Legalidade” (1892), “Nortista” (1901), “Semana” (1910 – 1911), “O Apóstolo” (1911 – 1912), “Diario do Piauhy” (1911 – 1913), “Chapada do Corisco” (1918), “A Imprensa” (1925 – 1928), revistas publicadas na época, no caso o “Almanaque da Parnaíba” (1926 – 1929)  e documentos do poder executivo, especificamente as Mensagens apresentadas a Câmara Legislativa pelo governador do Piauí nos anos de 1890, 1914, 1919, 1922 e 1925 e do legislativo, a coleção de leis do império de 1880 com destaque para o Decreto Nº 3.012, de 22 de outubro de 1880, produzidos durante a temporalidade da investigação. A partir do estudo produzido identificou-se como se configurava o cotidiano de Amarração no recorte temporal trabalhado, no que se refere a política, saúde, criminalidade e educação, bem como as transformações e conflitos decorrentes da experiência da modernidade, dentre eles as novas sociabilidades que surgiram com o crescimento da procura da praia enquanto espaço de lazer. Através da análise das fontes indicou-se ainda transformações na paisagem de Amarração, bem como as práticas que remetiam ao ser moderno naquele momento.

     

     

  • IRISNEIDE MÁXIMO
  • DESEJO, PRAZER E DOR: faces da prostituição feminina em Floriano-PI entre as décadas de 1930 e 1970.
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 26/03/2019
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  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar como se constituiu historicamente uma ampla rede de prostituição que se desenvolveu na região do cais do porto de Floriano-PI entre as décadas de 1930 e 1970. Analisou-se as sociabilidades existentes no espaço urbano da cidade, abrangendo as especificidades das três principais Zonas de prostituição, Lajedos, Pau Não Cessa e Sovado do Cão, bem como, as relações estabelecidas pelos diferentes sujeitos sociais, evidenciando as experiências de diversos sujeitos, como marinheiros, trabalhadores do cais, prostitutas, cafetinas, gigolôs, entre outros marginais. Suas vivências e os lugares em que eram encontrados, num contexto de efervescência econômico-social. É nosso objetivo também, investigar como essa prática da prostituição era percebida pela sociedade florianense. Como fontes, utilizou-se principalmente, jornais publicados à época, memórias e relatos orais. A análise das fontes foi feita a partir de estudos sobre memória, história oral, e estudos com a temática: cidade, cotidiano, prostituição e sexualidade. A luz de autores como Verena Alberti, Paul Thompson, Michel Pollak, Sandra Jatahy Pesavento, Margareth Rago, Magali Engel, Maria Izilda Santos de Matos, Michel Foucault, Michel de Certeau, entre outros.

     

     
2018
Descrição
  • MARIA LIDIEGIDA DE SOUSA VIANA
  • A CASA EM TERESINA: Mudanças e percepções no espaço doméstico (1900 a 1920)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 27/08/2018
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  • Com o intuito de evidenciar as mudanças desejadas para a cidade de Teresina no início do século XX, as quais repercutiram e se fundiram ao modo de construir e se apropriar dos espaços das casas que abrigavam as famílias teresinenses mais abastadas da capital piauiense nas décadas de 1900 a 1920, construíram-se os trajetos dessa pesquisa. Para tanto, esse estudo guiou-se pelos referenciais da história cultural, visando a analisar e refletir sobre as mudanças na arquitetura das casas teresinenses que progressivamente se alteraram do estilo colonial (rural) para o eclético e, consequentemente, implicaram a adesão a novos ordenamentos sociais nos espaços privados e públicos. Tais vicissitudes provocaram, ainda, mudanças nas sociabilidades e nos relacionamentos entre os indivíduos, os costumes, os hábitos e as práticas culturais; além de modificações na forma de conceber a casa, seus espaços e as relações entre os sujeitos que a coabitam, transformando-a em um lar doméstico. Para sobrelevar as mudanças no espaço doméstico teresinense, o estudo percorreu múltiplas fontes históricas, a saber: fontes bibliográficas, que proporcionaram referenciais teóricos e metodológicos para o desenvolvimento do trabalho; fontes hemerográficas e fontes literárias (principalmente obras escritas por Abdias Neves, Clodoaldo Freitas e Lili Castelo Branco), cuja análise, a partir da relação História & Literatura, forneceu a percepção do ser família teresinense e os ideais constituídos para esta no período pesquisado; fontes iconográficas e imagéticas, que oportunizaram compreender as alterações (materiais) urbanas e a arquitetura doméstica teresinense. A variedade de fontes históricas utilizadas, congregadas ao embasamento teórico-metodológico, forneceram o suporte necessário para o desenvolvimento desse trabalho, à medida que os dados e reflexões fizeram emergir um arcabouço maior de análises e compreensão sobre a realidade histórica da capital teresinense até a década de 1920, cuja população (con)vivia entre a dicotomia da modernidade do século XX ardorosamente desejada e tradição (apego) rural do século XIX.

  • JESSICA DE SOUZA MACIEL
  • A CAMPANHA DAS “DIRETAS JÁ” NA PERSPECTIVA DOS JORNAIS O ESTADO E O DIA EM TERESINA (1983-1984)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 24/08/2018
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  • A presente dissertação analisa a campanha das “Diretas Já” em Teresina, a partir da perspectiva dos jornais impressos, entre os anos de 1983 e 1984, levando em consideração o contexto histórico local em consonância com a esfera nacional. As análises ocorrem em torno das representações dos jornais O Estado e O Dia sobre a campanha das “Diretas Já”, observando como esses periódicos abordaram as manifestações públicas, os comícios, as relações estabelecidas entre os partidos de oposição e as entidades de classe, percebendo também quais atores políticos estavam envolvidos no cenário político da época. A principal problemática a ser analisada neste trabalho é: como a imprensa escrita local atuou na construção da imagem da campanha das “Diretas Já”. As fontes primárias utilizadas nessa pesquisa foram títulos, matérias de jornais e imagens, que ao serem analisadas em diálogo com a historiografia, possibilitaram concluir que embora os jornais transmitissem a imagem de que o movimento das “Diretas Já” a nível local fosse de pouca expressão e que aglutinou em torno de si poucos adeptos. O que se verificou de fato foi que a campanha das “Diretas Já” movimentou a vida política da cidade, mobilizando o povo teresinense, os partidos de oposição e as entidades com manifestações em praças, em passeatas e em comícios pelos bairros de Teresina. O trabalho tem um diálogo teórico e metodológico com os seguintes autores: Chartier (1988), Certeau (2000), Rémond (2003), Teixeira (2010), Carvalho (2007), Capelato (1988) Kinzo (1993) e entre outros. 

     

     

  • NAIRA DE ASSIS CASTELO BRANCO
  • Narrativas de luta e sobrevivência: experiências femininas sobre violência de gênero em Parnaíba, Piauí (1995/2017)
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 06/08/2018
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  • Este trabalho analisa as experiências de violência de gênero, comumente tratada como violência doméstica, sofrida por mulheres parnaibanas, seus efeitos e resistências através de táticas cotidianas entre as décadas (1995/2017) na cidade de Parnaíba – PI. A pesquisa se desenvolveu analisando os dados obtidos nos registros de agressões da Delegacia da Mulher desta cidade, gráficos e estatísticas, além de narrativas orais de mulheres que sofreram violência de gênero, seja de forma física, simbólica ou emocional, O interesse foi analisar as permanências históricas nas relações de dominação de gênero, as rupturas proporcionadas pelo  movimento feminista e pela Lei Maria da Penha (e os efeitos nas relações sociais na cidade de Parnaíba) e, de forma mais aprofundada, ampliar a escuta de mulheres, a partir de suas histórias, compreendendo formas diversas de violência no cotidiano privado e táticas de luta, resistência e sobrevivência do gênero feminino contra a  opressão de caráter patriarcal, demandando debates no cenário acadêmico, público e político.

     

     

     

     

     
  • SAMAIRKON SILVA DE OLIVEIRA ALVES
  • MULHERES E SOCIABILIDADES: História das Mulheres e Educação em Picos-Piauí (1940-2015).
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 03/08/2018
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  • Este trabalho realiza uma análise de mulheres picoenses sertanejas e suas vivências pessoais e
    profissionais no período de 1940 até 2015. O objetivo é investigar a trajetória de vida das
    personagens trabalhadas, bem como analisar suas relações familiares, de trabalho, na arte,
    suas participações políticas, sociais e educacionais na cidade de Picos a partir da metade do
    século XX. Considera-se o lugar de fala dessas mulheres a cidade em que vivem suas
    experiências diversas. Por conseguinte, o trabalho contribuiu ao ampliar o leque de estudos
    historiográficos sobre a história das mulheres e suas participações socio-históricas no contexto
    picoense. As fontes utilizadas foram entrevistas colhidas com as colaboradoras, utilizando
    metodologias propostas pela História Oral para construção do trabalho, assim como os
    arquivos particulares das personagens, que incluem fotografias, documentos e livros. Dentre
    autores relevantes para a pesquisa, estão Lucília de Almeida Neves Delgado e Sônia Maria de
    Freitas. Como referencial teórico foram utilizadas as obras A nova história das mulheres no
    Brasil, História das mulheres no Brasil, História e memória, o livro organizado por António
    Novoa Vida de professores, dentre outros que colaboram para compreensão da história das
    mulheres, gênero, história de vida, memória e educação.
  • LEANDRO MACEDO SANTOS
  • MASCULINIDADES, TENSÕES E DESEJOS NA SENSIBILIDADE JORNALÍSTICO-LITERÁRIA DE TERESINA (1900-1925)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 13/07/2018
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  • Este trabalho é um estudo das masculinidades teresinenses e sua experiência erótico-amorosa dentro de sua cultura. O objetivo desta pesquisa é analisar a sociedade teresinense a partir do que se era escrito no período (1900-1925), entre crônicas de jornais e literatura ficcional produzidos por homens das letras. Pesquisamos, para tanto, diversos jornais, contos, romances e poesias, fontes inestimáveis que refletiam o cotidiano da cidade no âmbito das relações amorosas, seus gozos e tensões. Nosso recorte temporal (1900-1925) foi pensado tendo em vista as mudanças ocidentais começadas no século XIX que ainda estavam pressionando as primeiras décadas do século XX em Teresina. Utilizamos como aporte teórico alguns nomes da História Cultural, tendo como conceito central o de experiência, de Peter Gay, principal autor utilizado no trabalho. Além deste, utilizamos outros autores para pensarmos o contexto ocidental em que nosso tema está circunscrito, entre eles Jean Delumeau, Georges Duby, Ronaldo Vainfas, Sérgio Buarque de Holanda, Maria Maluf, Durval Muniz de Albuquerque Júnior, Del Priore, entre outros(as). Utilizamos como metodologia de pesquisa a revisão bibliográfica e a análise documental (jornais, revistas literárias, romances, contos e poesias). Nossas fontes documentais utilizadas na escrita do texto foram encontradas no Arquivo Público do Estado do Piauí, na Hemeroteca da Universidade Federal do Piauí, e no site Memória do Jornalismo Piauiense.

  • FRANCES DE FRANCIS SILVA SALAZAR
  • IMIGRAR, TRABALHAR, LUCRAR: A TRAJETÓRIA SÍRIO-LIBANESA EM CODÓ-MA (1920-1960).
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 03/07/2018
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  • O trabalho intitulado “Imigrar, trabalhar, lucrar: a trajetória sírio-libanesa em Codó-MA (1920-1960)” investiga o funcionamento e organização do mundo de trabalho sírio-libanês na cidade de Codó no período em recorte. Partindo do cenário transcorrido entre o final do século XIX e início do século XX, onde observa-se o ingresso de imigrantes de origem árabe, em especial sírios e libaneses e o seu estabelecimento na praça comercial da cidade, procura-se entender como, nas décadas seguintes, esses sujeitos passaram a ocupar posições de destaque na elite socioeconômica da cidade. O êxito alcançado pelo grupo suscita o interesse na identificação e análise das estratégias empregados por eles para o alcance dessa meta. Esta pesquisa dedica-se a entender esse processo de mobilidade econômica e social tomando as experiências de trabalho do imigrante como principal eixo discursivo. Nesse sentido, faz-se um exame da atuação sírio-libanesa na economia codoense entre as décadas de 1920 a 1960, caracterizando a presença sírio-libanesa na economia codoense e a partir disso, sua experiência migratória. Emprega-se nessa tarefa o suporte empírico de fontes orais, jornais, registros e atas da prefeitura de Codó e os conceitos de cidade, memória e representação no desenvolvimento narrativo.

     

  • MARCELO GONÇALVES DE OLIVEIRA
  • ITINERÁRIOS DE UM NÃO LUGAR: ESTRATÉGICAS E TÁTICAS NA (DES) FAVELIZAÇÃO DA CIDADE DE TERESINA (1969-1999)
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 02/07/2018
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  • Este trabalho tem o objetivo de estudar historicamente o modo como as favelas de Teresina, Capital do Estado do Piauí, modificaram a configuração urbana da cidade a partir da década de 1970, propondo novas relações entre seus moradores, o Poder Público e os espaços da Capital piauiense. Os Planos Urbanísticos formulados pelo governo desde o fim dos anos de 1960, como forma de mapear a cidade, foram sintomáticos do esgarçamento da imagem da cidade retilínea e planejada projetada para Teresina desde a sua origem. Com a explosão demográfica e a intensificação do fenômeno das favelas, a urbe é tomada pelas ações dos seus sujeitos ordinários que, na experiência do cotidiano, constroem a cidade. Os documentários experimentais Povo Favela e Pai Herói, produzidos em 1978 e 1980, respectivamente, foram tomados como significativos para olhar a cidade para além daquela dos Planos e mostrar uma outra, muitas vezes invisível ao olhar do Poder Público. Na luta por fincar-se no espaço da Capital, uma teia de relações é estabelecida pelos moradores junto ao Poder Público: estratégias, táticas, composições. O Jornal Alternativa, produzido por moradores, foi um subsídio valioso para o entendimento dessas relações. Por fim, buscou-se compreender as estratégias formuladas no âmbito de políticas públicas, no início dos anos de 1990, que objetivaram a desfavelização da cidade através do mapeamento de espaços urbanos tidos por desordenados e da transmutação desses espaços em bairros e vilas legalmente constituídos. Nos recenseamentos, assim como em projetos municipais, tais como o “Projeto Vila-Bairro”, encontram-se exemplos de estratégias discursivas utilizadas pela gestão pública municipal para cooptar – e assim apagar, ocultando-as sob o manto da legalidade – essas ocupações desordenadas da cidade de Teresina. Teoricamente, o estudo é suportado pela proposição certeuriana de que a cidade corresponde a um empório de estilos, o que nos permite enxergar as cidades invisíveis, expressas nas práticas cotidianas de seus moradores, e perder de vista as cidades visíveis, as quais reluzem ilusoriamente nos cartões postais.

  • STHÊNIO DE SOUSA EVERTON
  • RESSONÂNCIAS DE UM PASSADO PRÓXIMO: Teresina, a cidade do #Contraoaumento e os movimentos sociais em rede.
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 28/06/2018
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  • A presente pesquisa objetiva analisar os protestos que ficaram conhecidos como #Contraoaumento, que aconteceram em Teresina nos anos de 2011 e 2012. Historicamente, manifestações de rua foram elencadas na História como ápice de acontecimentos outros, não guardando na sua feitura uma importância maior. Porém, no início do século XXI, um novo ciclo de lutas globais chamaram a atenção ao propor novas formas de organizações e ações populares, estabelecendo distintos contrapoderes; movimentos que foram da África à Europa, e da Ásia à América do Norte; derrubaram governos e contestaram seus regimes de vida, estabelecendo verdadeiras redes globais de contestação social. Em Teresina, capital do Piauí, milhares de jovens marcharam pelas ruas depois que a prefeitura municipal anunciou o aumento da tarifa de ônibus, causando um intenso sentimento de indignação na sua população local. Usando o espaço virtual da novas mídias de comunicação social, esses jovens não só organizaram-se num novo espaço, mas também empreenderam suas próprias narrativas a respeito dos protestos, conseguindo estabelecer uma disputa de discursos com o establishment da mídia local. Partimos, portanto, de um duplo movimento analítico, primeiramente buscamos analisar o contexto urbano da cidade e de seu sistema de transportes coletivos, uma vez que o aumento da tarifa foi o motivo principal dos protestos. E em segundo buscamos analisar a própria feitura do #Contraoaumento enquanto acontecimento político social e cultural de uma sociedade que se professa cada vez mais global, discutindo as principais ações, tensões e estratégias utilizadas pelos manifestantes. Nesse caminho dialogamos com variadas áreas de conhecimento, elencando as discussões de Manuel Castells (2016; 2017), Antonio Negri e Michael Hardt (2014; 2015), sobre a sociedade pós-fordista, e de Otília Beatriz Fiori Arantes (2013), Antonia Jesuíta de Lima (1996), Ermínia Maricato (2013), sobre consumo e produção do espaço urbano, e Alessandro Portelli (2006), sobre a metodologia da História oral, como de suma importância na constituição da problemática. Além da discussão bibliográfica, elencamos uma série de fontes como documentos oficiais, banco de dados particulares, jornais impressos e eletrônicos, imagens, entrevistas de história oral, além das redes sociais como o Twitter e Facebook.

  • DEUSDETE DA ROCHA BARROS
  • FUTEBOL PIAUIENSE: ENTRE TRAMAS E MEMÓRIAS (DÉCADAS DE 1960 E 1970)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 28/06/2018
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  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar o futebol piauiense nas décadas de 1960 e 1970, tendo como fio condutor o processo de profissionalização desse esporte no Piauí, bem como os desdobramentos dessa profissionalização dentro do recorte tempo/espaço escolhido. A análise feita teve como cerne a ideia do futebol como um elemento histórico/social, imbricamente relacionado com o contexto político e social da época.  Como sugere o título da pesquisa, a história oral foi uma das principais metodologias utilizadas nesse trabalho, pois buscamos trazer para o centro da análise a memória dos principais sujeitos do campo futebolístico que vivenciaram esse período: jornalistas esportivos, ex-dirigentes e ex-jogadores, com destaque para esses últimos.  Fizemos também uso de fontes hemerográficas e de autores como Cláudia Cristina da Silva Fontineles, Pedro Vilarinho Castelo Branco, Aníbal Renan Martinot Chaim, Severino Gomes de Oliveira Filho, Hilário Franco Júnior, Dídimo de Castro Pereira, Carlo Ginzburg, Alessandro Portelli, entre outros.

  • LARICE IRIS MARINHO MOURA
  • MULHERES EM PERSPECTIVAS: Educação, trabalho, casamento e maternidade em Picos - PI (1950-1970)
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 27/06/2018
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  • Este trabalho analisa o processo de escolarização feminina em Picos e sua relação com os papéis femininos direcionados para o casamento e a maternidade nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Assim, são abordados os aspectos que produzem as feminilidades e as diferenças entre os gêneros nos âmbitos das práticas infantis, da educação, do mercado de trabalho, dos espaços de sociabilidades e das próprias relações afetivas. Investigam-se também as questões relacionadas à sexualidade e à erotização do corpo feminino, que se configuram diante de novas apropriações dos espaços e relações sociais, enfatizando o amor e sua relação com o casamento. Enfatiza-se a (re)definição das funções de esposa, mãe e dona de casa diante da ampliação dos espaços de atuação feminina. A partir desses eixos, analisou-se as histórias de vida de sete mulheres que viveram em Picos, interior do Piauí, no período delimitado, pois entende-se que suas lembranças revelam memórias individuais e coletivas nos permitindo entender as continuidades e rupturas das definições femininas com base nas diferenças hierárquicas de gênero. Além das fontes orais, esta pesquisa fundamenta-se em jornais que circulavam na cidade no período em estudo, crônicas, brincadeiras infantis, fotos, livros de memória e biografia. As fontes são analisadas com base nos estudos de memória, gênero, História das mulheres e produções historiográficas sobre temas que tangenciam com esse campo temático.

     

     

  • MARISTELLA MUNIZ RODRIGUES
  • ENTRE COMEMORAÇÕES CÍVICAS E LUTAS PELA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA: a política cultural do governo Alberto Silva
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 21/06/2018
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  •  A dissertação analisa as políticas culturais do primeiro governo de Alberto Tavares Silva (1971-1975) tendo como foco as comemorações da Independência do Brasil e à incorporação da Batalha do Jenipapo a esse eventos cívicos. Para isso, considera-se o contexto político da ditadura civil-militar. As fontes utilizadas foram os jornais publicados no período, as mensagens governamentais enviadas ao legislativo, imagens, biografias e bibliografia sobre o período. Aborda-se, inicialmente, a situação política do Brasil e do Piauí na década de 1970. Para analisar o Brasil, fez-se uso da bibliografia sobre a situação política do país com a instauração do golpe civil-militar (1964) e a ditadura que se instituiu a partir daí. Para analisar o Piauí, recorreu-se a documentos que informaram sobre o quadro político e as articulações de Alberto Silva ao assumir o poder. A pesquisa contempla especialmente as propostas e realizações político-culturais do governo. Analisam-se os principais incentivos desenvolvidos nessa gestão, bem como as comemorações cívicas da Independência do Brasil, observando como eram realizadas essas festividades, enfatizando como a Batalha do Jenipapo é relacionada a essas comemorações e a construção da memória que o Estado objetivou incutir na sociedade piauiense, especialmente com a valorização do 13 de março, apontando as novidades do governo de Alberto Silva em relação aos governos anteriores.

     

     
  • PRISCILA DE MOURA SOUZA
  • ASSIS BRASIL ENTRE A HISTÓRIA E A FICÇÃO: transformações urbanas, sociabilidades de gênero e representações de Parnaíba nas décadas de 1930 e 1940.
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 12/06/2018
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  •  Este trabalho investiga os romances Beira rio beira vida (1965), A filha do Meio-Quilo (1966), O salto do cavalo cobridor (1968) e Pacamão (1969), de Francisco de Assis Almeida Brasil (Assis Brasil), seu lugar de produção e o lugar onde foram ambientados. A tetralogia é voltada para as práticas e sociabilidades de homens e mulheres. O período de escrita dos romances, Rio de Janeiro da década de 1960, foi marcado pelo trabalho de Assis Brasil no Jornal do Brasil, Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, revista Cadernos Brasileiros, Jornal Tribuna da Imprensa. Atuou como crítico literário o que possibilitou ler e discutir autores novos e autores já consagrados. No espaço do suplemento discutiu os caminhos seguidos pela literatura e sua função social. Os romances possuem estreita relação com essas discussões.  Assis Brasil rememora Parnaíba das décadas de 1930 e 1940, representando um conjunto de práticas que regiram o agir, os espaços, o vestir, o portar-se em espaços novos de sociabilidades que marcavam a emergência de uma camada urbana enriquecida com o comércio de exportação e importação. Por fim, apresenta-se o viver em Parnaíba a partir das singularidades dos romances, as prostitutas do cais, as sociabilidades do cais e da cidade, os agregados das fazendas, homens e mulheres cultos, civilizados, homens fortes, viris. A análise em questão contempla variada gama de fontes que vai dos periódicos cariocas acima citados, à cidade de Parnaíba com os relatos dos cronistas sociais, passando pela iconografia e a literatura local.

  • LÍVIA MARIA SILVA ALVES
  • ELEIÇÕES, PARTIDOS E OLIGARQUIAS NO PIAUÍ: Permanência e reprodução da elite parlamentar (1998-2014).
  • Orientador : MANOEL RICARDO ARRAES FILHO
  • Data: 21/05/2018
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  • Esta pesquisa consiste na análise das elites políticas e no processo de oligarquização dentro do Legislativo Piauiense, bem como na compreensão da constituição, homogeneidade e estabilidade política, tendo como foco os deputados estaduais eleitos entre os anos eleitorais de 1998 e 2014. Uma consequência direta desse quadro observado é a grande concentração de poder nas mãos de um reduzido número de famílias políticas tradicionais. É necessário ressaltar que o cenário político do Piauí apresenta uma histórica situação oligárquica na qual o apego ao poder e aos benefícios que este oferece, aliado à falta de meios de controle pelos liderados, possibilitara o processo de oligarquização dentro do Legislativo Estadual do Piauí. Desse modo, a contribuição dos teóricos elitistas Gaetano Mosca, Vilfredo Pareto e Robert Michels é útil para a compreensão do funcionamento efetivo, a qualidade e as limitações de operação do regime democrático no estado piauiense. A realização deste trabalho tem como ponto de partida a análise das fichas de candidaturas e as Atas de posse dos deputados eleitos encontrados nos arquivos públicos do TRE-PI e da Assembleia Legislativa piauiense. Além disso, analisa os resultados oficiais das eleições lançados pelos sítios eletrônicos do TSE e TRE-PI, assim como os perfis biográficos dos parlamentares em cada legislatura, que são essenciais para compreender o processo de oligarquização e as relações familiares e partidárias dos deputados que foram eleitos.

  • MARIA LUCIMAR DA ROCHA
  • A CIDADE E (N)A HISTÓRIA: UMA ANÁLISE DO PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE ALAGOINHA DO PIAUÍ (1960- 1986)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 13/04/2018
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  • Neste trabalho, tratamos da cidade de Alagoinha do Piauí, buscando, através não só da
    documentação a respeito da tramitação legal do processo emancipatório como Atas, Abaixo-
    assinados, Decretos, Leis, Memorandos, Constituições, Relatórios, Ofícios e dos requisitos
    legais exigidos para desmembramentos e criação de novos municípios; mas também das
    reminiscências contidas nas representações e apropriações que seus moradores tiveram a
    respeito de momentos marcantes de sua cidade como poemas, crônicas e textos
    memorialísticos; analisar o processo de emancipação política do município, que tem sua
    primeira tentativa em 1960 negada, e obtém êxito, alcançando sua autonomia administrativa
    em 1986, quando se desmembra de Pio IX e se torna Município autônomo. A fim de entender
    melhor o contexto histórico da cidade sobre a qual estamos nos debruçando, abordaremos
    também as suas condições históricas de emergência no século XVIII, o seu povoamento e sua
    urbanização, por percebermos que tais acontecimentos repercutem no momento de reivindicar
    a emancipação política de Alagoinha do Piauí. Como aporte teórico/metodológico que
    orientam esta escrita, temos Michael Pollak, Roger Chartier, Sandra Pesavento, Michel de
    Certeau, Alcides Nascimento, Antônio Paulo Rezende, Raquel Rolnik e Ana F. A. Carlos.

  • CARLOS LOPES BARBOSA
  • “UM GRUPO DE PESSOAS QUE NÃO SE AQUIETAVA”: Geração Antônio Noronha Filho e a emergência de uma nova sintaxe urbana em Teresina na década de 1970
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 23/03/2018
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  • No início da década de 1970, em um contexto de ditadura, a cidade de Teresina, capital
    do Estado do Piauí, assistiu à emersão, em torno dos mais diversos espaços de
    sociabilidades da cidade, de um grupo de jovens realizadores empenhados na construção
    de novos códigos comunicacionais no âmbito da arte e desta emergência resultou no
    surgimento da geração Antônio Noronha Filho. O presente trabalho, tomando este
    contexto como principal argumento empírico, se propõe a narrar a história das relações
    entre práticas espacializantes dos citados sujeitos, a arte experimental destas práticas e
    as condições históricas de existir do interior das quais a geração de jovens em estudo
    efetivamente emergiu. À luz de teóricos tais como Michel de Certeau, Marc Augé e
    Richard Sennett, entre outros, o trabalho toma as práticas espacializantes encetadas pelo
    fragmento juvenil teresinense em estudo como principal pretexto para contar a história
    de Teresina a partir da análise dos movimentos de corpos juvenis como parte de um
    processo que resultou na constituição de uma nova sintaxe urbana na capital piauiense.

  • PAULIANA MARIA DE JESUS
  • REFLEXÕES SOBRE A MODERNIZAÇÃO DE CAMPO MAIOR ENTRE 1930 A 1970
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 23/03/2018
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  • Este trabalho procurou analisar o processo de modernização de Campo
    Maior no período de 1930 a 1970. A pesquisa objetivou compreender qual a relação
    entre o poder público e a principais transformações urbanas no sentido de modernizar a
    cidade, entre as quais se destacam: a implantação da energia elétrica, melhorias no
    sistema de abastecimento d’água através da canalização da mesma, calçamento e
    alargamento de avenidas e ruas, arborização e remodelação das principais praças da
    cidade, construção de obras de grande porte como: o novo mercado público, o Terminal
    Rodoviário Zezé Paz, a construção da nova sede da prefeitura o “Palácio das
    Carnaúbas” etc. Constatou-se através da pesquisa empreendida para a construção desta
    narrativa que o poder público visava deixar a cidade mais limpa e saneada dando a ela
    um aspecto civilizado. Sendo que essas reformas estavam imbuídas de um sentido que
    projetava o progresso e desenvolvimento para a cidade. Dessa forma, buscou-se
    entender as justificativas apresentadas pelo poder público para a realização das referidas
    reformas, além de entender como a população representa, através da memória, as
    modificações ocorridas na cidade, uma vez que, muitas casas e prédios arquitetônicos de
    valor histórico, do período colonial foram demolidos e casas e terrenos foram
    desapropriadas para que acontecesse essas modificações na cidade. As fontes analisadas
    são constituídas por: decretos e projetos-leis, jornais, literatura, tabelas e dados
    estáticos, imagens e relatos orais através do emprego da metodologia da História oral.

  • RODRIGO CAETANO SILVA
  • O escravo e o senhor nos últimos anos de escravidão no Piauí
  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 07/02/2018
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  • O referido texto tem como objetivo analisar os fatores que contribuíram para o processo de diminuição da população escrava, no Piauí. Dentre esses fatores apontados: o tráfico interprovincial, as ações das sociedades emancipadoras, a concessão da carta de alforria feita por livre vontade do senhor e a conquista da carta de alforria pelo próprio escravo. Assim, indicam-se a dinâmica e as causas que favoreceram o processo de diminuição e libertação de trabalhadores escravizados. O recorte espacial da pesquisa é a província do Piauí, na qual ainda persiste carência de produções e pesquisas acerca do processo de diminuição e da libertação dos escravos. Já o recorte cronológico da pesquisa contempla o período entre os anos de 1872 - 1887, justificado pelo fato de ter sido na segunda metade do século XIX a intensificação no combate à escravidão no Brasil. Para além disso, foi durante esse espaço de tempo que ocorreu uma diminuição abrupta do número de escravos na província piauiense. Ao selecionar o objetivo proposto, algumas questões ainda se tornaram pertinentes e, por isso, norteadoras da pesquisa: perceber de que forma os escravos contribuíram para seu processo de libertação. Além disso, verificar como as pessoas livres contribuíram para o processo de diminuição e libertação dos escravos, no Piauí. Acrescenta-se que se tem nos ensinamentos de E. P. Thompson a forma teórico-metodológica.

  • MARCELO CARDOSO
  • JURO DEFENDER A CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO E OBEDECER A MEUS SUPERIORES [...]": CORPO DE TROPAS DE POLÍCIA DA PROVÍNCIA DO PIAUÍ 1835-1865.
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 23/01/2018
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  • Este trabalho estuda o Corpo de polícia do Piauí entre 1835-1865, anos marcados respectivamente pela criação e mobilização da força policial para campanha do Paraguai. Nesse período o império passa por um processo de mudanças na administração da justiça, na política interna e externa que termina exigindo uma organização e fortalecimento do aparato policial. O objetivo da pesquisa é identificar as condições que tornaram possível a criação do Corpo de tropa de polícia, o processo de organização, a disciplina e as reações dos indivíduos as normas dentro da instituição policial. Esse estudo busca emparelhar-se com a produção desenvolvida nos últimos anos sobre a história da polícia, em especial os realizados por Thomas Holloway, Marcos Luís Bretas, Cláudia Mauch, Wellington Barbosa da Silva e outros que ampliam a compreensão do tema. As fontes analisadas estão disponíveis no Arquivo Público do Piauí e Arquivo Pessoal sendo compostas de relatórios que indicam a situação do Corpo de polícia, anualmente, com reclamações e alterações ocorridas no transcorrer de sua existência; ofícios de comandantes de destacamento e requerimentos de policiais que mostram a natureza do serviço militar, a disciplina e as punições; legislação, leis e códigos da província e império; historiografia da polícia do Piauí. Nesse estudo foi possível observar que o Corpo de polícia passou por constantes alterações na sua organização e disciplina, tendo exercido um papel primordial ao lado da força de linha e guardas nacionais na manutenção da ordem, segurança individual e particular na província do Piauí.

2017
Descrição
  • RONYERE FERREIRA DA SILVA
  • O TEATRO EM TERESINA: PRODUÇÕES ARTÍSTICAS E TENSÕES CULTURAIS (1890-1925)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 05/12/2017
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  • A dissertação analisa o teatro em Teresina, a partir da perspectiva de suas produções artísticas e tensões culturais, entre os anos de 1890 a 1925. Reflete sobre o processo de rearranjo cultural que ocorreu nesse período, as relações sociais estabelecidas entre os diferentes sujeitos inseridos no cotidiano teatral, como artistas, dramaturgos, espectadores, redatores de jornais e autoridades policiais, bem como os processos de intervenção do Estado e da imprensa nos acontecimentos em torno do teatro. As fontes primárias utilizadas foram crônicas, anúncios, documentos oficiais, notas informativas, textos teatrais e imagens, que ao serem analisadas em diálogo com a historiografia, possibilitou concluir que o fazer teatral era compreendido como um privilegiado instrumento civilizatório, um veículo que possibilitava a interferência intelectual na sociedade. Essa importância atribuída ao teatro e suas práticas se manifestou na imprensa, em que cronistas buscavam prescrever comportamentos, delinear formas apropriadas de encenação e impor significados próprios aos demais grupos integrantes do fazer cultural na cidade. O diálogo teórico e metodológico da pesquisa ocorre com Williams (1991), Mencarelli (1999), Souza (2002), Chartier (2012) Queiroz (2011, 2015), Darnton (2016), entre outros.

  • EDUARDO DE ANDRADE MACHADO
  • Serviço régio e governo colonial - João Pereira Caldas e a capitania de São José do Piauí (1759-1769).
  • Data: 27/10/2017
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  • O estudo que apresentamos com esta dissertação trata da história da Capitania de São José do Piauí, instituída em 1759, cujo primeiro governador é João Pereira Caldas, previamente ocupante de cargos e pleitos militares nobilitantes e decisivos para sua indicação para o posto na reestruturação daquela capitania dentro do Estado do Grão-Pará e Maranhão (1751-1774). Governaria entre 1759 e 1769. A documentação produzida no âmbito das relações institucionais políticas seculares e religiosas do período, nos possibilitou reconstituir aspectos do cotidiano, das relações entre indígenas, negros, brancos e mestiços, as atividades laborais, as culturas em sociedade tropical em processo de colonização portuguesa, as representações e memórias dos sujeitos colaboradores dos projetos de colonização do Piauí, acompanhando a história daquela sociedade, a partir do agente João Pereira Caldas.

  • CAMILA MELO SILVEIRA DA SILVA
  • VIVER E SOBREVIVER: O COTIDIANO DAS MULHERES POBRES EM TERESINA (1890-1920)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 31/08/2017
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  •  Este trabalho estuda as condições históricas e sociais que envolveram o cotidiano de mulheres pobres em Teresina, capital do Estado do Piauí, durante os anos 1890 a 1920. Questiona-se as formas de perceber as mulheres pobres da cidade, as normas que asseguram essa definição e as articulações das suas práticas à nova organização social da República e aos projetos de modernização e civilização que intelectuais almejavam para Teresina. Pretende-se assim, conhecer os códigos sociais e culturais que incidiam sobre as mulheres desses segmentos, através da análise das condições de vida, do trabalho, do lazer e de quando se envolviam em ocorrências criminais na cidade. O recorte temporal justifica-se por este ser um período em que Teresina, inserida no novo ordenamento social que a república propunha, vivenciara um processo de modernização na sua infraestrutura, além do embelezamento do espaço urbano, que contribuíram para o surgimento de novas sociabilidades. O corpus documental que permitiu o desenvolvimento do tema proposto é formado por crônicas, contos e artigos publicados em jornais e revistas, arquivos da cadeia pública de Teresina, da Secretaria de Polícia do Estado do Piauí, processos jurídicos penais, inquéritos policiais, bem como romances, poesias, dados censitários, mensagens e relatórios governamentais. Os cronistas são utilizados como interlocutores privilegiados da cidade, por vivenciarem o cotidiano e produzirem textos que expressam intenções claras em regular o comportamento dos habitantes, com o objetivo de edificar uma sociedade civilizada nos moldes europeus. No universo conceitual que norteia o presente estudo, destacam-se os conceitos sobre pobres e o mundo da pobreza, vistos, respectivamente, como o indivíduo que de modo permanente ou temporário, encontra-se em situação de debilidade, dependência e humilhação caracterizada pela privação de meios, e um meio esotérico e exótico que parece refletir os problemas da sociedade dos “homens de bem”, propostos por Mollat (1989) e Geremek (1989). Sobre processo civilizador, modernização e modernidade, utilizamos os estudos de Elias (1994) Ortiz (1991) e Rezende (1999; 200) respectivamente. Como base para as discussões sobre História, Mulheres, Literatura, Criminalidade foram utilizados trabalhos como os de Dias (1984), Soihet (1989), Esteves (1989), Castelo Branco (2005), Cardoso (2010), Fausto (1984) e Foucault (1987). Argumenta-se que os valores morais de viver e conviver em sociedade que despontavam na cidade, contribuíram para que as populares fossem colocadas à margem do padrão de civilidade pelo qual as pessoas passavam a ser cobradas.

  • NAYANE ÁUREA SANTIAGO COSTA
  • O MODERNO NO URBANO: reflexos de uma arquitetura escolar no patrimônio cultural de Teresina. (1970-1985)
  • Orientador : ALCILIA AFONSO DE ALBUQUERQUE E MELO
  • Data: 31/08/2017
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    O tema deste trabalho é o diálogo entre a Arquitetura e a História relacionando, para tanto, edificações e seus aspectos patrimoniais. O objeto de estudo consta do estilo arquitetônico moderno aplicado na construção de prédios escolares projetados pelo arquiteto Miguel Caddah, entre os anos de 1970 a 1985. Quatro exemplares dessa arquitetura são parte deste estudo: o Centro Estadual de Educação Profissional Governador João Clímaco D’ Almeida (1971); CEEP Paulo Ferraz (1974);Unidade Escolar Clemente Fortes (1976), atual SEMTCAS; e o edifício anexo (bloco C) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí- IFPI (1985).O recorte temporal envolve os anos de 1970 a 1985, período de ditadura militar no qual a cidade recebia as primeiras influências do estilo moderno nos edifícios escolares após o projeto “Aliança para o Progresso”.O objetivo principal deste trabalho é analisar a produção arquitetônica de Caddah referente à arquitetura escolar a partir de uma percepção do ponto de vista patrimonial, considerando, para isso, sua contribuição para o patrimônio histórico-cultural da cidade. Justifica-se a pesquisa ao perceber a necessidade de uma abordagem patrimonial-urbana nos estudos da área de arquitetura moderna educacional. Caddah é um dos principais arquitetos piauienses e contribuiu com uma vasta obra no setor educacional e institucional. Por meio de sua produção arquitetônica, muitas obras em estilo moderno foram incluídas na paisagem urbana a qual, em tempos anteriores, não possuía exemplares deste estilo.  Para analisar as obras,foram utilizadas as metodologias, a saber: pesquisa arquitetônica (análise de edificações), pesquisa da História Oral (entrevistas com pessoas envolvidas na construção das obras, frequentadores das escolas, relatos etc.), pesquisas com fontes primárias (projetos arquitetônicos originais, fotografias etc.) e com fontes secundárias (livros, periódicos, jornais) que auxiliaram na fundamentação da pesquisa. O estudo de tais edifícios faz refletir sobre os conceitos de História Urbana, portanto, são objetos de relevância e poderão servir de instrumento para identificação da memória, patrimônio e cultura urbana teresinense.

     

     

     

  • FRANCILENE CUNHA DE MORAIS
  • SOCIEDADE E FAMÍLIA: Um estudo dos casamentos em Barras (PI) de 1889 a 1930.
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 31/08/2017
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  • O estudo avalia o casamento no Piauí, através da análise de documentos cartoriais do município de Barras, evidenciando a formação familiar na região, entre os anos de 1889 e 1930. Período caracterizado por várias transformações que envolveram aspectos da vida cotidiana, como a que atingiu diretamente o vínculo matrimonial, devido a processos como laicização do Estado e secularização do casamento, que transferiram a incumbência dos enlaces do domínio religioso para o civil. A pesquisa apresenta desde a formação da sociedade piauiense, o seu povoamento, a formação das vilas, especialmente a região Norte do Piauí e Barras até algumas alterações de normas que regiam o casamento e informações sobre o modo como o matrimônio foi vivenciado no final do século XIX na cidade de Barras. Destacam-se vários aspectos como: a escolha dos noivos, em que se considera o tipo de extração social, a faixa etária, o estado civil, os índices de escolarização e orfandade, a profissão e o local de origem ou de residência; os impedimentos de consanguinidade apresentando os documentos necessários e os tipos de impasses legais à realização do casamento, por consanguinidade ou afinidade. Consta a passagem do casamento religioso ao casamento civil, salientando temas como o local, os meses, os dias e horários e por fim informação sobre as testemunhas, faixa etária e profissões exercidas. Dessa forma, foi necessário investigar sobre a instituição do casamento num período em que este passa do domínio religioso para o civil, comprovando que, apesar da adequação ao novo sistema matrimonial regido pelo Estado, a fim de assegurar legitimidade ao enlace, o casamento religioso ainda preserva forte relevância junto à população, marca da sua presença como cerimônia legítima nas leis dos homens e de Deus no Brasil, desde o século XVII até o século XIX.

  • PABLO JOSUÉ CARVALHO SILVA
  • CARTOGRAFIAS NOTURNAS: lazer, urbanização e outras movimentações na noite de Teresina dos anos de 1970
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 30/08/2017
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a cidade de Teresina na década de 1970 a partir de uma leitura sobre a noite na capital. Com isso buscamos de modo específico fazer uma cartografia sobre os espaços de lazer noturnos presentes na cidade, e elegemos a zona do centro de Teresina para essa análise, por reconhecê-la como uma zona que foi fruto de intervenções e reformas durante essa década, e que diante disso se mostrou território observável de manifestações e atividades durante a noite, funcionando como um circuito para práticas de lazer na cidade, no entanto nosso objetivo também elege as zonas próximas ao centro, os bairros que o margeiam, por entender que nesse momento há uma constante circularidade entre os habitantes, principalmente no uso dos espaços de lazer. Buscando trazer características sobre essa zona, cartografamos praças, bares, restaurantes, churrascarias, boates e cabarés, na intenção de denotar uma presente vida noturna na capital nesse momento, e assim levantando características sobre esses espaços, alguns modos de uso, práticas, e outras movimentações observáveis. É interessante apontar nesse trabalho os aspectos de urbanização pela qual Teresina passava, principalmente por entender que esse processo de mudança fizeram emergir novos comportamentos diante de um quadro de novidades. A partir disso, buscamos também relacionar outros aspectos que se apresentam sobre a noite, como lugar de insegurança, medo e perigo, para tanto, analisaremos as representações feitas em alguns dos jornais que circularam na cidade no período para encontrar e problematizar os discursos que constrõem lugares perigosos, sujeitos e práticas indesejáveis na noite de Teresina. As fontes documentais utilizadas foram os jornais O Dia, Jornal Do Piauí, O Estado, A Hora, bem como o suplemento O Estado Interessante, e os jornais de imprensa alternativa circulados na cidade no período: Toco Cru Pegando Fogo, Tribuna Democrática e o Gramma, além de relatos memorialísticos e fontes orais. Como fundamentação teórica a essa pesquisa, compomos a discussão com Ana Fani Alessandri Carlos, Claudia Cristina da Silva Fontineles, Roger Chartier, Michel de Certeau, Maria Izilda Santos de Matos e Michel Foucault.

  • RODRIGO MARLEY DE QUEIROZ LIMA
  • “DO ALFORJE DA MEMÓRIA”: POSSIDÔNIO QUEIROZ, OEIRAS (PI) E AS NARRATIVAS DE SI
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 29/08/2017
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  • O arquivo privado do homem de letras Possidônio Nunes de Queiroz constitui-se de um leque de documentos que vão desde as correspondências, memórias, rascunhos de trabalhos para publicação e colaborações, recortes de jornais, almanaques e revistas, fotografias e uma vasta biblioteca. Trata-se não somente de matérias escritas e datilografadas por ele, mas uma diversidade de documentos que demonstram a múltiplas atividades e representações de si e que foram sendo arquivadas na medida em que pensou em arquivar a própria vida e as formas de como quis ser lembrado. Ao tempo em que narra sua atividade como intelectual mediador da cultura de Oeiras, no Estado do Piauí, apresenta impressões sobre suas experiências na música, no funcionalismo público, como orador, cronista, redator de jornal, professor, historiador e membro de instituições que atuam diretamente no âmbito sociocultural da cidade. Pretendemos, através deste trabalho, analisar de que forma Possidônio Queiroz arquiteta suas representações, faz o uso da memória e do tempo, através do seu arquivo privado, para montar um acervo constitutivo de uma narrativa autobiográfica. Veremos como elaborou e guardou, de forma organizada, as produções textuais através de crônicas, cartas, artigos de história, relatórios da União Artística e Instituto Histórico de Oeiras, representações da sua trajetória intelectual e da cidade. Por fim, analisamos como, através das cartas, constrói uma rede de sociabilidade que ultrapassa os muros da cidade onde relata uma diversidade de temas ao tempo que constrói uma escrita de si. Para dar conta desses objetivos buscamos entender de que maneira um arquivo privado produz significações para a experiência de um indivíduo, analisando as fontes contidas nele em diálogos da relação entre história e literatura, bem como a escrita de si como escrita da história. 

  • LORENA MARIA DE FRANÇA FERREIRA
  • O ESTADO, AS NORMALISTAS E A INFÂNCIA EM TERESINA (1900-1930)
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 25/08/2017
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  • A educação durante as primeiras décadas do século XX era percebida como um instrumento de adequação social aos padrões de civilidade trazidos dos países europeus ao Brasil, algo que foi bastante defendido e difundido tanto por intelectuais quanto pelos governantes. Assim foi sendo percebida e desenvolvida na primeira metade do século diante das possibilidades políticas, econômicas e sociais. A educação foi construída como um mecanismo de poder do estado na formação de sujeitos desejados, voltando-se às mulheres e às crianças. Isso possibilitou a formação do entendimento sobre o ensino e a infância, criando uma fase da vida que deveria ser destinada aos ensinamentos e aos cuidados. E também a formação de professoras normalistas influenciadas pelas mudanças provocadas pelo feminismo e o moderno, e os discursos educacionais voltados ao feminino, naturalizando as características maternas, amor e sacerdócio ao ensino infantil. Essas mulheres educadas na Escola Normal passaram a ser percebidas como agentes de ensino do estado junto ao público infantil do Piauí no período compreendido deste trabalho. Este trabalho analisa a educação no Piauí, nas quatro primeiras décadas do século XX, partindo da atuação do poder público na formação e no desenvolvimento do ensino primário e normal para conhecer as normalistas e as infâncias criadas. Para isso, faz-se uso de fontes bibliográficas, jornais do período e documentos oficiais produzidos pelos poderes públicos estadual e municipais, bem como as memórias produzidas sobre esse período da história educacional piauiense.

  • FRANCISCA DAS CHAGAS MELO LIMA
  • NO TEMPO DAS “SABICHONAS DE SAIA”: AMÉLIA CAROLINA DE FREITAS BEVILÁQUA E AS TENSÕES EM TORNO DA ESCRITA FEMININA NO BRASIL(1902-1940)
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 25/08/2017
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  • A escrita, lugar de poder, por séculos se constituiu como apanágio dos homens. Entretanto, a partir do século XIX, mulheres e escrita começam a se aproximar. É o momento em que emerge por todo o mundo um grupo de mulheres que ousavam ultrapassar os limites das rígidas barreiras sociais e que passaram a utilizar a palavra escrita para dar vazão a reflexões relacionadas às mais diversas temáticas Em meio a esse processo destacou-se a figura de Amélia Carolina de Freitas Beviláqua, cuja trajetória permite observar múltiplas possibilidades de vivências femininas no Brasil, sobretudo no século XX, quando ela consolida seu nome em meio ao universo letrado (1902-1940). Dessa forma este trabalho apresenta as vivências de Amélia Carolina de Freitas Beviláqua, observando os elementos que propiciaram a chegada da mulher a espaços antes tidos como masculinos. Apresenta-se de que forma as tensões de gênero se fazem perceber na produção intelectual de Amélia e elucida-se como a relação entre o velho e o novo, tão cara aquele contexto, marcou sua trajetória. Além disso, disserta-se sobre os deslocamentos e os elementos propiciadores da chegada de Amélia a espaços de poder, bem como a compreende-se o processo de recusa vivenciada pela  escritora em 1930, quando ela apresenta sua candidatura a Academia Brasileira de Letras e por motivos misóginos é recusada.

     

  • LUMA PINHEIRO DIAS
  • NÍSIA FLORESTA E A ESCRITA EM DEFESA DA EDUCAÇÃO FEMININA NOS OITOCENTOS.
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 29/06/2017
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  • A escrita feminina no século XIX significou verdadeira afronta aos padrões de diferenças sexuais. Assim, foi acompanhada de deslumbramento e assombro, alvo de críticas e suspeitas quanto à dignidade daquelas que escreviam. A educação constituía importante instrumento de diferenciação entre os sexos e garantia a manutenção da sujeição feminina e superioridade masculina. A escrita representou, também, espaço para contestação da inferioridade feminina. E foi com esse objetivo que Nísia Floresta Brasileira Augusta fez uso da escrita nos oitocentos: para reivindicar uma reforma na educação feminina e promover a valorização social da mulher. Pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto (1810-1885), nasceu no Rio Grande do Norte, viajou e morou em diferentes províncias do Império e também no exterior. Com mais de quinze títulos publicados no Brasil e Europa, a brasileira teve contato com diversos nomes do período, tal como Augusto Comte, com quem manteve uma amizade fraterna, marcada pela troca de correspondências entre 1856 e 1857. Este trabalho analisa a elaboração do projeto educacional de Nísia Floresta, partindo do estudo do contexto social e intelectual do século XIX para conhecer suas prescrições quanto à educação feminina e suas críticas aos hábitos e práticas da sociedade oitocentista. Para isso, faz-se uso de fontes bibliográficas, jornais do período e as obras da escritora brasileira, bem como a obra de Mary Wollstonecraft, Reivindicação dos direitos das mulheres, e das correspondências trocadas com Augusto Comte, com a finalidade de conhecer a possível influência da escritora inglesa e do filósofo sobre a obra de Nísia Floresta.

  • SABRINA VERÔNICA GONÇALVES LIMA
  • AS FACES DA UMBANDA NO PIAUÍ: Política, festa e criminalidade (1960-1978).
  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 19/05/2017
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  • O presente trabalho tem como objetivo construir uma leitura sobre a Umbanda no Piauí entre 1960 e 1978. De modo específico, buscamos enfatizar de que forma a Umbanda se organizou no Piauí em busca de legitimidade que resultou na criação da primeira federação de Umbanda no Estado em 1964. Analisamos ainda de que maneira a Umbanda do Piauí se relacionou com os partidos políticos vigentes no Regime Militar, como interagiu socialmente através da realização de festas públicas em homenagem a santos e orixás e ainda o envolvimento de adeptos em situações de criminalidade, como também o modo pelo qual esses aspectos eram retratados pela impressa no período. Para tal, utilizamos como fontes documentos cartoriais, Diários Oficiais, jornais e processos crimes. Como aporte teórico, baseamo-nos em autores como Antônio Evaldo Barros, Diana Brown, José Mota de Oliveira, Mundicarmo Ferreti, Patrícia Birman, Renato Ortiz, Reginaldo Prandi, Serge Gruzinski, entre outros. 

  • DANIEL DE SÁ AGUIAR
  • A REPÚBLICA DE BACO E GENEBRA DOS SERTÕES: Dinâmicas Religiosas e Políticas Indígenas na Relação da Missão da Serra de Ibiapaba. (1653-1661)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 25/04/2017
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  • Este trabalho pretende compreender as estratégias e negociações entre tribos indígenas, jesuítas e governo português a partir do documento Relação da Missão da Serra de Ibiapaba escrito por Padre Antônio Vieira em 1660 quando este era o jesuíta superior da missão do Maranhão e Grão-Pará. Tendo sua vida política, religiosa envolvida nos mais variados e importantes temas do Brasil e da Europa ibérica do século XVII como a escravidão, relação com os índios, restauração da coroa portuguesa, invasões holandesas no mundo colonial ibérico, questões sefarditas e inquisição, o que contribuiu para Vieira ter uma robusta produção escrita em sermões, cartas com informações relevantes para a historiografia ibiapabana que em  Vieira é revelada como espaço geopolítico de conflitos coloniais dado o registro da presença de franceses, holandeses, portugueses que disputavam a região, enquanto os índios são descritos de forma estigmatizada e em especial alguns índios da Ibiapaba que tinham valores herdados do protestantismo holandês. A escrita jesuítica de Vieira  pautada pela exaltação do trabalho missionário deixa evidenciar que os índios se apropriavam de ferramentas e códigos de comportamentos europeus com a leitura e escrita, o ser católico e vassalo do Rei em busca de melhores condições de vida na realidade colonial de ocupação do norte do Ceará na qual eles não estavam totalmente estáticos e vitimados e muito menos em processo constante de dizimação.

     
  • RENAN NASCIMENTO REIS
  • A ÚLTIMA PÁGINA DO GÊNESE: A Amazônia de Werner Herzog (1972-1982)
  • Orientador : FREDERICO OSANAN AMORIM LIMA
  • Data: 07/04/2017
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  • Este trabalho tem como objeto de estudo os filmes Aguirre, A Cólera dos Deuses (1972) e Fitzcarraldo (1982), dirigidos pelo cineasta alemão Werner Herzog (1942), filmados na Amazônia entre os anos 1970 e 1980. Os longas-metragens são resultado da experiência de filmagem feita pelo diretor na região, tendo como fundo histórico a dominação colonial e a modernização durante a economia da borracha no início do século passado. Essas obras expressam algumas reflexões sobre a História da Brasil, entre elas, o embate entre o “homem moderno” e a “natureza “selvagem”, além das transformações/contradições geradas pela colonização e pela modernidade, em meados do século XVI e no limiar do século XX, respectivamente. Buscaremos analisar o susto (o deslumbramento, a estupefação, o encanto, o desencanto e o desarranjo) desses processos, vistos a partir do olhar de Herzog.

  • JOSÉ ELIERSON DE SOUSA MOURA
  • A POBREZA EM DISPUTA: ditadura, políticas de integração nacional e o combate ao perigo da “subversão” em Picos (1968-1976)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 26/01/2017
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  • Ao final da década de 1960, ganharam forças no Brasil dois tipos de ideias de integração nacional, que partiram do Estado brasileiro e de alguns grupos “subversivos” e tiveram como alvo a pobreza da cidade de Picos, no estado do Piauí. O contexto era de ditadura militar e estava em pauta por parte do Estado brasileiro, a implantação de uma política de segurança nacional, que possibilitasse ao país empreender a transferência dos seus “excedentes demográficos” do Nordeste, para as regiões Norte e Centro-Oeste, tidas como espaços de “vazio demográfico” e que não exploravam as suas riquezas minerais. Assim, com esse trabalho, objetivamos perceber a instalação de dois projetos de integração nacional em Picos, para que ideias “subversivas” não se criassem entre a sua pobreza. O primeiro foi a construção da rodovia Transamazônica, que, sendo parte do Programa de Integração Nacional, criado pelo diretor do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, Eliseu Resende, no ano de 1968 e institucionalizado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, em 1970, envolveu Picos como o seu “marco zero”, no ano de 1973 para que a cidade fosse incluída na integração do espaço nacional. O segundo foi a implantação e atuação do Projeto Rondon, que, criado em 1967 pelo presidente Artur da Costa e Silva, teve como objetivo integrar as populações de cidades que ficavam localizadas em áreas estratégicas, como o percurso da rodovia Transamazônica, o que possibilitou que, em 1973, um Campus Avançado do Projeto Rondon fosse instalado em Picos. Analisamos publicações que foram feitas por Eliseu Resende; jornais e revistas de circulação nacional; documentos públicos da cidade de Picos; processos judiciais; documentos do Campus Avançado da Universidade Federal de Goiás – UFG, instalado em Picos; e fontes orais e visuais. Apoiamo-nos em Motta (2002) e (2014) e Fico (2008).

2016
Descrição
  • SIMONE FERREIRA DE ALBUQUERQUE
  • ENTRE POSES E IMAGENS: A MODA DA ELITE FEMININA EM TERESINA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX 
  • Orientador : MANOEL RICARDO ARRAES FILHO
  • Data: 31/08/2016
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  • O presente trabalho é um estudo de natureza histórico-documental que objetiva determinar como a moda difundida nos grandes centros do mundo na primeira metade do século XX, período marcado por ideias de urbanização, modernização, sociabilidade e civilidade, chega à Teresina. Enfim como essa moda se difundia e, como ela era absorvida pelas mulheres da elite local. Utilizamos como fontes primárias de investigação jornais e periódicos além de fotografias. Como suporte teórico do trabalho nos baseamos nos conceitos de modernização e modernidade de Marshall Bergman (1996), nas ideias de sociabilidade de Jean Baechler (1996), nas noções de civilidade de Norbert Elias (2001, 2011) e nos conceitos de moda de Lipovetsky (2009). Também foram referência os estudos de Queiroz (2006) e Tajra (2014) sobre a economia e comércio local além dos trabalhos de Castelo Branco (1994, 2002, 2006, 2013), Cardoso (2010, 2012), Costa (2009), Britto (1977), Monteiro (2015) e tantos outros acerca da cidade. A pesquisa foi proposta como forma de contar a história da cidade e das mulheres através da moda uma vez que não há disponível estudos sobre o tema em Teresina neste período. Assim, procuramos contribuir para a construção de um acervo histórico, iconográfico e sociológico sobre a moda no estado que possa despertar o interesse de estudantes, pesquisadores e da sociedade em geral. A conclusão é de que a moda difundida nos grandes centros que chegava à Teresina por meio do cinema, de revistas e até mesmo através das crônicas e das propagandas de moda existentes nos jornais locais, era logo aceita pelas mulheres da elite local, embora tenha sido observada de forma mais característica nas décadas de 1920 e 1940.

  • CHARLENE VERAS DE ARAÚJO
  • A FORMAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO NO PIAUÍ: A TRANSIÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO PARA O TRABALHO ASSALARIADO- 1871-1930.
  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 30/08/2016
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  • A presente pesquisa analisou a “Formação do Mercado de Trabalho no Piauí: a transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado no período compreendido entre 1871 a 1930”. O processo de gênese da Formação do Mercado de Trabalho no Brasil possui, como marco inicial, o fim do tráfico de escravos africanos, em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz e o conjunto de leis paliativas de libertação dos trabalhadores escravizados, adotadas pelo Império brasileiro:  Lei do Ventre Livre (1871); Lei dos Sexagenários (1885) e a Lei Áurea (1888). Na província do Piauí, foi possível perceber que a legislação escravista teve como finalidade assegurar o processo de transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado, sob condições coercitivas, com o apoio do Estado Nacional, como forma de manter as relações produtivas na província, ausentes da “desordem” que poderia estabelecer-se com o declínio do sistema escravista. Nos anos que se seguirão à Abolição do braço cativo por meio da Lei Áurea, observou-se a regionalização da construção do mercado de trabalho no Brasil. Nesse momento, a região Sudeste do Piauí é inserida no mercado internacional, por meio do desenvolvimento do extrativismo da borracha de maniçoba, responsável por uma relativa prosperidade econômica, sentida em vários aspectos da sociedade piauiense, principalmente, em relação à receita pública do Estado. Nessa atividade produtiva, os trabalhadores foram mantidos em condições de trabalho aviltantes, através do sistema de barracão, em que a concentração fundiária existente nas áreas produtoras de látex determinaram as relações de trabalho. As vultosas exportações da maniçoba provocaram uma migração crescente de trabalhadores para os municípios extratores da goma elástica. Essa concentração de mão de obra, disposta a vender sua força de trabalho para o mercado da borracha, tornou-se responsável por gestar um mercado de trabalho no Piauí.

  • RAFAELA MARTINS SILVA
  • AS FACES DA MISERICÓRDIA:A Santa Casa de Teresina na assistência pública(1889-1930).
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 26/08/2016
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  • Este trabalho tem o objetivo de mostrar caminhos em busca de compreender como a Santa Casa de Misericórdia de Teresina atuou no sentido de prestar assistência pública na cidade durante a Primeira República. Enfoca os serviços despendidos por esta instituição e qual a participação do poder público da elite local na promoção do atendimento médico-social aos pobres na capital piauiense entre 1889-1930. Neste sentido, tomamos a modernização da cidade como cenário da gestão da pobreza urbana, bem como analisamos também os discursos configurados a partir das práticas filantrópicas empreendidas em torno da medicina assistencialista e das ações medicalizadoras e normalizadoras que foram realizadas pelo Estado e pela elite local no período supramencionado. Neste intuito, o corpo documental utilizado nesta pesquisa é composto por relatórios governamentais e documentos da secretaria da Santa Casa (ofícios, correspondências, relatórios anuais), bem como os jornais que circularam em Teresina no final do século XIX e início do século XX. Com o objetivo de compreender as questões formuladas a partir destes propósitos, o aporte teórico desta pesquisa está embasado, entre outros, no conceito de Medicina Social de Michel Foucault (1979) e George Rosen (1979).

  • ANDREIA RODRIGUES DE ANDRADE
  • ENTRE O SERTÃO E AS MARGENS DO RIO PARNAÍBA: A transferência da capital e a cidade de Teresina na segunda metade do século XIX.
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 26/08/2016
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  • A construção de uma nova cidade-capital para a Província do Piauí apresentava-se como uma possibilidade de trazer para o território o tão sonhado progresso e um maior contato com as principais cidades do Império e romper, portanto, com o isolamento geográfico, econômico e comercial em relação ao restante do território nacional. Este trabalho tem por finalidade analisar o processo de transferência da capital do Piauí de Oeiras para Teresina, ocorrida em 1852 e a nova sede do governo piauiense durante a segunda metade do século XIX, período em que Teresina se instituía enquanto cidade-capital da Província do Piauí. Para se contemplar essa proposta é tecida uma análise dos seguintes aspectos: as  condições da primeira capital, Oeiras, os primeiros núcleos urbanos piauienses, desenvolvidos através da criação de vilas, as ideias e os argumentos aventados para a transferência da capital do Piauí para localidades como: São Gonçalo, Parnaíba e a Vila Nova do Poti, a criação de Teresina, a estrutura do espaço urbano teresinense, os grupos sociais presentes na cidade e as tentativas do poder público de normatizar o viver na cidade, bem como as contradições de tais medidas disciplinadoras presentes, por exemplo, na imprensa local que denunciava a falta de infraestrutura teresinense e o desinteresse dos governantes. A pesquisa empírica fundamenta-se em relatórios dos presidentes de Província, códigos de postura, ofícios e jornais.

  • ISAAC GONÇALVES SOUZA
  • CIDADE DE CRISTAL: IDENTIDADE E EVASÃO NA CULTURA CAXIENSE (1914-1937)
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 11/08/2016
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  • Este trabalho analisa o discurso identitário da“terra dos poetas” como estratégia de evasão do tempo na cultura local de Caxias, médio conglomerado urbano maranhense. Entre o final do século XIX e o início do XX, após passar por um rápido processo de industrialização e prosperidade, a cidade de Caxias foi denominada “Manchester Maranhense”, o que revela um projeto modernizador que exigia a adesão à temporalidade linear do progresso, na qual as existências são dissolvidas em um presumido futuro promissor. Mas a obsolência da incipiente indústria caxiense e seu declínio no mercado internacional resultaram no fracasso histórico desse projeto. A cidade começa, então, a ser recoberta por um esforço discursivo de intelectuais elitistas, com uma tintura identitária que a transmutaria de “Manchester maranhense” em “terra dos poetas”. Tendo em vista este quadro brevemente descrito a pesquisa se propôs a analisar a emergência desse discurso como parte substancial de uma reação cultural à decadência econômica das elites caxienses. Nesta reação, francamente discursiva, estaria implícita uma recusa ao tempo linear, para o qual intelectuais caxienses encetariam estratégias de fuga que, por sua vez, acabariam por erigir um tempo-cristal em que passado e presente são continuamente espelhados e alimentados um pelo outro, o que permitiria à cidade manter-se discursivamente suspensa no tempo cristalizado dos signos da tradição.

  • MAYRA IZAURA DE MOURA
  • NO CAMPO DE JOGO DA MEMÓRIA: As representações sociais do futebol na crônica esportiva em Teresina (1971-1975).
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 05/08/2016
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  • A presente dissertação tem como objeto central o Futebol piauiense na primeira metade da década de 1970, utiliza-se como fonte as crônicas esportivas produzidas em Teresina durante esse período, sobretudo as crônicas publicadas no jornal O Dia entre 1971 a 1975 e no Jornal do Piauí de 1971 a 1973. São analisadas as crônicas de Carlos Said e Deusdeth Nunes e os seus perfis enquanto cronistas esportivos. Através de entrevistas em História Oral mostra-se as suas trajetórias de vida e os seus traços biográficos, que reforçam a discussão de como esses sujeitos participaram do processo de especialização da crônica esportiva durante esse recorte da década estudada. Nos anos 70, o futebol brasileiro passa a ganhar maior atenção. Diante das transformações sociais dessa década que vivia sob uma supressão de direitos, as práticas esportivas, principalmente o futebol, foi utilizado como dispositivo de controle e de promoção para a projeção da imagem do “país do futebol”. No Piauí o futebol tem uma participação efetiva no projeto do governo de Alberto Silva durante o período em estudo. Dessa forma, a crônica esportiva, - com uma abordagem humorística e crítica – funciona como eixo condutor para a relação entre futebol e a imprensa. Nos capítulos que compõem este trabalho empenhou-se em estudar a prática discursiva da imprensa e as representações produzidas através dos discursos jornalísticos e da intervenção do poder público sob os espaços dessa prática esportiva. Nesse sentido, discute-se a relação entre o futebol e a imprensa teresinense e as relações tecidas pelo futebol na cidade no âmbito das representações sociais.

  • MARCELO SILVA CRUZ
  • ARTÍFICES DA CANÇÃO: HISTÓRIA E MEMÓRIA DE ARTISTAS NOS FESTIVAIS DE MÚSICA POPULAR EM TERESINA (DÉCADAS DE 1970 E 1980)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 05/08/2016
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  • O presente trabalho analisa as experiências de compositores e intérpretes nos principais festivais de canção popular ocorridos em Teresina entre as décadas de 1970 e 1980. Discute em que medida as estéticas musicais, nascidas ou que se fortaleceram, nos festivais televisivos ocorridos nas décadas de 1960 e 1970 no eixo Rio-São Paulo, influenciaram a produção musical de Assis Davis, Aurélio Mello, Cruz Neto, Durvalino Filho, George Mendes, Geraldo Brito, Laurence França e Viriato Campelo, que juntamente com outros artistas, atuaram de modo efetivo nos primeiros festivais de música popular da capital piauiense. Para isso estuda como a configuração histórica da cidade proporcionou o início desse tipo de festival, observando algumas de suas particularidades. Por meio de relatos orais de músicos que vivenciaram esse momento, suas memórias são tomadas como matéria-prima para se investigar como esses artistas organizavam-se e construíam/inventavam suas próprias canções dentro dos espaços culturais diversificados da cidade. Por fim, se buscou estudar algumas disputas narrativas frente às estratégias das políticas culturais implementada pelo Estado no início da década de 1980. Para tanto, foram utilizados os principais aportes teórico-metodológicos da história oral, estabelecendo também um diálogo entre história cultural e música popular, bem como fontes hemerográficas sobre o período em questão.

     

     

     

     

  • MIRIDAN REJANE SOARES LIMA
  • AOS ENCANTOS DO LAR: Amor e companheirismo entre Amélia Bevilaqua e Clóvis Bevilaqua
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 03/08/2016
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar a trajetória de Clóvis e Amélia Bevilaqua na sociedade brasileira, meados do século XIX e início do século XX. Para tanto, a investigação dá conta da vida pública e privada do casal, desde a solteirice até a vida a dois, priorizando a história social e intelectual. Disso a narrativa desdobra-se para tratar dos sentimentos, da união matrimonial e das relações de poder que se estabeleceram no mundo das letras no final do século XIX e início do século XX, tendo em vista o espaço ocupado pelo casal cujas produções foram divulgadas em âmbito nacional. Desse modo, ao construir uma história deste casal, este trabalho também permite vislumbrar o universo sócio familiar da elite intelectual brasileira. Para tanto, este trabalho privilegia, de um lado, a pesquisa bibliográfica, pois a partir desta é possível conhecer o contexto histórico em que os sujeitos em análise estão inseridos e, de outro, a pesquisa documental, por meio do estudo e análise de uma vasta documental privada encontrada em acervos físicos no Piauí e Ceará, bem como em acervos virtuais.

  • RAMON ARAÚJO RODRIGUES
  • MASCULINIDADES E VIRILIDADES NA LITERATURA DE CLODOALDO FREITAS
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 03/08/2016
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  • Clodoaldo Severo Conrado de Freitas nasceu em Oeiras (PI), no dia 7 de setembro de 1855, falecendo em Teresina, a 29 de junho de 1924. Este trabalho aborda o tema das masculinidades e das virilidades em parte da obra de Clodoaldo Freitas e tem como objetivo perceber como um intelectual do século XIX apresenta as masculinidades e a virilidades através de sua literatura. Neste sentido, o intelectual através de sua escrita procura evidenciar para a sociedade o que seria aceitável ao homem, bem como estabelecer hierarquias entre os homens e entre os homens e as mulheres. Este trabalho também se beneficia da pesquisa realizada por Teresinha Queiroz, quando da elaboração de sua tese de doutorado que resultou na obra Os literatos e a República: Clodoaldo Freitas, Higino Cunha e as tiranias do tempo. A pesquisadora reuniu mais de 800 (oitocentos) textos escritos pelo autor. As bases teóricas e metodológicas desta pesquisa constituem-se de referências ao campo História e gênero, no qual se situa o trabalho, bem como à relação História e Literatura, uma vez que elege a literatura – romances, crônicas e contos – , enquanto fonte. O trabalho foi dividido em quatro capítulos. No primeiro, com base na bibliografia produzida sobre o autor e sua obra, destacou-se a vida e a obra de Clodoaldo Freitas. No segundo, Virilidade e idades da vida, aborda-se a discussão na literatura de Clodoaldo Freitas sobre as idades da vida e sua relação com a produção das masculinidades e virilidades. O capítulo três tem como foco a ênfase nas relações entre Masculinidades e atributos viris, no qual se procura demonstrar o que o autor compreende por qualidades viris e como estas se articulam às múltiplas masculinidades expressas pelo autor. No último capítulo, o foco é a relação entre Virilidades e feminilidades, que aborda a virilidade na vida adulta como algo a ser conquistado e mantido, já que o feminino estaria em constante luta com o masculino pelo poder. Clodoaldo Freitas evidencia em sua literatura a necessidade masculina de ser superior ao representar o risco da perda da virilidade a partir de mulheres que querem ser homem.

  • GABRIELA ALVES MONTEIRO
  • ESTADO E CINEMA: HUMBERTO MAURO E A CONFIGURAÇÃO DO DEBATE SOBRE A BRASILIDADE NO ESTADO NOVO (1937-1945)
  • Orientador : MANOEL RICARDO ARRAES FILHO
  • Data: 08/07/2016
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    Este trabalho tem como objetivo analisar a participação do cineasta mineiro Humberto Mauro (1897-1983) na configuração do debate sobre a brasilidade no período do Estado Novo (1937-1945). Tomamos como referência para esta análise uma série de palestras radiofônicas proferidas pelo cineasta na rádio do Ministério da Educação e Saúde, semanalmente, entre os anos 1943 e 1944. Operacionando os conceitos de práticas discursivas (FOUCAULT, 2008) e de lugar social (CERTEAU, 2007), investigaremos a narrativa de Humberto Mauro enquanto funcionário do Instituto Nacional de Cinema Educativo – INCE. O INCE foi uma instituição criada durante o regime autoritário do Estado Novo, período em que diversos meios de comunicações foram utilizados pelo governo como veículo propagador de projetos nacionalizantes. Assim, buscaremos analisar a produção discursiva do cineasta, seu lugar social de fala e sua articulação com o horizonte ideológico em que estava inserido. Através desta pesquisa, objetiva-se também identificar e compreender diferentes concepções e projetos de identidade da época, contribuindo para um melhor entendimento histórico do período que abrange desde o início do Estado Novo até o final da década de 1940.


  • KARITHIANE KARITHIÚCE HAFFIZZA MILL MEDEIROS LUSTOSA
  • PERCURSOS HISTÓRICOS DE DOMINGOS DE FREITAS SILVA: Política, Religião e Educação no Piauí do século XIX. (1822-1870)
  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 19/04/2016
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  • Por meio dessa proposta tomamos como objeto de estudo o Piauí na primeira e início da segunda metade do século XIX no que concerne à política, religião e educação. Esse processo foi desenvolvido tendo como fio condutor a figura de Domingos de Freitas Silva, entendendo que todo indivíduo carrega consigo a marca da sociedade em que vive como também de uma nação, de uma classe específica e de pensamentos que permeiam os homens de seu tempo. A chave para compreendermos as especificidades e pluralidades da sociedade é analisar a historicidade do indivíduo e o fenômeno de suas vivências. É recorrida a história do personagem, por este ter se envolvido com os principais fatos políticos e sociais que ocorriam à época, como também, por este ter sido agente ativo de rupturas e mudanças vivenciadas no período analisado. Reconhecendo que o homem não existe só e que está inserido numa rede de relações sociais diversificadas, a vida de um indivíduo conflui de fatos e forças sociais. Tal como o indivíduo, suas ideias, representações e imaginário confluem para o contexto social ao qual ele pertence.

     

     

     

  • HEITOR MATOS DA SILVA
  • É que nossos corações preferem a auto-corrosão: uma história das peripécias anarcopunks em Teresina.
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 29/03/2016
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  • Este trabalho tem o objetivo de analisar como se constituiu, historicamente, uma subjetividade anarcopunk em Teresina, tomando como ponto de partida o surgimento do primeiro bando punk na cidade. O trabalho propõe que as práticas punkvisam à constituição de uma estética da vida, estética que o bando punk em estudo constitui a partir de questionamentos existenciais sobre si mesmos e sobre os outros. No trabalho são mapeadas práticas discursivas que desvelam gestos, ressentimentos, sofrimentos, dando forma a uma linha de fuga na sociedade teresinense da década de 1980. A principal intenção foi mostrar como esse grupo se engajou na constituição de uma escrita crítica de si, o que significou, por um lado, a necessidade de redefinir constantemente o modo de ser punk, enquanto, por outro lado, implicou na lapidação de uma revolução, ainda que ao nível molecular. Desse modo, a subjetividade punk em estudo dá a ver uma prática política, ainda que micrológica e sem vinculação com a política de partidos e de eleições. O principal recurso empírico do estudo foram fanzinesanarcopunks bem como dados orais obtidos através de entrevistas semi-estruturadas. Do ponto de vista teórico o estudo amparou-se na ideia de que a linguagem é, em si mesma, uma prática política, o que implicou, entre outras coisas, operar com conceitos oferecidos pela filosofia da diferença.

  • DANIEL SOUZA BRAGA
  •  CORP-ORALIDADES:Experiência corporal e Memória de Trabalhadores dos rios e dos mangues no povoado dos Morros da Mariana/PI (1970-1980)
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 29/03/2016
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    Esse trabalho investigou as memórias dos trabalhadores dos rios e dos mangues do povoado Morros da Mariana entre os anos de 1970 e 1980. Para tanto, usou-se a metodologia da história oral na busca por compreender modos de viver, trabalhar, formas de ser e agir desses sujeitos. Como referencial teórico dialogou-se com Halbawachs, Catroga, Verena Alberti, Lucilia Delgado e outros, entendendo que as memórias são uma forma de compreensão e representação do passado vivido, e o tempo, da mesma maneira, é uma dimensão concreta na vida dos sujeitos. Além disso, se estudou as técnicas corporais, as subjetividades através das dores, ferimentos e as marcas do trabalho. Deparamo-nos, assim, não só com um passado vivido, mas um espaço habitado e praticado, que pode ser o povoado, as ilhas ou o mercado. Privilegiou-se a história de vida, levando em consideração a infância, as memórias da escola, as experiências e aprendizagens dos gestuais do trabalho; as identidades e suas demarcações de semelhanças e diferenças. Por fim, a pesquisa versa sobre as sociabilidades, as maneiras como os trabalhadores lembram e representam festas, festejos, danças, e como cuidavam de si, as práticas de cura, levando em consideração as condições sociais da época.

2015
Descrição
  • PAULA POLIANA OLIMPIO DE MELO SOUSA
  • MASCULINIDADES DESCENTRADAS: Confusão de gêneros nas práticas juvenis teresinenses na década de 1970
  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 30/09/2015
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  • Este trabalho tem como objetivo estudar as micropolíticas do corpo produzidas por parcela da juventude piauiense que realizava experimentalismos artísticos, jornalísticos e fílmicos no contexto da década de 1970. Busca-se perceber, por meio da análise das produções e táticas desse grupo juvenil piauiense, de que maneira esses jovens externavam as questões de gênero e sexualidade, especialmente no que diz respeito às masculinidades, na sociedade teresinense da década de setenta. O momento histórico em que esses jovens piauienses estão inseridos foi marcado por um contexto de transformações sociais, políticas, econômicas, culturais e também das relações de gênero. No início da década de setenta, muitas pessoas sentiram o arrochar da liberdade de expressão, tendo em vista a decretação do Ato Institucional nº 5, em fins de 1968, dando poder aos governantes para punir arbitrariamente os “inimigos do Estado”. Com o apoio das elites industriais, as administrações militares anunciavam o “milagre econômico” brasileiro, aumentando o poder de compra das camadas médias da sociedade. O processo de globalização se intensificava nesse período e mudava as concepções temporais e espaciais, descentrando os sujeitos e fragmentando a paisagem cultural. A própria concepção de arte, nesse período, ganha uma nova roupagem. É nesse contexto também que as manifestações artísticas de vanguarda atravessam arte e existência, trazendo o corpo para o cenário político. E, nesse sentido, o corpo generificado e as concepções relativas às masculinidades e às feminilidades não escapam às problematizações feitas pelas produções artísticas de vanguarda que atuaram naquela época. Tendo sido tocado por essas mudanças e influenciado por elas, esse grupo de jovens acabou por externá-las em suas experimentações artísticas. Dentre as produções realizadas por esse grupo juvenil, selecionou-se como fonte histórica, além dos jornais alternativos O Gramma, O Estado Interessante, A Hora Fatal e Boquitas Rouge, os filmes Miss Dora, David Vai Guiar e O Guru da sexy cidade. Dentre os jornais da grande imprensa que circulavam diariamente na sociedade piauiense, foram selecionados O Dia, O Estado e A Hora. Além das fontes hemerográficas e fílmicas, utilizou-se também de entrevistas realizadas com algumas das pessoas que estavam envolvidas ou faziam parte do grupo juvenil em estudo.

  • MÔNICA VALÉRIA MONTEIRO DE CARVALHO
  • SENHORES DE GADO: RELAÇÕES DE MANDONISMO NO SERTÃO DO PIAUÍ1874-1888

  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 30/09/2015
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar a sociedade de Jaicós e áreas adjacentes, cuja documentação corresponde ao cartório de Jaicós, no período de 1874-1888, período de intensas transformações. Pretendemos estudar a distribuição das riquezas, assim como o processo de estratificação e hierarquização desta sociedade. Estudaremos também as relações de trabalho, analisando a coexistência do trabalho livre como o trabalho escravizado, para ao fim identificarmos as representações sobre os homens, construídas dentro desta amostra de sociedade sertaneja, tendo como ideia central a integração das atividades da pecuária, da agricultura e do trabalho escravo. Para esse fim utilizaremos a metodologia da história demográfica, complementada por uma analise comparativa, sobre fontes primarias como: os autos dos inventários, os autos crimes, a lista de classificação dos escravos, o rol dos culpados. Tendo como suporte teórico autores como: Solimar Oliveira Lima, Hebe Mattos, Erisvaldo Fagundes Neves e Silvia Hunod Lara.

     

     

     

     

  • VICTOR MARCELO PIRES GONCALVES DA SILVA
  • A arte de esculpir sentidos:Representações dos santeiros em Teresina dos anos 1970 aos idos do séc. XXI.

  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 29/09/2015
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  • Nas décadas que sucederam à segunda metade do século XX, ocorreram rupturas epistemológicas que puseram em xeque marcos conceituais dominantes na historiografia, viabilizando novas abordagens, releituras históricas, e uma infinidade de possibilidades de fontes e temas, sob métodos e técnicas inovadores. Nessa perspectiva, alguns aspectos culturais, antes desprezados pelas limitações metodológicas historicistas, são efetivamente possibilitados de análises, e nessa perspectiva, o objeto arte santeira esculpida em madeira se apresenta como proposta plausível no universo complexo e diversificado do campo que passou a ser denominado por alguns historiadores de Nova História Cultural, propondo interpretações dos sentidos conferidos ao mundo, manifestadas em palavras, imagens, práticas e discursos. Portanto, este trabalho problematiza a arte santeira piauiense de expressão em Teresina, através dos Mestres Dezinho, Expedito e Toinha Vieira, a partir da segunda metade do século XX aos primeiros anos do século XXI, como um complexo e multifacetado resultado cultural, que se constitui historicamente nas sociabilidades dos processos de ocupação do território brasileiro e especificamente piauiense, observadas as relações e manifestações de religiosidade, que se esboçam simbolicamente em uma teia espiralada de significados, etnograficamente analisados, assim como a conotação representativa desses valores culturais nos lugares e no imaginário social teresinense.

  • AMANDA CHAVES DA ROCHA
  • MIGUEL BORGES: A atuação de um homem de letra no Piauí oitocentista.
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 22/09/2015
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  • Este trabalho analisa a trajetória de Miguel de Sousa Borges Leal Castelo Branco, um homem de letra que atuou em áreas e profissões diversas, foi jornalista, escritor, educador, comerciante e funcionário público, tendo ocupado vários cargos burocráticos no Piauí Imperial. Sua trajetória é expressiva, à medida que, reflete a atuação de homens de letras no período em estudo, demonstra o que seria um caminho possível a esses letrados, dentre muitas outras possibilidades. Consideramos homens de letra indivíduos que possuíam um nível de conhecimento diferenciado, possuindo um desenvolvimento cultural e intelectual rico e amadurecido, forjado através da educação, e que, usando essas características que lhes eram próprias transitavam por espaços e profissões que envolviam leitura e escrita, atuavam nas áreas burocráticas, políticas, jornalísticas, educacionais e mesmo historiográficas, buscando moldar a realidade a sua volta, de forma a embutir na sociedade práticas, sociabilidades e representações baseadas no que a modernidade emergente considerava como civilizado. Miguel Borges era membro do Partido Liberal, nesse período havia uma relação próxima entre Política e Imprensa, foi deputado e vereador, ocupou ainda o cargo de redator do jornal – A Imprensa – órgão do partido, alem de ter atuado em outros jornais do período. No ramo da história destacou-se ao ser o primeiro piauiense a publicar uma obra de cunho historiográfico, o Apontamentos biográficos de alguns piauienses ilustres e de outras pessoas notáveis que ocuparam cargos de importância na província do Piauí, alem de ter publicado os primeiros volumes do Almanaque Piauiense, sendo um dos pioneiros na historiografia do Piauí, a pesquisa analisa e dá visibilidade a essa produção, percebendo-a como pertencente ao programa de construção de uma história nacional conduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Na área educacional, Miguel Borges instalou em Teresina um importante estabelecimento de ensino, o Colégio de Nossa Senhora das Dores, educandário que obteve um número expressivo de alunos, tendo se destacado na preparação para os cursos superiores do Império. A educação é vista aqui sob o viés da formação do Estado Nacional, e assim obtemos a base para analisar a educação praticada no Brasil Imperial. Através da trajetória de Miguel Borges nas áreas do jornalismo, historiografia e educação, traçamos um panorama de como estas atividades se desenvolveram e eram vivenciadas no Brasil e especialmente na província piauiense na segunda metade do século XIX.

  • LUIS FILIPE BRANDAO DE SOUZA
  • SENSIBILIDADE E REGIME DE EXCEÇÃO: ZERO E NÃO VERÁS PAÍS NENHUM DE IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO, E O REGIME MILITAR BRASILEIRO (1971-1981)
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 22/09/2015
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  • Este trabalho propõe um estudo das sensibilidades durante o Regime Militar (1964-1985) a partir dos Livros Zero (1974) e Não verás país nenhum (1981) de Ignácio de Loyola Brandão. Através destas obras de Loyola buscaremos compreender como a experiência com o regime de exceção é representada na literatura, e como esta literatura produz sentidos através da história do período, contribuindo para construção de uma memória da violência e do pessimismo sobre o Brasil. Como suporte teórico serão usados Michel de Certeau, Sandra Jatahy Pesavento, Carlo Ginzburg, Gilles Deleuze, Idelber Avelar, Arthur Herman, Russel Jacoby entre outros. Como fontes primárias para este trabalho, Zero e Não Verás país nenhum, junto com os outros romances de Ignácio de Loyola Brandão, suas entrevistas publicadas em revistas e jornais, livros que se entrelaçam com os aqui estudados, além de produtos culturais em que as narrativas façam referência.

  • DANIELLE DOS SANTOS CUNHA
  • TRANSAS JUVENIS EM TERESINA: apropriações (in)constantes do cotidiano e da cultura na cidade

  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 17/09/2015
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  •  O Brasil inicia a década de 1970 sob o signo da ditadura civil-militar. As vias de manifestações políticas tradicionais estavam sob vigilância e foi preciso forjar outros meios de participação e intervenção social por parte dos indivíduos que não mais desejavam reafirmar valores e posturas reacionárias da sociedade. Nesse contexto destacaram-se os jovens, ou melhor, parcelas de jovens, cujos espaços de manifestação e intervenção sociocultural migraram para produções culturais alternativas e antropofágicas (como jornais nanicos, livros mimeografados, discos gravados em estúdios clandestinos, filmes caseiros rodados em bitolas de super-8), para o uso político e desbundado do corpo, através de uma estética desviante, por comportamentos filtrados pela experimentação contínua e sensorial da realidade. Demos, neste sentido, especial dedicação ao consumo intenso da cultura, entendida por esses jovens como cultura-processo e às suas flanâncias e transas em Teresina, assim como pelas suas perambulações que ultrapassavam fronteiras territoriais e corporais. No percurso das vivências juvenis no Piauí, especialmente na capital, percebemos a repressão social sempre vigilante e disposta a censurar, apreender e estigmatizar qualquer corpo e comportamento destoante do tipo juvenil ideal prescrito e anunciado, muitas vezes textualmente nos jornais O Dia, O Estado e Estado do Piauí, pelas instituições normativas. Entretanto, apesar da presença constante da vigilância e violência, as transas juvenis desdobraram-se intensamente no cotidiano ensolarado teresinense na década de 1970. Nosso objeto de análise são os jovens, sobretudo grupos juvenis, que flanaram pela cidade utilizando diversos suportes e experimentações artísticas, criticando e deglutindo a cultura brasileira através da antropofagia, problematizando os corpos e comportamentos pela simples existência fronteiriça hippie e dos corpos andróginos. Apropriamo-nos, no entanto, das pesquisas e teorias de alguns autores neste percurso. Das pesquisas sobre o cotidiano de Michel de Certeau, da sociologia do desvio de Howard Becker e Erving Goffman, da problematização do panóptico e da construção das figuras anormais tomadas de empréstimo de Michel Foucault, da história do corpo de David Le Breton, Guacira Lopes Louro, da noção de corpo abjeto de Judith Butler. A pesquisa tem como temática a juventude e coloca em questão as possibilidades de existir, em formato de fragmentos inconstantes, que dividiram espaço no contexto histórico teresinense na década de 1970, levando em consideração o ser jovem nesse período e as relações de tensão e poder nas quais estavam inseridos.

  • BÁRBARA BRUMA ROCHA DO NASCIMENTO
  • HISTÓRIA, CIDADE E LITERATURA EM A. TITO FILHO (1970-1975)
  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 14/09/2015
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    O presente estudo analisa a produção escrita de José Arimathéa Tito Filho sobretudo seus textos publicados no Jornal do Piauí na primeira metade da década de 1970, tendo como objeto principal a cidade de Teresina. Contemplando as relações entre história, cidade e literatura estudaremos a sua inserção na vida social e política, tendo como referência seu lugar social enquanto presidente da Academia Piauiense de Letras durante vinte e um anos e sua presença efetiva na imprensa piauiense. A. Tito Filho foi poeta, cronista, historiador, humorista e professor e trouxe para a literatura piauiense, sobretudo a cidade de Teresina nas suas “virtudes e desvirtudes”. Para o desenvolvimento deste trabalho utilizamos como fontes principais as publicações produzidas por A. Tito Filho para o Jornal do Piauí, onde o autor possuía uma coluna diária intitulada Caderno de Anotações, e deixou registros durante toda a década de 1970. Tendo como característica a pluralidade de temáticas, abordadas em seu Caderno de Anotações, A. Tito Filho deixou um variado conjunto de textos. Utilizaremos também os livros publicados pelo autor durante o período de estudo, destacando aqueles com a temática relacionada à cidade: Teresina, meu amor,, Praça Aquidabã, sem número, Teresina, ruas, praças, avenidas, Crônica da cidade amada , Memorial da cidade verde .

     

  • FRANSUEL LIMA DE BARROS
  • TERESINA “MODERNA” E “CIVILIZADA”: as sociabilidades teresinenses sob o olhar dos cronistas (1900-1930)
  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 14/09/2015
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  • Compreender o modo de vida cotidiano teresinense e seus conflitos mediante os avanços da modernidade e civilização é importante para entender a capital piauiense como um espaço de dinâmica social e um ambiente de múltiplas sociabilidades. A presente pesquisa teve como escopo analisar a percepção teresinense em torno do processo de civilização difundido pelos cronistas entre os anos de 1900 e 1930. Para alcançar este objetivo, foram utilizados como fontes matérias de jornais, códigos de posturas e vasta literatura piauiense que trata do tema. Porém, o principal meio de acesso a essas transformações no espaço urbano foi através das crônicas publicadas nos jornais locais, pois são elas aquilo que há de mais singular e de mais cotidiano de uma época. Os cronistas, ao se aventurarem pelas trilhas da escrita, compartilham com os leitores suas apreensões e desejos, projetam uma realidade cotidiana de forma subjetiva e, por meio de uma linguagem do dia a dia, referem-se de forma direta ao leitor “comum”, a fim de informá-lo, entretê-lo e fazê-lo pensar a respeito do tempo presente. O resultado das análises revela que a inserção da população ao mundo moderno se dá em meio a traumas e dissensos, isso porque Teresina ainda tinha fortes raízes ligadas aos costumes tradicionais. Ademais, essa “sociedade do progresso” é testemunhada pelos teresinenses, não somente pelas mudanças técnico-científicas, mas pelo modo de vida das pessoas, suas sociabilidades, sua forma de morar, seus hábitos e costumes.

  • MARCIANO VIEIRA DE ANDRADE
  • O “ORGULHO DE SER”:  IDENTIDADE, POLÍTICA E GÊNERO NO LAMPIÃO DA ESQUINA  (1978-1981)
  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 02/09/2015
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  • A proposta deste trabalho é analisar como o jornal Lampião da Esquina – produzido no Brasil, entre abril de 1978 e julho de 1981 – atuou no processo de defesa pública do direito à homossexualidade e de afirmação política da identidade homossexual, promovendo uma redefinição identitária dos sujeitos designados e/ou assumidos como homossexuais na época. A partir do jornal, buscamos mostrar que a defesa pública do direito à homossexualidade e o processo de redefinição da identidade homossexual, no contexto assinalado, foi atravessado por um conjunto de tensões, dificuldades e paradoxos ligados tanto à construção de uma política da identidade quanto à própria inserção desse processo de construção nas questões que marcaram politicamente o contexto. Embora as páginas do jornal estejam majoritariamente atravessadas por um tema central, a homossexualidade, o Lampião tratou de outras questões igualmente fundamentais para o entendimento do seu papel histórico, tais como: novos questionamentos no debate político brasileiro da época; emergência dos movimentos das minorias; e as tensões e redefinições no campo das esquerdas. A história do Lampião da Esquina também se constitui num interessante objeto para pensarmos elementos fundamentais das identidades sociais e das políticas de identidades, bem como de seu processo de construção histórica, nos servindo ainda para mostrar como estas, embora tenham sido historicamente fundamentais para a afirmação dos sujeitos aos quais buscam representar e defender, não deixam de envolver contradições e problemas, evidenciando a necessidade de serem pensadas de modo articuladas ao contexto que as tornam possíveis e em relação aos elementos que as atravessam definindo-as enquanto campo de conflitos.

  • LAURA LENE LIMA BRANDAO
  •  JUVENTUDES EM TRÂNSITO:Práticas juvenis, espacialidades e corporalidades em Teresina na década de 1970.
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 21/08/2015
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  • As manifestações culturais dos anos 70 refletiram o espírito de uma época de intensa contestação dos padrões sociais por parte de uma geração de jovens que buscavam liberdade através de ideais contraculturais, políticos e/ou revolucionários. No Ocidente, esses anos foram marcantes em termos de mobilização social e cultural juvenil. O campo da cultura tornou-se o lugar mais evidente de ebulição da juventude: a música, a literatura, o cinema, o teatro e a imprensa foram incorporados ao elenco de possibilidades de intervenção sociopolítica. No Brasil, essas transformações sociais em curso nos anos 70 relacionam-se com as alterações no campo da cultura e da arte, que viviam sob o signo da ditadura civil-militar. No contexto de supressão dos direitos civis estabelecido pelo AI-5, momento em que a política se fechou para o macro, houve uma migração para as ações microscópicas e para a subversão dos dispositivos que regulavam o corpo. Foi nesse cenário que a produção artística, as práticas comportamentais como a reinvenção dos signos e marcas corporais juvenis, as mudanças relacionadas à sexualidade e ao papel feminino e ao consumo tácito da cidade investiram-se de significações revolucionárias. Este trabalho propõe estudar um segmento juvenil teresinense que nos anos 70 do século XX agia de forma micropolarizada, por meio de frações cotidianas e ações antidisciplinares, operando essencialmente através da politização da cultura, do consumo da cidade e da reinvenção de seus corpos. Nos capítulos que compõem este trabalho empenhou-se em pensar em três eixos analíticos: o comportamento, a cidade e o corpo, relacionando-os à conjuntura mundial e pensando através do prisma das subjetividades flexíveis e das identidades plurais.

    Link da Dissertação: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/coleta_online/manutencaoTrabalhoConclusao/viewTrabalho.xhtml?popup=true&id_trabalho_conclusao=2487243

  • JAISLAN HONORIO MONTEIRO
  • Arte como experiência: cinemaintertextualidade e produção de sentidos (1961-1972) 

  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 17/07/2015
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  • Os estudos historiográficos têm evidenciado um crescente interesse nas práticas culturais e estilos de vida desenvolvidos no âmbito da cidade. O deslocamento das propostas de ordem econômica para uma ênfase mais cultural e estética tem colocado em relevo as diversas formas com as quais os sujeitos têm exprimido suas experiências ante o mundo e, consequentemente, a necessidade por novos modelos explicativos da realidade. Este trabalho procura lançar luz sobre os esforços de construção de sentidos no terreno da cultura brasileira no período que medeia os anos 1960/1970, dando especial atenção às mudanças efetivadas por parcela da juventude urbana brasileira no que tange a produção, consumo e circulação de bens e práticas culturais. O desenvolvimento do trabalho aborda, prioritariamente, o estudo das condições de elaboração e consumo de produtos artísticos realizados na época, assim como o delineamento dos regimes visuais presentes nessa ambiência histórica. A pesquisa se utilizou de fontes orais, imagéticas e hemerográficas, o que permitiu perceber na geração em estudo o exercício de uma função catalisadora de práticas artístico-culturais fomentadoras de novas formas de ver e dizer o Brasil.

  • MÁRCIO DE ARAÚJO PONTES
  • HISTÓRIAS DE MULHERES DRAMISTAS: (Re)constituindo passos dos mestres da cultura cearense (2003 – 2013)

  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 09/07/2015
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  • Mulheres dramistas do município de Tianguá são tomadas como referência para que se possa compreender as tensões que marcam a trajetória dos mestres da cultura cearense, diplomados pela Secretaria Estadual da Cultura, a partir de 2003. Quando a dramista Ana Maria da Conceição, recebe o título de mestre da cultura, sendo a partir de então reconhecida como tesouro vivo da cultura cearense, suas experiências relacionadas à cultura dramista são evidenciadas e seu grupo experimenta novas vivências. Ações culturais desenvolvidas pelo Governo ampliam as possibilidades de circulação das manifestações culturais, embora com algumas implicações. Entre as correntes historiográficas pautadas na História Cultural, a pesquisa se apóia na micro-história, buscando diminuir a escala do objeto a ser pesquisado para se apropriar da riqueza de seus detalhes, aplicando a História Oral como método, que utiliza a técnica da entrevista na construção das fontes orais, sendo privilegiada a história temática. Ainda fazem parte da pesquisa investigações hemerográfias e iconográficas.

  • NATÁLIA MARIA DA CONCEIÇÃO OLIVEIRA
  • A IGREJA DE SANTO ANTÔNIO EM CAMPO MAIOR – PI (1941-1971).


  • Orientador : ALCILIA AFONSO DE ALBUQUERQUE E MELO
  • Data: 25/05/2015
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  • Esta pesquisa constitui um estudo sobre a Igreja Catedral de Santo Antônio, da cidade de Campo Maior – PI, das décadas de 1940 a 1970. Utilizou-se, como metodologia, a pesquisa bibliográfica, a qual ofereceu respaldo aos questionamentos propostos; além disso, fez-se uso do método da história oral e utilizaram-se, também, fontes documentais, hemerográficas e iconográficas. Considerando a relevância desse período para a história da cidade e da Igreja Católica em Campo Maior, o objetivo desse trabalho foi investigar a história da referida Igreja, observando a interferência dela no cenário urbano e as transformações sofridas na época. No tocante aos referenciais teóricos, destacam-se os autores piauienses, como Melo (1983), Mott (2010) e Queiroz (2006), que deram respaldo à ideia de que a cidade em estudo surgiu a partir da Igreja e como a sua demolição, em 1944, sofreu a influência da cera de carnaúba. Além destes, autores como Catroga (2009), Le Goff (2003) e Ricoeur (2007) permitiram o entendimento sobre o conceito de memória. Choay (2006) direcionou a um entendimento deste templo como um monumento; e Lamas (2000), Kevin Lynch (1997), Cullen (2006) e Aldo Rossi (1995) conduziram a uma visão da cidade não somente pelo viés histórico, mas também arquitetônico.  Os artefatos da modernidade começaram a ser construídos por homens que viviam a euforia dos novos tempos. Dentre esses artefatos, destacou-se o evento marcante de demolir e construir o espaço religioso católico, ficando a cargo do jovem padre Mateus Cortez Rufino, que dirigiu a Paróquia de Santo Antônio por trinta anos, período de estudo desta pesquisa. Esse sacerdote colocou um dos elementos causadores do desenvolvimento urbano em paralelo com os anseios do mundo moderno. A partir da análise das fontes, constatou-se a importância da Igreja de Santo Antônio para este espaço citadino e para a construção da malha urbana, bem como para a composição da paisagem da cidade, possibilitando o entendimento de que sua história está intrinsecamente ligada à história da Religião Católica neste lugar e que, no período em estudo, o Pe. Mateus intensificou essa ligação direcionando todos para um mesmo objetivo: construir o novo templo católico da cidade.

  • MARA GONÇALVES DE CARVALHO
  • PICOS: HISTÓRIA, DESENVOLVIMENTO E TRANSFORMAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO (1970)

  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 15/05/2015
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  •  O presente trabalho tem por objetivo analisar e conhecer a história e as transformações ocorridas no centro histórico de Picos, principalmente durante a década de 1970. Buscaremos entender de que forma esses processos alteraram o cotidiano da cidade, a economia e as construções históricas, localizadas nessa área da cidade. Além disso, faremos uma comparação de como eram determinados locais da região central, como a praça, o mercado público e o cinema e como estão hoje. Entendemos que esse estudo se faz necessário por a cidade está em constantes transformações, estas muitas vezes não preserva em nada a história e a memória de seu povo. A escolha do centro da cidade, para o desenvolvimento do nosso estudo, se deu por notarmos que nessa área da cidade vem ocorrendo várias modificações, muitas vezes motivadas pela especulação imobiliária, assim como o crescimento do comércio, que estão alterando de forma significativa o viver da cidade. Desse modo podemos de forma simplificada dizer que o foco principal do nosso trabalho é analisar o crescimento do centro de Picos, a valorização capitalista dessa área da cidade e o impacto no seu patrimônio material. Utilizaremos para isso métodos da pesquisa qualitativa. Fotografias, documentos, fontes orais e jornais, serão algumas das ferramentas por nós utilizadas. Autores como: Antônio Paulo Rezende, Raquel Rolnik, Sandra Jatahy Pesavento, Lúcilia de Almeida Neves, Le Goff, Michell Pollak e Françoise Choay, nos darão suporte teórico.

  • BERNARDO AURÉLIO DE ANDRADE
  • POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS E SALÃO DE HUMOR NO PIAUÍ

  • Orientador : MANOEL RICARDO ARRAES FILHO
  • Data: 17/04/2015
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  • Este trabalho compreende o processo de institucionalização das políticas públicas culturais no Brasil, a partir da década de 1930, traçando sua relação com o que aconteceu, sob o mesmo prisma cultural, no Estado do Piauí. Apresentamos a influencia que as políticas nacionais exercem sobre a estadual e como essa relação espelha o processo de criação da máquina estatal, e suas políticas, voltada para gerir a cultura no Piauí. Tomamos como exemplo, a relação do Governo do Estado do Piauí com a Fundação Nacional do Humor, entidade privada e de interesse público, que realiza o Salão de Humor do Piauí, evento que existe desde 1982, totalizando trinta edições em 2013. Sob a perspectiva das políticas estaduais de valorização e construção de identidades locais, o Salão de Humor do Piauí é tomado como objeto e é colocado como um problema na relação pública-privada e na realização de uma política concreta e eficaz na gestão pública cultural no Estado do Piauí. Ao longo do texto, comparações entre o Salão e Humor e outros eventos, como o Salão de Humor de Piracicaba, o Salão Medplan de Humor e o Salão do Livro do Piauí, são elaboradas, buscando uma compreensão mais ampla da relação do Estado com eventos significativos como esses. Procuramos um diálogo com a história das políticas públicas no Brasil e no Piauí, utilizando autores que trabalham este tema, como Ana Regina Rêgo, Lia Calabre e Isaura Botelho, ao tempo que procuramos também fazer leitura de textos de teóricos da cultura, como Stuart Hall, Terry Eagleton e Homi K. Bhabha. Em nossa metodologia, lançamos mão sobre a pesquisa bibliográfica e hemerográficas, assim como nos utilizamos das oralidades a partir da elaboração de entrevistas. 

  • RAMSES EDUARDO PINHEIRO DE MORAIS SOUSA
  • TEMPO DE ESPERANÇA: camponeses e comunistas na constituição das Ligas Camponesas no Piauí entre as décadas de 1950 e 1960


  • Orientador : DENILSON BOTELHO DE DEUS
  • Data: 17/04/2015
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  • No início da década de 1960, o debate sobre a necessidade de uma reforma agrária no Brasil adquiriu um caráter nacional. Entre aqueles que a defendiam e os que a rejeitavam havia uma constatação comum: a calamidade da situação no campo e a imperiosa urgência em resolvê-la, sob o risco de o país ser convulsionado por uma revolução social. As Ligas Camponesas foram significadas pela imprensa do período, e também pela memória, como a expressão deste estado de efervescência social em que se encontrava o Brasil e, principalmente, o Nordeste. Considerando a relevância desse período na História do Brasil, o objetivo desse trabalho é analisar o processo de emergência das Ligas Camponesas no Piauí. Neste sentido, examino a constituição deste movimento social a partir dos empreendimentos cotidianos de camponeses e dos militantes comunistas piauienses, argumentando que as relações entre as experiências absolutamente únicas destes sujeitos foram fundamentais para a criação das Ligas no Piauí no inicio dos anos 1960. Nesta abordagem enfatizo o debate sobre a reforma agrária no Piauí, as tensões entre os grupos políticos locais e os conflitos cotidianos pelo acesso à terra no Estado. A análise apoia-se em fontes orais, hemerográficas, processos judiciais e na bibliografia sobre o tema. No tocante aos referenciais teóricos, destaco a importância do conceito de experiência elaborado por E. P. Thompson, utilizando-o como instrumento para discutir os modos como os sujeitos desta pesquisa compreenderam a realidade ao seu redor e construíram expectativas de transformação social atravessadas pela esperança do acesso a terra.

     

     


  • JOSÉ MAURICIO MOREIRA DOS SANTOS
  • “UNIÃO, FORÇA E TRABALHO”: trabalhadores, mutualismo e sindicatos no Piauí (1900-1945)"

  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 25/03/2015
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  • A dissertação tem como proposta analisar o processo de formação da classe trabalhadora no Piauí a partir de suas experiências associativas no período de 1900 a 1945, especialmente nas cidades de Teresina e Parnaíba.  Pretende-se investigar a formação e atuação de associações mutualistas operárias no inicio do século XX, a exemplo do Centro Proletário de Teresina e a União Geral dos Artistas Mecânicos e Liberais de Parnaíba.Observando-se também a transição do associativismo mutualista para o sindical no período pós 1930, quando emergem muitos sindicatos de diversas categorias profissionais no estado. O principal referencial teórico será o conceito de Experiência de E.P. Thompson. Fizemos um" levantamento de fontes documentais, como o Diário Oficial, ofícios e relatórios do governo, inquérito policial, jornais operários, atas e estatutos das entidades associativas e entrevistas.

     

     

  • MARIA DALVA FONTENELE CERQUEIRA
  • ENTRE TRILHOS E DORMENTES: A Estrada de Ferro Central do Piauí na história e na memória dos parnaibanos (1960-1980)


  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 20/03/2015
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     O trem é uma invenção que traduz magia, desejo e encantamento. A sua aparição ampliou o horizonte de expectativas dos homens que desejavam alcançar o progresso material dos seus estados, cidades e países. No Piauí, ele apareceu e desapareceu no século XX na cidade de Parnaíba. Os parnaibanos foram os primeiros a experimentar as sensações do convívio com esse novo meio de transporte que invadiu o litoral. A locomotiva carregou em seus vagões produtos frutos do extrativismo, animais, frutas, verduras e muitos passageiros cheios de seus sonhos, desejos e esperanças por dias melhores. O trem que despertou encantos e embalou sonhos entre os piauienses foi desativado na década de 1980 deixando um rastro de saudades e cicatrizes de emoção na memória daqueles que conviveram com ele. O presente trabalho é resultado de uma pesquisa que teve como objetivo geral compreender o processo de desativação da Estrada de Ferro Central do Piauí entre as décadas de 1960 a 1980. Dessa forma, a pesquisa tem como objetivos específicos investigar como os parnaibanos reagiram diante da desativação da Estrada de Ferro Central do Piauí; conhecer o cotidiano da cidade e sua relação afetiva com o trem; analisar como a ferrovia é representada na memória dos ferroviários.  Para tanto, foram utilizados três fios condutores: apresentamos a cidade de Parnaíba e sua relação afetiva com o trem; os descaminhos do transporte ferroviário no Piauí e os caminhos rodoviários entre as décadas em estudo; as histórias e memórias dos ferroviários que trabalhavam na ferrovia e conviveram com seus descaminhos e consequentemente com sua desaparição. A delimitação espacial da pesquisa contempla a cidade de Parnaíba nas décadas finais do século XX, por essa cidade ter sido sede administrativa da Estrada de Ferro Central do Piauí. O estudo recorre à utilização dos conceitos desenvolvidos sobre memória e cidade defendidos por teóricos como: Michel de Certeau (2003), Jacques Le Goff (2013), Fernando Catroga (2001), Maurice Halbwachs (1990), Raquel Rolnik (1995), Sandra Jatahy Pesavento (2001), Italo Calvino (2008), Ana Fani Alessandri Carlos (2003); sobre o conceito de Modernidade Marshall Berman (2007), Francisco Hardman (2005), Nicolau Sevcenko (1998, 2009), Antônio Paulo de Moraes Rezende (1994, 2008), Cláudia Cristina da Silva Fontineles (2007, 2009, 2010). A pesquisa utilizou como suporte, fontes orais obtidas por meio de entrevista temática, documentos oficiais, hemerográficas, livros escritos por memorialistas parnaibanos e periódicos.  Foram importantes para a compreensão e análise da metodologia da história oral os estudos de Paul Thompson (2002), Verena Alberti (2008), Francisco Alcides do Nascimento (2002). Os resultados da investigação indicam que a sociedade parnaibana se manifestou, por meio de jornais locais, solicitando ajuda aos políticos piauienses para a manutenção da Estrada de Ferro Central do Piauí, mas pouco foi feito diante da política econômica adotada pelos governos militares no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980, que priorizaram o rodoviarismo no país em detrimento do transporte ferroviário.  Sua desativação provocou sentimentos e ressentimentos entre os ferroviários que alimentam o desejo da reativação do transporte ferroviário no Piauí.

     

  • KARLENE SAYANNE FERREIRA ARAUJO
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    TERESINA (IN) DESEJADA E PULSANTE: Pobreza, Modernização e Memórias da capital na década De 1970

     

     

     

  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 13/03/2015
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  • Teresina, a cidade planejada para ser a capital do Piauí, carregou ao longo dos anos o signo da pobreza e do moderno. Este trabalho debruça-se sobre a década de 1970, momento em que a cidade viveu um turbilhão de mudanças estruturais e de embelezamento. Esse período também foi marcado pelo discurso político que objetivava apagar o passado pobre do estado, começando pela capital. As obras que trariam o progresso passaram a fazer parte do cotidiano da urbe e conviveram com a pobreza alastrada pelos bairros e em muitas áreas centrais. Nesse sentido, estudamos o uso e apropriação do espaço urbano de Teresina pelo chamado processo de modernização. Investigamos como a pobreza passou a ser objeto de discursos e práticas que desejavam excluí-la da área mais visível da cidade, ficando assim, distante dos olhares disciplinadores das elites econômica, política, social, intelectual e dos visitantes. Foi nesse contexto que optamos por nos debruçar e entender como o Mercado Velho Central foi usado como vetor, pelo poder público, para modernizar o perímetro urbano central, assim como moldar e civilizar os pobres que ali trabalhavam. Os processos de modernização são a princípio caracterizados pelas mudanças urbanísticas da cidade e depois aparecem como uma justificativa para jogar a pobreza cada vez mais longe do centro. Os anos de 1970 foram marcados pela estrutura de concreto, palco de luta pelos espaços centrais da cidade. Mudanças sem fumaça e com muito cimento. Para a construção do presente trabalho recorremos ao diálogo entre fontes hemerográficas, oficiais e orais. Os jornais, de circulação diária, Mensagens do Estado e Municipais e entrevistas realizadas por meio da metodologia da História Oral.

     

     









  • TALITA KAMACHE RODRIGUES LIMA DE CASTRO
  • Saúde e Progresso : o discurso da imprensa teresinense sobre a saúde pública e modernização da cidade (1971-1975).
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 13/03/2015
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar o discurso da imprensa escrita teresinense nos anos de 1971 a 1975, período em que o Piauí era governado por Alberto Silva e Teresina administrada por Joel Ribeiro. Ambos os administradores foram fundamentais para as transformações que a cidade sofreu no período já citado. A capital piauiense passa por intensas transformações nos seus aspectos físicos, sociais e morais, e dentro dos aspectos sociais, a saúde pública, em seu contexto mais amplo, foi fundamental para dar êxito ao processo e o desejo de modernização. O Piauí passa a ter uma mudança significativa em sua economia como reflexo do “milagre econômico”. Neste sentido, consideramos a saúde e higiene da população como um fator que as elites econômica e intelectual da cidade consideravam como principal para o projeto que estava em curso. Analisamos e consideramos o papel do discurso dos jornais sobre a questão saúde pública para o desenvolvimento exitoso desse processo. Utilizamos como fontes de pesquisa os jornais O Dia, A Hora e o Jornal do Piauí, fontes orais através da metodologia da história oral e ainda as mensagens de governo à Assembleia Legislativa.

2014
Descrição
  • KLLARICY OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • ENTRE RUÍNAS E ARRANHA-CÉUS: pobreza e modernização no
    discurso da imprensa escrita teresinense na década de 1970

  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 30/08/2014
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  • Este trabalho tem como objetivo analisar as representações produzidas durante a década de 1970 sobre Teresina pelos editoriais de circulação na capital, previamente selecionados. A escrita jornalística é tomada, neste sentido, como fonte e objetivo de pesquisa tendo em vista o potencial analítico dos considerados “observadores atentos da cidade”, que produzem, consomem e dão a ver múltiplas cidades a partir de escolhas, interesses e visões de mundo que permeiam o lugar social e o tempo no qual se inscrevem. O recorte temporal delimitado apresenta-se, assim, como um período profícuo para refletir sobre as relações estabelecidas entre governo e imprensa escrita na medida em que o país e, consequentemente, o estado do Piauí vivenciavam a intensificação da ditadura militar e um acelerado processo de modernização que imprimira inúmeras mudanças no cenário urbano das capitais brasileiras, seja na paisagem arquitetônica, seja na face do citadino. Para tanto, foi realizada a identificação dos posicionamentos políticos e ideológicos do corpo editorial de cada jornal no que tange ao projeto de “desenvolvimento” e “modernização” empreendido na década de 1970. Tal proposta tem sido favorecida, ainda, pela análise de narrativas orais obtidas por meio de entrevistas feitas com jornalistas e profissionais da imprensa escrita que vivenciaram o período em questão e depositadas no Núcleo de História Oral da Universidade Federal do Piauí, além do uso da fotorreportagem como fonte possível de reflexão sobre o padrão de visualidade urbana produzido nos periódicos já mencionados. Ao seguir este percurso metodológico, tem-se como finalidade responder os seguintes questionamentos: que Teresina surge nas manchetes dos periódicos? Com que intenções? Com que efeitos? Quais os desdobramentos e contornos do discurso jornalístico? Como a relação imprensa/estado influencia o processo editorial? Como os jornalistas significam e (re)significam o processo histórico vivenciado na década de 1970

  • ÍTALO JOSÉ DE SOUSA
  • QUESTÕES DE TERRA E PODER NA SOCIEDADE PIAUIENSE: História dos conflitos agrários entre sesmeiros e posseiros. 1700 – 1760

  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 29/08/2014
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar os conflitos entre sesmeiros e posseiros entre os anos de 1730 e 1760, na Capitania de São José do Piauí. Analisamos as implicações resultantes de tais conflitos para esta sociedade ainda em formação.

    Estudamos as possíveis ligações entre o latifúndio, a violência e o autoritarismo característicos deste espaço, no período abarcado pela pesquisa que realizada. A relação entre os potentados locais, o poder público, os posseiros e os membros da igreja foram analisados na tentativa de se perceber como cada um desses segmentos fez uso da legislação agrária na sua luta cotidiana para garantir seus interesses em meados do século XVIII.

  • JOSÉ RIBEIRO DO NASCIMENTO NETO
  • O NEGÃO DA MACAÚBA: Memória, discurso, gênero e etnia em uma lenda urbana (Teresina, 1985 – 1989).

  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 29/08/2014
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  • O Negão da Macaúba foi um personagem famoso em Teresina, devido uma série de estupros e ataques contra mulheres que aconteceram na cidade durante a segunda metade da década de 1980. A lenda urbana se mostra como a oportunidade de trabalhar o imaginário popular referente à sua construção entre os anos 1985-1989. O nome do personagem foi criado pelo radialista Luís Borges para incrementar a audiência de seu programa, baseando-se em um homem negro e alto que atacava mulheres, sobretudo, jovens na volta para casa durante o período noturno no bairro Macaúba e regiões vizinhas. Outros criminosos foram presos na tentativa de detê-lo, no entanto ele não era capturado. Além da falta de identidade do criminoso, narrativas insólitas eram contadas sobre as formas como ele escapava da polícia e como atacava suas vítimas sem ser identificado. O trabalho observa o personagem como um símbolo da violência na sociedade teresinense, baseando-se em Robert Darnton e Michael de Certeau, o Negão da Macaúba é algo produzido por um contexto cultural determinado, ao tempo que é o representante desse contexto cultural, influenciando na vida das pessoas daquela comunidade. Dessa maneira a metodologia da História Oral é um importante auxilio no acesso aos diversos discursos que (re) produzem a lenda urbana e utilização do jornal escrito como fonte, também é essencial, para evidenciar a representação do cotidiano marcado pela violência sexual naquela época, especialmente no bairro Macaúba. Voltando um pouco mais no tempo, esse texto debruça-se sobre a origem do bairro Macaúba, rastreando histórias de violência desde a época do seu surgimento. Na busca por entender o sentido e a função deste personagem-símbolo, cotejando os elementos de gênero contidos no Negão da Macaúba e orientado por Robert Connell, essa produção conclui, refletindo sobre a lenda urbana como uma tentativa conservadora e reacionária de criar modelos femininos e masculinos, desejados e excluídos na cidade de Teresina.

  • JANNEFRANCE GONÇALVES DA COSTA
  • CRIANÇAS E URUBUS:representações imagéticas e discursivas no jornal O Dia no período de 1986 a 1991

     

     

  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 28/08/2014
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    Este trabalho reflete sobre as representações imagético-discursivas das crianças piauienses no jornal “O Dia” no período de 1986 a 1991 O noticioso impresso “O Dia” é um dos jornais de grande circulação no estado do Piauí, edificador diário de uma memória oficial e oficiosa do que é relevante rememorar e esquecer. Parti em busca dos vestígios das crianças na imprensa escrita no intento de investigar como o olhar dessa imprensa as representa nos textos e as capta nas lentes fotográficas. Nas análises conotativas e denotativas realizadas por Barthes (1990) e nos discursos de Foucault (2000) encontramos as ferramentas metodológicas para realizar um estudo das representações produzidas sobre as crianças piauienses. Alguns eventos ocorridos na década de 1990 são emblemáticos para as crianças brasileiras, a exemplo da publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 -, que se destina a proteger integralmente os direitos desse público, constantemente evidenciados e ameaçados na mídia contemporânea, sobretudo em razão das crescentes discussões acerca da redução da maioridade penal. O olhar dos Poderes Públicos para a criança abandonada e delinquente é uma questão secundária ou mesmo invisibilizada por esses poderes. Os indícios dos rastros grafados no jornal “O Dia” que representaram a criança de Teresina no período delimitado suscitaram o interesse por esta investigação e delinearam o problema da pesquisa, que consiste no seguinte questionamento:  É em busca dessas imagens fotográficas e discursos sobre as crianças impressos no jornal O Dia o nosso problema. Dessa maneira a presente investigação além de contribuir com a produção historiográfica local, pretende desvelar a fabricação de modelos e ideais de crianças, como também problematizar as maquinarias que as fabricam e as aprisionam historicamente.


  • JOÃO CARLOS DE FREITAS BORGES
  • A CONSTRUÇÃO DA CIVILIZAÇÃO DO COURO: Renato Castelo Branco e o Piauí em tempo de Estado Novo

  • Orientador : DENILSON BOTELHO DE DEUS
  • Data: 21/08/2014
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  • Esta dissertação é resultado de um trabalho de pesquisa sobre as origens, a construção e as interlocuções que caracterizam a obra A Civilização do Couro (1942), de autoria do piauiense Renato Castelo Branco. Para além das representações da identidade piauiense, todo o esforço de investigação aqui empreendido esteve voltado para buscar uma compreensão do significado desta obra, da sua relação com a trajetória do autor, do universo de interlocução no qual se constituiu e da sua inserção no contexto histórico do período em que foi elaborada e publicada, qual seja, o Estado Novo. Uma das preocupações que presidiu a pesquisa foi a de desvelar as possíveis relações entre a obra e o ideário político dominante no Estado Novo no Piauí, especificamente, durante a interventoria de Leônidas de Castro Melo, que financiou a publicação. Para responder a estas questões e - a partir de um olhar fundamentado nos padrões de uma história social -, o trabalho dá visibilidade às condições materiais de existência desta obra; investiga a trajetória do autor, a fim de compreender seu processo de inserção no campo literário brasileiro, assim como os caminhos que o levaram à publicação da obra; analisa o cenário político nacional e piauiense durante o Estado Novo, em especial às questões concernentes à cultura e ao campo literário; aborda as possíveis relações entre a publicação da obra de Castelo Branco e a necessidade de legitimação das demandas por melhorias infraestruturais no Estado; bem como discute as estratégias argumentativas e narrativas utilizadas pelo autor para a construção de uma obra que atendesse aos critérios da crítica ligada ao regime varguista. Para tanto, tomando como referência autores como Pierre Bourdieu, Roger Chartier e Raymond Williams, e dialogando com historiadores brasileiros como Ângela de Castro Gomes, Francisco Alcides do Nascimento e Mônica Pimenta Veloso, foram utilizadas fontes de variada natureza, como: cartas, obras literárias (e dentre elas romances, memórias e ensaios), matérias publicadas em jornais e revistas, além de relatórios e outros documentos oficiais. O recorte cronológico da pesquisa cobre os anos de 1937 a 1942 – datas que marcam respectivamente o início do Estado Novo e a publicação da obra estudada.

  • WAGNER GONÇALVES CAMPOS NETO
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    A MILITÂNCIA DAS LETRAS: A atuação de Jônatas Batista diante da modernização da cidade de Teresina no início do século XX


  • Orientador : DENILSON BOTELHO DE DEUS
  • Data: 21/08/2014
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  • Jonatas Batista foi um escritor, poeta e teatrólogo que viveu na cidade de Teresina na passagem do século XIX para o XX. Como escritor, atuou em várias revistas e jornais da capital, e em poesia escreveu Sincelos (1907) e Alma Sem Rumo (1934). Sua atuação como teatrólogo se delineia durante toda sua trajetória em prol do teatro na capital Teresina, participou de grupos teatrais e escreveu peças de destaque. O presente trabalho analisa a relação de Jônatas com Teresina, que foi marcada pelo constante conflito entre os ideais do literato e as mudanças que transformaram a cidade no início do século XX. A literatura, principalmente a crônica, tidas aqui acima de tudo como uma forma de militância e de intervenção de Jônatas sobre a sociedade, nos serve de base para a compreensão da relação contraditória do homem com o seu tempo. Esta pesquisa analisa a forma como a modernização foi sentida e vivenciada na capital piauiense através da atuação literária de Jônatas Batista, principalmente em sua atividade como cronista.

     

  • GILMAR PEREIRA LIMEIRA JÚNIOR
  • O OLHAR ATRÁS DA PORTA

    Cultura visual, o urbano e o discurso pós-modernista em Estorvo, de Ruy Guerra (1999).

  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 18/08/2014
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  • O presente trabalho reflete, a partir do filme Estorvo, de Ruy Guerra, sobre a cultura visual, especialmente sobre aquilo que se poderia historicamente pensar em relação ao olhar, tendo em vista o cruzamento entre o urbano e o Pós-Modernismo. O texto indaga sobre a composição da subjetividade do sujeito contemporâneo, utilizando-se da análise da relação do triplo olhar/urbano/Pós-modernismo com a construção do filme em estudo. Deste modo o filme de Ruy Guerra aparece como uma testemunha sensível não apenas do cinema atualmente produzido, mas da própria sociedade do interior da qual emerge. Tendo em vista que o mundo contemporâneo é marcado por uma enorme pluralidade e dinamismo, o trabalho também incursiona pela questão da Identidade e do presentismo.

  • ÍTALO CRISTIANO SILVA E SOUZA
  • POR UMA EPISTEMOLOGIA DO ABJETO:
    a aids e o regime de verdade produzido pela imprensa em Teresina na década de 1980

  • Orientador : MANOEL RICARDO ARRAES FILHO
  • Data: 18/08/2014
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  • Na década de 1980 temos a emergência de uma nova patologia no cenário biológico mundial que atingiu milhares de pessoas, a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), provocada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). No Brasil, vivia-se o período da abertura política depois de 21 anos de ditadura civil-militar, na qual discussões sobre o futuro da juventude e a composição das liberdades políticas e comportamentais permeavam os discursos veiculados pela imprensa. A aids, assim, inseria-se no bojo histórico das mudanças desse período, uma vez que transformava-se numa metáfora que aglutinaria anseios e preconceitos contra as “sexualidades dissidentes”, tornando-se um “dispositivo” para normalizar e repatologizar determinados sujeitos que eram identificados como a “anti-norma” do padrão “heterossexual”. Partindo dessa problemática, a pesquisa teve como objetivo principal entender como se deu a elaboração de um “regime de verdade” sobre a aids durante a década de 1980 nos jornais O Dia, O Estado, Jornal da Manhã e na revista Impacto, todos publicados em Teresina. A metodologia empregada foi a análise do discurso foucaultiana, em que os enunciados veiculados pela imprensa podem ser tratados na “espessura material” de sua existência, no momento em que são praticados e escritos numa teia complexa de relações que são dispersas, mas que podem formar regularidades sobre determinados elementos, sujeitos e conceitos referentes a aids. Partindo de então, as identidades e as categorias forjadas pelos discursos mobilizados pela aids foram historicizadas e problematizadas. Diferentemente da análise dos autores Richard Parker e Jane Galvão; que afirmaram que ao longo da década de 1980, diante da identificação do vírus HIV em 1983, teria ocorrido a redução, por parte da mídia brasileira, dos discursos que associavam a aids aos “grupos de risco”; percebeu-se que em Teresina, quando da análise dos já supracitados impressos pesquisados, houve a proliferação desses discursos principalmente no momento em que eram confirmados os primeiros casos da doença em 1987. Esses discursos contribuíram ainda mais para que houvesse uma “homossexualização” dos “grupos de risco”, criando-se assim a figura do “aidético”, um ser “abjeto” atravessado por uma superfície acontecimental e histórica de indivíduos que habitaram sentidos e metáforas formadoras de estigmas e “identidades deterioradas”.

     

  • MARCOS VINICIUS HOLANDA SOUSA
  • Entre montes e estradas: Expansão urbana e modernização na cidade de Picos-PI (1960-1985)

  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 18/08/2014
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    Este trabalho propõe uma análise sobre a cidade de Picos e seu contexto histórico no período de sua expansão urbana e modernização mais intensas, entre os anos de 1960 e 1985. A trajetória que a cidade percorreu nessas décadas foi marcada por uma catástrofe natural (maior cheia do Rio Guaribas registrada na história) e a posterior reconstrução das áreas constantemente atingidas, acarretando em mudanças nas áreas de habitação, que deixaram de margear somente o rio Guaribas direcionando para os morros do centro e às margens das rodovias que cortam o município. O estudo foi realizado no campo História e Cidade e como referência empírica o espaço urbano da cidade de Picos, situada no sertão piauiense. Nesse contexto, buscou-se investigar através de fontes primárias (obras sobre a cidade de Picos, edições e matérias dos Jornais A Voz do Campus, O Macambira, Folha de S. Paulo, Diário de Notícias, Revista Veja e depoimentos) e secundárias (imagens e mapas) as mudanças ocorridas na cidade ao longo do período de recorte temporal da pesquisa. Essas mudanças foram objetivadas no espaço urbano picoense num momento de desenvolvimento econômico- industrial e diminuição da produção agrícola, assim como também no âmbito de investimentos de infraestrutura viabilizados pelo governo militar que tanto remetiam quanto condicionavam os próprios projetos de modernização, um deles a instalação do 3º Batalhão de Engenharia e Construção, no início da década de 1970 que foi um dos fatores de desenvolvimento da região. Com a chegada do Batalhão, iniciou-se um conjunto obras que podem ser vistas por toda região de Picos, dando ênfase à rodovia Transamazônica que visava ser uma rota de migração no eixo Nordeste-Norte e a Barragem Bocaina, construída para sanar problemas recorrentes na região, como falta de água e regularização da vazão do rio Guaribas, o que contribuiu para a diversificação da economia local.


  • ELANE DA COSTA OLIVEIRA
  • IN MEMORIAN”: o Cemitério da Igualdade Cidade de Parnaíba, Litoral Norte do Piauí, Brasil (1859-1930)
  • Orientador : AUREA DA PAZ PINHEIRO
  • Data: 15/08/2014
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    O objeto de estudo desta investigação é a arte cemiterial, nomeadamente, as representações da morte impressas em imagens, epitáfios e esculturas de anjos, presentes nos túmulos do Cemitério da Igualdade, localizado na cidade de Parnaíba, litoral Norte do Piauí, Brasil, entre 1859 a 1930. O interesse por este estudo se justifica por compreendermos os cemitérios como espaços de culto aos mortos, preservação e ressignificação de memórias, lugares atravessados por símbolos, sentidos e significados, que nos informam sobre a cultura da morte de outros tempos e nos possibilitam compreender pistas, fragmentos, continuidades e rupturas de uma arte secular - a arte de bem morrer, de cultuar histórias e memórias ancestrais.

     


  • ELENE DA COSTA OLIVEIRA
  • A ARTE DE BEM MORRER: a cultura funerária na cidade de Teresina, Piauí[1852-1896]
  • Orientador : AUREA DA PAZ PINHEIRO
  • Data: 15/08/2014
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  • Este trabalho tem o objetivo de analisar a cultura da morte no Piauí, pontualmente, a cultura funerária na cidade de Teresina no século XIX. Privilegiamos a descrição e a interpretação de ritos e práticas funerárias para narrar histórias de fé, religiosidade e espiritualidade. Buscamos compreender a experiência religiosa do devoto católico diante da morte. Dentre as nossas referências estão os ritos relacionados à escolha da mortalha e à escrita testamentária; um conjunto ritualístico que prepara o fiel para o que se considerava boa morte. Entendemos os ritos como um conjunto de símbolos, marcados por sentidos e significados emblemáticos na passagem do mundo dos vivos para o mundo dos mortos. Interpretamos a cultura funerária como fenômeno cultural, visível e dizível, historicamente elaborada, privilegiada, nesta dissertação, como objeto de reflexões, que nos permitem elaborar questões as mais diversas para analisar o fenômeno na cultura religiosa na cidade de Teresina [1852-1896]. Os ritos não possuem uma estrutura fixa, os preparativos do cadáver não se efetuam da mesma forma, mas comportam especificidades e experiências de natureza diversa. Utilizamos como fontes secundárias a historiografia da morte e como fontes primárias os Testamentos, Estatutos das Irmandades Católicas e os Inventários, documentos que constam do acervo documental do Arquivo Público do Estado do Piauí.

  • VICENCIA ROZILDA GOMES PINHEIRO
  • Entre desejos e Receios : Barragem do Bezerro Entre Memória e Urbanização na cidade de  José de  Freitas  – PI (1992-2002). 

  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 15/08/2014
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    Este estudo teve por objetivo analisar como a construção da Barragem do Bezerro contribuiu para as transformações que ocorreram na cidade de José de Freitas-PI, no período compreendido entre 1992 e 2002. A definição do recorte temporal foi baseada no ano de início da construção da Barragem, período em que tem início as transformações espaciais e da memória freitense em torno da Barragem que foi construída na Fazendo Assaí. a construção da Barragem  foi um elemento motivador da  (re)organização do espaço da cidade e principal fator de silenciamentos e (re)construção de memória da população atingida por essa construção. Além do campo da memória e da cidade o estudo tem objetivo investigar como a Barragem do Bezerro contribuiu nas transformações econômicas e nas relações políticas da cidade percebendo a influência econômica da Barragem na cidade principalmente após sua entrada na rota turística do Piauí em 2002.  Entre os recursos utilizados para a construção desse trabalho analisamos as fontes documentais adquiridas junto ao Arquivo Público do Piauí ( APPI), à prefeitura de José de Freitas,Câmara Municipal de José de Freitas,  à Biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e à Biblioteca da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí. ( CEPRO), Livro de Ocorrência. Para Fundamentação teórica sobre cidade utilizamos  Ítalo Calvino(1990), Roberto Lobato Correia (2000),Ana Fani Alesandri Carlos(2005),Raquel Rolnik(1988).NoCampo da memória utilizamos  Walter Benjamin (1994), Fernando Catroga(2009), Michael Pollack (1989), Pierre Nora(1981), no campo da história Oral utilizamos rtigos do livro organizado por Marieta de Moraes Ferreira(2000),José Carlos Sebe (1996). ia do 17º DP de José de Freitas, Ata de Associação dos Barraqueiros da Brragem do Bezerro.  Utilizamos também a metodologia da história Oral que nos ajuda a perceber como o espaço modificado ainda permanece latente na memória dos moradores do Assaí, como os moradores receberam e adaptaram-se as novas moradias, os prejuízos e gratificações proporcionada pela Barragem a cidade. Vamos enfatizar as modificações ocorridas após a chegada da Barragem na cidade, demonstrando as rupturas e permanências ocorridas com essa construção, sendo ressaltadas essas mudanças até o ano de 2002.  Compreenderemos as discussões acerca das modificações de espaço urbano da cidade, observando as representações sociais da construção da Barragem e de seus desdobramentos na vida econômica, política e cotidiana da cidade


  • ELIANE APARECIDA SILVA
  • “RESISTIR É PRECISO!”: história e memória do Sindicato dos Comerciários de Teresina (1984-1999)
  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 15/08/2014
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  • Este trabalho é uma reflexão em torno da história e memória do Sindicato dos Comerciários de Teresina, com o objetivo de identificar as lutas, as estratégias de conflito e de negociação e as conquistas vivenciadas pelos comerciários de Teresina, no período compreendido entre 1984 e 1999. Para tanto, utilizou os jornais impressos de circulação local e o periódico interno do sindicato, intitulado Balcão, bem como a técnica/metodologia da história oral, através de depoimentos de comerciários que atuaram em cargos da direção do sindicato, tendo apoio teórico em E. P. Thompson e Roger Chartier com seus conceitos de experiência e representação. O trabalho contextualiza o movimento sindical brasileiro e piauiense, na sua relação com o processo de organização sindical dos comerciários de Teresina, a partir dos discursos publicados nos jornais impressos; desenvolve uma análise sobre a realidade piauiense em seus aspectos sócio-econômicos e políticos; discorre sobre o sindicalismo comerciário de Teresina no cenário brasileiro e piauiense; aborda o papel desempenhado pelo grupo de oposição à direção do Sindicato, o processo eleitoral do mesmo e seus desdobramentos e as principais ações e prioridades de ação da gestão de Evaldo Ciríaco (1985-1991); identifica a atuação do jornal Balcão, considerando o seu posicionamento político na construção de uma representação dos comerciários, quanto ao novo tipo de administração sindical da entidade (o sistema colegiado), à caracterização das gestões de Cícero Magalhães (1991-1997) e de Gilberto Paixão (1997-1999), bem como com relação à atuação da oposição comerciária, ao horário no comércio e à rotina da mulher comerciária de Teresina.

  • LÍVIA SUELEN SOUSA MORAES MENESES
  • SAÚDE MATERNO-INFANTIL, MULHERES E MÉDICOS EM TERESINA (1930-1950)

  • Orientador : ELIZANGELA BARBOSA CARDOSO
  • Data: 12/08/2014
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  • Este trabalho aborda o surgimento de políticas de saúde pública voltadas para mulheres e crianças, a ação do Estado e da sociedade civil no processo de institucionalização das referidas políticas, a legitimação de seus principais agentes, as relações entre mulheres e médicos, bem como o impacto das políticas e das instituições de saúde materno-infantil nas práticas femininas relativas ao parto e ao cuidado infantil, em Teresina, entre e 1930 e 1950. Apontam-se as ações públicas direcionadas à saúde da população, no Piauí, principalmente, em Teresina, embasadas por uma orientação da política nacional de saúde, intensificada na década de 1930, bem como o investimento dessas ações nas mulheres e nas crianças. Abordam-se, ainda, o processo de institucionalização das políticas públicas e o processo de legitimação dos principais agentes. No estudo, ressaltam-se as iniciativas da sociedade civil, a parceria estabelecida com poderes públicos nacionais e estaduais e o crescimento de instituições médicas particulares como decisivos na constituição do campo de saúde materno-infantil. O contexto de inserção médica no parto e a tentativa de transformação deste em uma prática hospitalar, também, se constituem em objeto de análise do presente trabalho.Trata-se dos reflexos das políticas de saúde materno-infantil nas práticas de maternagem, bem como se destaca a conservação de saberes e de práticas tradicionais das mães em relação ao cuidado dos filhos. Utilizam-se enquanto fonte documental produções médicas, dentre elas a Revista da Associação Piauiense de Medicina, documentos oficiais, romances, contos, almanaques e jornais que circulavam em Teresina, biografias, memórias e depoimentos de mulheres nascidas nas décadas de 1920 e 1930. Verifica-se que a criação de políticas de saúde materno-infantil, o processo de institucionalização e legitimação da prática médica, no período, ocorreu paralelamente à permanência de práticas tradicionalmente femininas, relativas a práticas curativas, ao parto e aos cuidados com as crianças. 

  • BÁRBARA SILVA NUNES
  • EM BUSCA DO CORPO MASCULINO IDEAL: higiene, atividade física e moda masculina em Teresina (1900 – 1930)

  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 12/08/2014
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  • A dissertação objetiva analisar as representações e as práticas sobre o corpo masculino a partir de três vieses discursivos, a higiene, os exercícios físicos e a moda, na cidade de Teresina, capital do estado do Piauí, entre os anos de 1900 a 1930. Entende-se o corpo enquanto construção histórica, atravessado por questões sociais, culturais e políticas e que interferem na construção das identidades de gênero, aqui em específico, o masculino. Desse modo, analisam-se os desejos normativos divulgados por médicos, literatos, higienistas e governantes, que almejavam instituir um perfil hegemônico de masculinidade, formando homens fortes, limpos e civilizados, que fossem aptos a cumprirem seus papéis de provedor e chefe da família. Aborda-se as trajetórias de vidas de homens que viveram em Teresina durante esse período, buscando perceber como eles se subjetivaram frente aos discursos normatizadores. É também analisado o modo como a higienização do corpo, a prática de atividades físicas e o vestuário, contribuíram para construção de hierarquias sociais e de gênero, visto que algumas dessas práticas eram restritas aos homens e aos que possuíam boa renda financeira. Além disso, trata-se das dificuldades em se efetivar as prescrições modernas em Teresina, como também das dificuldades que muitos homens tiveram em assimilar ou aceitar tais ordenamentos, gerando conflitos, tensões e resistências. O corpus documental que possibilitou o desenvolvimento desse estudo é composto de memórias biográficas, romances, contos, jornais de pequena e grande circulação, revistas, almanaques, produções médicas, fotografias e documentos oficiais. Argumenta-se que as propostas discursivas modernas, atrelada a ideia de cultura física, conseguiram espaço e adeptos em Teresina, mas não se constituiu de forma hegemônica, tendo que conviver com práticas masculinas consideradas anti-higiênicas, atrasadas e incivilizadas.

  • ISIS MEIRELES RODRIGUES
  • PRAÇA DA GRAÇA EM PARNAÍBA:  transformações urbanísticas durante o Regime Militar (1964-1985)  

  • Orientador : ALCILIA AFONSO DE ALBUQUERQUE E MELO
  • Data: 24/07/2014
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  • O tema do presente trabalho são as transformações urbanas ocorridas no cenário da Praça da Graça, Estado do Piauí, Município de Parnaíba. O objeto de estudo é delimitado pela Praça de Nossa Senhora da Graça, sua configuração urbana e os perfis arquitetônicos das edificações localizadas nas ruas Oscar Clark, Pires Ferreira e Vereador Alcenor Candeira, nos segmentos defronte à Praça. O recorte cronológico abrange as décadas de 1964 a 1985, período de vigência do Regime Militar no país. O objetivo geral é investigar as transformações urbanas inferidas na Praça da Graça e suas contiguidades. Os objetivos específicos são identificar essas alterações morfológicas e analisá-las, na perspectiva histórica, através de um olhar urbano e arquitetônico. A metodologia utilizada trabalhou com dois métodos: O da pesquisa histórica, e a pesquisa arquitetônica e urbanística. Utilizou-se de fontes primárias e secundárias. Analisaram-se registros cartográficos e fotografias, fontes visuais passíveis de problematização, cujo estudo e comparação entre o antigo e o atual proporcionaram maior compreensão do objeto. Buscou-se, inicialmente, entender a evolução histórica urbana da praça e seu entorno através da construção da historiografia do objeto de estudo para, então, analisar a transição do objeto para a contemporaneidade. A morfologia espacial antes e após o período escolhido foi reproduzida por meio da simulação de traçado e das fachadas arquitetônicas, criados em software CAD e  confrontados, identificando-se as alterações do panorama urbano, suas continuidades e descontinuidades. Buscou-se dar visibilidade a uma parte do sítio histórico de Parnaíba que possui os tempos da cidade fortemente demarcados nas mutações do panorama urbano.


     


  • FRANCISCO RAFAEL LIMA FARIAS
  • Nelson Rodrigues e Arnaldo Jabor se encontram no cinema: As representações da família brasileira na década de 1970

  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 17/07/2014
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  • Toda nudez será castigada e O casamento são dois filmes produzidos pelo cineasta Arnaldo Jabor, no inicio da década de 1970. Eles representam experiências específicas dentro da produção cinematográfica da época, seja pela qualidade técnica, pelo seu tom de tragicomédia ou pela sua representação da família brasileira. Focalizando este último aspecto, esta dissertação propõe-se a analisar as duas películas, com a intenção de perceber nelas que tipo de família estava sendo retratada pelo cinema brasileiro da década de 1970. Para atingir este objetivo, será feita uma análise fílmica e histórica a partir de diferentes documentos, como filmes, livros, fontes hermerográficas, entre outras, como uma maneira de percorrer o universo de possibilidades que ajudou o cineasta a construir o seu ponto de vista acerca da sociedade deste período especifico da história brasileira. A intenção é realizar uma contextualização mais ampla das obras do cineasta, analisando, por exemplo, tanto aspectos estéticos quanto o conteúdo destes e suas repercussões na sociedade.

     

  • JOSÉ DE ARIMATÉA FREITAS AGUIAR JÚNIOR
  • FESTAS, HINOS E MARCHAS: constituição do patriotismo e o serviço militar no Piauí (1935-1945)
  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 17/07/2014
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  • A dissertação apresenta um estudo sobre as festas cívico-militares que aconteceram no Piauí nos anos de 1935 a 1945, tendo como objetivo principal analisar o modo como a produção das comemorações cívicas e militares foram utilizadas na constituição de memórias e de representações nacionais, impostas pela interventoria de Leônidas de Castro Melo e de grupos aliados. Para viabilizar a execução da proposta, o texto aborda as solenidades em louvor a Getúlio Vargas e ao interventor piauiense, as inaugurações de obras feitas em momentos festivos, a participação dos estudantes em festividades escolares, as solenidades utilizadas na legitimação de regime político, os eventos militares que proclamavam o serviço militar e, por fim, os confrontos de memórias, possibilitados a partir do cruzamento das fontes oficiais com as entrevistas. Os eventos cívico-militares eram coordenados para serem dias de amor patriótico, envolvendo os piauienses, sobretudo a juventude, na contemplação de conferências, na participação em paradas escolares, nas festividades em favor do ingresso na caserna, nas provas esportivas, na ginástica, no canto de hinos, entre outros. Nesta pesquisa, foram utilizadas as seguintes fontes: jornais locais, revistas, mensagens governamentais, relatórios municipais, boletins internos, boletins regimentais, boletins do exército, fotografias e depoimentos. As categorias teórico-metodológicas utilizadas foram: memória, representações, invenção das tradições, história oral.

     

  • JORDAN BRUNO OLIVEIRA FERREIRA
  • LITERATURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA NAS CRÔNICAS DE A. TITO FILHO
  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 10/04/2014
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  • A dissertação aborda a produção escrita de José de Arimathéa Tito Filho, sobretudo suas crônicas publicadas no jornal O Dia entre 1987 e 1992. Analisa suas crônicas e seu perfil enquanto cronista, descrevendo de que forma se deu sua atuação enquanto tal, já que esse gênero lhe permitiu tratar de uma série de temas e ao mesmo tempo fazer uma escrita de si. Primeiro, veremos como o cronista elaborou uma série de crônicas biográficas de literatos e intelectuais piauienses que julgava dignos de lembrança. Aborda algumas temáticas da história do Piauí e do Brasil, bem como da literatura piauiense, presentes em suas crônicas e a ênfase que o cronista deu às fontes literárias para o estudo da realidade, assim, o romance Um manicaca e a seu autor, Abdias da Costa Neves. Finalmente, analisa a forma como o cronista lidava com o cotidiano da cidade de Teresina, que possuía um lugar central em seus textos e julgava passar por um momento de declínio, por meio de contraposições com uma Teresina antiga ainda presente em suas memórias. Para concretizar estes objetivos, o trabalho adota como referenciais teóricos as relações entre história e literatura, marcantes na historiografia contemporânea por proporcionarem uma ampliação do repertóriodas fontes históricas fazendo com que os textos literários interessem aos historiadores na medida em que possibilitam o acesso e a compreensão de contextos culturais e sociais do passado e do presente. A crônica é tomada como gênero de fronteira, entre a literatura e a história, por proporcionar discussões sobre se o autor ao escrever a crônica faz uma história de seu tempo e de si mesmo. Enfim, a pesquisa demonstra que as crônicas e outros textos publicados na forma de livro por A. Tito Filho ao longo da carreira nos dão o testemunho da multiplicidade de temas que marcam o passado do Piauí, além de ter lhe proporcionado uma escrita de si.


  • DANIELY MONTEIRO SANTOS
  • “MAS É PRECISO TER FORÇA, É PRECISO TER RAÇA”:

    HISTÓRIA E MEMÓRIA DE MARIA ROSALINA NO MOVIMENTO QUILOMBOLA DO PIAUÍ [1985-2013]



  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 20/03/2014
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  • Os movimentos sociais na sociedade contemporânea vêm assumindo uma complexidade crescente e uma riqueza organizativa destacável. Dentre eles, o Movimento Quilombola, que no Piauí, iniciou-se no final da década de 80 e tem se fortalecido nos últimos 10 anos. A presente pesquisa tem como objetivo apresentar a trajetória de vida de Maria Rosalina dos Santos, a Maria do Povo, liderança política e quilombola do estado. O recorte estabelecido vai desde o ano de 1985, quando surgiram os debates e as reinvindicações de direitos sociais e políticas públicas dentro das comunidades negras rurais que se identificavam enquanto remanescentes de quilombos, até os dias atuais, procurando contemplar uma abordagem histórica do tempo presente. A metodologia aplicada neste estudo será a metodologia qualitativa/Abordagens Biográficas, com ênfase no método “história de vida”. Sua característica principal é o compromisso com a história como processo de rememorar, com o qual a vida vai sendo revisitada pelo próprio sujeito. Ela é reveladora da memória desse sujeito histórico, bem como traz novo olhar analítico sobre a história das comunidades quilombolas piauienses, suas novas formas de organização, suas práticas sociais e experiências diversificadas. A pesquisa se estrutura em três momentos com o intuito de: perceber, através da contextualização sobre a escravidão no Piauí, o processo singular de organização das comunidades quilombolas, a peculiaridade organizacional do quilombo Tapuio-PI através de doações e concessões de terras do sertão nordestino, para por fim narrar à trajetória de vida de Maria Rosalina dos Santos, principal liderança do Movimento Quilombola piauiense.

  • KARLA INGRID PINHEIRO DE OLIVEIRA
  • A AMÉLIA MULTIFACETADA: as representações femininas na cidade de Picos nos anos de 1940-1960
  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 07/03/2014
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  • O presente trabalho analisa as representações e problematiza as experiências femininas nas décadas de 1940 a 1960 na cidade de Picos, levando em consideração algumas formas de subjetivação da mulher, entre elas, a de mãe, esposa e dona de casa, mas também, de estudante, professora, solteirona e prostituta. Discutimos ainda as relações sociais entre os gêneros nos espaços de lazer da juventude picoense, a tentativa de controle dos corpos e as táticas empregadas parasubverter a ordem dominante, dialogando com Michelle Perrot e Michel de Certeau. Jornais, revistas, fotografias e livros de registro são algumas das fontes que compõem esta pesquisa, juntamente com as entrevistas realizadas utilizando a metodologia da História Oral.

  • FRANCISCO JOSÉ LEANDRO ARAUJO DE CASTRO
  • VIRAR AO AVESSO OS SENTIDOS: linguagem, micropolítica e (re)apropriação midiática no jornalismo experimental juvenil teresinense nos anos iniciais da década de 1970

  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 07/03/2014
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  • Este trabalho tem como objetivo fazer um estudo das práticas e linguagens juvenis dos sujeitos experimentais na cidade de Teresina-PI, no início dos anos 1970, período tradicionalmente marcado pela historiografia como os “anos de chumbo”, dando visibilidade aos experimentos artístico-jornalísticos dessa parcela da juventude. O grupo em questão foi composto por Durvalino Couto Filho, Edmar Oliveira, Carlos Galvão, Arnaldo Albuquerque, Torquato Neto, entre outros sujeitos envolvidos com a produção de linguagens em contraponto ao padrão jornalístico dos veículos “oficiais” midiáticos e da “cultura do verbo engravatado”, que caracterizaria, segundo estes, a reprodução do senso de poder por largos setores da imprensa local no contexto, bem como são um desinvestimento da noção unívoca de cultura pensada pelas instituições culturais como a Academia Piauiense de Letras - APL. Pensamos, a partir dessas produções, buscar sentidos e cartografar a emergência de microvetores de (re) apropriação midiática, assim como a produção de linhas de fuga (Guattari, 1992), às subjetividades padronizadas, normalizadas/normatizadas, compondo mediante a linguagem empregada e às diversas práticas culturais, a produção da sua micropolítica (Guattari & Rolnik, 2010). Os suplementos culturais encartados em jornais de maior circulação como: Boquitas Rouge, O Estado Interessante, Hora Fatal, bem como o mimeografado Gramma – que utilizaremos como fonte no trabalho – são vistos aqui, como aberturas de possibilidades das amplificações das novas noções em torno das mudanças culturais e da política desejante dessa parcela na juventude da cidade, no sentido de abrir meios de inserção de suas visões de mundo nos veículos de comunicação.

2013
Descrição
  • GUSTAVO HENRIQUE RAMOS DE VILHENA
  • A CIDADE DOS DIZERES POSSÍVEIS: NATUREZA, CIVILIZAÇÃO E PROGRESSO NA INVENÇÃO DE TERESINA

  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 31/08/2013
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  • Esta pesquisa busca analisar a invenção de Teresina entre 1880 e 1930, a partir dos textos de Hermínio Castelo Branco, dos “escritores bacharéis”, e de Jônatas Batista. Que estratégias do discurso permitiram constituir a cidade enquanto objeto legível? Partindo desta questão, foi possível o estabelecimento de três matrizes que delimitam idéias de cidade no período. Ela não foi tomada enquanto algo natural, mas como resultado de processos específicos de seleção lingüísticos que permitiram convertê-la num objeto inteligível. No final do século dezenove, a cidade aparece conceitualmente na Lira Sertaneja em oposição sempre ao universo da experiência rural, mas não como resultado da evolução natural de uma experiência urbana, mas como condição de sua própria dizibilidade, onde ela só podia ser dita na dualidade com o outro; entretanto, habitando as margens de um discurso que estabelecia como centro uma visão idílica do campo. No mesmo período, a estratégia dos “escritores bacharéis” procurava dar à cidade ares “modernos”, erigindo uma cidade letrada sob o signo do progresso, e que estabelecia sua posição dominante relegando às imagens de ruralidade uma posição marginal. Por outro lado, a análise de textos de Jônatas Batista permitiu visualizar a construção de uma cidade acéfala, fragmentada fora dessas dualidades e legível na pluralidade de narrativas possíveis, como um bordado de dizibilidades. Aliás, algo comum atravessa essas estratégias: a idéia de progresso e os objetos que mobilizava, tais como natureza e civilização, mais uma relação temporal específica que permitia oscilação entre uma cidade do “progresso” que fazia do tempo um fluxo constante de recusa e subversão do passado, como também uma cidade volúvel e toda a sensação de desterritorialização que obrigava, no retorno às origens rurais, o estabelecimento de territórios seguros.

     

  • MONA AYALA SARAIVA DA SILVEIRA
  • "AS RELAÇÕES CONJUGAIS NO PIAUÍ OITOCENTISTA: UM ESTUDO SOBRE CASAMENTO E DIVÓRCIO"

  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 31/08/2013
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    Esta dissertação propõe analisar as relações familiares e as relações conjugais na sociedade piauiense do século XIX, a partir de um estudo das práticas referentes ao casamento e ao divórcio. Discute-se o processo matrimonial observando como arranjos conjugais e escolhas familiares eram realizados, muitas vezes, em consonância com as estruturas socioeconômicas e políticas do Estado e da Igreja Católica. São abordadas as discussões sobre casamento e divórcio realizadas na época, bem como, os aspectos da vida conjugal e as práticas ditas como condenáveis pela moral da sociedade. A documentação essencial para a pesquisa compõe o Acervo da Arquidiocese de São Luís, localizado no Arquivo Público do Estado do Maranhão, onde foram escolhidos os processos cíveis de libelo de divórcio, nulidade de matrimônio, justificação de sevícias e dispensa matrimonial, referentes à Província do Piauí. Estes processos guardam um riquíssimo valor histórico, uma vez que, sob o olhar atento dos historiadores, podem revelar zonas obscuras da convivência do casal num tempo diferente do nosso. Portanto, são fontes importantes para o entendimento das relações familiares, relações de gênero e os valores morais que regiam a sociedade piauiense oitocentista. Também compõe o acervo documental as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, visitas pastorais, lista e mapas de casamentos, relatórios e mensagens governamentais, jornais, memórias, biografias e genealogias. Argumenta-se que os casamentos foram utilizados pelas elites piauienses para unir famílias com tradições políticas e econômicas fortes. A essência destas uniões construiu um cotidiano de relações conjugais, por vezes conflituoso, onde eram comuns os adultérios e sevícias. Dessa forma, a separação do casal aparece como alternativa ao dia-a-dia de injúrias, mas principalmente, como elemento de preservação do patrimônio familiar.


  • MICHELLE ARAUJO DIAS
  • "ESTÁ EM JOGO UMA QUESTÃO SOCIAL”:Intelectuais e a instrução no Piauí (1900-1930)

  • Orientador : DENILSON BOTELHO DE DEUS
  • Data: 28/08/2013
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  • O trabalho analisa o envolvimento de alguns homens de letras com a questão educacional do Piauí no período de 1900 a 1930. A problematização efetivada pelos homens de letras acerca da educação neste período aparece de maneira bastante ampla e envolve debates que se processaram além Piauí. A reflexão sobre o analfabetismo e as intervenções para alterar a realidade da instrução aparecem como um dos elementos centrais do debate acerca da educação formal no período. Este estudo teve como objetivo analisar as ações empreendidas por uma elite intelectual em torno dos processos de instrução, bem como compreender a articulação dessas ações com um debate nacional em torno da educação. Para tanto, ressaltamos as ações de Higino Cunha, Mathias Olympio e Antonino Freire no campo da educação bem como alguns de seus interlocutores. As ações empreendidas por esses homens e o projeto que apresentaram para alterar a realidade educacional do estado estão em consonância com uma cultura europeia de valorização da educação como formação humana. Enfatizamos os espaços em que estes homens raciocinavam, discutiam e argumentavam em torno da educação primária. As fontes selecionadas para a investigação contemplaram, por um lado, documentação oficial, representada pela legislação educacional, os relatórios oficiais e as mensagens governamentais. Por outro lado, discursos de formatura, memórias autobiográficas, Revista Litericultura, artigos publicados a respeito da questão educacional nos jornais e livros que tratam da educação no Piauí, publicados neste intervalo de tempo. Além da História da Educação, a interface com a História Política e a História Intelectual se fizeram presentes na análise. O estudo mostrou que o movimento pela educação no Piauí teve início com a articulação de uma elite intelectual com os poderes locais, de forma a legitimar-se enquanto pensamento e ação. Por um lado, foi possível apreender um amplo movimento de ideias e disputas em torno da instrução, por outro, pôde-se perceber a produção de uma rede escolar ancorada em novas concepções pedagógicas.

  • JOSILENE DOS SANTOS LIMA
  • “PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO”: religiosidade e atitudes diante da morte no Piauí oitocentista

  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 27/08/2013
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  • Esta dissertação versa sobre os ritos fúnebres e as atitudes diante da morte, no âmbito do catolicismo, no Piauí durante o século XIX. Neste período, os ritos fúnebres e as práticas de enterramento tornam-se pauta de discussão de vários segmentos da sociedade imperial, como a igreja, o poder público e os leigos. O problema elencado para percorrer o tema são as tradições e as transformações experienciadas naquele período. O objetivo é percorrer a dinâmica da religiosidade no oitocentos, compreendendo, a partir daí, a trajetória da morte enquanto rito de passagem, percebendo-o em meio à tradição religiosa, nas práticas que vão desde a preparação, como a filiação às irmandades e a feitura de testamento, passando pelo momento da morte com o acompanhamento e os principais locais onde eram enterrados, que a partir do processo de secularização passa a pertencer não apenas às igrejas, mas também aos cemitérios, espaço último da despedida dos amigos e entes queridos. Assim, busca-se entender o cenário religioso no Piauí oitocentista, ao identificar as práticas mortuárias vivenciadas pelos piauienses, quais os sentidos envoltos nessas práticas, quais mudanças propostas para os enterramentos, de que forma aconteceram tais mudanças e como foram percebidas, e por fim quais os mecanismos de perpetuação da memória dos mortos.

  • BENILTON TORRES DE LACERDA
  • O ALTAR POLITIZADO: O bairro Parque Piauí (Teresina – PI) e a ação da Igreja Católica na organização dos movimentos populares (1968 – 1985)

  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 27/08/2013
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  • O presente trabalho trata do processo de formação do Conjunto Habitacional Parque Piauí e da ação da Igreja Católica na organização dos movimentos populares no período compreendido entre 1968 – 1985. A pesquisa evidenciou a política habitacional do governo federal implantada pelo Banco Nacional de Habitação – BNH, que, teve como um dos resultados, a edificação do maior Conjunto Habitacional na cidade de Teresina no final dos anos de 1960 e inicio da década de 1970, como também, enfatizou a carência dos serviços públicos através da lembrança dos primeiros moradores do Conjunto Habitacional. O texto narra o Conjunto se constituindo em bairro, através da movimentação de sujeitos e agentes religiosos da Igreja Católica que, se articularam em torno do altar progressista católico, para formação de uma consciência crítica e politizada da realidade política da época, o que fez surgir sentimentos de insatisfação, que foram materializados nas manifestações reivindicativas realizadas no bairro pelos movimentos populares. Para a tessitura do trabalho, foi utilizado pesquisa em documentação oficial, fontes Hemerográficas, fotografias e lançamos mão do uso da metodologia da história oral. O trabalho mostra as relações sociais estabelecidas entre a comunidade do bairro e o altar católico, entre fé, política e participação popular.

  • HÉLIO SECRETÁRIO DOS SANTOS
  • A morte do carteiro e outras histórias:crimes e masculinidades em Teresina do final dos anos de 1970 à primeira metade dos anos de 1980.

  • Orientador : MANOEL RICARDO ARRAES FILHO
  • Data: 23/08/2013
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  • Este trabalho é uma análise sobre quatro crimes ocorridos na cidade de Teresina nas décadas de 1970 e 1980. O estudo busca entender por que os assassinatos de três rapazes e o desaparecimento de um outro  tiveram ampla repercussão na cidade. Um  ponto em comum a todos os casos era uma suposta homossexualidade das vítimas. Tal suposição nos ajuda a entender por que ao longo das investigações a polícia associou os crimes à sexualidade das vítimas. A partir dos quatro episódios,  é possível identificar comportamentos que poucos anos antes do primeiro crime, em 1977,  não eram estampados nas manchetes dos jornais como sendo manifestações associadas à homossexualidade. As investigações policiais passaram a fazer conexões entre os crimes e os lugares que as vítimas frequentavam, com  grupos de amigos. As quatro histórias nos fazem refletir sobre a relação entre as mudanças comportamentais na cidade de Teresina com a sociedade de um modo mais amplo.

  • EVERTON DIÊGO SOARES RIBEIRO SANTOS
  • DE RAÍZES E REZAS, ENTRE OUTROS: História de um filme em interlocução com outros filmes

  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 13/08/2013
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  • De Raízes e Rezas, Entre Outros, é um filme de Sérgio Muniz, montado em 1972 a partir de entrevistas e de material filmado em 1969 por um grupo de produtores culturais e cineastas que hoje se convencionou chamar de Caravana Farkas. Este trabalho realiza uma investigação histórica de duas vias: busca compreender o contexto do Brasil e do cinema documentário brasileiro nos anos de 1970 que possibilitou a produção do filme De Raízes e Rezas; mas analisa também a imagem e o discurso de Brasil e de sertão que o filme produz. Realiza-se, portanto, uma análise histórica que compreende o filme ao mesmo tempo como fonte e objeto de estudo, observando os diálogos que ele estabelece com outros filmes, canções e textos nos seus elementos sonoros e visuais, além das escolhas estéticas e tecnicas e as implicações destas na relação do cineasta com a realidade que manipula. Encontra-se, em De Raízes e Rezas, uma obra singular, repleta de interlocuções e intertextos, e representativa de um efervescente e conturbado momento da história do cinema e da produção cultural brasileiros.

  • JAYRA BARROS MEDEIROS
  • BRISAS DO PROGRESSO: faces e contornos da Primeira República em União/PI

  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 12/08/2013
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  • Este trabalho constitui estudo sobre a cidade de União (PI) na Primeira República brasileira, através dos documentos escritos, literatura contida nos Jornais “Estanhado” e “Vim-vim” que foram órgãos de publicidade semanal editados nos anos em questão e da fonte oral. Os nossos estudos foram pautados no cenário político e nos ideais de progresso e modernização que adentravam as cidades brasileiras nesse período. Para tanto, nos utilizamos dos documentos oficiais que, associados à literatura e fonte oral dos que vivenciaram o período em questão, nos possibilitaram entender as vivências no plural, com suas muitas linguagens e realidades, nas quais tentamos mergulhar através das sensibilidades de alguns unionenses do final do século XIX e início do século XX que deixaram rastros de seus cotidianos. Não temos com isso, a intenção de homogeneizar comportamentos no período e nos espaços referidos, e sim, atentar para as várias formas de ser e estar em União na Primeira República. Nesse período, a literatura aproximou-se da imprensa escrita e nos possibilitou analisar uma sociedade cujas inovações e transformações afetam tanto a consciência de autores e leitores quanto às formas e representações literárias propriamente ditas. Os artefatos da modernidade começavam a ser construídos pelos detentores do conhecimento, que viviam a euforia e os anseios dessa nova época. Na cidade de União (PI) esses artefatos podem ser percebidos com a Navegação a Vapor, o telégrafo, o Centro Agrícola David Caldas, os jornais de circulação diária e os escritos dos literatos do período. Ao destacamos as produções literárias concluímos que elas podem ser vistas como uma marca dos tempos novos ou como um desejo por tempos novos. Para os editores do jornal “Estanhado” a nova sociedade chegaria com uma administração criteriosa e progressista. Na qual, não tomasse assento os parentes e protegidos. Através da análise desse material constatamos que a modernização no espaço e período estudado foi vivenciada por uma parcela da população da referida cidade que externava seus desejos por modernização com a construção de código de posturas que continham idéias de higiene e bons comportamentos que assolavam a Primeira República brasileira.

     

     

     

  • DÉBORA SILVA VIANA
  • ENTRE O CONCRETO E O ETÉREO: trabalho e memória dos trabalhadores da construção civil em Teresina na década de 1970

  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 12/08/2013
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  • Este trabalho é uma reflexão entorno da experiência dos trabalhadores da construção civil na cidade de Teresina na década de 1970. Esse período também é marcado por intensas transformações realizadas no espaço urbano, com uma série de reformas e de construções. Analisamos as diversas experiências pelas quais passaram os trabalhadores da construção civil, desde os fatores que o motivaram a migrar para a capital até a sua inserção no mundo do trabalho. Apesar da enorme quantidade de obras em construção no solo urbano, muitos trabalhadores passavam dois, três meses deempregados, as suas esposas passaram a trabalhar em casas de família ou mesmo lavando roupas em um dos dois rios da cidade para manter o sustento da família. Ao narramos as vivências destes homens que no campo eram agricultores e na cidade passam a ser operários fazemos isso, apoiados em seus relatos e memórias. As fontes empregadas foram as hemerográficas, pesquisa realizada no Arquivo Público do Estado do Piauí - Casa Anísio Brito - e as orais. Estas construídas por meio da Metodologia da História Oral. No campo teórico, subsidiam esta pesquisa o conceito de experiência de Thompson constituiu uma alavanca teórica importante, além de outros autores como Ecléa Bosi, Francisco Alcides do Nascimento, Antonia Jesuíta de Lima, entre outros autores.

     

  • PAULO RICARDO MUNIZ SILVA
  • CAJUÍNA E COCA-COLA: identidades e estéticas juvenis em Teresina nas décadas de 1970 e 1980

  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 22/07/2013
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  • Este trabalho constitui estudo sobre manifestações culturais juvenis eclodidas em Teresina na segunda metade do século passado. Além das próprias manifestações, abordadas através da análise de acontecimentos tais como festivais de música e exemplares da arte experimental e da imprensa alternativa, o trabalho se apropria de discursos cristalizados sobre os jovens teresinenses no período. Supõe-se que tais discursos – especialmente aqueles veiculados através da grande imprensa – favoreceram tanto a conformação de imagens sociais sobre aqueles jovens quanto a fermentação de arranjos identitários. Analisar os espaços de sociabilidade de uma parcela da juventude teresinense nas décadas de 1970 e 1980 também constitui-se objetivo do estudo. O suporte teórico da pesquisa é dado principalmente pelos conceitos de identidade, juventude e representação, enquanto empiricamente o trabalho se apropria de fontes hemerográficas, orais e iconográficas.  

     

  • IVANA CAMPELO CABRAL
  • SERTANEJOS PIAUIENSES: TRABALHADORES LIVRES NO PIAUÍ RURAL ESCRAVISTA (1850-1888)

  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 27/06/2013
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  • O presente trabalho objetiva analisar as condições de trabalho e vida dos trabalhadores livres do Piauí rural escravista, os sertanejos piauienses, de 1850 a 1888, quando da abolição da escravatura. Embora predominantemente escravistas as fazendas de criatório comportavam as presenças de trabalhadores libertos e livres, possibilitando a existência de diferentes relações de trabalho nos diversos espaços de produção, na lida com o gado e nas atividades agrícolas, formando categorias especificas dentre os sertanejos. As formas de produção, a rudez das relações sócias e as próprias características naturais, legaram estilos de vida específicos dos sertões piauienses. Nesta perspectiva destaca-se a categoria vaqueiro como um dos elementos de maior identificação desta sociedade. A partir da segunda metade do século XIX estes sertanejos livres passam a ser alvos das investidas do controle imperial e judicial, o que altera a dinâmica de suas vidas.  Constituem-se como referencias a pesquisa bibliográfica e fontes documentais, como relatórios de presidentes da província, correspondências oficiais do executivo, processos crimes, inventários e correspondências do poder legislativo disponíveis no Arquivo Publico do Piauí. 

  • DÉBORA LAIANNY CARDOSO SOARES
  • A JUSTIÇA NO SERTÃO: ESCRAVIDÃO, PROCESSOS CRIMES E O APARATO JUDICIAL NO PIAUÍ (1850-1888)

     

  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 17/06/2013
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  • O sistema escravista legitimava-se na legislação vigente, que buscava demarcar os atributos dos diversos sujeitos que compunham a sociedade, determinando os lugares e papéis dentro da organização social. Os códigos e leis foram, em regra, formulados na intenção de assegurar a proteção à propriedade e a liberdade individual daqueles considerados cidadãos. Neste contexto, o controle da população escravizada sofria contestações no aparato judiciário quando o uso excessivo da violência, por parte do senhorio, alcançava dimensões públicas que provocavam conturbação no cotidiano da cidade ou da fazenda. A análise de fontes judiciais onde em algumas há escravizados denunciando atos de violência do controle privado ao poder público, explicita as disputas, através dos discursos, entre os poderes privado e público, quanto aos limites da aplicação dos castigos físicos e ao controle da ordem vigente. Consequentemente, estes enfrentamentos contribuíam para fragilização da manutenção da ordem escravista que seria superada em 1888. Entretanto, nos autos a descaracterização, por um lado, e a normatização da violência, por outro, aparecem como elementos de convergência e de harmonização da disputa. Esta pesquisa tem como proposta a análise de processos criminais que envolveram escravizados no Estado do Piauí, no final do Império. Como também descrever a reconstituição da vida cotidiana, buscando a reconstituição de partículas da vivência social dos escravizados.

  • GENIMAR MACHADO RESENDE DE CARVALHO
  • ESCRAVIZADOS DA NAÇÃO E EDUCANDOS ARTÍFICES NAS OBRAS PÚBLICAS DESTINADAS À CONSTRUÇÃO DE TERESINA (1850 – 1873)

  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 17/06/2013
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  • Este trabalho descreve a participação dos trabalhadores negros escravizados e dos educandos artífices nas obras públicas destinadas à construção de Teresina no período de 1850 a 1873. Os escravizados pertenciam às fazendas nacionais, de domínio do Império no Piauí, libertos oficialmente pela Lei nº 2.040 de 1871. A transferência da capital de Oeiras para a Vila Nova do Poti, posteriormente Teresina, representa o marco inicial para o desenvolvimento desta pesquisa. Com base em diversificada documentação do Arquivo Público do Piauí, reconstruímos o processo de deslocamento dos escravizados das fazendas para as construções e o funcionamento do Estabelecimento dos Educandos Artífices, antes sediado em Oeiras e transferido para a nova capital com o intuito de aproveitamento dos educandos nas obras. Através da narrativa da construção dos primeiros prédios públicos, analisamos a inserção dos trabalhadores nos serviços, as condições de trabalho e a contribuição de cada categoria na construção de Teresina.

  • SÉRGIO LUIS SIMEÃO SILVA
  • A TERRA PROMETIDA: religiosidade e política no pioneiro Assentamento do MST em Marrecas, São João do Piauí - PI

  • Orientador : DENILSON BOTELHO DE DEUS
  • Data: 27/05/2013
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  • No debate herdado do contexto do Concílio Vaticano II (1962-1965), onde houve para muitos uma maior flexibilidade nos regramentos católicos, o embasamento teológico da Teologia da Libertação direcionou as ações das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) para uma descentralização em relação às estruturas de poder do catolicismo na América Latina. No Brasil, nos anos 1980, foram sensíveis as mobilizações das CEBs e suas ações em prol dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A questão da Reforma agrária, dos direitos pela terra foram pontos relevantes de discussão entre católicos, comunistas e o Estado nesse período. Levando em consideração a importância desse período no Brasil, a intenção desse trabalho é analisar e discutir como essas comunidades implementaram suas ações no semiárido do Piauí, principal foco de suas ações nesse Estado nos anos 1980. Destaca-se nessa discussão o debate sobre a seca, a questão agrária e os conflitos políticos e religiosos na constituição das CEBs no semiárido piauiense. O Trabalho está estruturado em três capítulos e a análise apoia-se em fontes orais, hemerográficas e bibliográficas, principalmente na escrita de autores piauienses, tendo como carro chefe a memória dos militantes das CEBs e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A principal base teórica desse trabalho é o conceito de experiência em E. P. Thompson (1984), que afirma que os sujeitos entram “involuntariamente” nas formações sociais e nelas se movem, acomodando-as em seu cotidiano e reinventando-as em suas consciências. 

  • HERMANO CARVALHO MEDEIROS
  • “ACORDES NA CIDADE: Música popular em Teresina nos anos de 1980”


  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 22/05/2013
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  • Este trabalho analisa a música popular brasileira produzida na cidade de Teresina-Piauí no recorte temporal que compreende a década de 1980 através de alguns dos seus espaços e práticas artísticas. A partir da análise de alguns artistas, shows, festivais, discos, entrevistas e um projeto cultural com a finalidade de promover a música popular no Estado, que concentrou suas ações na capital, foi percebido um caráter marcadamente plural presente nas práticas musicais na cidade neste período. A década de 1980 foi também o momento em que, por meio de uma tímida produção fonográfica, os artistas da música popular em Teresina, contribuindo com seu repertório musical, marcaram sua presença como produtores culturais da música popular brasileira. As fontes utilizadas para análise deste estudo foram: matérias jornalísticas, artigos e críticas musicais presentes tanto nos jornais O Dia, Jornal da Manhã e Diário do Povo, como nas revistas culturais Cadernos de Teresina e Presença. Foram realizadas entrevistas com alguns músicos, compositores e intérpretes do período em questão, além da análise de LP´s gravados por artistas piauienses na década de 1980. Através da leitura de autores como Marcos Napolitano, José Geraldo Vince de Morais e Arnaldo Contier buscou-se refletir sobre os entrelaçamentos entre História e Música, especificamente a música popular teresinense. Recorreu-se também ao conceito de “Lugar de Memória” de Pierre Nora para se pensar alguns espaços da música em Teresina, bem como a leitura de Michel de Certeau que ajudou a refletir sobre os espaços e as práticas da música popular na cidade.

  • VINICIUS LEAO ARAUJO
  • HISTÓRIA E IMPRENSA: a cultura política em jornais piauienses de 1868 a 1875

  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 20/05/2013
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  • O presente trabalho objetiva analisar as crenças, valores e normas políticas veiculadas pelos jornais piauienses que circularam entre 1868 e 1875, considerando a possibilidade de observação de uma cultura política na imprensa do Piauí, relacionadas aos afetos e desafetos políticos dos jornalistas que atuavamno período. A categoria cultura política é adotada segundo o historiador Serge Berstein que a considera como aquela que confere visibilidade aos desejos e repúdios políticos que identificam determinados grupos sociais. Compreende os escritos jornalísticos sobre a política como inseridos em um lugar social, dessa forma, os comportamentos diante das tramas políticas que são expressos pelos jornalistas políticos dialogam com o contexto de transformação sociopolítico brasileiro da época.Nota-se, nesses escritos, um caráter prescritivo dos valores e repúdios políticos que deveriam ser seguidos pela sociedade. Assim, encontram-se na grande maioria desses periódicos um conteúdo expressivamente voltado para as disputas políticas, acusações contra pessoas do partido da oposição, críticas ao partido governista do momento, formulação de novas formas de governo, entre outros temas que perpetravam as relações de poder naquele momento. Nesses meandros, destaca a análise do jornalismo de David Caldas por meio da sua propaganda republicana e antimonárquica. Diante dos vários vestígios escritos analisados, compreende-se que a política é parte inerente da condição humana, estando, dessa forma ligada aos sentimentos, desejos e repúdios. A cultura política, presente no jornalismo piauiense de 1868 a 1875, é marcada por conflitos que ajudaram na formação de desafetos e ressentimentos nos jornalistas, mas também ajudaram a conviverem mesmo em meio às diferenças nas lutas pelos princípios democráticos.

  • PATRICIA DE SOUSA SANTOS
  • BENDITA E LOUVADA SEJA: o mercado e a festa no cotidiano dos romeiros de Santa Cruz dos Milagres – Piauí (1968-1990)

  • Orientador : ROBERIO AMERICO DO CARMO SOUZA
  • Data: 15/03/2013
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  • A pesquisa apresenta uma análise sobre um dos maiores movimentos religiosos do estado do Piauí, a romaria a Santa Cruz dos Milagres, uma devoção de aproximadamente dois séculos que atrai devotos do Piauí e de outras regiões do Nordeste, que seguem anualmente em direção ao Santuário para reiterar seus votos, esses devotos durante dez dias fazem festa em honra a santa, agradecendo os milagres conquistados pela intervenção de Santa Cruz dos Milagres. Uma festa feita de alegria e fé que reúne orações e danças, mercado e devoção reunindo esses heterogêneos que se harmonizam e tornam a Festa de Exaltação a Santa Cruz uma miscelânea cultural e social. As fontes utilizadas são o Livro do Tombo, fontes hemerograficas e as fontes orais que constituem um dos mais importantes veículos para a manutenção da devoção a Santa, esse trabalho de entrevista nos permitiu ainda uma aproximação com a antropologia sendo utilizado inclusive um dos seus métodos o etnográfico. Abrimos com isso uma nova proposta de discussão acerca da dinâmica do Santuário de Santa Cruz dos Milagres onde a experiência e vivência dos romeiros criam e interferem na forma como a festa se movimenta.

  • MARLUCE LIMA DE MORAIS
  • Em cada conta um lamento: Incelências, benditos e rezas [Alto Longá, Piauí 1980-2011]

  • Orientador : AUREA DA PAZ PINHEIRO
  • Data: 12/03/2013
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  • Apresentamos os resultados de uma pesquisa de natureza histórico-etnográfica sobre as atitudes diante da morte e dos mortos, sobre os rituais de morte praticados por senhores e senhoras rezantes no Piauí; elegemos a cidade de Alto Longá, no sertão do Piauí, como espaço de investigação. A partir de aportes teórico-metodológicos da História e da Antropologia, procuramos comprender e interpretar, nas histórias de vida e de devoção, os sentidos e significados de gestos, orações, palavras e emoções, que marcam as canções e os lamentos – as Incelências. Privilegiamos a metodologia da História Oral e conceitos como de história de vida, memória, tradição, religiosidade e devoção. Buscamos compreender de que maneira os rituais de morte significam e se tornam parte das vivências de uma comunidade diante às interferências de um tempo carregado de agoras.

     

     

  • FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • TORQUATO NETO E SEUS CONTEMPORÂNEOS: vivências juvenis, experimentalismo e guerrilha semântica em Teresina

  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 08/03/2013
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  • : Este trabalho trata-se de um estudo que visa localizar Torquato Neto como personagem referencial de uma parcela da juventude piauiense que, a partir dos anos 1970, produziu uma série de manifestações de arte e cultura experimentais em Teresina (PI). O referido grupo, formado, num primeiro momento, por jovens cuja idade variava entre os 16 e os 20 e poucos anos, se apresentam como atuante num contexto urbano de modificações pelo qual passava a cidade, localizada, nesse momento histórico, entre o provincianismo urbano e uma onda modernizadora, que afetava não apenas seu campo físico-urbanístico quanto as subjetividades latentes, expressas em vivências, comportamentos, sexualidade, sociabilidades e maneiras múltiplas de apropriação da linguagem. Partindo da leitura de fontes diversas, que dão a ler as mudanças que se operavam na capital piauiense, Torquato Neto é colocado em cena, relacionando-se com personagens como Arnaldo Albuquerque, Durvalino Couto Filho, Edmar Oliveira, Haroldo Barradas, Xico Pereira, Carlos Galvão, dentre outros, e, junto com eles, peripeciando seu entorno. Nesse sentido, o trabalho toma Torquato não apenas como uma figura atuante na “invenção” da Tropicália, mas como enunciador de uma série de prescrições sociais que seriam absorvidas e ressignificadas por seus contemporâneos. Os refluxos de sua obra, por sua vez, são aqui tomados em fragmentos das letras e das artes piauienses, expressos em cinema super-8, literatura e música. Problematizando, a partir da categoria teórica de geração, o tempo histórico no qual se localizam tais personagens, pretende-se indagar em que condições de existência é possível falar em uma “Geração Torquato Neto” em Teresina.

  • ARIANE DOS SANTOS LIMA
  • Por entre rezas e procissões: as celebrações em louvor ao Senhor Bom Jesus dos Passos de Oeiras – PI (1859/2012)
  • Orientador : AUREA DA PAZ PINHEIRO
  • Data: 08/03/2013
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  • No Brasil, são recorrentes as celebrações aos santos de devoção católica, que continuam a atrair multidões de fiéis em diversas comunidades. Os espaços religiosos das cidades guardam memórias de grupos e marcam experiências e identidades religiosas ancestrais. As celebrações mantém vivas tradições seculares e permitem a resignificação do patrimônio cultural brasileiro. Anualmente, em Oeiras, primeira capital do Piauí, na semana que antecede a Semana Santa, celebra-se a memória do Senhor Bom Jesus dos Passos. São reatualizados elementos do catolicismo português, remanescentes do século XVI, transferidos para o Brasil ao longo da colonização; a celebração e ritualística têm caráter emotivo e penitencial. Nos dois dias, nos quais a Celebração acontece, os últimos momentos de Jesus Cristo rumo ao calvário são treatralizados em uma via sacra em estilo português. A imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos segue em procissão pelas ruas estreitas da velha Oeiras, atraindo penitentes, devotos, pessoas em romaria de várias localidades. Esta pesquisa analisa a cultura e a experiência religiosa da Celebração, marcada pela presença de homens, mulheres, idosos e crianças - devotos, que ao longo dos séculos honram a Paixão de Cristo. Elegemos, nesta investigação, o diálogo entre a cultura religiosa e a experiência ritualística da Celebração, tomamos como referência dois marcos temporais para análise: a celebração oitocentista, organizada pela Confraria do Senhor Bom Jesus dos Passos e a Celebração na contemporaneidade do século XXI. O objetivo é analisar os ritos, as motivações e as manifestações dos devotos. Utilizamos a escrita histórico-etnográfica e um corpus documental variado, deste documentação de arquivo tradicional, fontes orais, etnográficas e audiovisuais

  • THIAGO COELHO SILVEIRA
  • SANTANA: HISTÓRIA E MEMÓRIA DE UM PROCESSO DE RURBANIZAÇÃO EM TERESINA – PI. 

  • Orientador : JULIANA LOPES ARAGAO
  • Data: 22/02/2013
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  • Este trabalho teve por objetivo compreender a história e a memória do processo de rurbanização do bairro Santana em Teresina – PI, no período compreendido entre as décadas de 1970 e 2000. O recorte temporal foi assim delimitado, por que na década de 1970 o bairro passa por uma (re)organização espacial por conta da mudança de prédio da Usina Santana, indústria de açúcar presente na região desde o início do século XX, e da criação do loteamento Jardim Europa que impulsionou um processo de migração interno da população dentro dos limites espaciais da região; estendendo-se até os anos 2000, pois durante esses anos alia-se ao processo de (re)organização espacial, uma série de melhoramentos urbanísticos, mudando significativamente os modos de viver no bairro, dicotomizado pelas relações entre o rural e o urbano. Para tanto, fizemos uma análise dos anos 70 e 80, período em que o bairro é enquadrado no perímetro rural da cidade, percebendo a relação entre a Usina Santana e a Cerâmica Santana como reforçadoras de um ideal de bairro rural, embora no período já possam ser percebidas algumas características de urbanidade. Em seguida, analisou-se os anos 90 e 2000 compreendendo como se deu a ação do poder público, majoritariamente municipal, na região como impulsionador de sua urbanização, possibilitando a emergência de um estado de rurbanização. Por fim, discutiu-se a relação entre a memória da população e a Usina Santana, percebendo como esta empresa influiu decisivamente na constituição de uma memória coletiva que extrapola as fronteiras espaciais do bairro. Metodologicamente, foi utilizada a análise documental a partir de fontes adquiridas junto ao Arquivo Público do Piauí (APPI), à Prefeitura Municipal de Teresina e à biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como também utilizamos a metodologia da história oral, coletando entrevistas com moradores do bairro visando perceber como a Usina se faz presente na memória do bairro e como a população percebe os avanços da região. Nossa análise se direcionou para o estudo do fenômeno da rurbanização no bairro Santana, compreendendo que este ainda está em andamento, estando a região permeada de características urbanas, mas também rurais; além disso, o estudo da memória permitiu-nos perceber como a Usina Santana se destaca como eixo norteador de uma memória que vai além dos limites locais, assim como o foi também para a própria formação e crescimento do bairro.

2012
Descrição
  • FAGNO DA SILVA SOARES
  • ESCRAVIZADOS DO CARVÃO ENTRE CLIO E MNEMÓSINE: Historiando identidades e memórias em Açailândia-MA no tempo presente.

  • Orientador : JOHNY SANTANA DE ARAUJO
  • Data: 21/12/2012
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  • O estudo enseja uma reflexão historicizada acerca do processo de escravização contemporânea numa perspectiva micro-histórica, utilizando-se da metodologia da história oral híbrida, no sentido de perscrutar a partir das entrevistas do tipo trajetória de vida, as identidades e memórias dos trabalhadores do carvoejamento resgatados e evadidos, que foram submetidos à escravização contemporânea em Açailândia-MA, região fronteiriça da Pré-Amazônia Maranhense, no tempo presente. Neste contexto, realizamos um debate historiográfico, de modo a cotejar os conceitos de trabalho, trabalho escravo e escravização contemporânea no Brasil, no Maranhão e em Açailândia, esquadrinhando as memórias e dimensões identitárias destes legítimos protagonistas da história, quanto ao ser ou não ser escravo. Contudo, tomamos para pensar a escravização contemporânea, interseccionada por uma tríplice articulação cotejante dos conceitos filigranados entre história, memória e identidade. Propondo assim, forjar um instrumental teórico de reflexão e aprofundamento a estudos futuros.

  • VIVIAN DE AQUINO SILVA BRANDIM
  • OBRIGAÇÃO DE DONA CONSTÂNCIA: a constituição da Umbanda em Codó no Estado do Maranhão.

  • Orientador : AUREA DA PAZ PINHEIRO
  • Data: 31/08/2012
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  • O objeto deste estudo é um ritual religioso que teve lugar na cidade de Codó, no Maranhão até o ano de 2008. Fora iniciado por uma senhora de nome Constância Alves de Sousa, umbandista, como dizia “desde que me entendo por gente”. A referência conceitual é o hibridismo cultural, característico da religiosidade brasileira e maranhense em particular. Este trabalho localiza-se no campo de estudos da História Cultural e tem como aporte metodológico a história oral e a etnográfica; realizamos uma descrição densa do ritual, aliada a aspectos da trajetória de vida de dona Constância, fabricamos as fontes orais, imagéticas e consultamos documentos primários de arquivos públicos, a exemplo o Arquivo Público do Estado do Maranhão. O estudo do ritual realizado por dona Constância nos fez perceber que existem singularidades nas práticas de Umbanda realizadas no Brasil afora, tendo em vista que o ritual apresenta características específicas nos espaços onde são realizados. Podemos identificar aspectos comuns, que constituem as bases desta matriz religiosa genuinamente brasileira, resultante de um hibridismo que em menor ou maior escala amalgamou as diferentes crenças que forjaram a diversidade cultural brasileira.

  • FRANCISCA MÁRCIA COSTA DE SOUZA
  • CAMINHANTES-DEVOTOS:  a celebração em Louvor a Nossa Senhora e outras sociabilidades (Teresina-PI, segunda metade do século XX aos dias atuais do século XXI)

  • Orientador : AUREA DA PAZ PINHEIRO
  • Data: 30/08/2012
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  • Esta pesquisa analisa a cultura e a experiência religiosa dos caminhantes – devotos, dos festeiros, homens e mulheres que participam da Festa em louvor a Nossa Senhora das Dores, na cidade de Teresina, Capital do Estado do Piauí. Contemplamos a intercessão entre cultura, práticas festivas e sociabilidades urbanas na Cidade, da segunda metade do século XX à contemporaneidade do século XXI. O objetivo é analisar as sociabilidades festivas e religiosas, em um cotidiano marcado pelas mudanças, pelas transformações do espaço urbano, portanto, analisamos os modos de festejar, as atitudes, as motivações, as manifestações de fé e de devoção de caminhantes - devotos; o lugar da Festa e dos rituais coletivos na vida cotidiana das pessoas e as relações que estabelecem com vários espaços da Festa: a casa e a rua, a praça e a igreja.  O trabalho tem natureza histórico-antropológica na abordagem do objeto e na metodologia utilizadas. Usamos o caderno de campo para as notas, para a observação participante, para o saber-fazer antropológico, para a escrita histórico-etnográfica; usamos a metodologia de pesquisa interdisciplinar, recorremos à História Oral – método-campo de saber-técnica - para a realização das entrevistas, registros da memória social, oral, gestual, sentimental e de testemunhos. Encontramos distintas visões de mundo e perspectivas sobre a Festa; realizamos roteiros de caráter geral e individual, colhemos oito entrevistas com roteiro temático, que se intercruzou com a vida e com o tema objeto deste estudo. Compreendemos a entrevista como um instrumento que auxilia o esforço dos informantes de lembrar, um ato de trabalho da memória. Ao longo da pesquisa, analisamos imagens fotográficas, registros de vivências, gestos, expressões de fé dos festeiros, dos caminhantes - devotos, produzimos também registros fotográficos e vídeográficos como um exercício de experiência em campo e interação com os festeiros; utilizamos igualmente esses registros como ilustração, fruição, graça e embelezamento do texto, expressão de arte, linguagem visual: cores, ângulos, perspectivas. Valemo-nos de fontes como jornais impressos, iconografia, entrevistas, relatórios, leis, resoluções, ofícios, cartões postais, cartas, encíclicas papais, álbuns de fotografia, cadernos de campo, anúncios e propagandas dos jornais pesquisados. A metodologia, a documentação e o referencial teórico permitiram uma leitura histórico-antropológica dos múltiplos aspectos da vida festiva: cheiros, sabores, gestos, espaços diversos ocupados pelos festeiros. A Festa é entendida neste estudo como um objeto de estudo do historiador, mas reconhece estudos outrora realizados por folcloristas e etnólogos. Consideramos o lugar da Festa, dos ritos e os rituais da vida coletiva, os domínios marcados pelos memorialistas, viajantes, literatos e juristas, no último quartel do século XIX, que buscaram nas manifestações lúdicas a fundamentação da nacionalidade brasileira. Nos anos 1930, houve uma renovação do estudo sobre as festas, especialmente com o movimento modernista e o desenvolvimento do ensino das Ciências Sociais no Brasil. Essa perspectiva de cunho sociológico e antropológico era menos folclórica e a preocupação recaiu sobre as culturas tradicionais no processo de urbanização acelerada, na mestiçagem, no sincretismo religioso e no processo de aculturação e integração do imigrante estrangeiro à cultual local. Mário de Andrade e Câmara Cascudo promoveram renovações na pesquisa folclórica, apontaram novos paradigmas para o estudo da cultura popular, alicerçada sobre a etnologia americana e européia. Na historiografia francesa – Nouvelle histoire - nos de 1970, a perspectiva adotada contemplou a abordagem antropológica das sociabilidades coletivas e da politização da vida cotidiana, potencializando o estudo da vida privada no Brasil. As festividades religiosas e outras celebrações na América portuguesa asseguraram o processo de tradução e interação entre a cultura do Velho e do Novo mundo, como também permitiram suavizar os contrastes sociais ao tempo em que faziam circular os valores, os costumes e as solidariedades. No universo de sentidos e significados, as festas forneciam/em ocasiões de manifestar as diferenças culturais os descontentamentos e a alegria. A festa é o momento de solenidade, de iluminação, de visibilidade do povo. Á festa religiosa perpassa um ideal moral e religioso, é uma celebração de devoção, de fé, de exaltação da entidade divina. 

  • FRANCISCO LOPES DA SILVA FILHO
  • Teresina (em) Cena: Apropriações Históricas no Espetáculo Teatral Itararé - a República dos desvalidos de Afonso Lima

  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 30/08/2012
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  • Na relação interdisciplinar entre história e teatro, é possível perceber indícios de uma determinada sociedade, uma vez que essa obra de arte encena tensões sociais por meio de suas linguagens, representando elementos da realidade brasileira. Partindo da análise de fontes hemerográficas, textos dramatúrgicos, bem como da história oral na construção de fontes orais, realizou-se uma reflexão em torno do espetáculo teatral Itararé-a República dos Desvalidos, de autoria de Afonso Lima.  Essa obra permite perceber as relações e conflitos ocorridos no Brasil e na cidade de Teresina nas décadas de 1970 e 1980, período caracterizado pela ditadura militar e pelo processo de urbanização ocorrido nas cidades de grande e médio porte. Nesse entendimento, Itararé revela uma nova possibilidade de leitura do tecido urbano, e dos sujeitos que compõem sua malha, uma vez que, por meio de suas táticas e linguagens, esse espetáculo constitui novos dizeres sobre esse processo de urbanização, evidenciando o que os discursos oficiais não revelavam. Dos arcabouços teóricos usados neste trabalho, utilizo de Michel de Certeau a noção de tática e estratégias, como também de espaço; Ítalo Calvino me servirá o conceito de cidades invisíveis; de Peter Pealbart, a noção de subjetividade; de Bertolt Brecht a teoria do efeito do distanciamento, de teatro épico e de Suely Rolnik me será útil a ideia de uma cartografia sentimental.

  • ADRIANA GALVAO
  • ATIVISMO AUDIOVISUAL EM TERESINA e a composição de um cinema com sotaque piauiense

  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 29/08/2012
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  • Este trabalho narra a história da lenta constituição daquilo que se poderia chamar de “Cinema Piauiense”. O principal argumento empírico do estudo são filmes/vídeos, depoimento de realizadores e documentos diversos. Naquilo que diz respeito aos filmes, foram estudados o “Espectro Torquato Neto”, o “Grupo Mel de Abelha” e as produções autorais de Luis Carlos Sales e Douglas Machado. Teoricamente, o estudo fundamentou-se na ideia de linguagem como prática.

  • FERNANDO MURATORI COSTA
  • Seu gosto na Berlinda: Um estudo do consumo musical nos anos 1970

  • Orientador : EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 27/08/2012
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  • Este Trabalho tem por objetivo discutir o consumo musical em Teresina na década de 1970. Para este fim, foi feito um estudo, em primeiro momento, do contexto musical nacional, com análise de músicas de estilos que marcam o período, como a MPB, o rock e a música brega. Foram analisados, também em seguida, livros sobre o assunto, documentos das revistas Veja e Manchete, dos jornais O Dia e O Estado (ambos piauienses) e depoimentos orais concedidos ao autor deste trabalho. Através de todas as análises, nota-se que o Brasil é um país com diversos contextos  musicais distintos, cada um com suas próprias caracteristicas e estruturas de consumo. Em Teresina, específicamente, estas estruturas e caracteristicas, bem como os próprios contextos, também existem, porém de maneira não tão inexoravelmente distintas. O aspecto de cidade pequena coexistente ao de capital dá à cidade em questão próprias configurações de consumo musical. 

  • AELSON BARROS DIAS
  • Em nome do poder, da força e da honra: Banditismo e violência nos confins do sertão sul piauiense.

  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 27/08/2012
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  • Este trabalho objetiva estudar o banditismo e a violência no Extremo Sul e Sudeste do Piauí entre os anos finais do Império até 1930. Dessa forma, busca focalizar naquela sociedade a arbitrariedade de forças particulares originando o conflito aberto e armado. Assim, pretende-se estudar um meio habituado tanto a mecanismos de imposição de poder através da violência, quanto à legitimação de concepção de mundo social e de valores por meio da força e da coerção. Para tanto, buscaremos analisar a possível relação entre a insurgência da economia da maniçoba, a presença rarefeita do Estado e a proximidade daquela zona com as fronteiras interestaduais, a presença de potentados locais, a sedimentação de uma cultura sertaneja tradicional com fortes valores morais e a instauração do banditismo naquelas paragens.

  • OZAEL DE MOURA COSTA
  • A Ordem no Piauí: Policiamento e instrução pública nos tempos do Barão da Parnaíba

  • Orientador : ANTONIO DE PADUA CARVALHO LOPES
  • Data: 24/08/2012
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  • Esta dissertação tem por objetivo analisar o processo civilizador no Piauí através do policiamento e da instrução pública enquanto estratégias de ordenamento social. Para entender esse processo civilizador, foi utilizado como referencial teórico Norbert Elias e seu conceito de Configuração Social, buscando perceber as relações interdependentes entre os indivíduos que constituíam a sociedade piauiense. As análises sobre o processo civilizador recaem sobre um longo espaço temporal, que se inicia na colônia, período de formação social do Piauí, e prossegue até o Império, no governo de Manoel de Souza Martins, o Barão da Parnaíba. O período de formação social do Piauí é caracterizando como “antecedente da ordem”, marcado pela violência e busca de organização do sertão, enquanto que no período do governo do Barão da Parnaíba é problematizada a “ordem”, ou seja, ações que caracterizam um processo civilizador e direcionam para o ordenamento social. Ao entender o ordenamento social enquanto parte de um processo civilizador, é levada em consideração a importância das instituições políticas, neste caso, aquelas diretamente ligadas ao poder local, como o Conselho do Governo, Conselho Geral da Província e Assembleias Legislativas Provinciais. Nesta dissertação, é contemplado o uso de fontes bibliográficas ligadas à historiografia piauiense e o uso de fontes documentais do Arquivo Histórico Ultramarino, do Arquivo Público do Piauí e do Instituto Histórico de Oeiras.

  • LAÉCIO BARROS DIAS
  • O SERTÃO PIAUIENSE EM PÉ DE GUERRA:  o conflito armado entre José Honório Granja e a família Lustosa Nogueira (1922-1926)

  • Orientador : MANOEL RICARDO ARRAES FILHO
  • Data: 20/08/2012
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  • Entre 1922 e 1926, nos municípios de Corrente e Parnaguá, localizados na região extremo sul do Piauí, ocorreu um conflito armado envolvendo dois grupos rivais. Um grupo era liderado pelo pernambucano José Honório Granja, e o outro grupo era formado por membros da família Lustosa Nogueira que residiam nessa região. Esta dissertação tem por objetivo principal analisar este conflito armado. Uma série de eventos pode ser apontada como fatores das tensões que, na passagem para o século XX, resultariam no conflito armado entre os grupos rivais supraciados, dentre os quais: o advento do regime  republicano, disputas por terra, intolerância religiosa, disputas políticas, etc. Assim, nossa análise, inicialmente, pretende compreender a formação dos grupos armados envolvidos, a intervenção governamental, os discursos construídos em torno do mesmo e suas implicações políticas, econômicas e sociais. Para a feitura do trabalho lançamos mão de um variado conjunto de fontes oficiais, hemerográficas e literárias, além das fontes orais produzidas através da metodologia da História oral com o intuito de perceber as memórias construídas pelas pessoas que estiverem presentes no cenário dos eventos e como elas articularam aquelas experiências como as tensões  existentes na região.

     

  • LUNÊR SOUSA DEQUEIXES FILHO
  • AS RELAÇÕES SOCIAIS NA CIDADE DE SÃO LUÍS/MA DO FINAL DO SÉCULO XIX E INICIO DO XX: representada no romance “A Carteira de um Neurastênico” de Antônio Lobo.

  • Orientador : FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA NASCIMENTO
  • Data: 10/08/2012
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  • O presente estudo trata das relações sociais da cidade de São Luís do final do século XIX e início do século XX e as suas representações no romance A Carteira de um Neurastênico (1903) de Antônio Lobo. A pesquisa fundamenta-se no conceito de representação de Roger Chartier e está inserido na relação entre história e literatura. Nesse sentido, relaciona-se o contexto histórico (inclusive costumes e valores) da cidade de São Luís da época com a obra estudada, bem como a condição feminina nessa sociedade, vendo-se na protagonista do romance, Laura Medeiros, um exemplo de representação da mulher de classe “bastarda” que procura “romper” com os costumes e valores impostos pela elite paternalista da cidade de São Luís do período em estudo.

  • ERASMO CARLOS AMORIM MORAIS
  • MEMÓRIAS DO CAIS:Parnaíba, a cidade, o rio e a prostituição (1940-1960)

  • Orientador : MARIA DO AMPARO BORGES FERRO
  • Data: 06/07/2012
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  • Este trabalho estuda e analisa as Memórias do Cais: Parnaíba, a cidade, o rio e a prostituição (1940-1960). Inicialmente, são abordadas as razões econômicas que fomentaram o redimensionamento da economia do Piauí, intimamente relacionada com o comércio exportador de produtos de origem extrativistas via cidade de Parnaíba utilizando como estrada líquida e fluída o rio Parnaíba. A navegação fluvial realizada através do rio Parnaíba empreendeu relevante influência na formação de Parnaíba enquanto cidade-beira. A presença de um porto fluvial montado as margens do rio que banha esta cidade contribui para a integração do Piauí com o comércio internacional, ao tempo em que torna Parnaíba um dos principais empórios do norte-nordeste. A proposta desta pesquisa foi construir um diálogo com as fontes escritas e os depoimentos coletados com o objetivo de reconstruir uma história de Parnaíba, dando visibilidade ao aparecimento de duas realidades sociais opostas: o centro e a margem. Ambos tendo papel fundamental na construção das sociabilidades presentes em Parnaíba entre os anos de 1940 a 960, pois cada um a seu modo apresenta as tramas e relações sociais que constituíram o espaço urbano, destacando a prostituição. Metodologicamente, além das entrevistas realizadas, foram feitas pesquisas no Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Parnaíba (IHGB), espaço onde encontramos todos os exemplares do Almanaque da Parnaíba e livros referentes à temática estudada. Além disso, a produção do trabalho foi beneficiada com a presença de registros visuais retratando diversos aspectos da cidade. O presente estudo está ambientado na História Cultural, tendo como aporte teórico os postulados elaborados por Ecléa Bosi, Maria Stella Brescianni, Teresinha Queiroz, Felipe Mendes, Gercinair Silvério Gandara, Margareth Rago, Paulo Benatti, dentre outros.

  • SERGIO LUIZ DA SILVA MENDES
  • SEM MEDIR AS PALAVRAS: atuações do Jornal Inovação em Parnaíba – PI (1977-1982)

  • Orientador : CLAUDIA CRISTINA DA SILVA FONTINELES
  • Data: 26/06/2012
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  • O Brasil, na década de 1970 e início da década de 1980, foi palco de grande agitação política, época em que o país foi governado pelos militares e as liberdades democráticas e de expressão foram em grande medida suprimidas. Neste contexto, emergiram diversos veículos de contestação aos vários problemas enfrentados pela população brasileira, tanto no campo político quanto no social. Dentre as formas de contestação podemos destacar a imprensa alternativa tida como um dos principais espaços de luta política do país. No Piauí, este fenômeno também foi observado. A imprensa alternativa se fez atuante tanto na capital como em outros municípios do Estado. Desta maneira, a presente pesquisa teve como objetivo principal investigar o Jornal Inovação em Parnaíba-PI durante os anos de 1977 a 1982. Este periódico, tido como marginal e alternativo, foi atuante em Parnaíba desde sua emergência (1977) até sua extinção (1988), mas foi durante o período da administração do prefeito João Batista Ferreira da Silva (1977-1982) que ganhou notoriedade na cidade devido à publicação de várias matérias denunciando problemas enfrentados por Parnaíba, tanto no campo da política quanto no social, sendo destaque a luta imprimida pelos jornalistas do Inovação contra a reforma da Praça da Graça, decretada pelo citado prefeito no final da década de 1970. Para a realização da pesquisa foram fundamentais as fontes hemerográficas, as fontes orais e as interlocuções teóricas com autores como Michel de Certeau, Roger Chartier, Bernardo Kucinski, dentre outros.

  • THIAGO OLIVEIRA DA SILVA BRITO
  • ZARATUSTRA YÁSCARA DOUGLAS:

    A construção da fama de um “mito do crime”

    (Timon, 1968 – 1992)

  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 25/06/2012
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  • Zara foi um sujeito cuja trajetória ficou marcada na memória de timonenses e teresinenses tanto como um perigoso bandido quanto como um heróico justiceiro. O objetivo desse trabalho é compreender de que forma ele alcançou esta fama e os significados desta interpretação. A partir desse objetivo discuto a relação entre sua trajetória, os valores culturais e o contexto social dentro de qual se deu sua individuação utilizando como fontes os processos-crime no qual foi indiciado, as matérias publicadas nos jornais O Dia, O Estado e Diário do Povo, e dez depoimentos prestados a mim por contemporâneos seus. Cotejando os indícios e interpretações acerca de sua trajetória, amparado na metodologia da micro-história elaborada por Carlo Ginzburg e Jacques Revel, no primeiro capítulo, a partir das memórias de seus contemporâneos, reconstitui Zara enquanto sujeito ordinário, analisando em sua infância e juventude as relações sociais e os valores culturais compartilhados por ele e sua comunidade. No segundo, cruzando as informações dos jornais, dos processos-crime em que ele foi indiciado e as recordações de seus próximos, reconstituí os rastos de suas incursões no “mundo do crime” entre 1986 e 1991, o panorama da criminalidade vivenciada em Timon à época (sobretudo no que tange ao tráfico de drogas), e os significados que são atribuídos a estas atividades na memória. No terceiro, com o mesmo conjunto de fontes, analiso a sua mitificação elaborada desde o assassinato de Sebastião Araújo até sua prisão e morte pela polícia em 1992 e o papel que tanto a polícia e a mídia como o próprio Zara tiveram neste processo. Tal estudo concluiu que sua notoriedade pode ser relacionada tanto ao contexto específico de reestruturação do Sistema de Segurança em que viveu quanto à sua capacidade de fomentar a própria notoriedade ao se utilizar dos valores culturais de seus contemporâneos e dos discursos da polícia e da imprensa.

  • JOSENIAS DOS SANTOS SILVA
  • PARNAÍBA E O AVESSO da belle époque: Cotidiano e Pobreza (1930 – 1950)

  • Orientador : DENILSON BOTELHO DE DEUS
  • Data: 25/05/2012
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  • Este trabalho tem como espaço de investigação a cidade de Parnaíba (PI) entre os anos de 1930 e 1950. O recorte representa um momento singular da história econômica, social e política da cidade: é a sua belle époque. Do ponto de vista socioeconômico, o período foi marcado pelo auge da economia extrativa no Piauí, o que possibilitou em Parnaíba a emergência de uma camada urbana enriquecida com o comércio de exportação e importação, bem como o alargamento das distâncias entre pobres e ricos naquela sociedade. Desta forma, este estudo se propôs a identificar e analisar os lugares assumidos pelos sujeitos que ficaram à margem do processo de modernização urbana e social, desnaturalizando – sempre que possível – as razões desta marginalização. É a partir deste viés que examinamos a emergência de uma modernização urbana na cidade de Parnaíba no recorte estudado, compreendendo o que foi e como foi a belle époque parnaibana. A análise em questão contempla variada gama de fontes que vai dos relatos dos cronistas sociais, passando pela iconografia do período até a literatura.

  • TALYTA MARJORIE LIRA SOUSA
  • FILHOS DO SOL DO EQUADOR: As vivências e experiências cotidianas de trabalhadores negros na sociedade teresinense no final do século XIX

  • Orientador : AUREA DA PAZ PINHEIRO
  • Data: 02/05/2012
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  • Esta pesquisa dedica-se a estudar a vida cotidiana de trabalhadores negros, escravizados e libertos, na cidade de Teresina, capital do Piauí, de 1852 a 1888.  Procuramos reconstruir a trajetória dos trabalhadores negros escravizados e libertos na sociedade teresinense, as táticas de inclusão social e cultural por eles utilizadas na cidade, desvelando os espaços de sociabilidade, com destaque para aqueles de ludicidade, a exemplo das festas sacras e profanas, espaços onde se construíram vivências, experiências, e condições de existência. Buscamos responder às seguintes questões: Como os negros participaram da construção da cidade de Teresina? Quais os serviços e tarefas desenvolvidas pelos negros escravizados e libertos? Como ocorria a vigilância contínua de rua e de espaços de lazer frequentados pelos negros? Quais os espaços de ludicidade e sociabilidades da população escravizada e liberta? Qual a forma predominante de manumissão? Utilizamos nesta investigação a revisão de literatura, que inclui trabalhos produzidos por Pereira da Costa; Odilon Nunes; Monsenhor Chaves e Clodoaldo Freitas, e a pesquisa documental, desenvolvida no Arquivo Publico do Estado do Piauí, onde encontramos a maior parte das fontes como códigos de posturas, relatórios dos presidentes da Província, livros de notas e ofícios, autos crimes e inventário, e no Núcleo de Documentação e Memória do Piauí – NUPEM, onde pesquisamos os jornais microfilmados do período proposto para estudo.

  • FRANCISCO ARISTIDES DE OLIVEIRA SANTOS FILHO
  • Jomard Muniz de Britto e “O Palhaço Degolado”: laboratório de crítica cultural em tempos de repressão no Brasil pós 64.

  • Orientador : PAULO ANGELO DE MENESES SOUSA
  • Data: 13/04/2012
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  • O presente trabalho visa estudar os conflitos e confrontos que se estabeleceram em torno da noção de “Cultura Brasileira”, em Pernambuco, durante a década de 70 do século passado. O principal argumento do estudo é a suposição de que as obras de intelectuais tradicionais como Gilberto Freyre e Ariano Suassuna irão conviver, no seu oposto, com uma interlocução radical que encontrará em Jomard Muniz de Britto e em obras como “O Palhaço Degolado” (1976/77) uma de suas maiores expressões pós-tropicalistas. O filme atua enquanto laboratório experimental de crítica cultural aos “monstros sagrados” da cultura oficial, em tempos de repressão às vozes dissonantes e dessacralizadoras da identidade Brasil, vista na perspectiva de trânsito permanente, rompendo o conservadorismo secular, restrita à sombra dos canaviais.
  • GISVALDO OLIVEIRA DA SILVA
  • UM LEVANTE NO SERTÃO DO PIAUÍ: A TRAJETÓRIA CAMPONESA NA FORMAÇÃO DO ASSENTAMENTO MARRECAS (1985-1995)

  • Orientador : ROBERIO AMERICO DO CARMO SOUZA
  • Data: 29/03/2012
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  • A presente pesquisa é um esforço de reflexão sobre a trajetória camponesa na formação do Assentamento Marrecas, um espaço de vivência e convivência social que resultou da primeira ocupação de terras coordenada pelo MST no Piauí, efetivada em 10 de junho de 1989. O referido Assentamento está localizado no município de São João do Piauí, a 493 km da capital Teresina. A pesquisa tem como recorte temporal o período entre 1985 e 1995, caracterizado pelo processo de mobilização das famílias camponesas para a ocupação da terra, passando pela vida no acampamento até as primeiras vivências no espaço do assentamento. No campo teórico, elegemos como referência a categoria de análise experiência, nos termos formulados pelo historiador inglês Edward Palmer Thompson. A partir da dialética entre ser social e consciência social, esta categoria nos forneceu elementos para a compreensão do envolvimento dos sujeitos da pesquisa com a luta coletiva pela terra. A metodologia privilegiada na pesquisa foi a da história oral. Nesse sentido, apoiamos nossa reflexão na proposta do pesquisador italiano Alessandro Portelli, para o qual o uso das fontes orais pressupõe o entrelaçamento do interesse do historiador com o do narrador. No que tange à questão da relação entre história e memória, tomamos como referência as ideias do sociólogo francês Maurice Halbwachs, que concebe a memória enquanto processo social de reconstrução do passado vivido e experimentado por um determinado grupo ou comunidade.

  • JOAO PAULO PEIXOTO COSTA
  • DISCIPLINA E INVENÇÃO: civilização e cotidiano indígena no Ceará (1812-1820)

  • Orientador : JULIANA LOPES ARAGAO
  • Data: 23/03/2012
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  • O presente estudo discorre sobre os povos indígenas no Ceará e a complexa
    relação frente à política indigenista adotada pela coroa por meio do Diretório
    Pombalino, tendo como gestor destas práticas o governador Manuel Ignácio de
    Sampaio. Este trabalho segue por duas trajetórias que, ao longo de suas histórias,
    conviveram e deram sentido uma a outra. Por um lado, analisa a política indigenista
    do militar ilustrado Manuel Ignácio de Sampaio, que governou o Ceará entre 1812 e
    1820. Estigmatizada como uma das regiões mais “periféricas” do Império português,
    Sampaio teve como projeto desenvolver a capitania, especialmente no que dizia
    respeito ao âmbito populacional. Por dar destaque aos grupos indígenas em seus
    planos civilizatórios, buscamos discutir as práticas disciplinares voltadas a esta
    população. Por outro lado, são analisados os próprios índios na condição de
    protagonistas de suas histórias. Em constante relação com essas mesmas políticas
    normativas, o estudo focou as leituras e apropriações executadas pelos indígenas
    com base em elementos constituintes deste mundo que se modificava ao seu redor,
    cerceando sua liberdade, mas não impedindo suas inúmeras maneiras de inventar
    seus cotidianos.

  • NERCINDA PESSOA DA SILVA BRITO
  • O EXPERIENCIAR DA MORTE: comportamentos frente à finitude em Teresina de 1900 a 1930

  • Orientador : TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
  • Data: 22/03/2012
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  • A dissertação objetiva analisar as representações e práticas diante da morte entre os homens
    de letras em Teresina, capital do estado do Piauí, no início do século XX. Perscruta a morte na
    historicidade que a constitui, busca as apropriações culturais sobre esse fenômeno no curso do
    tempo. A partir das relações entre os escritos literários, médicos e religiosos rastreia as
    atitudes frente à morte, analisa trajetórias de vidas desde a última enfermidade até a morte.
    Nesse contexto, investiga, de modo particular, como o poeta Lucídio Freitas experimentou a
    proximidade da morte. Compreende-se os escritos sobre a morte como inseridos em um lugar
    social, dessa forma, os comportamentos diante da morte expressos pelos literatos, médicos e
    religiosos dialogam com os vivenciados pela sociedade em que se inseriam. Aborda a relação
    dos sujeitos com as doenças, expondo os diálogos entre médicos e enfermos, apontando os
    recursos de cura disponíveis na época. Analisa as representações construídas em torno dos
    doentes e das doenças, mostrando as atitudes da sociedade em relação a eles. Para a relação
    entre a escrita e a morte, toma-se como fonte principal os escritos que tinham a morte como
    temática central, entre eles os poemas e os necrológios. Percebe a escrita como lugar de
    prática face à morte, como um meio de buscar defini-la, como também de preparação para a
    finitude. Estuda as práticas em torno do moribundo e como essa sociedade se comportava à
    proximidade da morte. Analisa também os ritos fúnebres, apresentando uma diversidade de
    maneiras de morrer, mas também de preparação do corpo e da alma do morto. Assim, a
    dissertação aborda as diferentes formas de representar e praticar a morte, compreendendo esse
    contexto marcado pela conscientização da ação inexorável desse fenômeno sobre a
    humanidade.


2011
Descrição
  • VERUSKA LAURIANA DA SILVA DE CARVALHO
  • A CIDADE E A MASCULINIDADE: TORNAR-SE HOMEM EM PARNAÍBA-PI DE 1900 A 1950

  • Orientador : PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
  • Data: 31/08/2011
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  • Este trabalho estuda as relações de gênero na conjuntura da dimensão histórica, com ênfase na construção social da masculinidade na primeira metade do século XX, em Parnaíba - PI. Questiona-se a relação entre a modernização dessa cidade e as novas formas de se constituir em homem, no sentido de apreensão da norma que assegurava a esse forjasse viril na organização social. São abordadas questões de transição das fases econômicas na cidade de Parnaíba - PI, a inferirem as distinções e hierarquias no campo do trabalho, na formação educacional, na luta de afirmação e distinção do desejo de homens na cidade. Também são analisadas as maneiras disciplinares de tornar-se homem, os ritos de passagem, os dispositivos de controle social dos costumes, na tentativa de civilizar os comportamentos masculinos. Demonstra a definição das aprendizagens do menino a homem, nas relações familiares, nos signos das brincadeiras e véstias, e nos ambientes de lazer, na instrução dos flertes, no consumo de bebida. No convívio com o outro os rapazes descobriam o reconhecimento do ser homem, no período em estudo. O corpus documental que permitiu o desenvolvimento da pesquisa é constituído por romances, crônicas, biografias, memórias, fotografias; artigos e poesias publicados em jornais, revistas e almanaques que circularam em Parnaíba. Problematiza-se como os homens se constituíram com base na dinâmica capitalista no impacto da urbanização, logo, da civilização dos costumes na aprendizagem dos infantes na composição de seus corpos, sentimentos, saberes e atitudes compartilhados socialmente, assim como o reconhecimento na formação familiar e educacional, no mercado de trabalho e nas relações com os símbolos e o outro, diverso no feminino e masculino, a assumir comportamentos assegurados entre os pares.

  • IÊDA MOURA DA SILVA
  • HOSPITAL GETÚLIO VARGAS:  A atuação da política de saúde pública em Teresina, 1937-1945

  • Orientador : ALCILIA AFONSO DE ALBUQUERQUE E MELO
  • Data: 19/08/2011
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  • Este estudo analisou a formação e prática do saber médico em Teresina, tomando como base o
    processo de uma série de saberes surgido na época com a construção do hospital Getúlio
    Vargas em 1941. Nesse período, compreendido pela história como Estado Novo, que vai
    desde 1937 a 1945, o objetivo do poder estadonovista estava direcionado a formação do
    homem sadio e civilizado.Nesse encontro do Brasil com o brasileiro, é possível observar a
    ação de um projeto civilizatório, na qual o povo passa a ser visto como sujeito relevante para
    a política nacionalista do momento, nessa perspectiva o sujeito político precisava ser educado,
    dominado e conhecido. Nesse sentido, sanitaristas, médicos e pedagogos enfrentaram o
    desconhecido povo brasileiro a partir de práticas sociais voltadas para saúde e a educação
    como forma de intervir nos  hábitos e na cultura do cidadão que estava se constituindo a partir
    de uma inovadora modalidade de saber com caráter político que adquiriu concretude histórica
    no chamado Estado Novo. Porém, a história da prática médica na cidade de Teresina é
    provinda de um longo processo das políticas de saúde pública no Brasil da Primeira República
    (1889-1930), que teve papel relevante na criação do Estado e a sua presença no Território
    Nacional. Assim, percorreremos essas histórias do processo de construção de um saber
    médico sanitarista em Teresina através da utilização de jornais de época, como de bibliografia
    pertinente a temática.

  • MARIA DAS GRAÇAS DO NASCIMENTO PRAZERES
  • NOS TRILHOS DO PROGRESSO: Os bondes elétricos na Primeira República em São Luís/MA.

  • Orientador : FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • Data: 12/08/2011
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  • Esta pesquisa tem por objetivo fazer uma análise sobre os bondes elétricos de São Luís – MA durante a Primeira República, destacando-os no projeto de modernização da cidade. Até início da década de 1920, o transporte coletivo de São Luís feito pelos bondes de tração animal era considerado pelos usuários e pelos administradores públicos como deficiente e até mesmo vexatório. Portanto, com intuito de amenizar a situação caótica em que se encontrava tal serviço, o governo do Estado investiu em seu “melhoramento”, que foi financiado através de empréstimos junto às empresas estrangeiras. Os bondes elétricos de São Luís até a década de 1930 estiveram ligados à noção de progresso, e nos discursos oficiais era comum delegar a estes veículos a missão de salvar do atraso um dos principais serviços desta capital. Para a realização deste estudo, as fontes utilizadas foram referências bibliográficas que tratam da modernização das cidades, relatórios oficiais do Estado do Maranhão, obras literárias, fontes hemerográficas, mapas e cartas geográficas da cidade de São Luís.

     
  • SORAILKY LOPES BATISTA
  • SANEAMENTO, EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO:A CONFIGURAÇÃO DO CAMPO DA SAÚDE PÚBLICA NO PIAUÍ (1937 – 1945)

  • Orientador : ANTONIO DE PADUA CARVALHO LOPES
  • Data: 11/07/2011
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  • A presente pesquisa elege o período do Estado Novo (1937-1945) e a configuração do campo da saúde pública no Estado do Piauí como objeto principal do estudo. Objetiva-se entender quais foram as ações estatais que permitiram a criação de um arranjo institucional para a saúde pública na região e a forma como os serviços de saúde pública foram executados pela autoridade sanitária estadual. Buscou-se, nesse sentido, rastrear as instituições responsáveis pela configuração das ações em saúde pública durante o período. No âmbito da pesquisa, entende-se que o movimento de centralização, burocratização e normalização sofrido pelo Estado refletiu-se no processo de configuração do campo da saúde pública, portanto, o arranjo institucional montado para as ações em saúde pública possuiu uma face eminentemente centralizadora e burocrática. Além do estudo do processo de configuração do campo da saúde pública, a pesquisa empenha-se em compreender quais foram os limites de ação da autoridade sanitária na execução dos serviços de saúde pública nas três principais cidades do Estado do Piauí durante o período, a saber: Teresina, Parnaíba e Floriano.

  • PEDRINA NUNES ARAUJO
  • SENHORAS DA FÉ: história de vida das rezadeiras do Norte do Piauí [1950-2010]

  • Orientador : AUREA DA PAZ PINHEIRO
  • Data: 14/06/2011
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  • Neste estudo apresenta-se uma pesquisa de natureza histórico-antropológica sobre os rituais de cura praticados por senhoras rezadeiras do Norte do Piauí, mais especificamente nas localidades de Piripiri, Teresina e União. A partir de aportes teórico-metodológicos da História e da Antropologia, procura-se comprender e interpretar histórias de vida e rituais de cura. Privilegia-se a metodologia da história oral e conceitos como de história de vida, memória, religião, cultura e religiosidade, para compreender a religiosidade brasileira e sua formação ainda no período de colonização europeia portugeusa, uma religiosidade híbrida, com matrizes culturais indígenas e africanas, bases constituintes da cultura religiosa presente na sociedade brasileira; compreender de que maneira os rituais de cura e o ofício das rezadeiras permanecem presentes no cotidiano da sociedade piauiense, seus rituais, crenças e rezas como formadores de um patrimonio cultural brasileiro e piauiense em particular.

2010
Descrição
  • JOSE DE ARIMATEA ISAIAS FERREIRA
  • TRILHANDO NOVOS CAMINHOS: A CIDADE DE PIRIPIRI E AS MUDANÇAS PROPORCIONADAS PELA CHEGADA DA FERROVIA – 1930-1950

  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 27/08/2010
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  • O presente estudo analisou o processo de desenvolvimento da cidade de Piripiri nas
    décadas de 30, 40 e 50 do século XX assim como a relação desta modernização
    com a Estrada de Ferro Central do Piauí, que chegou na cidade no anos de 1937 e
    foi desativada durante os anos de 1980. A cidade de Piripiri experimenta, a partir da
    década de 1930, um período próspero de desenvolvimento urbano patrocinado
    principalmente por ações governamentais, que influencia diretamente em seu
    espaço. A cidade pequena e pacata, como quase todas as demais cidades
    interioranas do estado piauiense, se percebe em pouco espaço temporal inserido em
    um processo de crescimento urbano e populacional, dinamizando suas estruturas
    internas e suas relações com as demais cidades vizinhas, com a capital Teresina e
    principalmente, devido a chegada da ferrovia, com Parnaíba. No sentido de
    apresentar esse período e esta relação entre a cidade e a ferrovia, o trabalho se
    centraliza especificamente em duas temáticas: A ferrovia e a Cidade de Piripiri. A
    Ferrovia, desde sua instalação, serviu como fronteira do espaço urbano da cidade
    de Piripiri e ao mesmo tempo como modificador deste, a partir do momento que
    novas ruas e bairros foram criados em suas imediações. Neste mesmo contexto
    surgiram,através de ações governamentais, diversas melhorias e instituições que
    objetivaram no desenvolvimento de sua infra-estrutura, como serviço de água,
    energia elétrica, serviços bancários, cinemas além do próprio crescimento e
    organização do espaço urbano, que deram à população da cidade a oportunidade de
    desfrutar de serviços até então existente somente nas cidades maiores.

2009
Descrição
  • EDINALDA MARIA LEAL DE CARVALHO
  • A ARTE DE SER MULHER E ARTISTA EM TERESINA (1950 – 1990)

  • Orientador : FABIANO DE SOUZA GONTIJO
  • Data: 03/09/2009
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  • O trabalho propõe pensar o campo das artes plásticas em Teresina entre as décadas de
    1950 e 1990 e a inserção das artistas mulheres nesse campo, a partir de um atravessamento
    com a história das mulheres e um pouco dos estudos de gênero, apoiando-se também nas
    reflexões sobre a participação das mulheres na história da arte vinculadas às disjunções
    provocadas pelos feminismos. Conceitos como campo, habitus e capital, de Bourdieu,
    auxiliaram nas análises empreendidas e foram fundamentais para pensar o objeto em estudo.
    O recorte temporal parte de uma década em que não foram encontrados registros de artistas
    plásticas profissionais mulheres nos discursos dos principais jornais de Teresina, para pensar
    essa ausência em uma década em que a prática da pintura, para algumas mulheres, era uma
    habilidade a mais, entre as prendas domésticas, e se estende até a década em que há um
    número significativo de artistas mulheres ocupando o campo artístico profissionalmente, com
    carreiras consolidadas e reconhecidas. Foram registradas as vivências de algumas artistas, a
    formação, a constituição da carreira, os obstáculos que se interpuseram entre o talento
    potencial e realização artística em suas trajetórias, os sonhos que foram realizados, adiados ou
    esquecidos, assim como a forma como essas artistas percebem seus itinerários artísticos. As
    fontes utilizadas foram consultas a alguns jornais teresinenses que circularam no período,
    revistas de cultura, catálogos de exposições, currículos de alguns artistas plásticos, e
    entrevistas com as artistas em estudo. A partir desse material, procura-se pensar sobre o
    campo artístico teresinense, tímido a princípio e um pouco mais desenvolvido no final do
    período em estudo, sem, no entanto, conquistar a autonomia; pensar as mudanças nos
    comportamentos femininos, que rompiam com os modelos tradicionais, especialmente a partir
    da década de 1970; e a partir da conjunção desses dois fatores, pensar sobre a inserção das
    primeiras artistas plásticas profissionais no campo artístico de Teresina, que coincide com a
    década citada, em que novos possíveis se apresentavam às vivências femininas. O estudo se
    estende até década de 1990, período em que muitos cerceamentos aos anseios femininos já
    haviam sido superados e em que muitas artistas profissionais ocuparam efetivamente o campo
    artístico em Teresina, mas período também em que ainda foi possível observar certas
    permanências nos comportamentos femininos tradicionais nas trajetórias de algumas artistas.

  • FRANCISCA RAQUEL DA COSTA
  • Escravidão e conflitos: cotidiano, resistência e controle de escravos no Piauí na segunda metade do século XIX

  • Orientador : SOLIMAR OLIVEIRA LIMA
  • Data: 17/04/2009
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  • Na segunda metade do século XIX, diversos fatores, internos e externos, contribuíram para
    que o sistema escravista brasileiro sofresse profundas transformações, as quais tornam este
    período diferente dos anos iniciais da escravidão no Brasil. A Província do Piauí, mesmo não
    apresentando sua base econômica nas grandes plantações, também apresenta reflexos de tais
    transformações. As mudanças advindas das leis de proibição do tráfico (1850), do ventre livre
    (1871), dos sexagenários (1885) provocaram alterações na relação entre senhores e escravos,
    sendo que as atitudes insubordinadas destes contribuíram ainda mais para a desestruturação
    do sistema, agindo eles como sujeitos históricos. Diante de tais fatos, o presente trabalho
    busca analisar o cotidiano das relações escravistas no Piauí na segunda metade do século XIX,
    verificando como elas eram construídas. Além disso, também nos propomos a apontar as
    principais formas de resistência escrava praticada pelos escravos na Província, bem como
    analisar o controle elaborado pelos senhores de escravos e pelo Estado diante das atitudes
    insubordinadas dos escravos e do contexto estabelecido. Para a construção do trabalho foram
    utilizadas fontes documentais e alguns jornais, localizadas no Arquivo Público do Estado do
    Piauí. Entre as fontes documentais, os relatórios de polícia, processos-crime e relatórios de
    presidentes de Província foram cruciais.

2006
Descrição
  • BERNARDO PEREIRA DE SA FILHO
  • "CARTOGRAFIAS DO PRAZER: BOEMIA E PROSTITUIÇÃO EM TERESINA (1930-1970)”
  • Data: 12/12/2006
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  • Este trabalho analisa a boemia e prostituição em Teresina, dos anos de 1930 a 1970, momento em que se intensifica o processo de urbanização com algumas políticas públicas voltadas para a modernização. A cidade é enfocada enquanto lócus de uma trama social urbana cuja tessitura é produzida através dos mais diversos tipos de relações que se estabelecem entre sujeitos de identidades subjetivas os quais agem na noite em busca de prazeres, significando os lugares e sendo por eles significados. Nessa perspectiva são cartografados os lugares noturnos e suas licitudes, os prazeres ilícitos e os corpos pérfidos na dimensão social, clinica e moral

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