SABICHONAS DE SAIA: AMÉLIA CAROLINA DE FREITAS BEVILÁQUA E A ESCRITA FEMININA EM SEU TEMPO(1900-1940)
Amélia Beviláqua.Escrita Feminina. Academia Brasileira de Letras
O presente trabalho problematiza a trajetória de Amélia Carolina de Freitas Beviláqua, enquanto moradora do Rio de Janeiro nas quatro primeiras décadas do século XX. Analisa-se em que medida as intempéries que marcaram aquele contexto se fazem perceber na produção intelectual de Amélia e problematiza-se como a tensa relação entre o velho e o novo, tão cara aquele contexto, marcou a trajetória. Evidencia-se um tempo de contradições onde a mulher ideal restringia-se aos papéis de mãe, esposa e dona do lar, limitando-se ao espaço privado. Todavia esse contexto foi marcado pelo configurar de novos tempos para as mulheres. Por meio de suas lutas, ousadias e deslocamentos de fronteiras elas se lançaram ao espaço público alcançando territórios até então pertencentes aos homens. É, portanto, um tempo de abertura. Visa-se perceber, portanto, como, imersa nesse lugar social, Amélia se posicionou e consumiu os novos tempos emergentes. Problematiza-se em que medida suas obras se constituem como críticas sociais e como as agremiações literárias e os homens percebem a chegada da mulher no espaço público. Busca-se compreender os deslocamentos e os elementos propiciadores da chegada de Amélia a espaços de poder, ao tempo em que busca-se também a compreensão do processo de recusa vivenciado pela escritora em 1930, quando ela apresenta sua candidatura a Academia Brasileira de Letras e por motivos misóginos é recusada.