O Presente trabalho aborda as correspondências encontradas no acervo privado pessoal de Possidônio Nunes de Queiroz para construir, a partir da crítica dessas fontes, uma trajetória política-intelectual desse homem de letras, na cidade de Oeiras. Analisamos como ele se constituiu desde a juventude como figura destacada nas primeiras décadas do século passado, criando uma rede de sociabilidade intelectual. Pretendemos estudar também como ele produziu uma identidade atrelada a da cidade no século XX e pensar como elaborou uma memória de si a partir da legitimação dos seus trabalhos como professor, orador, jornalista, articulador cultural, advogado e músico. Sua sensibilidade para tratar de temas diversos e noticiar acontecimentos da sua cidade natal nos permite investigar como suas relações com outros intelectuais e família dão a ver o que pensou sobre diversas situações que experimentou ao conduzir seus projetos pela Oeiras que queria ver “progredir”. Nesta pesquisa entendemos a correspondência como prática da escrita de si, um instrumento bastante utilizado por ele para se inserir dentro deste território “fluido” que é o universo dos homens de letra, lugar que pretendia pertencer e que transborda do seu acervo em documentos que vão além das cartas, porém em outros momentos veremos um homem com seus medos, angustias e desejos.