Esse estudo tem como principal objetivo analisar o processo de profissionalização do
futebol piauiense e as repercussões dessa profissionalização, a partir de sua oficialização
em 1963 até a década de 1970, tida pela crônica desportiva local como a fase áurea do
futebol piauiense. Tendo como fio condutor a oficialização do profissionalismo,
pretendemos pesquisar as tramas e dramas que permearam os principais acontecimentos
do futebol mafrense, nesse período, e suas interfaces com os aspectos políticos,
econômicos, sociais e culturais locais e nacionais. O recorte temporário corresponde,
portanto, às décadas de 1960 e 1970. Como metodologia para o desenvolvimento dessa
pesquisa recorremos à História Oral, realizando entrevistas temáticas com um número
pré-determinado de ex-jogadores, ex-dirigentes e jornalistas esportivos que viveram e
acompanharam esse período do futebol piauiense, com o objetivo de analisar as
memórias que esses sujeitos guardam sobre o objeto desse trabalho e como essas
memórias dialogam entre si. Fizemos também análise de autores que elegeram o futebol
ou o período da história do Brasil e do Piauí aqui pesquisado, como temas de suas
publicações, entre eles Aníbal Renan Chaim (2014), Hilário Franco Júnior (2007), Elio
Gaspari (2002), Severino Gomes de Oliveira Filho (2005, 2004), Dídimo de Castro
Pereira (1971), Pedro Vilarinho Castelo Branco (2015) e Cláudia Cristina da Silva
Fontineles (2009), além de Carlo Ginzburg (2002) Certeau (2000), Paul
Thompson(2002), Verena Alberti (2004), entre outros. Utilizamos também fontes
hemerográficas, especialmente os jornais “O Dia” e “O Estado”, referentes ao recorte
temporário definido.