A dissertação analisa o teatro em Teresina, a partir da perspectiva de suas produções artísticas e tensões culturais, entre os anos de 1890 a 1925. Reflete sobre o processo de rearranjo cultural que ocorreu nesse período, as relações sociais estabelecidas entre os diferentes sujeitos inseridos no cotidiano teatral, como artistas, dramaturgos, espectadores, redatores de jornais e autoridades policiais, bem como os processos de intervenção do Estado e da imprensa nos acontecimentos em torno do teatro. As fontes primárias utilizadas foram crônicas, anúncios, documentos oficiais, notas informativas, textos teatrais e imagens, que ao serem analisadas em diálogo com a historiografia, possibilitou concluir que o fazer teatral era compreendido como um privilegiado instrumento civilizatório, um veículo que possibilitava a interferência intelectual na sociedade. Essa importância atribuída ao teatro e suas práticas se manifestou na imprensa, em que cronistas buscavam prescrever comportamentos, delinear formas apropriadas de encenação e impor significados próprios aos demais grupos integrantes do fazer cultural na cidade. O diálogo teórico e metodológico da pesquisa ocorre com Williams (1991), Mencarelli (1999), Souza (2002), Chartier (2012) Queiroz (2011, 2015), Darnton (2016), entre outros.