Este trabalho tem como objetivo compreender como os filmes Xica da Silva (1976) e Bye Bye, Brasil (1979) do diretor Carlos Diegues configuram-se no momento sócio-político da ressaca dos processos culturais da década de 1960 e a ansiedade pela abertura política. Operacionalizando os conceitos de Espaço de experiência e Horizonte de expectativas de Reinhart Koselleck e de Representação de Roger Chartier, buscamos analisar como o contexto histórico relacionado à época de produção dos filmes foi representado nas películas, e ainda, quais as representações construídas a partir da articulação entre narrativa e imagens nos filmes. Os estudos de Jacques Aumont e David Bordwell oferecem suporte para a análise das imagens, dos componentes narrativos e imagéticos propriamente ditos. A metodologia desta pesquisa consiste na análise das fontes documentais e da base bibliográfica para análise dos filmes, das críticas relacionadas a estes e do recorte temporal no qual as produções se inserem, para compor a relação das películas com o seu momento de produção. As fontes utilizadas traduzem-se em jornais e revistas do período. Esta dissertação encontra-se estruturada em três capítulos: no primeiro apresenta-se a relação de Carlos Diegues com o cinema, bem como informações contextuais referentes ao período de produção e lançamento dos filmes. No segundo e terceiro, Xica da Silva e Bye Bye, Brasil respectivamente, são apresentados, analisados enquanto representações de um determinado período temporal, e analisados enquanto produto da cultura visual de uma época.