Os entendidos, as bichas loucas, os militantes e revolucionários, os que achavam tudo transa, os que se doíam por tudo, todos eles faziam parte do universo do lampião da esquina, um jornal alternativo com teor homoerótico que circulou no Brasil entre 1978 e 1981, momento sintomático para se pensar a abertura política para a democracia. Para tentar compreender como estes sujeitos organizaram entre si seus desejos, sentimentos existenciais, perspectivas políticas nos servirão as várias colunas do periódico da esquina, de modo que isso proporcione a visibilidade da pluralidade de dimensões que possuíam seus sujeitos. Portanto, este estudo dará ênfase ao processo de subjetivação, incorporação e performática do corpo em sua variada dinâmica no exercício do poder em meio ao teatro social, notadamente no que diz respeito às táticas existenciais e discursivas que se faziam para lidar com a heteronorma.