O estudo se insere no âmbito de investigações sobre os usos do passado clássico, na condição de dispositivo discursivo útil à reflexão de questões contemporâneas. No caso em apreço, preocupamo-nos em compreender em que medida as escolhas feitas por pensadores contemporâneos contribui para forjar projetos de nação e de sociedade ao longo da História. Esse trabalho faz parte da pesquisa, ainda em curso, desenvolvida no mestrado em História. Ao longo dessa primeira fase de escrita pretendemos, em sentido geral, averiguar as apropriações da antiguidade por pensadores contemporâneos, em que examino os usos do passado como aporte teórico para pensar o presente. Em nossa investigação, buscaremos entender porque a Grécia Antiga instiga os pensadores oitocentistas a fazerem uma releitura dos grandes clássicos com a intenção de adequá-los aos interesses do projeto de nação, que estava sendo planejado para o Brasil no período Imperial brasileiro. Dessa maneira, a pesquisa justifica-se pela necessidade de aprofundarmos a discussão sobre os usos do passado clássico pela historiografia contemporânea. A partir dessa perspectiva, faz-se necessário, ao longo de nossas reflexões, pontuar a relevância de nossa pesquisa na construção de um olhar sobre a concepção de democracia entre os atenienses, que permita indagar o cenário político na qual estavam inseridos os autores dos compêndios de História Universal, objetos no desenvolvimento da nossa narrativa. As fontes analisadas são os compêndios de História Universal escritos por Justiniano Jose da Rocha (1860), Pedro Parley (1869) e Victor Duruy (1865). No que se refere aos resultados convém pontuar que a pesquisa e a escrita da dissertação estão em fase de desenvolvimento. Nesse sentido, o que será apresentado é as quatro primeiras seções escritas para essa etapa.