A presente dissertação busca analisar como funcionou a atuação da imprensa escrita em Teresina durante a primeira metade da década de 1970. O período analisado corresponde ao apogeu da narrativa em torno de um “milagre brasileiro”, narrativas otimistas invadiam as pautas dos jornais Brasil adentro. Entretanto os mesmos jornais que noticiavam o rompimento de barreiras se encontravam limitados por decretos censórios. Sendo assim nos debruçamos a analisar as minúcias dos discursos veiculados na imprensa desse período, tomando como mote três suplementos informativos teresinenses: Estado do Piauí, O Estado e O Dia. Abordaremos aspectos que transitam entre a coerção e a persuasão, problematizando os meios empregados pelo Estado brasileiro na busca de aceitabilidade junto ao corpo civil para manutenção do poder. O estudo constitui-se de uma pesquisa de caráter empírico, com dimensões metodológicas balizadas pelas discussões de História e Imprensa, a partir de documentos oficiais e de matérias jornalísticas do período, que são analisados a partir da interlocução com os estudos de Robert Darnton (2016), Anne-Marie Smith (2000), Beatriz Kushnir (2012), Carlos Fico (2008) e Cláudia Fontineles (2015).