A presente pesquisa tem por objetivo analisar os discursos que foram constituídos no
Compêndio Elemental de História da América, de autoria de Diego Barros Arana no Chile (1865) e no Compêndio de História da América, de autoria de José Francisco da Rocha Pombo no Brasil (1900) sobre a Formação da América Latina. Para tanto, esses manuais foram produzidos dentro de cenários que estavam em transformações político-educacionais, isto é, no Chile, em 1860 fora instituída a Ley de Instrucción Primária e no Brasil, a Reforma Benjamin Constant, cujo intuito eram formar símbolos nacionalistas que pudessem ser identificados como caracterizadores identitários. Para atingir tal ideia, os governos nacionalistas passam a utilizar três cenários a fim de atingir seus objetivos, isto é, o político, associados às influências e a construção de decretos como forma de moldar os manuais; o educacional, ao qual essas obras seriam destinadas; e o social, que estariam associados aos processos de circulação. A partir dessa ótica, observamos de que maneira os autores abordaram as questões de identidade, nacionalismo e pertencimento social, cuja base é a formação da América Latina e cujo contexto histórico estava imbricado na ideia do pan-americanismo. Por isso, nosso aporte teórico encontra-se centrado na Nova História Cultural, tendo como base Chartier (2014), Darnton (1990), Foucault (1999) et al; e na História da Educação, com Bittencourt (1993), Labarca (1939) et al. Nessa perspectiva, mergulhamos em um arsenal de fontes, como forma de embasar a pesquisa, tais como os referidos compêndios, decretos constitucionais, currículos escolares, biografias, jornais e revistas acadêmicas, fontes virtuais, dentre outros.