O presente trabalho analisa as sensibilidades e os ressentimentos de O. G. Rego de Carvalho, tanto como individuo quanto como escritor, que transfere para a escrita suas experiências pessoais. O cruzamento entre obra e vida deixa entrever as sensibilidades que permeiam o universo de homens letrados e perceber a importância que eles davam ao cenário literário de Teresina da segunda metade do século XX, descortinando embates, rancores e diferenças literárias presentes no meio intelectual. A participação do escritor em revistas, como O Cruzeiro, A Cigarra e Cadernos de Letras Meridiano, dentro e fora do estado, apontam para sua vontade de fazer-se conhecido e amado como escritor, num esforço constante para atingir a perfeição em seus escritos. Desse modo, o estudo investiga o contexto histórico e cultural da atuação literária de O. G. Rego, bem como as cidades onde ele morou, aspectos da sua vida que, representados em suas obras, configuram práticas e costumes sociais piauienses, além de mágoas do autor com relação à terra natal e aos seus pares, em função das polêmicas que protagonizou na imprensa local. Por fim, o estudo problematiza a relação das obras com o sensível, com as subjetividades do autor e mesmo com sua percepção acerca do meio em que se encontrava inserido. O recorte temporal centra-se na segunda metade do século XX, entre as décadas de 1950 e 1970, período da escrita e lançamento dos livros do autor, efetuando-se a análise das décadas de 1930 e 1940, por ser o período de infância e adolescência de O. G., que se impõe como indispensável para entender o ambiente de sua formação humana e literária. Para a análise das questões acima, o estudo contou com uma gama variada de fontes, entre elas, fotos, artigos de jornais, literatura local e entrevistas concedidas pelo autor aos meios impressos.
PALAVRAS-CHAVE: O. G. Rego de Carvalho. Sensibilidades. Ressentimentos. Literatura.