O CORPO MASCULINO IDEAL: modernização, comportamento e cultura física em Teresina (1905-1945).
Comportamento; Cultura Física; Masculinidade, Modernização.
Tendo em vista que cada corpo é historicamente construído de acordo com as aspirações e receios de sua época e cultura; o objetivo deste trabalho é analisar como se deu o processo de construção e assimilação dos homens, tendo por base a noção de comportamento e cultura física ensejada durante os anos de 1905 a 1945, na cidade de Teresina. O período em estudo é marcado pela forte ascensão da cultura física, o principiar da obstinação pela busca do belo, das formas harmoniosas, do corpo saudável e forte. O corpo masculino em específico, não passou ileso a essa busca, sendo constantemente incitado pelos discursos normatizadores de intelectuais como médicos, higienistas e literatos. A relação entre corpo e cidade, comportamentos, exercícios físicos, esportes, vestuário e medicamentos são os pontos contemplados nesse estudo. Para tal foram feitas análises em jornais, revistas, fontes oficiais e livros de memória.
A perspectiva teórica do debate aqui trazido, propõe um diálogo com pesquisas feitas nas áreas ligadas as relações entre História e Gênero, como também conceitos teóricos de suma importância para essa pesquisa, tais como o poder disciplinar de Michel Foucault, processo civilizador de Nobert Elias e subjetividade de Felix Guatarri. O trabalho se divide em três capítulos e cada um é norteado por um argumento central: o primeiro chamado “O Corpo Masculino na Cidade: urbanização, higiene e comportamento”, busca responder de que maneira as reformas urbanas ocorridas na capital implicaram na formação de sentido dos homens, exigindo hábitos e posturas mais civilizadas e como essas mudanças no comportamento qualificava e projetava positivamente a cidade; o segundo denominado de “O Corpo Exercitado”, aborda a influência que as atividades como, exercícios físicos praticados na escola e no meio militar e os esportes como o futebol, exerceram na configuração de um modelo ideal de masculinidade; e por fim, o terceiro chamado de “Elegância, força e austeridade: modos e modas masculinas” busca perceber como os homens se subjetivavam e construíam sua imagem por meio da moda e quais as representações masculinas propagadas nos reclames de medicamentos e os cuidados impostos a saúde e a aparência corporal. Portanto, pretendemos percorrer os mecanismos de ação dos discursos moralizantes, que ordenavam, classificavam e qualificavam, positivamente ou negativamente as práticas masculinas no período tendo como foco as discussões atreladas ao tema do comportamento e da cultura física.