Nos anos 1960 são desenvolvidas no Brasil novas formas de consumo dos bens culturais e uma singular expansão da indústria cultural e editorial, especialmente de jornais e revistas. O período é marcado, ainda, pela difusão de signos e ideias que formariam a contracultura, um modo de ser que contesta os valores sociais e propõe os jovens como protagonistas no campo cultural e político. Neste contexto, o jornalista Torquato Neto (1944 – 1972) redefiniu os parâmetros da profissão de jornalista, atuando, também, na poesia, na música e no cinema. Do ponto de vista da tese ora apresentada a atividade jornalística empreendida por Torquato Neto revela um momento histórico no interior do qual se pode perceber a tomada da linguagem como lugar de acontecimento da história. Busca-se, a propósito disso, propor que as práticas discursivas permitem entender as relações históricas de pertinência entre as palavras e as coisas. No presente caso, tomando o jornalismo contracultural de Torquato Neto como um signo histórico do Brasil dos meados do século XX.