O mote da pesquisa foi estudar as relações escravistas, a partir das justificativas empreendidas nas cartas de alforria da cidade de Teresina entre os anos de 1850 a 1888. Procuramos, como objetivo geral de estudo: compreender as relações escravistas entre senhores e escravizados, a partir da concessão das cartas de alforria; e como objetivos específicos buscamos analisar quais tipos de alforria predominavam na cidade de Teresina, qual o perfil do escravizado alforriado em Teresina e como foi o processo de emancipação e abolicionismo na cidade de Teresina. As alforrias emergem como uma espécie de acordo entre senhores e escravizados em que os cativos souberam, dentro das suas limitações negociar com os seus senhores. Assim, ao levantarmos os motivos que justificavam a libertação foi possível entender a complexa trama que marcou as relações entre senhores e escravizados. Dessa forma, utilizamos nesta investigação a pesquisa documental, desenvolvida no Arquivo Público do Estado do Piauí, onde encontramos cartas de alforria, escrituras de compra e venda, testamentos, relatórios de presidente de província, junta de classificação dos escravos e documentos da secretária de polícia. Como aporte bibliográfico foram utilizados autores como: Sidney Chalhoub (1990), João José Reis (2021), Miridan Falci (1995), Tanya Brandão (2015), Francisca Raquel (2017), Solimar Lima (2005), Monsenhor Chaves (2005), Odilon Nunes (2007), Michel Foucault (1979) e Pierre Nora (1993).