Este trabalho objetiva investigar os percursos das práticas musicais rock no litoral do Piauí entre os anos de 1965 e 1997, analisando as formas de difusão, produção do rock autoral, espaços e ações ligadas ao estilo na região. O itinerário será analisado a partir do corpus documental composto pelos periódicos Folha do Litoral, Norte do Piauí, A Libertação, Jornal Inovação e Almanaque da Parnaíba; produção fonográfica representadas pelas coletâneas LP Parnaíba – 150 anos (1994), CD Porto das Barcas (1996), CD SESC Ouro (1996) e a obra lançada em fita cassete da banda Outside intitulada Experience One (1997); fotografias e entrevistas com personagens da temporalidade proposta, objetivando esquadrinhar os percursos de divulgação das ideias e sonoridades relacionadas ao rock, compreendendo as relações e tensões entre o local, nacional e global na região. Ademais, buscou-se investigar as práticas musicais vinculadas ao rock no litoral do Piauí considerando os aspectos que se relacionam à indústria fonográfica brasileira e sua conexão com a música rock e as tensões na cultura e sociedade local contribuem para ampliar o leque de percepção da História da Música e do Rock no Piauí. Como base teórica, ampara-se no campo da História Social da Cultura, representada nos trabalhos desenvolvidos por Edward Palmer Thompson (2012, 1998, 1981) e seu conceito de experiência; Raymond Williams (2008, 2011) e seu conceito de cultura e a micro-história de bases sociais com Giovanni Levi (1998, 2020, 1992) e Edoardo Grendi (2009, 1998) no entendimento das práticas dos indivíduos como moldadas pelo contexto social e cultural como parte de um processo continuo de tensões e mudanças. As fontes utilizadas no decorrer do trabalho serão analisadas sob o prisma conceitual e metodológico baseados no campo da História e Música, pelo viés da historiadora Tânia Garcia (2013, 2021) e os historiadores Marcos Napolitano (2005, 2007) e Juan Pablo Gonzalez (2016, 2013); no campo da História Oral, a base será Alessandro Portelli (2003, 2010) e Ricardo Santhiago (2013, 2016); no campo da História e Imagem, a base será a historiadora Ana Mauad (2008) e no campo da História e Imprensa, Capelato (2015) e Luca (2008).