Investigamos narrativas, tempos e memórias, tomando como referência os mestres e mestras da cultura cearense, com objetivo de analisar permanências, repetições, inovações e negociações relacionadas a atuação dos sujeitos, que representam o Tesouro Vivo da Cultura Cearense, tomando como ponto de partida agosto de 2003, ano em que a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-Ce) foi autorizada, pela Lei nº 13.351, a registrar em livro próprio, sob a nomenclatura de Mestre da Cultura Tradicional Popular Cearense, indivíduos que praticam os mais variados ofícios ligados aos fazeres culturais, como representantes do patrimônio imaterial do Estado, selecionados por meio de edital e aptos a receber um auxílio financeiro vitalício, no valor de um salário mínimo, pago pelo Estado. Em contrapartida devem transmitir seus conhecimentos através de programas e projetos de ensino e aprendizagem desenvolvidos e acompanhados pela Secult-Ce. É fato que o avanço da urbanização e o acesso a novos objetos e tecnologias possibilitaram a inclusão ou exclusão de elementos nas práticas dos mestres e mestras da cultura, avaliamos as intervenções governamentais, feitas através de políticas públicas culturais, nesse percurso de mudanças.