Esta proposta investiga o desenvolvimento da Igreja Católica no Piauí a partir dos Seminários Interdiocesanos, em Teresina, nos anos de 1906 a 1983, compreendendo a constituição desses espaços e as interferências na Igreja e na sociedade da época. O marco temporal deve-se à data da instalação do primeiro seminário do Piauí, após a criação e instalação da Diocese do Piauí; e o ano de 1983, período em que os bispos piauienses implantaram um novo seminário interdiocesano devido à necessidade de sacerdotes nas sete dioceses do Piauí (Parnaíba, Campo Maior, Teresina, Oeiras-Floriano, Picos, São Raimundo Nonato e Bom Jesus). Partindo disso, interessa analisar a criação dos Seminários Interdiocesanos como uma tentativa de uniformizar a formação eclesiástica na Igreja do Piauí em cada um de seus contextos específicos. Diante da criação e instalação da Diocese do Piauí, Dom Joaquim Antônio de Almeida, primerio bispo, inaugurou um Seminário Episcopal e o Colégio São Francisco de Sales (Colégio Diocesano). Essa ação era necessária no contexto de separação entre a Igreja e o Estado devido ao fim do padroado e das querelas entre liberais e eclesiásticos. O segundo seminário surge diante da falta de sacerdotes e da impossibilidade de enviar jovens para casas formativas em outros estados como a Bahia, Pernambuco e o Ceará, em razão das dificuldades financeiras. Para desenvolver esse tema, recorre-se a fontes bibliográficas, hemerográficas, iconográficas e à documentação presente nos arquivos eclesiásticos, composta por livros tombos, livros de registro e livros de ata. Beneficiando-se dos aportes teórico-metológicos, utiliza-se Michel De Certeau, Foucault, Le Goff, Dilermando Vieira, Henrique Matos, Marcelo Neto, Juarez Silva, Paulo Libório e Fonseca Neto.