Este trabalho objetiva estudar historicamente as tentativas de controle social exercidos sobre a diamba e outras drogas na região Meio Norte do Brasil durante a ditadura militar, sobretudo entre os anos de 1967 e 1978, período contemplado pela documentação que sustenta a pesquisa. Compreendendo Piauí e Maranhão como uma região em que houve um processo de circulação da diamba, caberá, no trabalho, perceber os modos com os quais se constituiu, no período em estudo, um conjunto de discursos que associavam as drogas a sujeitos tais como hippies e povos indígenas, bem como sua relação tanto com as experiências contraculturais quanto com conflitos sociais urbanos e rurais no período. Sustentando-se, em termos documentais, em materiais hemerográficos do Piauí e do Maranhão e em documentos obtidos junto à Comissão Nacional da Verdade, o trabalho observa de que maneira as drogas afetavam regiões urbanas e rurais do recorte espacial em estudo. Do ponto de vista teórico e historiográfico, o trabalho é amparado pelas reflexões de Michel Foucault, bem como por David Le Breton, Leon Frederico Kaminski, Carlos Fico, Eduardo Viveiros de Castro, Eduardo McRae, Jorge Emanuel Luz de Souza e Lilian da Rosa.