Com um mau prognóstico associado à metástase e desenvolvimento de resistência, os tumores do tipo melanoma têm sido foco constante de estudos para investigação de novas abordagens e alvos terapêuticos. Neste contexto, destacam-se os receptores VLA-4 e VEGFR, os quais compartilham efetores intracelulares e participam diretamente da disseminação metastática.Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do bloqueio do receptor de VEGF sobre etapas da progressão metastática mediada pela integrina VLA-4 em melanoma murino. Para tal, foram utilizadas células de melanoma B16F10, cultivadas em meio RPMI-1640 + FBS 10%. No ensaio de viabilidade celular, as células (5 x 103/poço) forampré-incubadas, por 48 horas, com o RNA silenciador [100 nM], para o knockdown de VLA-4. Em seguida, foram tratadas, por 24 horas, com diluições seriadas do valor de IC50 do bloqueador de VEGFR (sorafenibe). Para os testes funcionais, as células silenciadas e não silenciadas foram pré-tratadas com sorafenibe [3 µg/mL] e dissociadas com PBS[1x] + EDTA [0,53 mM]. Foram plaqueadas células viáveis para os ensaios de: adesão (2,5x104/poço), em matriz extracelular de fibroblastos, e em monocamadas distintas de fibroblastos L929 e células endoteliais SVEC4-10; migração por scratchinge quimiotaxia (5x104/poço); transmigração em monocamada endotelial (5x104/poço); invasão em substrato de gelatina (1x105 células/poço); e clonogenicidade (1x102/poço). Como controle positivo, as células B16F10 silenciadas e não silenciadas foram pré-tratadas com tripsina [10 mg/mL].Pelos achados obtidos, os valores de IC50 do bloqueador de VEGFR foram 4,609 µg/mL [4,112 - 5,183] e 2,963 µg/mL [2,670 - 3,295], para, respectivamente, 24 e 72 horas. Após incubação das células com variações de IC50 do sorafenibe, por 24 horas, observou-se que a curva concentração-resposta para células B16F10-VLA-4 kd mostrou-se deslocada à esquerda da curva para células B16F10. Concernente aos testes funcionais, observou-se que o efeito inibitório significativo do sorafenibe na adesão de B16F10 em substrato de fibroblastos L929 foi modulado pelo silenciamento de VLA-4 (p<0,05). Em adição, a diminuição significativa da adesão de B16F10 em monocamada de fibroblastos L929, mediada pelo sorafenibe, foi potencializada pelo silenciamento de VLA-4 (p<0,05). De maneira oposta, o silenciamento de VLA-4 não modulou (p > 0,05) a ação inibitória significativa do sorafenibe sobre a adesão de células B16F10, em monocamada de células endoteliais SVEC4-10. Adiante, a atenuação significativa da migração de células B16F10, pelo sorafenibe, foi potencializada pelo silenciamento de VLA-4 (p < 0,05). O silenciamento de VLA-4 não modulou (p > 0,05) o efeito inibitório significativo do bloqueador de VEGFR na transmigração de células B16F10 sobre a monocamada de células endoteliais SVEC4-10. Resultados similares a este foram obtidos também após análise da invasão de células B16F10, em substrato de gelatina [0,2%]. Ademais, o efeito inibitório significativo do bloqueio de VEGFR, sobre a clonogenicidade de células B16F10, foi potencializado pelo knockdown de VLA-4 (p < 0,05). Em suma, o receptor de VEGF, assim como a integrina VLA-4, mostraram-se diretamente envolvidos na proliferação, adesão, migração, transmigração, invasão e clonogenicidade de células B16F10. Por fim, constatou-se um envolvimento de VLA-4, sinérgico ao VEGFR, na adesão de células B16F10 em fibroblastos, clonogenicidade, epossivelmente na proliferação e migração.