Introdução: O estilo de vida determina a heterogeneidade do envelhecimento. E as práticas educativas em saúde associadas a recursos motivacionais são fundamentais no processo de adaptação a mudanças psicofisiológicas e adoção e manutenção de comportamentos saudáveis em idosos. Objetivo: Avaliar a eficácia de uma intervenção educativa e motivacional na promoção da saúde de idosos em risco de fragilidade. Método: Estudo multimétodos, composto por pesquisa metodológica e Ensaio Clínico Randomizado (ECR) na Atenção Primária à Saúde de Teresina, Piauí, Brasil. No estudo metodológico, ocorreu construção de vídeo educativo “Prosa de um recém idoso” sobre fragilidade em idosos. O vídeo foi validado por 22 juízes especialistas e avaliado por 22 idosos. Os dados foram analisados pelo Índice de Validação de Conteúdo (IVC) e teste binomial. O ECR teve amostra de 108 idosos, divididos em dois grupos distintos, distribuídos randomicamente. O Grupo Intervenção (GI) (n=55) participou de intervenção educativa e motivacional, subsidiada pelo vídeo educativo e por entrevista motivacional breve; e Grupo Controle (GC) (n=53) recebeu orientações verbais de rotina nos serviços de atenção primária a saúde. Os desfechos avaliados foram a capacidade de autocuidado, autopercepção de saúde, senso de autoeficácia e prontidão para mudança de comportamento, por meio de questionário semi-estruturado e pela Escala para Avaliar a Capacidade de Autocuidado (EACAC). A coleta de dados ocorreu no domicílio e nas unidades básicas de saúde, em dois momentos: pré-teste e aplicação da intervenção e pós-teste, após 30 dias, tendo como referencial teórico-metodológico o Modelo de Promoção da Saúde de Nola Pender. Os testes estatísticos foram realizados com nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. Foram utilizados os softwares R versão 3.5.1 e o Statistical Package for the Social Sciences versão 21.0. O estudo seguiu a regulamentação do Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução 466/12 e os resultados cadastrados no Registro Brasileiro de Ensaios Clínico. Resultados: A versão final do vídeo é composta por 11 minutos e 25 segundos e aborda as recomendações para idosos em risco de fragilização e hábitos promotores da saúde. Foi verificada concordância superior a 90% em todos os itens avaliados pelos juízes e pelo públicoalvo. No ECR, os grupos mostraram-se homogêneos na linha de base quanto às variáveis sociodemográficas, econômicas e clínicas (p>0,05). Na comparação intergrupo, verificam-se efetividade clínica quanto a capacidade de autocuidado, autopercepção de saúde e prontidão para mudança de comportamento. Na análise intragrupo, o GI apresentou aumento da capacidade de autocuidado (p<0,001) e do senso de autoeficácia (p<0,001), melhoria da autopercepção de saúde (p=0,001) e evolução para fase de ação motivacional (p=0,001), com diferenças estatisticamente significativas. E o GC apresentou melhoria significativa apenas no senso de autoeficácia (p<0,001). Conclusão: A intervenção educativa e motivacional para promoção da saúde de idosos em risco de fragilidade apresentou eficácia clínica superior as orientações verbais de rotina, ocasionando diferença na capacidade de autocuidado, autopercepção de saúde, prontidão para mudança de comportamento e senso de autoeficácia.