A COVID-19, doença provocada por um coronavírus, tem alta transmissibilidade e pode desenvolver complicações graves. Fazem parte do grupo de risco para a infecção os profissionais da saúde devido a própria atividade laboral. Esta dissertação objetivou analisar os fatores associados a infecção pelo SARS-CoV-2 entre profissionais da saúde em relação a atuação na assistência, isolamento social e plano de contingência no estado do Piauí. Trata-se de um transversal analítico que adotou a técnica Snowball Sampling e o método de amostra não probabilística. Incluiu-se profissionais da saúde atuantes na assistência no estado no período da pandemia da COVID-19 há pelo menos três meses, da rede pública e/ou privada, idade mínima igual ou superior a 18 anos, independente do status sorológico para COVID-19. A coleta de dados foi realizada em ambiente virtual, com questionário validado quanto forma e conteúdo. Realizou-se análise descritiva simples, medidas de tendência central e o teste do Qui-quadrado ou Exato de Fisher. Esta pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa com número de parecer: 4.122.120. A amostra foi composta de 204 profissionais, percebe-se elevada prevalência da COVID-19 nessa população (88;43,1%), a regional de Teresina concentrou a maioria dos casos. Não houve associações significativas com as variáveis sociodemográficas. Enfermeiros foram os que mais tiveram COVID-19 (76;85,4%). Profissionais com atuação em postos e/ou enfermarias, tanto na rede pública e privada, foram os que mais testaram positivo (39;52,7%, p=0,148) e (13;48,1%, p=0,282), respectivamente. Possuir mais de um vínculo empregatício teve associação significativa com a variável dependente (p=0,032). Atuar na atenção básica pode representar um possível fator de proteção contra a COVID-19 (p=0,011). A condição de saúde mais frequente nos profissionais que tiveram diagnóstico para COVID-19 foi a obesidade (16; 18,2%, p=0,007). Verificou-se participação em aglomerações com mais de dez pessoas tanto externo (101;49,5%, p=0,408) como interno (107;52,5%, p=0,366) ao ambiente de trabalho. Compartilhar sala de descanso com outros profissionais, sem o uso da máscara, por mais de 15 min foi associado como fator de risco para a doença (p=0,015). Assim como realizar swab nasal/oral 40 (45,5%, p=0,048) e aspiração de tubo endotraqueal 23 (26,1%, p=0,041). Em relação aos Equipamentos de Proteção Individual, a ausência de óculos de segurança ou óculos muito grandes esteve associado como possível fator de exposição (p=0,029). Evidenciou-se que a azitromicina (70;79,5%) e ivermectina (64;72,7%) foram as medicações usadas com mais frequência para o tratamento. A prevalência de complicações relacionadas a COVID-19 também foi elevada (22;10,8%), sendo arritmias a mais relatada (11;12,5%), internação hospitalar foi associada com complicações da doença (p=0,003). Concluiu-se que os fatores associados a infecção pelo SARS-CoV-2 estiveram relacionados a própria atividade assistencial sendo associados a procedimentos, local de atuação e adoção das medidas de segurança. Os profissionais estiveram envolvidos em comportamentos de risco como a participação em aglomerações e uso de profilaxia contra a COVID-19. Houve alta adesão a vacina e ao uso dos EPI de forma geral como fatores de proteção. Ressalta-se que o estado estruturou e seguiu, dentro das condições de cada município, o Plano de Contingência do Estado.